quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Evocações

Evocações


Acabo de assistir, para registro, ao programa "Encuentro en el Estudio" do Canal Encuentro da TV Argentina. HERMOSO!


Esse terceiro programa, da Primeira Temporada, tem como convidada Liliana Herrero. Uma mulher que, pela doçura, me lembra Mercedes Sosa, e em alguns momentos sua forma de cantar também.

Digno de nota é o seguinte:

Ao fim do programa, Lalo Mir, apresentador e condutor pergunta:


Lalo_ Alguma noite, na beira do rio, já pensastes o que vai ocorrer com a música no futuro (más allá del tiempo)?


Liliana_ ... temos vozes que nos estão inspirando, que estão atrás no tempo, e adiante nos estão esperando: Gardel nos está esperando; Garcia nos está esperando; Espineta nos está esperando; Atahualpa Yupanqui nos está esperando; isso eu creio, isso eu creio, de verdade.  Me emocionei! Olha que tonta!


Lalo_ Eu também!


Se abraçam fortemente! Há um clima de emoção no estúdio. E admito, em minha casa.


Nota: Todos os nomes por Liliana citados eram de artistas já desencarnados.


O que ocorreu em minha leitura deste fato?

Como venho lendo sistemáticamente o "Livro dos Médiuns" de Allan Kardec e "Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita" do mesmo Kardec, tomo o fato ocorrido no programa televisivo como um momento de Evocação de todos aqueles espíritos. Os dois livros tratam, em algum momento, da questão da Evocação dos espiritos, e esta se pode dar através do pensamento apenas, ou através da enunciação de seus nomes. Isso mais na tiptologia, mas podemos ampliar para vinculos entre seres pensantes e sensíveis. E a arte é para seres sensíveis.


É evidente. Alguns, capazes de ali estar, não deixaram de se aproximar, e a sensibilidade das pessoas no estúdio os captou.


Mesmo nós. Com todas as limitações ainda presentes, podemos, num momento ou outro, ter entre nós nossos familiares amados, e espiritos de similaridade de tendências. no meu caso espíritos ligados ao conhecimento, ao socialismo, à arte, tendo como principal dentre elas a música mesmo.


Não me parece descabido, pensar na descoberta desses programas como intuíção recebida. Afinal, vivo voltado para minha familia, a música, a filosofia, e agora aos amigos de diversos paises de minha HispanoAmérica tão amada. Que Espíritos Hispanicos se aproximen de meu Lar, nada de mais vejo nisto, na medida em que abro minha casa intencionalmente a espíritos dessas áreas de atuação.


São bemvindos, incentivados a trazer outros espiritos também benevolentes para compor o nosso grupo. Não os vejo, mas desfruto de um momento muito especial, ao final de cada tarde desde o inicio de 2012.


Tudo teve inico com a doença e desencarne de meu cunhado em 2011. Esse hábito de parar para meditar, vincular o pensamente mais acima da materialidade reinante. Etapas foram vencidas. Esquecimento de pontos desagradáveis do passado. Isso ocorreu em 2012, ano focal de ordenamento dessa forma de viver.


Em tudo Livre, e em tudo cauteloso.


Coisa jamais ocorrida em minha vida. Uma nova etapa se iniciou e a tenho em alta conta. Cultivo as lembranças positivas do passado como passado; tal e qual os amores do passado. Lá estão e lá devem ficar. Nada mais a ver com o presente.


Agora é outro momento e estar aberto ao novo, ao belo capaz de eclodir é uma perspectiva luminosa.


Sensível de ver: meu Lar como Oficina de Planejamento de atividades, desde que atividades benevolentes.


Peço apenas a presença de espíritos benevolentes das distintas áreas. Sem restrições e preocupações com relação à sua forma de pensar: católica de todas vertentes; umbandistas como a minha negra amiga de séculos; espíritas de todos os matizes, etc.


Imponho aos convidados apenas dois pontos: Sinceridade de propósitos; estar fortemente voltados para o Bem Maior, o bem de toda a humanidade (ou a um número maior de pessoas, como propunha Kant, segundo LucFerry). Disso cuidam os amigos que creio ao meu redor. O bem estar de cada momento desses me leva a crer em seu trabalho.


Não evoco nominalmente a nenhum, mas minhas leituras são elementos indutores de algo. Professores e aprendizes como eu, podem circular livremente neste Lar aberto a isso.


E não há perigo, pois onde se estabelece o Bem,
um espaço energético se cria, e a defesa aí está.


Estou com Kardec, quando propunha pequenos e múltiplos pontos de luz espalhados por todas as cidades. Busco deste Lar fazer uma dessa pequenas luzinhas.


O que vejo de enriquecedor nisso é a multiplicidade de formas de construção mental capazes de se estabelecer. Diversas ideologias não em conflito, porém em complementaridade, e acima de tudo nada de competitividade. Algo de um passado a esquecer. Síntese do pensamento capitalista neoliberal, infelicitante de milhões e milhões de criaturas, famílias e países ao longo do mundo.


A libertação das instituições é o primeiro passo para um Espiritismo Libertário, e quem sabe mais produtivo, pois livre das amarras dos regramentos institucionais. A parte chata da burocracia das instituições.


Faço votos, que iniciativas como a minha, possam se reproduzir ao longo do país, pois a muito ajudaria em cidades como São Paulo, incapazes de permitir ao cidadão um planejamento de vida, onde os horários possam ser cumpridos à risca. Por vezes chegar ao Centro Espírita é um tormento. Morando no Jaguaré frequentei o "Obreiros do Senhor"  em Osasco, nem sempre foi simples chegar. Aliás, foi nessa casa que desenvolvi a psicofonia e a psicografia. No COEM.


Fica aqui como sugestão, para espíritos capazes de se desvencilhar de verdades ortodoxas dos Tempos Sólidos (Bauman), se adaptando a um outro tempo, nem melhor nem pior, apenas diferente, exigindo novos parâmetros no nosso dia a dia.


Como sempre digo, não creio em verdades, dessa forma lanço idéias. Apenas idéias. Pequenas sementes a cair nos mais diferentes terrenos.


Serei mais feliz ainda se alguma semente frutificar. Pois "O semeador sae a semear. A colheita será dos que lhe virão atrás."


Eu passo! Até porque tenho pouco tempo pela frente. E devo bem usá-lo. Corajosamente criativo.


Modestidade aqui, seria de imensa falsidade.

Eu chuto a modestidade bem prá longe.

Prefiro jogar limpo, como sempre fiz. Dizendo minhas idéias, sem papas na língua, e acatando a aceitação ou rejeição das mesmas.

Nunca fiz por agradar a ninguém. Os elogios sempre saíram da mesma forma que as críticas, sinceros. Tenho apenas compromisso com minha consciência. Nada. Nada mais mesmo.

Aguardo o silêncio costumeiro!

Paulo Cesar Fernandes

22  02  2013