sábado, 10 de novembro de 2012

Reflexão 10 11 2012 - Prateleiras

Gostaria de reordenar a preteleira dos meus defeitos com a mesma facilidade que reordenei a prateleira das finanças quando perdi 80% de minha remuneração.


Pancada grande, grande demais. Mas não me queixei da vida e muito menos me revoltei.

Parei com tudo que habitualmente fazia, e adotei um padrão simplório de existência.

Muitas coisas deixei para trás. Algumas pessoas estranharam, com razão.

Mas não podia ser de outra forma. Pelo menos naquela ocasião e circunstância. Afinal o orgulho existe.


Nesses 8 anos perdi algumas coisas, mas a vida me deu outras tantas por outro lado.

Mais e maior que tudo o amor da família.

Se priorizo essas dez pessoas não é por pouco. Muito amor recebi.
Alguns amigos/amigas foram louváveis.


A prateleira dos defeitos é algo bem mais complexo.
Se alguns foram expurgados nos 5 últimos anos.

Uma vitória de Titã, mas nunca é final, sempre até a data.

Não caio na esparrela quando leio Emmanuel, que vive de dedo apontado para nós como se fossemos um bando de criminosos.


Pulo fora disso!
"Me inclua fora dessa." como diziam meus colegas de Banco Safra.



Prefiro a idéia do meu chará que preconiza: "Não sou perfeito... mas sou o que sou!"

E isto não inplica paralisia, mas tira das costas a coisa igrejeira do pecado, sempre presente nos textos de Emmanuel.


Prefiro cerrar o punho e ser um lutador do meu aperfeiçoamento diário.

Atento a cada ato, a cada má palavra e a cada pensamento. Pois pensamento é força a movimentar energias.

Do núcleo emissor do meu Lar quero projetar coisas boas e capazes de ajudar as pessoas todas, absolutamente todas. Pois todos nós somos processos em construção.

Basta olhar minha Cidade de Santos para perceber que não se constroe algo novo sem destruir o antigo. Deferentemente dos prédios de minha cidade, meus defeitos eu os vejo de bom grado ir se desfazendo no ar.
Hei de vencer! Pois...
"Vitorioso é o que vence a si mesmo." conforme Mahatma Gandhi nos ensinou.


Paulo Cesar Fernandes

10  11  2012

19860731 - Humberto

Pensador espirita argentino, Humberto Mariotti foi o primeiro que, despojado do ranço de religiosidade característica do movimento espirita de sua época, fez incursões na área da filosofia social ou Sociologia.


Herculano Pires, escritor e polemista brilhante, passou ao largo das inquietações sociais requisitadas pela minha juventude. No Brasil ditatorial os espiritas calaram, e calaram feio. Grande maioria aderindo à "ordem estabelecida".


Qual orador, qual jornal espirita falou de Wladimir Herzog?


Reacionário que sempre foi o movimento espírita reprimiu o MUE (Movimento Universitário Espirita) de cunho socialista.


Não, "espiritismo e politica não se misturam" ouvia eu em todos os recantos do movimento espirita. Me era revoltante.


Mas voltando a Mariotti. Poucas pessoas como ele tiveram tal percepção das realidades econômicas, conseguindo relacioná-las sem sectarismo com as questões do espirito, foco de interesse dos espíritas.


Leon Denis, em sua obra "Socialismo e Espiritismo" não teve a grandeza do ilustre argentino, pois acabou se deixando levar por uma análise apaixonada, carente de fundamento e reacionária.


A postura intelectual madura e serena de Mariotti traz aos marxistas ortodoxos a idéia que o livro seria um ataque ao legado de Marx; por outro lado, os antagonistas das concepções de Marx, vem no mesmo livro, uma obra de apologia ao marxismo.


A atualidade da obra reside em trazer ao seio do movimwentro espirita, um tema polêmico, capaz de didivir o mundo em duas partes distintas: apoiadores e negadores de Marx.


Kardec disse, numa de suas obras que o mundo se dividiria entre os materialistas e espiritualistas. Nada porém, dividiu tanto o mundo como as teorias do pensador alemão.

 (Para Marx o mundo se dividia em classes sociais. Os donos dos bens de produção contra os donos de sua força de trabalho. Concepção nascida da Dialética do Amo e do Escravo de Hegel. A dialética de Hegel foi um grande achado para Marx.
Obs. de 10/11/2012 quando digitei o texto.)


Atual ainda é Mariotti, e sabe lá por quanto tempo. É leitura obrigatória a quem busque através da ótica espirita desvendar o mundo atual.


Paulo Cesar Fernandes

31  07  1986


Nota:

O Departamento de Mocidades da União das Sociedades Espíritas (DM-USE) nos tempos militares tinha um idoso militar, ou de mentalidade militar a geri-lo. O grande medo do movimento espirita era o retorno do pessoal do MUE. Mesmo em Santos os caciques do movimento espirita deploravam o MUE. Já sem interesse na militância dentro do movimento espirita. Nossa Mocidade nunca teve acesso aos documentos do MUE. Hoje eu penso que os donos do centro na época eliminavam caso chegasse algum documento desse pessoal.

Adalberto em visita a Santos

Em visita a Santos Adalberto Paranhos veio ter na mocidade em que eu participava. Tivemos uma noite de discussão que foi ao inicio da madrugada. Embora concordasse com ele em muitos aspectos, sua ortodoxia me aborreceu demais. Quem mais debateu com ele foi o Carlos. Eu fazia intervenções esporádicas. Ao fim da discussão um questionamento ficou presente: Por que tanto medo as pessoas tinham de um pensador tão igual a nós? Tão humanista.

Renovação no DM da USE

Foi necessária a união da cidade de São Paulo, da Baixada Santista , Osasco numa costura libertadora para termos um jovem no comando do Departamento de Mocidade, nosso departamento afinal.. Esse senhor foi um grande atraso no desenvolvimento mental dos jovens espíritas daquela época.
A cidade de São Paulo tinha algumas Uniões distritais avançadas. Osasco era um ponto avançado, Lins me parece avancava, e a Baixada Santista compunha esse núcleo renovador.

 

***

Este documento:

No momento de escritura deste texto ainda vigia a Guerra Fria, claro a se processar sempre nos países periféricos, na época América Central, tal como hoje ocorre no Oriente Médio. Sempre sem deixar em paz nossa HispanoAmerica.
Era possivel, à época pensar a divisão entre espiritualistas e materialistas como uma divisão distinta e diferenciada da divisão de classes proposta por Marx.
Hoje, na Modernidade Avancada, todas as divisões se apresentam, e plenas de veracidade. A Globalização deu status de realidade a todas as classificações possíveis. E isso me parece um elemento positivo de nosso tempo. A abertura à multiplicidade.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Reflexãio 09 11 2012 - Peripécias

Peripécias


Que faço nesta vida despojada de privilégios e balda de anseios?


Vivo!


Todos vivemos existencialmente e somos os diretores no roteiro de nossas vidas.


O filme mais pleno de emoções e aventuras, algo jamais imaginado por ficcionista qualquer.


Nós o dirigimos. Com mais ou menos emoção.
Cenas de ódio, outras de amor. E sexo mais que explícito. Vitalizante!


Vamos escrevendo a cada dia novo capítulo, sendo capazes de dar-lhe novo rumo no ato da escritura.
Não tem prá ninguém: Walter Salles Jr; Win Wenders; Martin Scorcese; ou qualquer outro grande guionista.


Não, nadadisso! É conosco a coisa e apenas conosco.


Encruzilhadas as encontramos, e muitas a cada dia. Mas com picardia fazemos nosso rumo.


Qual mestres do futebol damos chapéus às dificuldades e, como dizia meu amigo Décio de Faria Lima: "Matamos a bola no peito e seguimos jogando."


Pois este é o prazer. As peripécias. As diificuldades.


São o grande prazer do viver.



Paulo Cesar Fernandes

09  11  2012

Reflexão 09 11 2012 - Foco

Foco

Focar meu caminho. Um caminho solitário. Capaz de ser solidário aos meus companheiros mais próximos, ou mesmo os distantes.


Fazer a cada dia, uma análise de si mesmo, considerando os avanços e os pontos a avançar, é uma atividade pouco
desenvolvida entre as pessoas.


Até porque não estabeleceram metas de progresso para si.


Vivem ao largo disso. Isso não compõe sua existência.


Em todas as vertentes de pensamento, a força do cotidiano sufoca a preocupação com um processo mais amplo de evolução. Seja ela intelectual; ética; ou o mais importante: a evolução da afetividade.


Quando evoluimos na afetividade não perdoamos; é desnecessário, pois as pessoas e as coisas não nos ferem. E não é um processo de inocência, mas um processo de saber do mal na outra pessoa, e não se deixar nele envolver.


Como as balas dirigidas a D. Pedro Casaldáliga, sempre passaram ao seu largo, assim será o mal a nós dirigidos quando tivermos vencido realmente, e galgado um padrão de afetividade superior.


E isso nada tem a ver com religião, não religião, essas divisões que os homens se impoe na perspectiva sectária da vida.


Amesquinhante mesmo.


Tem a ver com minha relação comigo. Algo solitário e belo. Minha decisão existencial. Projeto de min'alma em sua trajetória. Um encontro íntimo comigo mesmo, com meus objetivos e minhas metas.


Qual é a minha?  -  Me perguntar em determinado momento.


Dono da resposta. Tomada a decisão. Seguir na incessante busca de ser honesto consigo mesmo. Podemos enganar aos outros o tempo todo. Mas não ao nosso espelho.


Aquele que tem metas, e as abandona acaba perdendo a sua vida. No sentido de perder o tempo capaz de ser utilmente usado na consecução de seu projeto de vida. É importante que todos tenhamos Vida.

E tenhamos Vida cooperando com nossos semelhantes em sua Libertação. Material e Espiritual.

Apenas Homens Livres são competentes para encontrar os caminhos da Felicidade.



Paulo Cesar Fernandes

09  11  2012

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Reflexão 07 11 2012 - Movimento Espirita versus Espiritualidade

"O que pretendemos, então?
 Certamente não é engrossar propostas ideológicas, demagógicas e irrealísticas. Mas, queremos a valorização do homem, da mulher, 
da pessoa humana, em todos os sentidos: físicos, educacionais, espirituais, humanos, sociais, tantos quantos sejam os nomes, os 
ramos, as direções que queira ou possam dar às necessidades integradoras, totalizadoras do ser humano.

 Não será isso possível sem o saneamento econômico. Sem a disseminação dos recursos sanitários, educação livre e aberta, do salário justo, da distribuição da riqueza; sem a preservação do meio ambiente, da saúde do corpo e do espírito. Sem o amor, sem a paixão.

 Pretender separar, dicotomizar a questão, é cair na cilada da “salvação”, meta egoísta que olha narcisisticamente para si mesmo e pouco se importa com os outros.

 A vocação do Espiritismo é social. Não a de se tomar a religião dominante, de todos, com poder temporal e espiritual. Mas a de se 
misturar nos conflitos da vida, apontando uma saída."

Fonte: Abertura - Jornal de Cultura Espírita, ano I, nº 3 – Licespe, Santos-SP.
Os intertítulos, no lugar de algarismos romanos, foram acrescentados pelo Pense.

Jaci Regis (1932-2010), psicólogo, jornalista, economista e escritor espírita, foi fundador e presidente do Instituto Cultural Kardecista de Santos (ICKS), idealizador do Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita (SBPE), fundador e editor do jornal de cultura espírita “Abertura” e autor dos livros “Amor, Casamento & Família”, “Comportamento Espírita”, “Uma Nova Visão do Homem e do
Mundo”, “A Delicada Questão do Sexo e do Amor”, “Novo Pensar - Deus, Homem e Mundo”, dentre outros.

«««««

Concordo em tudo e por tudo com o Jací Regis, apenas acho que o Espiritismo que ele ve não é o mesmo que eu vivenciei.


Ponto discordante: O espiritismo não é social como preconiza Jaci. E o Movimento Espirita é a prova pungente disso. Excludente e preconceituoso.


Mas nada realmente resolve questões sociais. Absolutamente nada.
Os próprios sociólogos se embrulham em suas propostas.

Ninguém passa a ser bom por ter entrado num Centro Espirita de qualquer tendência. Há de cuidar, e muito, dos fariseus espíritas: "sepulcros caiados por fora...".


Quem é bom já era bom. O ruim já era ruim. Pois a familia o fez assim.


O Espiritismo, e o movimento espirita não mudam ninguém, são incompetentes para isso.

Heresia? Nada disso: realidade. Basta ter coragem para olhar de frente "nossos" defeitos. Vou me incluir, embora esteja fora disso.


E não liberta ninguém. Só se ve livre quem abandona o movimento espirita, e procura seu caminho de forma autônoma. E muitos são o que estão nesse caminho. Lembre a Mocidade Espírita de sua época se vocee tiver mais idade. Onde estão seus companheiros?


É muito duro dizer isto, mas muito real, pois fruto de vivência de 10 anos de dor, de sofrimento dentro do movimento espirita.
Até que.... às favas toda essa gente que manda aqui. Me voy...



Estou de fora mas peleando. Lutando! Expondo posições. E tendo posições contundentes mas reais. Num combate aberto, limpo, digno, ético. Ponho a cara a bater. Com relação ao Movimento Espiritoa tudo que tinha que perder já perdi.


Sem deixar minha certeza na imortalidade do espirito, segui meu rumo desconectado dessa gente. Apesar de seguir amando as
pessoas, as estruturas não mais me interessam.


São constringentes e mediocrizantes, há que ter pensamento único.

Como os governos de partido único. Foi o que vivenciei.

Cheguei à conclusão de ser "persona non grata" por pensar diferente. E percebi que todas as portas de difusão do meu pensar eram sempre fechadas. Isso é ditadura de partido único.

Não me mandaram para a Sibéria, mas me empurraram para a rua. E a Carvalho de Mendonça é um belo recanto de minha cidade, não posso negar. Não me fizeram um mal, mas um bem ao fim e ao cabo só lhes posso ter afeto e gratidão. Verdadeiramente.


A partir disso venho propondo a questão da Espiritualidade como possibilidade apenas. Proposta existencial.
Sabedor que sou da verdadeira disputa entre Materialidade e Espiritualidade o que fiz?


Estabeleci um conceito de materialidade. Talvez ainda incompleto, temporário como tudo em construção.


Materialidade é tudo aquilo que nos ata à matéria, e nos faz prisioneiros de valores não humanísticos. Reféns e escravos do corpo e das ilusões; um estar no mundo sem sentido mais amplo para esse nosso tempo por aqui chamado vida.

Usualmente uso Vida diferenciando de vida.


A vida é inconsciente e apática, destituida de Razão, é um deixar-se ir. O humano destituido de valor e tudo aquilo prenhe de
fugacidade festejado e instituido como a realidade mais importante da existência.


Espiritualidade por seu lado festeja a Vida.

Esta Vida que; por sua dinâmica; sua racionalidade profunda; sua capacidade de mobilizar as energias do Homem no sentido das
ciências e das artes, de tudo capaz de abstrair o Homem da materialidade mesquinha, humanizando-o.


Isto tudo, sem negar o real sentido do corpo, e de seu uso para o prazer, prazer sim: hedonisticamente falando.


É esse uso consciente do corpo o propulsor da criatividade. Fica posta aqui uma questão:


O prazer liberta o Homem, ou a Liberdade Plena traz prazeres mais profundos ao Homem?


Esse conjunto de coisas nos promove/instiga a criatividade.
E quem cria é feliz. Indubitavelmente.

Aqui e agora, me vem a felicidade pela criação deste texto.


Criar estimula a Vida, essa Vida tão importante a todos nós, pois é ela, motriz de nossa capacidade de amar nossos semelhantes.


Capaz de nos trazer a sã alegria ao coração. Alegria esparzida ao nosso redor de forma natural. Sem a menor afetação.


Pois ela nos habita. Não somos nós os possuidores da alegria. A Alegria é quem se adueña (se torna dona) de nõs.


E somos na vida apenas a sua representação. Mas isto sem perder em nada nossa individualidade.


É a Espiritualidade a raiz da Felicidade. Se processando em etapas:

1) Liberdade Plena;   (Conquista dificil e necessária.

2) Nascimento da Criatividade (artes; ciências; filosofia; música;
etc. (Quem cria é mais feliz.

3) Felicidade.     (Sentimento de plenitude, inteireza e integração mais ampla com a Natureza e a Humanidade.


Pode não estar tudo aqui, e não está; mas este é um pequeno roteiro, capaz de receber atenção daqueles de mente aberta, dispostos a dar uma nova rota à sua vida. Rota esta cuja meta final é a FELICIDADE. E escrevo intencionalmente em CAIXA ALTA.


Pois não conheço ninguém neste mundão velho, capaz de negar esta busca.


Este texto possa ser de alguma forma útil a alguém. Possa tocar ao mesmo tempo a Emoção e a Razão. Não seja diretriz, mas apenas motivo de reflexão.


Carinho a todos!


Paulo Cesar Fernandes

07  11  2012

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Reflexão 05 11 2012 - Familia: base da autonomia

Que temos na vida de valor?


As pessoas amadas, importantes para nós. Dignas de nossos cuidados.


Em primeiro temos nossos familiares; em seguida nossos amigos e companheiros de lutas, estejam eles próximos ou distantes geográficamente. Estejam eles vivos ou já tenham partido para a imaterialidade.


Os queremos todos bem. Com saúde física e psiquica. E sempre com o coração transbordante de alegria, de amor, de felicidade. Lembrar ser alegria diferente de felicidade. "Ele está meio alegre" se referindo a meio alcoolizado. Temos sim distinção. A alegria verte do ser, contagiando todos ao redor, é uma onda mesmo.


E não ficamos bem quando algum dos valiosos seres de nossa vida apresenta alguma dificuldade. Se verdadeiramente amamos, o melhor a fazer é nos fazermos solidários compartilhando a dor.


Não a ponto de deixar de viver, pois seria entrar em desequilíbrio.


Mas mobilizando o que de melhor tenhamos em sua direção. Nosso tempo, nossa atenção, nossas palavras amigas, nossa mais sincera dedicação.


Solidariedade faz parte da natureza, da Lei Natural que comanda nossos destinos. E digo mais: é algo presente em várias espécies inclusive.


No Reino Hominal isto pode chegar a pontos muito altos, basta nos despojarmos de todas as coisas trazidas pelo egoísmo, pela vaidade e pelo orgulho. Valores supremos da Sociedade Capitalista na qual vivemos.


Somos seres formados e forjados para o amor. Tudo diferente disto fere a Lei Natural, diretora dos nossos destinos.


Qual não é nossa alegria, e nossa gratidão à vida, quando sabemos da recuperação de alguém importante para nós:

. se libertando de uma doença;

. se saindo bem de uma intervenção cirúrgica;

. vencendo um quadro de depressão tão presente nos nossos tempos;

. ou se vendo livre de uma contenda juridica, a lhe tirar o sono por meses.


A dor do nosso semelhante nos abala, nos sensibiliza.

É da Vida. É do nosso senso de Humanidade.

Quem assim não sente perdeu algo pelo caminho.


Dizendo de outra forma, se apoderou de valores não humanizantes, como valores de exclusão: seja por motivo de raça; de condição social; de ideologia diversa; opção sexual ou opção existencial distinta.

Perderam a sensibilidade, e quem perde a sensibilidade perde as rédeas da própria vida, pois fica refém da necessidade de esrcravizar os outros, nas diversas formas de escravização abertas em nossa sociedade atual. São escravos também.


Lembro aqui a "Dialética do Amo e do Escravo", tão bem elaborada por Hegel para explicar, a todos nós, o
surgimento da Cultura na face da terra.


Mas afinal, viver abre milhões de possibilidades, capazes de nos levar à felicidade ambicionada por habitantes de todos os quadrantes deste nosso aconchegante e conturbado planeta.


Basta, para isso, cada um pegar as rédeas do próprio destino, com destemor, e caminhar seu próprio caminho liberto das amarras de quem quer que seja. Muitos nos querem escravizar. Mas nossa sagacidade é uma característica de salvaguarda ante tais pessoas.

_ Que intenções se escondem sob esse elogio?
_ Essa atividade tem realmente valores ético dentro dela?

Devemos sempre nos perguntar. Pois lobos somos todos nós.


Se o "homem é o lobo do homem" como disse Thomas Hobbes.

Devemos nos acautelar, e ser lobo também, mas em busca de nossa defesa e autonomia. Não vender nossa autonomia. Lobos são ladinos, manhosos. Mas lobos são também sagazes, a ponto de perceber a maldade subjacente no coração do outro. A autodefesa mantém e garante a nossa autonomia. Assim:


Ser autônomo!


Ser livre!


Mas ser Solidário ao limite. Lembrando sempre que "a caridade bem ordenada começa dentro de casa" como sempre afirmava Milton meu conhado.


É o seio da familia o nosso primeiro ninho de amor.


Paulo Cesar Fernandes

31  10  2012

domingo, 4 de novembro de 2012

Reflexão 04 11 2012 - Covardia ou ação?


"Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados."
                                                     Paulo aos Corintios 4:8


Ora, ora, ora. Se no tempo de Paulo ele falava em atribulações e perplexidade, como veria o mundo hoje diante de tantas e tão céleres alterações de nossa vida diária.


Cada dia uma novidade tecnológica. Cada dia um diferente
contexto social e econômico a nos desafiar nessa corda bamba do tempo.


Mas o tempo nos é dado, todo ele para seu bom uso. Lembro aqui o conceito dos espíritos trazidos a Kardec sobre o trabalho, como toda atividade útil desempenhada pelo espírito.

Habitualmente vemos como trabalho apenas aquele
remuneratório de nossa atividade.


Mas que dizer do voluntariado? Não é trabalho?

Das mãos que moldam o barro pelo simples prazer do deleite da
arte. Não é trabalho?

Das palavras, saidas do coração, no reconforto de alguém passando por momento de desajuste, diante da experiência terrestre? Não é trabalho?


Todos são! Todos são! Mas o embate mais árduo é o travado no campo de batalha da competitividade. Na necessidade de superação constante de si mesmo, e de seus colegas de trabalho, muitas vezes tidos a conta de rivais. Inimigos até. O campo profissional é cadinho de lutas, e de desequilíbrio se não cuidarmos.


Temos nisto a prova de fogo de nossa real personalidade. Podemos mentir para o mundo mas o espelho é nosso grande juiz. É importante, ao mesmo tempo bonito pensar  nisto: no espelho reside a nossa consciência.


No ambiente de trabalho, para seguir trabalhando bem, temos a busca constante da mais recente publicação em nossa área de atuação. E hoje a dinâmica se acelera em todos os campos. Ainda por cima, há de cuidar quais publicações consultar, pois assim como o papel aceita tudo, a Internet é o fulcro da leviandade. Nesse aspecto, a prudência é nossa melhor companheira. Buscar orientação se for o caso, e apenas nos valer de conceitos emitidos
por grupos de seriedade inconteste.


Trabalhar, estudar e progredir. E num mundo baseado na competitividade, passar por esse processo de forma mais
correta, sem aquela "puxadinha de tapete"; sem aquelas palavras maledicentes para destruir a reputação daquele ao qual em nossos desvarios temos por nosso concorrente mais forte. Isso é coisa para poucos.


Pode ser coisa para poucos, mas devemos estar entre esses. Afinal temos dilatada a visão da vida. Derrubamos o berço como inicio, e o túmulo como final. Se isso não nos mudar em nada. Se não nos trouxer nenhuma diferença. Somos tal qual os fariseus da época de Jesus: "sepulcros caiados por fora, e cheios de podridão por dentro".


Esta visão dilatada joga fora a angústia, nos alivia desse mal. Sabemos da Lei Natural, e a ela vamos buscando nos ajustar mais e mais. E mais nos ajustemos, mais fácil fica nossa existência.
Mais leve nossa caminhada.


As atribulações seguem da mesma maneira. Pois mesmo nós a negando, a competição está no seio de nossa sociedade e de todas as instituições. Quem não quer competir é alijado das instituições. É alijado do emprego. Pois o jogo é o do egoísmo mais feroz, do personalismo mais baixo.

Mas conheço pessoas que não se vendem e não se rendem a isso.


São raros mas valiosos. Sabem quem são, sabem de sua busca e do seu objetivo ao encarnar. Usam a vida e vivem sob a égide da alegria e do bom ânimo.

Admiro muito essas pessoas, pois mesmo diante de tribulações físicas e morais, conseguem se ver inteiras e de bem com a vida.

São poucos os que conheço assim, mas são esses os meus faróis, estando eles encarnados ou desencarnados. Pois, dos desencarnados, recebemos os exemplos da vida que tiveram, através de suas biografias, e podemos receber alguma intuição capaz de nos beneficiar, caso alguma "marolinha" ameaçe nosso barco.

Confiantes e esperançosos, não há angústia que nos derrube!

Eu repito para que meu amigo leitor grave bem o conceito: não há angústia que nos derrube!

Estaremos no domínio da situação, melhor dizendo, de todas as situações.

Sem religião. Sem Deus. Sem instituições traiçoeiras. Sem competição.


Dotados:

. da simplicidade, sem ingenuidade;

. do mais sincero afeto por nossos semelhantes, a iniciar por nossa
família consanguinea;

. de nossa verdadeira compreensão da sociedade na qual estamos atuando/mergulhados;

. da capacidade de se fazer sobrepor a todos os limitantes e constringentes.


Seguir adiante, carregando a certeza de estar fazendo o melhor ao nosso alcançe para transformar este mundo de egoísmo feito; num espaço mais humano e mais habitável, para nossa geração e para todas as gerações vindouras, desde o país mais rico ao mais miserável sejam dadas as mesmas condições de vida e dignidade humana.


Cada um de nós tem sua parte a fazer, sua função a desempenhar.

Pequenos ou grandes todos estamos chamados à ação da melhoria do planeta. E o tempo é já!

Fugir da luta é covardia vil!


Paulo Cesar Fernandes

04  11  2012