sábado, 29 de dezembro de 2012

Perispírito inútil - Parte 2

Ao apresentar tal idéia a um amigo, que respeito intelectualmente, recebi uma grosseria como resposta.
Foi muito engraçado, pois esperava alguma reação mais ou menos nos moldes da recebida. Segui a estimar esse amigo da mesma forma, e a
admirar seu trabalho intelectual, sempre em um corte renovador para o movimento Espírita que por aí anda. Sempre foge da mesmiçe institucionalizada. A característica de um intelectual é criar, segundo Prof. José Pablo Feinmann da Universidade de Buenos Aires. Isto coloca meu amigo na condição de um intelectual.

Espero apenas do amigo leitor, maior bom humor que esse meu amigo.

Mas eu quero, por motivo de pura justiça, contrapor minhas idéias, pautadas apenas num raciocínio lógico, que me arrogo o direito de faze-lo e divulgá-lo, com algumas palavras de nosso Allan Kardec encontradas em "O Livro dos Médiuns" e "O Livro dos Espíritos".
No texto de "O Livro dos Médiuns" Kardec faz referência a trechos do "Livro dos Espíritos". Todos estão a seguir:


O Livro dos Médiuns

Capítulo IV - Dos sistemas - 50 Sistema da alma material

Julgamo-nos, entretanto, na obrigação de dizer algumas palavras acerca dos fundamentos em que repousa a opinião dos que consideram distintos a alma e o perispírito. Ela se baseia no ensino dos Espíritos, que nunca divergiam a esse respeito. Referimo-nos aos esclarecidos, porquanto, entre os Espíritos em geral, muitos há que não sabem mais, que sabem mesmo menos do que os homens, ao passo que a teoria contraria é de concepção humana. Não inventamos, nem imaginamos o perispírito, para explicar os fenômenos.

Sua existência nos foi revelada pelos Espíritos e a experiência no-la confirmou (O Livro dos Espíritos, n. 93). Apóia-se também no estudo das sensações dos Espíritos (O Livro dos Espíritos, n. 257) e, sobretudo, no fenômeno das aparições tangíveis, fenômeno que, de conformidade com a opinião que estamos apreciando, implicaria a solidificação e a desagregação das partes constitutivas da alma e, pois, a sua desorganização.
Fora mister, além disso, admitir-se que esta matéria, que pode ser percebida pelos nossos sentidos, é, ela própria, o principio inteligente, o que não nos parece mais racional do que confundir o corpo com a alma, ou a roupa com o corpo. Quanto à natureza intima da alma, essa desconhecemo-la.

Quando se diz que a alma é imaterial, deve-se entendê-lo em sentido relativo, não em sentido absoluto, por isso que a imaterialidade absoluta seria o nada. Ora, a alma, ou o Espírito, são alguma coisa. Qualificando-a de imaterial, quer-se dizer que sua essência é de tal modo superior, que nenhuma analogia tem com o que chamamos matéria e que, assim, para nós, ela é imaterial. (O Livro dos Espíritos, ns. 23 e 82).


O Livro dos Espíritos

Perispírito

93. O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem alguns, está sempre envolto numa substância qualquer?
“Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira.”

Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito.


Ensaio teórico da sensação nos Espíritos

(Selecta referente ao tema tão somente.
Por favor consulte Livro dos Espíritos.

257. ...
O perispírito é o laço que à matéria do corpo prende o Espírito, que o tira do meio ambiente, do fluido universal. Participa ao mesmo tempo da
eletricidade, do fluido magnético e, até certo ponto, da matéria inerte. Poder-se-ia dizer que é a quintessência da matéria. É o princípio da vida orgânica, porém, não o da vida intelectual, que reside no Espírito. É, além disso, o agente das sensações exteriores. No corpo, os órgãos, servindo-lhes de condutos, localizam essas sensações. Destruído o corpo, elas se tornam gerais. Daí o Espírito não dizer que sofre mais da cabeça do que dos pés, ou vice-versa.


Durante a vida, o corpo recebe impressões exteriores e as transmite ao Espírito por intermédio do perispírito, que constitui, provavelmente, o que se chama fluido nervoso. Uma vez morto, o corpo nada mais sente, por já não haver nele Espírito, nem perispírito. Este, desprendido do corpo, experimenta a sensação, porém, como já não lhe chega por um conduto limitado, ela se lhe torna geral. Ora, não sendo o perispírito, realmente, mais do que simples agente de transmissão, pois que no Espírito é que está a consciência, lógico será deduzir-se que, se pudesse existir perispírito sem Espírito, aquele nada sentiria, exatamente como um corpo que morreu.

Haurido do meio ambiente, esse invólucro varia de acordo com a natureza dos mundos. Ao passarem de um mundo a outro, os Espíritos mudam de envoltório, como nós mudamos de roupa, quando passamos do inverno ao verão, ou do pólo ao equador. Quando vêm visitar-nos, os mais elevados se revestem do perispírito terrestre e então suas percepções se produzem como no comum dos Espíritos.

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23. Que é o Espírito?
“O princípio inteligente do Universo.”

a) - Qual a natureza íntima do Espírito?
“Não é fácil analisar o Espírito com a vossa linguagem. Para vós, ele nada é, por não ser palpável. Para nós, entretanto, é alguma coisa. Ficai 
sabendo: coisa nenhuma é o nada e o nada não existe.”
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82. Será certo dizer-se que os Espíritos são imateriais?
“Como se pode definir uma coisa, quando faltam termos de comparação e com uma linguagem deficiente? Pode um cego de nascença definir a luz? Imaterial não é bem o termo; incorpóreo seria mais exato, pois deves compreender que, sendo uma criação, o Espírito há de ser alguma coisa. É a matéria quintessenciada, mas sem analogia para vós outros, e tão etérea que escapa inteiramente ao alcance dos vossos sentidos.”

Dizemos que os Espíritos são imateriais, porque, pela sua essência, diferem de tudo o que conhecemos sob o nome de matéria. Um povo de cegos careceria de termos para exprimir a luz e seus efeitos. O cego de nascença se julga capaz de todas as percepções pelo ouvido, pelo olfato, pelo paladar e pelo tato. Não compreende as idéias que só lhe poderiam ser dadas pelo sentido que lhe falta. Nós outros somos verdadeiros cegos com relação à essência dos seres sobre-humanos. Não os podemos definir senão por meio de comparações sempre imperfeitas, ou por um esforço da
imaginação.

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Peço ao leitor. Apesar da força e respaldo espiritual das palavras dos espíritos a Kardec, não deixe de considerar minha proposta da não necessidade do perispírito.



Lembre sempre. Tanto Kardec como os espiritos que o ajudavam eram todos frutos de uma época.


O mesmo Kardec imprimia ao espiritismo uma dinâmica capaz de faze-lo avancar sempre a novos horizontes. Era contra "a letra que mata" e lutava sempre em favor do "espírito que vivifica".


Não sou dono da verdade, até mesmo por não acreditar em verdades prontas e acabadas, a filosofia nos ensina a colocar todas as coisas sob análise, e isso num processo constante e sério. As próprias teorias científicas são válidas até a data; ou ainda dentro de limites claramente estabelecidos. Tomo como exemplo a Geometria Euclidiana, segue válida, mas sempre respeitados os limites de sua aplicabilidade.


O que trago aqui não é uma leviandade. É o processo de uma reflexão séria e racional. Capaz de ser hoje desconsiderada pela incompreensão dos homens, mas cuja veracidade o tempo e a ampliação do horizonte cultural de todos os homens, espiritistas ou não, trará luz a esta idéia pela qual me debato desde 2008. Seja para confirmá-la; seja para lançar-lhe uma pá de cal.


Se eu, algum dia, chegar a concluir por meu erro, não terei o menor pudor em admití-lo. Não seria ético manter um pensamento pautado no meu orgulho e na minha vaidade.


O que aqui trago é uma proposta teórica, de bases lógicas. Se será aceita ou rejeitada pelo leitor não é fonte de minha preocupação, tenho por dever estar concorde com minha consciência. Lutar pelas idéias nas quais eu acredito, como fiz desde a mais remota juventude. Quer se trate do espiritismo, quer se trate de qualquer outra área de conhecimento a que tenha me dedicado: geologia; filosofia; política; sociologia; etc


O tempo matura todos os frutos. Inclusive os frutos da Razão Humana.

Temos ainda de Livro dos Médiuns

Segunda parte - Capítulo I

Da ação dos espíritos sobre a matéria


58. A natureza íntima do Espírito propriamente dito, isto é, do ser pensante, desconhecemo-la por completo. Apenas pelos seus atos ele se nos revela e seus atos não nos podem impressionar os sentidos, a não ser por um intermediário material. O Espírito precisa, pois, de matéria, para atuar sobre a matéria. Tem por instrumento direto de sua

ação o perispírito, como o homem tem o corpo. Ora, o perispírito é matéria, conforme acabamos de ver. Depois, serve-lhe também de agente intermediário o fluido universal, espécie de veículo sobre que ele atua, como nós atuamos sobre o ar, para obter determinados efeitos, por meio da dilatação, da compressão, da propulsão, ou das
vibrações.

Partindo do desconhecimento atestado por Kardec, a partir das informações dos espíritos, isto me permite teorizar da possibilidade do espirito ser uma forma muita sutil de energia, uma energia capaz de eleboração pensante.

Dessa possibilidade, sendo o espírito energia, este pode atuar diretamente sobre a matéria. Não haveria disparidade de princípios a se contrapor; mas, tão somente energia em diferentes estágios de sutileza.

Um único princípio animaria o espírito, bem como a matéria bruta.

Reitero ser esta apenas uma teoria, uma elaboração pautada na lógica tão somente. Não obrigo ninguém a tomá-la como verdade; espero apenas dos homens de bom senso a abertura mental para analisar tal perspectiva desprovido de preconceitos.

Esta perspectiva traz em seu bojo desdobramentos filosóficos mais amplos, os quais não pretendo trabalhar neste momento. Mas que o leitor mais atento, e preocupado com o princípio de todas as coisas já poderá tirar ilações.

Me refiro a unicidade de princípios, sendo a alma um espiritoo encarnado e tendo o espírito a estrutura energética, daí podemos concluir que um único principio anima tudo o qu existe.

É isso! Uma questão filosófica a requisitar um debate mais profundo. De minha parte, um conhecimento mais profundo de física, principalmente no dizente à constituição da matéria enquanto condensação de energia.

Novo momento virá para tal discussão. Por ora fica lançada a idéia.



Fenômenos tangíveis

Não havendo perispírito como ficariam as materializações, voz direta e outras mais?


Efetivamente tais fenomenos não prescindirão de um médium. Um participante do processo capaz de ceder alguma forma de energia, mais animalizada a ser trabalhada pelo espírito comunicante.


É evidente a necessidade de tal espírito ter conhecimento de como lidar com tal energia. E esse conhecimento não precisa necssáriamente passar por fórmulas de física, de teorias de alta complexidade.


Pode ocorrer do espírito saber lidar com tal material por pura intuição. Da mesma forma ocorre em nossas reuniões diuturnas nas casas espíritas.


Se perguntado ao espírito numa comunicação, muitas das vezes ele não explica como ocorre, ou tem explicações como:


_ Me puseram perto dela/dele e o que eu ia pensando ele/ela ia falando.

Ou ainda:

_ Não sei como é, mas eu vou falando e ele/ela vai escrevendo o que eu falo.


Da mecânica do processo o espirito não tem conhecimento.

Simplesmente atua.


Imagino que o mesmo ocorria entre os espíritos materializados nas tribos da Polinésia. Fatos narrados por José Herculano Pires em seu livro "O Espírito e o Tempo".


Em seu horizonte tribal, tal conhecimento teórico não constava, mas sua prática e inclusive rituais de iniciação deviam haver, rituais passados de geração a geração, garantindo a perpetuação dessas práticas, onde os antepassados vinham e se materializavam, travando um diálogo natural com os membros das tribos.


Espírito e matéria interagem de forma direta e simples. Essa é a visão defendida por mim já fazem alguns anos.

Se ouvidos moucos não lhe deram importância, que posso fazer?

O tempo dirá onde anda a racionalidade. Serenamente aguardo!


Paulo Cesar Fernandes

29  12  2012

Perispírito inútil - Parte 1

Publicado em 23 de outubro de 2008 sob o título "E se..."

Chego ao CEAK, revejo os costumeiros amigos das quartas-feiras.

A alegria do reencontro. Algumas poucas palavras pois o pensamento ainda se pautava no aspecto da aprendizagem, do material de registro, da busca do conhecimento,...

E me deparo com o tema: Perispírito.

Iniciada a palestra um macaquinho perguntador se instala em meus ombros. Ora dizia “E se..., ora dizia “and  if...” tal qual ouvimos nos filminhos norte-americanos. Ora dardejava na orelha esquerda, ora tinha a direita como alvo. Intrigado, me limitei a registrar suas interpelações.

Na berlinda, o companheiro que falava seguia seu roteiro, sempre pautado em Kardec, com toda segurança e bom ânimo.

Transcrevo aqui alguma das questões que vieram à baila:

E se não houver perispírito?

Perderia o homem a possibilidade de viver e atuar no mundo?

Recuperado do espanto inicial, passei a admitir a possibilidade. Ao menos por hipótese, seria vantajoso e enriquecedor admiti-la.

Afinal, ao longo da história muitos avanços ocorreram em diversas áreas, muito provavelmente porque algum macaco perguntador tirou a paz de alguém. O meu seguiu adiante sarcástico:

Vou perguntar de outro jeito: sem o perispírito o espírito não teria como se manifestar fisicamente?

Respirei fundo, mas não perdi a compostura e segui no jogo.

Até porque a questão tinha fundamento. Historicamente pensamos na alma (espírito encarnado) apenas no esquema:

Espírito   »»»   Perispírito   »»»   Corpo


Sendo o perispírito matéria, quem me diz ser impossível esta matéria estar em forma de energia?

Sendo o pensamento um elemento aglutinador de energia, ao pensar, o espírito, em si e per si, seria capaz de atuar sobre o corpo de forma natural.

Tal qual bordão de antigo programa da TV brasileira, me parece que: “O macaco tá certo”.

Mas não para por aí:

Se a energia aglutinada pelo espírito é conversível em matéria, e tal matéria é passível de visualização.

Prá que o perispírito?

Pois é!

E podemos ainda pensar nos fenômenos físicos de materialização, onde o médium que viabiliza tal manifestação nem sequer se sabe médium. Cede ele o perispírito, ou alguma forma de energia animalizada, capaz de ser trabalhada pelo espírito comunicante?


Macacos me mordam pois não tenho respostas!

Paulo Cesar Fernandes

29  12  2012

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Amar. Apesar de...

Se formos esperar pela perfeição nada faremos.
Sei dos meus defeitos. E daí?
Todos os temos de uma forma ou de outra.
Apesar deles procuro servir as pessoas ao meu redor na medida do possível.



A batalha maior é contra minha incapacidade de lidar com gente desonesta, em primeiro lugar os que roubam o dinheiro do povo.
Os quero todos, o mais cedo possível na cadeia.
Sei que devo amar essas pessoas, mas lembro da dor que sentia, ao ver o povo de Santo André ser mal cuidado, naquela prefeitura onde o roubo foi tanto, a ponto de vitimar seu prefeito quando este quis cessar o processo.


Entre amar o povo sofrido, e os ladrões, não tenho alternativa, amo ao povo e desprezo os ladrões.


Pedindo à Vida que cada qual pague por cada ato seu. Na primitividade em que se encontram não são capazes de aquilatar a extensão do mal  em cada um de seus atos.


São como primatas, matam para sobrevivência.

Estes primitivos da política assim o são.

Mataram pela manutenção de suas benesses materiais. Primitivos. Espíritos primitivos mesmo.
Não podemos condená-los.

Eu não condenava minha cadela quando matava uma pomba. Não brigava com ela. Seres há instintivos. Irracionais. Vivem imersos na materialidade qual os animais.


Como condená-los?


Nós, eivados de defeitos qual somos, deixemos isso a cargo da justiça. Que ela bem cuide desses seres.


Nossa função nesta Terra é amar.


Independentemente da primitividade.

Quando a moto matou a Niña eu sofri muito.

E sendo sincero, me dá mal estar, ver pessoas com as quais tive contato, serem postas em galera em
regime fechado. Mas assim decidiu a Justiça, e esta é ainda falha nos seus critérios de intituir as penas, primam critérios políticos, mas é o melhor mundo possível, segundo Leibnitz. Assim sendo o aceitemos qual é.


Se amamos nossos animais.
Se somos portadores de defeitos.

Por que motivo não perdoar e buscar amar esses seres primitivos que fazem da política fonte de benesses pessoais?


Será uma longa trajetória.
Mas trajetória inevitável.


Paulo Cesar Fernandes

20  12  2012

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Nas pegadas do Mestre



Escrito pelo espirito de Vinicius, e psicografado por Chico Xavier foi o primeiro livro espírita que li, aos 7 ou 8 anos, pois já lia desde os 5 por método associativo. Era uma capa com a imagem de Jesus com seus longos cabelos, ainda a vejo na tela da memória.


Contam os familiares que aos 5 anos eu tomava um remédio chamado "Calcigenol" para aumentar o calcio. E numa ocasião, não o tendo na farmácia trouxeram outro, e no momento da administração ouviram:

_ Esse não é Calcigenol.

E de forma lenta como é de imaginar li o nome do remédio.
A partir disso, ganhei um caderno, obrigações e atividades de escrita passadas por minhas irmãs.
Quebrei a cara! Nunca fui de ficar calado mesmo. Desde cedo.



Mas agora, neste fim de tarde, enquanto lia alguma coisa para reflexão, esse nome de livro me chegou à mente, e a gratidão por ter cedo recebido o encaminhamento ao espiritismo.

Afortunadamente muitas coisas mudaram no tempo. Mudou o movimento espírita, mudei eu, e seguiremos mudando pois esta é a dinâmica do tempo. Tudo muda.


Mas hoje, no Livro dos Médiuns eu comecei:

CAPÍTULO IV

DOS SISTEMAS

36. Quando começaram a produzir-se os estranhos fenômenos do Espiritismo, ou, dizendo melhor, quando esses fenômenos se renovaram nestes últimos tempos, o primeiro sentimento que despertaram foi o da dúvida, quanto à realidade deles e, mais ainda, quanto à causa que lhes dava origem. Uma vez certificados, por testemunhos irrecusáveis e pelas experiências que todos hão podido fazer, sucedeu que cada um os interpretou a seu modo, de acordo com suas idéias pessoais, suas crenças, ou suas prevenções. Daí, muitos sistemas, a que uma observação mais atenta viria dar o
justo valor.


Julgaram os adversários do Espiritismo encontrar um argumento nessa divergência de opiniões, dizendo que os próprios espíritas não se entendiam entre si A pobreza de semelhante razão  prontamente se patenteia, desde que se reflita que os passos de qualquer ciência nascente são necessariamente incertos, até que o tempo haja permitido se colecionem e coordenem os fatos sobre que possa firmar-se a opinião.


À medida que os fatos se completam e vão sendo mais bem observados, as idéias prematuras se apagam e a unidade se estabelece, pelo menos com relação aos pontos fundamentais, senão a todos os pormenores. Foi o que se deu com o Espiritismo, que não podia fugir à lei comum e tinha mesmo, por sua natureza, que se prestar, mais do que qualquer outro assunto, à diversidade das interpretações. Pode-se, aliás, dizer que, a este respeito, ele andou mais depressa do que outras ciências mais antigas, do que a medicina, por exemplo, que ainda traz divididos os maiores
sábios.


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As diferentes formas de encarar não só os fenômenos, como as ilações filosóficas deles advindas, são um produto natural do processo de evolução das idéias no tempo.


Pessoas e instituições mais conservadoras, preferem manter sua forma de pensar e suas práticas como dantes.

Outras buscam a constante renovação.


Ambas estão corretas, na justa medida de atenderem a públicos distintos, e de divergentes padrões culturais.

Cada qual no seu caminho escolhe o melhor roteiro para sua jornada.


Quer se trate de uma pessoa ou de uma instituição.

Respeitemos as escolhas dos demais, e harmonizemos nosso viver com nossos semelhantes.

O primeiro passo para um mundo melhor!


Paulo Cesar Fernandes

19  12  2012

Companhias

"Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és"


Adágio popular de grande sabedoria.
Com grande alegria me vejo distante, por cinco anos dos balcões de bares e padarias.
A triste fase se foi. Mas requer constante vigilância, e a busca do Bem, para manter o bem estar.
Pão, leite e doces são os únicos itens de interesse nas padarias.



Fui mais longe, me afastei de todos os recantos onde houvesse possibilidade de competitividade.
No trabalho, aposentei.
Nas instituições que participava, me afastei. E me afastei exatamente por esse motivo. Não quero competir com ninguém.



Se combato o capitalismo, por sua competitividade massacrante do homem, fazendo dele um joguete das circunstâncias. Tirando-lhe a capacidade de um Ser racional, capaz de buscar a sua libertação. Como poderia estar vinculado a instituições onde a competição é forte. Lugares onde me caçam a palavra e a oportunidade de expor minhas idéias. Participei duma reunião no Forum da Cidadania de Santos, mas não disse palavra. Percebi, a palavra ali tinha seus donos. Reunião tumultuada com Egos em alta. Ao final me desculpei com quem me convidara. Não é meu lugar.


Solidão? Sim.


Encarnados tenho minha família. E me basta.


Mas desencarnados, tenho tido a alegria de sentir todo o Bem pelos amigos trazida.


Quem são?  Não me importa saber.

Sei que são bons, benevolentes, e voltados para as áreas de meu interesse: música; filosofia; ciência e artes em geral.


E sempre me ajudando a focar meu eixo na Espiritualidade, melhor dizendo, no abstrato da vida. Todo o que nos aparte da materialidade vigente em nosso planeta. Mesmo entre religiosos de todos os matises.


Que mais esperar da vida senão um mergulho mais profundo nesse benevolente universo.


Nos Centros Espíritas que tenho ido, sou um ilustre desconhecido. Assim prefiro eu. Afinal, nascido e formado num Centro Espirita, esse ambiente me é necessário. E ser apenas um, entre tantos na platéia, é uma benção. São idéias distantes das minhas, mas não emito opiniões, e busco ser carinhoso com meus semelhantes.

Afinal para aprender a amar aqui estamos.
Amo os do passado, do presente e espero seguir amando os que o futuro venha me trazer.


A vida é curta, e tenho pouco pela frente.
Amar com intensidade.
Fugir das desavenças.
Buscar o Bem.


Devem ser as prioridades do ano de 2013 e seguintes...
Espero cumprir estas metas.


Paulo Cesar Fernandes

19  12  2012



Nota:

Competitividade

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
    

A competitividade é a característica ou capacidade de qualquer organização em lograr cumprir a sua missão, com mais êxito que outras organizações competidoras. Baseia-se na capacidade de satisfazer as necessidades e expectativas dos clientes ou cidadãos aos quais serve, no seu mercado objectivo, de acordo com a sua missão específica, para a qual foi criada.

A competitividade é frequentemente vista no contexto da economia de mercado. Neste sentido, a competitividade empresarial significa a obtenção de uma rentabilidade igual ou superior aos rivais no mercado. Se a rentabilidade de uma empresa, numa economia aberta, é inferior à dos seus rivais, embora tenha com que pagar aos seus trabalhadores, fornecedores e accionistas, a médio ou longo prazo estará debilitada até chegar a zero e tornar-se negativa.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Sugestões de Allan Kardec

Sugestões de Allan Kardec para quem queira conhecer melhor o Espiritismo.
Ninguém melhor que ele para indicar o caminho. Isto em:


Allan Kardec  -  Livro dos Médiuns  -  Capítulo III  -  Do método

35. Aos que quiserem adquirir essas noções preliminares, pela leitura das nossas obras, aconselhamos que as leiam nesta ordem:

1º - O que é o Espiritismo? Esta brochura, de uma centena de páginas somente, contém sumária exposição dos princípios da Doutrina Espírita, um apanhado geral desta, permitindo ao leitor apreender-lhe o conjunto dentro de um quadro restrito. Em poucas palavras ele lhe percebe o objetivo e pode julgar do seu alcance. Aí se encontram, além disso, respostas às principais questões ou objeções que os novatos se sentem naturalmente propensos a fazer. Esta primeira leitura, que muito pouco tempo consome, é uma introdução que facilita um estudo mais aprofundado.

2º - O Livro dos Espíritos. Contém a doutrina completa, como a ditaram os próprios Espíritos, com toda a sua filosofia e todas as suas conseqüências morais. E a revelação do destino do homem, a iniciação no conhecimento da natureza dos Espíritos e nos mistérios da vida de além-túmulo. Quem o lê compreende que o Espiritismo objetiva um fim sério, que não constitui frívolo passatempo.

3º - O Livro dos Médiuns. Destina-se a guiar os que queiram entregar-se à prática das manifestações, dando-lhes conhecimento dos meios próprios para se comunicarem com os Espíritos. E um guia, tanto para os médiuns, como para os evocadores, e o complemento de O Livro dos Espíritos.

4º - A Revue Spirite. Variada coletânea de fatos, de explicações teóricas e de trechos isolados, que completam o que se encontra nas duas obras precedentes, formando-lhes, de certo modo, a aplicação. Sua leitura pode fazer-se simultaneamente com a daquelas obras, porém, mais proveitosa será, e, sobretudo, mais inteligível, se for feita depois de O Livro dos Espíritos.

Isto pelo que nos diz respeito. Os que desejem tudo conhecer de uma ciência devem necessariamente ler tudo o que se ache escrito sobre a matéria, ou, pelo menos, o que haja de principal, não se limitando a um único autor. Devem mesmo ler o pró e o contra, as críticas como as apologias, inteirar-se dos diferentes sistemas, a fim de poderem julgar por comparação.

Por esse lado, não preconizamos, nem criticamos obra alguma, visto não querermos, de nenhum modo, influenciar a opinião que dela se possa formar. Trazendo nossa pedra ao edifício, colocamo-nos nas fileiras. Não nos cabe ser juiz e parte e não alimentamos a ridícula pretensão de ser o único distribuidor da luz. Toca ao leitor separar o bom do mau, o verdadeiro do falso.


Paulo Cesar Fernandes

18  12  2012

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Vitalità, Anima, spirito

José Ortega y Gasset

Vitalità, Anima, spirito

L’intracorpo


L’antropologia filosofica o, come io preferisco dire, la conoscenza dell’uomo, ha di fronte a sé un tema non ancora affrontato da nessuno, e che sarebbe stimolante cominciare a trattare: la costituzione della persona, la struttura dell’intimità umana. Quali sono la figura e l’anatomia di ciò che vagamente siamo soliti chiamare «anima» . Benché sembri menzogna, la psicologia degli ultimi cento anni non ha fatto che allontanarsi da questo tema, al quale oggi sivede costretta a tornare. La ragione di questo abbandono è chiara: gli psicologi del secolo scorso si proposero esclusivamente di fare una fisica dell’anima, e per questo si preoccuparono solo di scomporla nei suoi elementi astratti e generici. Le leggi dell’associazione di idee furono il contraltare delle leges motus instaurate dalla meccanica di Newton. In tal modo si arrivò ad una psicologia elementare, ad una teoria degli
elementi astratti, e non degli insiemi concreti. È , vero che senza questo gigantesco lavoro oggi sarebbe impossibile rivolgersi verso maggiori imprese, però è arrivata l’ora opportuna per affrontare appunto queste e formarci un’idea più totale e complessa dell’intimità umana.

Il primo passo in questa direzione è una topografia delle grandi zone o regioni della personalità . Io credo che almeno bisogna distinguerne tre i cui contorni e caratteri si chiariscono mutuamente. Una è la porzione della nostra psiche che vive infusa nel corpo, conficcata e fusa con esso. Nella mia ultima conferenza ne parlavo in questi termini: «Questa anima carnale, questo fondamento e radice della nostra persona, dobbiamo chiamarla
“vitalità “, perché in essa si fondono radicalmente il somatico e lo psichico, il corporeo e lo spirituale, e non solo si fondono, ma ne emanano e se ne nutrono. Ciascuno di noi è in primo luogo una forza vitale: maggiore o minore, traboccante o deficiente, sana o inferma. Il resto del nostro carattere dipenderà da ciò che è la nostra vitalità »

La concisione cui il tempo mi obbligava, mi impedì di determinare un po’ più da vicino il fenomeno – perché si tratta di un fenomeno, di un fatto, non di un’ipotesi o una teoria- cui mi riferisco con questo termine.


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Eu não li o texto todo, mas este inicio, me da a impressão de já ter lidado com tais conceitos em algum momento na minha vida.
José Ortega y Gasset é um dos grandes pensadores da Espanha, por jamais ter tido intenções de deixar o seu pais para maiores centros a "inteligêntzia" européia lhe deu um valor menor.

Morasse em Paris ou Berlim seria festejado como um dos maiores.

Trabalhou o conceito de Massa bem antes de Marshall MacLuhuan  falar em Aldeia Global, e Herbert Marcuse se referir ao Homem Unidirecional..

Eu ainda estou a descobri-lo. O futuro me trará maior conhecimento de sua obra.

Paulo Cesar Fernandes

15  12  2012

Reflexão 14 12 2012 - Perdemos

Allan Kardec - O Livro dos Médiuns

III - Do método

30. Convirá se procure convencer a um incrédulo obstinado? Já dissemos que isso depende das causas e da natureza da sua incredulidade. Muitas vezes, a insistência em querer persuadi-lo o leva a crer em sua importância pessoal, o que, a seu ver, constitui razão para ainda mais se obstinar.


Com relação ao que se não convenceu pelo raciocínio, nem pelos fatos, a conclusão a tirar-se é que ainda lhe cumpre sofrer a prova da incredulidade. Deve-se deixar à Providência o encargo de lhe preparar circunstâncias mais favoráveis. Não faltam os que anseiam pelo recebimento da luz, para que se esteja a perder tempo com os que a repelem.


Dirigi-vos, portanto, aos de boa-vontade, cujo número é maior do que se pensa, e o exemplo de suas conversões, multiplicando-se, mais do que simples palavras, vencerá as resistências. O verdadeiro espírita jamais deixará de fazer o bem. Lenir corações aflitos; consolar, acalmar desesperos, operar reformas morais, essa a sua missão. E nisso também que encontrará satisfação real.


O Espiritismo anda no ar; difunde-se pela força mesma das coisas, porque toma felizes os que o professam.


Quando o ouvirem repercutir em tomo de si mesmos, entre seus próprios amigos, os que o combatem por sistema compreenderão o insulamento em que se acham e serão forçados a calar-se, ou a render-se.


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O idealismo de Kardec me toca fundo.


Ao tomar contato com suas idéias, bem como ao lermos Herculano Pires temos a nítida impressão da chegada iminente do novo mundo. O mundo mais humano e justo está logo ali. Bem depois da próxima esquina. Sentimos poder tocá-lo com as mãos. Essa é a sensação da leitura desses dois idealistas. Como todos os idealistas lhes parece que, por si só a força das idéias propagadas farão nascer o Homem Novo, tão sonhado por todos eles.


Todos eles sem uma única exceção.


Me trouxe lágrimas pensar nesta guerra perdida. E perdida para a materialidade tão presente em pessoas e instituições. Justamente o materialismo tido por Kardec como o maior inimigo do Espiritismo.


Já não se fala no Bem. No Homem de Bem. No Homem Novo. Já se perdeu a sensibilidade humana.


Kardec, é duro te dizer, mas a guerra está perdida. Não mais existe o terreno propício, onde caia a boa semente da ética, frutificando um porvir luminoso de Liberdade, Fraternidade e Igualdade como a Revolução Francesa bem definiu.


Nada disso. Os entes tomaram conta dos homens, como tristemente propalou Heidegger. Feroz crítico da técnica e do deslocamento das
preocupações humanas do Ser para as coisas (para ele os Entes).


Assim como tu Kardec. Cujo foco é o Ser, o Espiirito, a alma enquanto espírito encarnado. Sofreu Heidegger com isto também.


As Coisas, os Entes, na "Sociedade de Consumidores" nas quais vivemos são soberanas. Por elas (dentre elas o dinheiro) se mata e se rouba.

Roubando inclusive o pertencente a todo um povo:
roubam o direito à moradia digna;
roubam os recursos destinados à Educação e à Saúde.


Está claro, quando um ladrão desvia recursos públicos para sua conta pessoal:
mata crianças pois desviou recursos da saúde;
expulsa familias da possibilidade de um teto digno, pois tirou dinheiro da habitação;
inferniza a vida dos trabalhadores pois lhes retira recursos a serem aplicados na mobilidade urbana; etc.


Kardec amigo. Nunca pensastes, da estrutura filosófica tão bem estruturada por ti, esbarrar no materialismo tão impregnado na sociedade, onde mesmo os teus; mesmo teus leitores e adeptos, cair na esparrela dessas mazelas morais tão degradantes da humanidade.


Mas não estás só na desilusão.


Contigo está Marx, com seu socialismo, tão bonito em sua formulação teórica e tão deturpado em sua utilização prática. Louis Althusser. Rosa de Luxemburgo. Os homens da Escola de Frankfurt. Teus contemporâneos do idealismo alemão: Hegel; Kant; Hölderlin, este último, por ser poeta, deve estar sofrendo ainda mais profundamente.


Perdemos sim, mestre e professor de tantos anos. Venceu a truculência e a falta de vergonha de todas as instituições internacionais criadas para o bem da humanidade como um todo. Estas, criam guerras para dizimar populações e se apoderarem de suas terras. Vergonha.


E o materialismo se embrenhou profundamente na estrutura social. Como a erva daninha mais poderosa, e destruidora de todas as regras e valores tradicionais. Presentes no teu tempo, e sobreviventes até os anos de 1940 e 1950.


Daí em diante temos o inicio do questionamento de todos esses
valores e novos valores lhes tomaram o lugar.


Predominantemente o individualismo, como proposta de liberdade, sendo isto o grande engodo atual, pois uma liberdade cujo único desaguadouro é o consumo de mercadorias não é verdadeiramente liberdade, mas uma forma nova e travestida de escravidão.


Hoje Kardec, os homens não mais buscam o pensamento, a razão, a evolução. Pensam, tão somente, em se tornar uma mercadoria mais atraente para o mercado, sempre ávido de novidades. E cada novidade é fugazmente descartada e substituida.


É um triste painel. Mas real.


_ O que há de promissor? - me perguntarias.

_ A imortalidade da alma, e o processo incessante de desencarnações e encarnações renovando verdadeiramente a população do planeta. Não precisaremos todos ser espiritistas. Mas todos pautados na busca do Bem; não apenas para si, mas para um número mais amplo possível de viventes, tal qual propunha o filósofo Kant. E a Filosofia pautando nossa existência. Dentro e fora do universo material.


Paulo Cesar Fernandes

14  12  2012

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Reflexão 12 12 2012 - Categoria diferenciada

ALLAN KARDEC - O Livro dos Médiuns

III - Do método

27. Se, daí, projetarmos o olhar sobre as diversas categorias de crentes, depararemos primeiro com os que são espíritas sem o saberem.
Propriamente falando, estes constituem uma variedade, ou um matiz da classe precedente.

Sem jamais terem ouvido tratar da Doutrina Espírita, possuem o sentimento inato dos grandes princípios que dela decorrem e esse sentimento se reflete em algumas passagens de seus escritos e de seus discursos, a ponto de suporem, os que os ouvem, que eles são completamente iniciados. Numerosos exemplos de tal fato se encontram nos escritores profanos e sagrados, nos poetas, oradores, moralistas e filósofos, antigos e modernos.

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Olhando as capas de discos que compoe a decoração do meu escritório, atento para o fato desses todos serem parte daqueles nominados por Kardec como os espíritas sem o saber.


O trecho acima me é uma canção. Aposto na capacidade dessas categorias mirarem o futuro com facilidade.


Se deslocam do corpo e, com o farol de ver o futuro, apontam para coisas não sonhadas pelos demais como nós. Apenas tomaremos por corretas muitos anos mais tarde. Isto, levando em consideração as pessoas capazes de refletir a vida e o mundo à sua volta. Minoria minimal.


Maioria está fora dos pensantes. Presos às coisas pequenas da vida. Vegetam. São primatas da Espiritualidade.


Nada há a condenar nesse fato.


Se proponho e luto pela Liberdade, na sua mais pura e plena forma, como seria eu juiz de alguém. Não mesmo. Cada qual se vire!


Embora tenhamos por obrigação, ajudar se solicitados. Apenas se solicitados. Em termos de jornada, cada um defina a sua.


Segundo Leibnitz: "Vivemos no melhor dos mundos possível." 

Sim, mesmo com essas diferenças todas.


E os espiritos apontados por Kardec, estão dentro deste contexto. Fazem parte desse mundo em processo. Contribuem com sua arte, com sua filosofia para a transformação do mundo. Jornalistas sem Fronteiras. Médicos sem Fronteiras. Udo Lindenberg. Gonzaguinha. Luis Vieira. João Guimarães Rosa. Ligia Fagundes Telles. Alceu Valença, Gilberto Gil e Ferreira Gullar. Milton Nascimento e a turma das Minas Geraes.


Não basta! São muito mais numerosos os nomes dos promotores da Terra a uma nova categoria na Escala dos Mundos.


Eles sabem de seu valor, portam sabedoria e sensibilidade. Muitas vezes, por simplicidade, acabam desconversando se questionados quanto a isto.


Mas o mundo precisa é dessa gente. Inteligente, de bons sentimentos e plenas de dignidade. Os demais serão arrastados para o lugar a eles reservado pelas atitudes do seu viver.


Resgato uma vez mais un trecho de música de Gilberto Gil: "A aranha vive no que tece.".


Vivemos no que tecemos. Tecemos todos a nossa paz, ou nosso infortúnio futuro. Cada ato nosso é um determinante desse futuro.


Sensibilidade e inteligência nos bafejem o viver.


Paulo Cesar Fernandes


12  12  2012


P.S.: Doze. Doze. Doze. Isso pode dar samba, ou poesia, é uma data interessante. Numerologia cuide disso.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Reflexão 10 12 2012 - Proselitismo

Proselitismo

Que é isso?

É a busca de adeptos para uma seita, ideologia ou religião.

Kardec, no trecho a seguir poe os pingos nos is com relação a isso. É tolice, a perda de tempo com pessoas desprovidas do interesse em aprender, e mais conhecer o espiritismo.


Já nos tempos da MEEV, a mocidade espírita da casa onde participava, quando da chegada de um novo elemento, era notório os portadores da busca de algo, e os que semanas depois abandonariam a casa.


Chegavam jovens, pensando encontrar mesas de tênis de mesa, e por aí vai.
Muitos locais ofereciam/oferecem esse tipo de coisa. Quem nada tem a oferecer prima pela frivolidade. Não podemos condenar.

As pessoas e os grupos tem a sua cara. E podem mudar de rumo, tanto as pessoas como os grupos.

Afinal, a Liberdade é uma oferta da vida.
E o Livre Arbítrio uma característica discutida por muitas religiões.

É real! Quem não busca não fica!

O espiritismo é para quem tem buscas existenciais.
Gente vazia também participa, mas nunca chega ao cerne da questão. Nunca percebe ter encontrado algo consistente, para ordenar sua caminhada nas estradas da vida.
E, para muitas pessoas, pode efetivamente não ser o seu caminho.
É tolice pensar no espiritismo como um grande guarda-chuva, a cobrir todas as necessidades da raça humana.
Não cobre mesmo.
Não por falha sua, mas pela variedade de psiquismos dos habitantes da Terra.

E o espiritismo não é uma religião, muito menos dessas prementes em encontrar adeptos para aumentar o Caixa da empresa.
Nada disso, espiritismo é uma forma de pensar a vida e a imortalidade, deveria trazer a todos os homens nele envolvidos uma nova forma de viver. É uma filosofia existencial e profunda, pois alarga os limites da existência: desfaz o berço como um início, e destroça o túmulo, como um final da existência. Areja o viver. Suaviza a vida. Poetiza o dia a dia com o senso do aprendizado constante.

Se não cumpre tal meta, é porque estamos ainda no caminho para a isso chegar.
Logo, não somos exemplo para ninguém.
E nesse aspecto, cuidemos da preocupação com proselitismo.
Podemos estar atirando nos próprios pés. Somos vulneráveis!
E estaremos formando pessoas que, no futuro, serão nossos maiores contraditores.


Mas quem sabe disso é o nosso Kardec. Vamos a ele:


ALLAN KARDEC

ESPIRITISMO EXPERIMENTAL

O Livro dos Médiuns   (ou Guia dos médiuns e dos evocadores

CAPÍTULO III

DO MÉTODO


18. Muito natural e louvável é, em todos os adeptos, o desejo, que nunca será demais animar, de fazer prosélitos. Visando facilitar-lhes essa tarefa, aqui nos propomos examinar o caminho que nos parece mais seguro para se atingir esse objetivo, a fim de lhes pouparmos inúteis esforços.


Dissemos que o Espiritismo é toda uma ciência, toda uma filosofia. Quem, pois, seriamente queira conhecê-lo deve, como primeira condição, dispor-se a um estudo sério e persuadir-se de que ele não pode, como nenhuma outra ciência, ser aprendido a brincar. O Espiritismo, também já o dissemos, entende com todas as questões que interessam a Humanidade; tem imenso campo, e o que principalmente convém é encarálo pelas suas conseqüências.


Formar-lhe sem dúvida a base a crença nos Espíritos, mas essa crença não basta para fazer de alguém um espírita esclarecido, como a crença em Deus não é suficiente para fazer de quem quer que seja um teólogo. Vejamos, então, de que maneira será melhor se ministre o ensino da Doutrina Espírita, para levar com mais segurança à convicção.


Não se espantem os adeptos com esta palavra - ensino. Não constitui ensino unicamente o que é dado do púlpito ou da tribuna. Há também o da simples conversação. Ensina todo aquele que procura persuadir a outro, seja pelo processo das explicações, seja pelo das experiências. O que desejamos é que seu esforço produza frutos e é por isto que julgamos de nosso dever dar alguns conselhos, de que poderão igualmente aproveitar os que queiram instruir-se por si mesmos. Uns e outros, seguindo-os, acharão meio de chegar com mais segurança e presteza ao fim visado.



19. É crença geral que, para convencer, basta apresentar os fatos. Esse, com efeito, parece o caminho mais lógico. Entretanto, mostra a experiência que nem sempre é o melhor, pois que a cada passo se encontram pessoas que os mais patentes fatos absolutamente não convenceram. A que se deve atribuir isso? É o que vamos tentar demonstrar.

No Espiritismo, a questão dos Espíritos é secundária e consecutiva; não constitui o ponto de partida. Este precisamente o erro em que caem muitos adeptos e que, amiúde, os leva a insucesso com certas pessoas. Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens, o verdadeiro ponto de partida é a existência da alma. Ora, como pode o materialista admitir que, fora do mundo material, vivam seres, estando crente de que, em si próprio, tudo é matéria? Como pode crer que, exteriormente à sua pessoa, há Espíritos, quando não acredita ter um dentro de si? Será inútil acumular-lhe diante
dos olhos as provas mais palpáveis. Contestá-las-á todas, porque não admite o princípio.


Todo ensino metódico tem que partir do conhecido para o desconhecido. Ora, para o materialista, o conhecido é a matéria: parti, pois, da matéria e tratai, antes de tudo, fazendo que ele a observe, de convencê-lo de que há nele alguma coisa que escapa às leis da matéria. Numa palavra, primeiro que o torneis ESPÍRITA, cuidai de torná-lo ESPIRITUALISTA. Mas, para tal, muito outra é a ordem de fatos a que se há de recorrer, muito especial o ensino cabível e que, por isso mesmo, precisa ser dado por outros processos. Falar-lhe dos Espíritos, antes que esteja convencido de ter uma alma, é começar por onde se deve acabar, porquanto não lhe será possível aceitar a conclusão, sem que admita as premissas. Antes, pois, de tentarmos convencer um incrédulo, mesmo por meio dos fatos, cumpre nos certifiquemos de sua opinião relativamente à alma, isto é, cumpre verifiquemos se ele crê na existência da alma, na sua sobrevivência ao corpo, na sua individualidade após a morte. Se a resposta for negativa, falar-lhe dos Espíritos seria perder tempo. Eis aí a regra. Não dizemos que não comporte exceções. Neste caso, porém, haverá provavelmente outra causa que o toma menos refratário.

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É isso por hoje!


Paulo Cesar Fernandes

10  12  2012

domingo, 9 de dezembro de 2012

Reflexão 09 12 2012 - Escala Espírita

Allan Kardec - Revista Espírita

Jornal de Estudos Psicológicos

Primeiro Ano – 1858

Fevereiro

Diferentes ordens de Espíritos
Escala espírita


Allan Kardec - O Livro dos Espíritos

Escala espírita
Terceira ordem. - Espíritos imperfeitos
Segunda ordem - Bons Espíritos
Primeira ordem - Espíritos puros


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Quando vemos a Escala Espírita, e mesmo quando a lemos numa das obras a impressão que nos fica é de uma escada. E não de uma escala numa proposição meramente didática.


O que significo?


Podemos estar em determinados aspectos em um determinado nível, e estar mais atrasados em outro ponto de nossa evolução ou progresso espiritual.


Moralmente dificuldades enormes podem nos incomodar, ao passo que intelectualmente efetuamos progressos. Ou, muito pelo contrário, termos uma moral, uma ética acima de suspeitas e a intelectualidade ainda naecessitar de um empurrãozinho.


Importante não termos em espiritismo nenhum raciocínio esuqemático. Fechado. Pois cada um de nós escreve e costura sua caminhada, segundo suas aptidões, e segundo as decisões que
vá tomando a cada dia, a cada etapa de sua existência.


Vinculado ou não a um corpo isto é indiferente. Temos sempre a possibilidade de reinventar nosso viver.


Torná-lo mais amigo.
Mais amoroso.
Mais complacente.

E acima de tudo mais concorde com as Leis Naturais, diretrizes de tudo existente, quer naquilo referente às leis da matéria; quer no
referente ao universo ético.


Sempre podemos avancar no sentido da sabedoria, bem como no amor voltado aos semelhantes.


É isso por hoje!


Paulo Cesar Fernandes

09  12  2012

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Apenas o necessário.

Apenas o necessário.

Há um choro.
Surdo.
Obscuro.



São as almas dos nossos antepassados, clamando por outro mundo.
A Terra mergulhou fundo na materialidade.
E ninguém é capaz de lhes ouvir os reclamos.



Pedem apenas algo mais de espiritualidade.
Uma pitada adicional de humanismo.
E uma racionalidade. Pautada no pulsar do coração.


Não é muito, dizem.
Apenas o necessário para um novo rumo.


Um sentimento: o amor.
Orientando os passos dos viventes.



Não é muito.
Apenas o necessário.



Para ver os olhares nos espelhos:

. expressando o bem estar;
. a alegria;
. e a felicidade mesmo.

Pois algo melhor é possível.
E necessário.



A dor domina a Terra.
Um planeta doente.
Fisicamente doente, com seus recursos minguando.
Espiritualmente doente, com o egoísmo grassando.



Não é pedir muito.
Apenas o necessário.
Para ver nascer o sorriso.
E um tempo de felicidade.



Portal Fernandes

07  12  2012

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Espiritualidade e Saúde

Domingo 02  12  2012

Emissora: TV Camara

Programa: de Coração

Entidade: Sociedade Brasileira de Cardiologia

Apresentador: Dr. Romeu Meneghelo

Convidado: Dr. Alvaro Avezum

Tema: Espiritualidade e Saúde


Dr. Alvaro trabalha com Medicina baseada em Evidências. E em seu trabalho vem trabalhando a questão da Espiritualidade e sua relação com a saúde cardíaca.


Sua atividade consiste em avaliar o montante de Espiritualidade da pessoa através de questionários.

Segundo ele, espiritualidade nada tem a ver com religião ou religiosidade. Encontrou pessoas aficcionadas em suas religiões e com baixo índice de Espiritualidade. Por outro lado, encontrou pessoas agnósticas ou atéias que tinham Espiritualidade elevada.


Que conclusão tem chegado ele e seus companheiros de pesquisas dos EEUU?


Que existem dois tipos de religiosidade: a extrinsica e a intrinsica:
1. A extrinsica a extarior, de comparecer aos locais de culto com frequencia e dar conta à sociedade de sua religiosidade.
2. A intrínsica, aquela que altera o modus vivendi ( maneira de viver ) da pessoa. Esta é capaz de se converter em espiritualidade.


Quando ouvi isto lembrei das palavras do Rafael (espirito) do Centro Espírita Allan Kardec: "Tudo depende de como voce está no mundo."


Tão logo lembrei disso, Dr. Alvaro fala a mesma coisa em diferentes palavras: "É uma questão de como vc vive. Sua relação com os outros e sua relação com suas atitudes, com sua moral."  Segundo ele "Espiritualidade não é religião, é uma postura diante da vida".


Segundo esses estudos, as pessoas com Espiritualidade mais elevada tem menores índices de Acidentes Cardiovasculares e menores taxas de mortalidade.


Outro aspecto importante trazido pelo Cardiologista é o poder das Preces Intercessórias.


Seus colegas norteamericanos trabalharam com 400 pacientes.


Duzentos recebendo preces, e duzentos postados como Grupo Controle, isto é, sem preces.


Foi registrada significativa melhora entre os pacientes receptores desse tipo de benefício. Enquanto os pacientes do Grupo Controle não apresentaram nenhum índice de  alteração diante da doença.


Se Professor Herculano Pires estivesse diante da telinha da TV nesse programa diria apenas: "É a ciência oficial trabalhando com terapias já utilizadas pelos espiritas, ou espiritistas de há muito tempo."


Lembro apenas as palavras de um personagem de Shakespeare: "Existem mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha vossa vã filosofia."


Mas faço a ressalva da não existência de mistério nenhum. Tudo isso está dentro do que nós espiritas chamamos de Lei Natural. Pois nada ocorre nos diversos universos se ferir algum preceito da Lei Natural, pois esta é soberana e a tudo/todos conduz.



Paulo Cesar Fernandes


04  12  2012