sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Apenas o necessário.

Apenas o necessário.

Há um choro.
Surdo.
Obscuro.



São as almas dos nossos antepassados, clamando por outro mundo.
A Terra mergulhou fundo na materialidade.
E ninguém é capaz de lhes ouvir os reclamos.



Pedem apenas algo mais de espiritualidade.
Uma pitada adicional de humanismo.
E uma racionalidade. Pautada no pulsar do coração.


Não é muito, dizem.
Apenas o necessário para um novo rumo.


Um sentimento: o amor.
Orientando os passos dos viventes.



Não é muito.
Apenas o necessário.



Para ver os olhares nos espelhos:

. expressando o bem estar;
. a alegria;
. e a felicidade mesmo.

Pois algo melhor é possível.
E necessário.



A dor domina a Terra.
Um planeta doente.
Fisicamente doente, com seus recursos minguando.
Espiritualmente doente, com o egoísmo grassando.



Não é pedir muito.
Apenas o necessário.
Para ver nascer o sorriso.
E um tempo de felicidade.



Portal Fernandes

07  12  2012

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Espiritualidade e Saúde

Domingo 02  12  2012

Emissora: TV Camara

Programa: de Coração

Entidade: Sociedade Brasileira de Cardiologia

Apresentador: Dr. Romeu Meneghelo

Convidado: Dr. Alvaro Avezum

Tema: Espiritualidade e Saúde


Dr. Alvaro trabalha com Medicina baseada em Evidências. E em seu trabalho vem trabalhando a questão da Espiritualidade e sua relação com a saúde cardíaca.


Sua atividade consiste em avaliar o montante de Espiritualidade da pessoa através de questionários.

Segundo ele, espiritualidade nada tem a ver com religião ou religiosidade. Encontrou pessoas aficcionadas em suas religiões e com baixo índice de Espiritualidade. Por outro lado, encontrou pessoas agnósticas ou atéias que tinham Espiritualidade elevada.


Que conclusão tem chegado ele e seus companheiros de pesquisas dos EEUU?


Que existem dois tipos de religiosidade: a extrinsica e a intrinsica:
1. A extrinsica a extarior, de comparecer aos locais de culto com frequencia e dar conta à sociedade de sua religiosidade.
2. A intrínsica, aquela que altera o modus vivendi ( maneira de viver ) da pessoa. Esta é capaz de se converter em espiritualidade.


Quando ouvi isto lembrei das palavras do Rafael (espirito) do Centro Espírita Allan Kardec: "Tudo depende de como voce está no mundo."


Tão logo lembrei disso, Dr. Alvaro fala a mesma coisa em diferentes palavras: "É uma questão de como vc vive. Sua relação com os outros e sua relação com suas atitudes, com sua moral."  Segundo ele "Espiritualidade não é religião, é uma postura diante da vida".


Segundo esses estudos, as pessoas com Espiritualidade mais elevada tem menores índices de Acidentes Cardiovasculares e menores taxas de mortalidade.


Outro aspecto importante trazido pelo Cardiologista é o poder das Preces Intercessórias.


Seus colegas norteamericanos trabalharam com 400 pacientes.


Duzentos recebendo preces, e duzentos postados como Grupo Controle, isto é, sem preces.


Foi registrada significativa melhora entre os pacientes receptores desse tipo de benefício. Enquanto os pacientes do Grupo Controle não apresentaram nenhum índice de  alteração diante da doença.


Se Professor Herculano Pires estivesse diante da telinha da TV nesse programa diria apenas: "É a ciência oficial trabalhando com terapias já utilizadas pelos espiritas, ou espiritistas de há muito tempo."


Lembro apenas as palavras de um personagem de Shakespeare: "Existem mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha vossa vã filosofia."


Mas faço a ressalva da não existência de mistério nenhum. Tudo isso está dentro do que nós espiritas chamamos de Lei Natural. Pois nada ocorre nos diversos universos se ferir algum preceito da Lei Natural, pois esta é soberana e a tudo/todos conduz.



Paulo Cesar Fernandes


04  12  2012

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Reflexão 03 12 2012 - O Ser e os Entes

De Alan Kardec - O Livro dos Médiuns

Primeira Parte - Noções preliminares - Cap. I - Há espíritos?

1. A dúvida, no que concerne à existência dos Espíritos, tem como causa primária a ignorância acerca da verdadeira natureza deles. Geralmente, são figurados como seres à parte na criação e de cuja existência não está demonstrada a necessidade.

Muitas pessoas, mais ou menos como as que só conhecem a História pelos romances, apenas os conhecem através dos contos fantásticos com que foram acalentadas em criança. Sem indagarem se tais contos, despojados dos acessórios ridículos, encerram algum fundo de verdade, essas pessoas unicamente se impressionam
com o lado absurdo que eles revelam. Sem se darem ao trabalho de tirar a casca amarga, para achar a amêndoa, rejeitam o todo, como fazem, relativamente à religião, os que, chocados por certos abusos, tudo englobam numa só condenação.

Seja qual for a idéia que dos Espíritos se faça, a crença neles necessariamente se funda na existência de um princípio inteligente fora da matéria.

Essa crença é incompatível com a negação absoluta deste princípio. Tomamos, conseguintemente, por ponto de partida, a existência, a sobrevivência e a individualidade da alma, existência, sobrevivência e individualidade que têm no Espiritualismo a sua demonstração teórica e dogmática e, no  Espiritismo, a  demonstração positiva. Abstraiamos, por um momento, das manifestações propriamente ditas e, raciocinando por indução, vejamos a que conseqüências chegaremos.

2. Desde que se admite a existência da alma e sua individualidade após a morte, forçoso é também se admita:
1º, que a sua natureza difere da do corpo, visto que, separada deste, deixa de ter as propriedades peculiares ao corpo;
2º, que goza da consciência de si mesma, pois que é passível de alegria, ou de sofrimento, sem o que seria um ser inerte, caso em que possuí-la de nada nos valeria.

Admitido isso, tem-se que admitir que essa alma vai para alguma parte. Que vem a ser feito dela e para onde vai?


«««
A questão da destinação da alma não é o foco de nossa reflexão atual.

Meu foco é a preocupação de Kardec na busca de demonstrar a existência da alma. O trecho por mim destacado apenas demonstra tal preocupação. Antepus o desenvolvimento do raciocínio apenas para mostrar como Kardec desenvolve seu raciocínio.

Nesse trecho em destaque temos a essência do Ser. Chamemos a isto de alma, espirito, ser pensante, mente, ou qualquer outra denominação por nós escolhida.

Um elemento completamente esquecido na modernidade.

Ontem assisti a uma aula de filosofia cujo tema era "A filosofia européia e a América Latina". Nesta aula o Professor de Filosofia da Universidade de Buenos Aires (UBA), também escritor e diretor de cinema, Jose Pablo Feinmann dizia ser característica da Modernidade, trazida à luz pelo "Cógito" de Descartes, colocar o homem na centralidade da História. Um homem pautado na Razão, rompendo com a centralidade de Deus característica da Idade Média.

Foi o inicio do Renascimento, cujos nomes mais destacados são o próprio Descartes, tendo logo a seguir Immanuel Kant e Georg W. Friedrich Hegel, peças fundamentais do Idealismo Alemão.


E, segundo Feinmann, esse triunvirato é responsavel pelo pensamento burguês, cujo nascimento veio a desembocar na Revolução Francesa de 1789, com a Queda da Bastilha. E mais ainda pelo Eurocentrismo, apontando a Europa como a Civilização e o Progresso, e todo o resto como a Barbárie, a ser conquistada e subjugada.


Essa ideologia do Eurocentrismo, impregnou o pensamento
e a vida de todos os oligarcas da América Látina, e da América Central, generalizada por mim como HispanoAmérica.

Tanto no Brasil como na América Espanhola os paises se libertaram de seu colonizador Portugal e Espanha para se entregar a outro colonizador: a Inglaterra.


Um pais que precisava de mercados para colocação de suas mercadorias. Não foi por nada ser a Inglaterra a promotora e a primeira a reconhecer a independência de cada uma das colônias espanholas. E no Brasil obrigou o governo a, em 1808, abrir seus portos a todas as "nações amigas". A saber: Inglaterra. 


Allan Kardec e toda a sua estrutura de pensamento tem seu nascimento nessa racionalidade renascentista, colonialista e capitalista. Inclusive com os preconceitos atinentes ao Eurocentrismo.

Afinal de contas Kardec era um homem de seu tempo, vinculado e atento a tudo o que ocorria ao seu redor.


Já tive oportunidade de mostrar, em postagem anterior, a similaridade de desenvolvimento de raciocínio de Descartes e de Kardec. Sendo o segundo indubitavelmente discípulo do primeiro.


O primeiro pensador a se opor, e criticar essa modernidade, foi Martin Heidegger (ver biografia abaixo), dizendo que a modernidade e a técnica fazem o homem esquecer do Ser, a tal ponto fica o homem envolvido pelos entes (coisas, mercadorias). Foi o único pensador de direita a tecer criticas firmes ao capitalismo.


Mas Kardec não esquece do ser. Muito pelo contrário, o Espiritismo é a exaltação do ser/espirito por excelência.  Isso pode ser comprovado ao voltarmos atenção à Introdução ao estudo da Doutrina Espírita, de O Livro dos Espiritos:


Para se designarem coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras.

Os vocábulos espiritual, espiritualista, espiritualismo têm acepção bem definida. Dar-lhes outra, para aplicá-los à doutrina dos Espíritos, fora multiplicar as causas já numerosas de anfibologia.

Com efeito, o espiritismo é o oposto do materialismo.

Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. Não se segue daí, porém, que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível. Em vez das palavras espiritual, espiritualismo, empregamos, para indicar a crença a que vimos de referir-nos, os termos espírita e espiritismo, cuja forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo, apresentam a vantagem
de ser perfeitamente inteligíveis, deixando ao vocábulo espiritualismo a acepção que lhe é própria.

Diremos, pois, que a doutrina espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se quiserem, os espiritistas.


O espiritismo tem, enquanto teoria, uma série de elementos capazes de mudar o homem e o mundo.


Por que o Movimento Espirita, de todos os matizes, ainda tem tantas dificuldades, tais como brigas internas, divisões, sacanagens, e baixarias?


Porque o espiritismo se estabeleceu na Terra exatamente para curar os doentes, moralmente doentes; fosse o planeta composto de seres
espiritualmente superiores, não haveria necessidade do trabalho de Kardec.


Repito, para que fique bem claro.


O espiritismo foi trazido à Terra para nos dar a oportunidade de sanar as nossas mazelas morais. Lembrando que "conhece-se o verdadeiro espirita pelo esforço que faça em domar suas más tendências".


Vai daí: Tá na mão da gente mesmo! De cada um de nós.



Paulo Cesar Fernandes

03  12  2012



Pequena biografia de Martin Heidegger:

Fonte: Wikipedia em português.
Martin Heidegger (Meßkirch, 26 de Setembro de 1889 — Friburgo, 26 de Maio de 1976) foi um filósofo alemão.
É um dos pensadores fundamentais do século XX - ao lado de Bertrand Russell, Wittgenstein, Adorno e Michel Foucault - quer pela recolocação do problema do ser e pela refundação da Ontologia, quer pela importância que atribui ao conhecimento da tradição filosófica e cultural. Influenciou muitos outros filósofos, dentre os quais Jean-Paul Sartre.

Ontologia - tratado dos seres em geral; teoria ou ciência do ser enquanto ser, considerado em si mesmo, independentemente do modo pelo qual se manifesta.