Se pode uma coisa dessas
SI PUO’
[Giorgio Gaber e Sandro Luporini
Espetáculo: Libertà obbligatoria]
Si può, siamo liberi come l'aria, si può,
si può, siamo noi che facciam la storia, si può.
Si può, io mi vesto come mi pare,
si può, sono libero di creare,
si può, son padrone del mio destino,
si può, posso mettermi un orecchino, si può.
Basta uno spunto qualunque e la nostra fantasia non ha confini,
basta un pennello e un colore e noi siamo pronti
a perpetuare la creatività dei popoli latini.
Si può, contestare e parlare male,
si può, migliorare il telegiornale,
si può, fare critiche dall'esterno,
si può, sputtanare tutto il governo, si può.
Si può, occuparsi di spiritismo,
si può, far dibattiti sull’orgasmo,
si può, far politica alternativa,
si può, siamo pieni di iniziativa, si può.
Siamo sicuri che abbiamo in comune la certezza del nemico,
siamo sicuri che c’è ma il più rosso e più nuovo dei partiti
non si sa perché diventa rosso antico.
Si può, siamo liberi come l'aria,
si può, siamo noi che facciam la storia, si può,
libertà, libertà, libertà, libertà obbligatoria.
Sono liberato, sono davvero più leggero,
sono infedele, sono matto, posso far tutto.
Viene la paura di una vertigine totale,
viene la voglia un po' anormale di inventare una morale,
utopia, utopia, utopia-pia-pia.
Si può, fare i giovani a sessant'anni,
si può, regalare i blue-jeans ai nonni,
si può, star seduti come un indiano,
si può, divertirsi con il digiuno, si può.
E dopo tante battaglie volendo puoi anche farti uno spinello,
il libanese è il migliore e tra poco dovrebbe cominciare
la pubblicità in un nuovo carosello.
Si può, inventarsi il protagonista,
si può, rinforzarsi dall’analista,
si può, occuparsi dell’individuo,
si può, farsi ognuno la propria radio, si può.
Si può, con la nostra cultura dietro,
si può, rinnovare tutto il teatro,
si può, dare al mondo un messaggio giusto,
si può, al livello di Gesù Cristo, si può.
Basta una bella canzone e la tua rivoluzione va da sola,
basta che ognuno si esprima e poi non importa
se si chiama la rivoluzione della Coca-Cola
Si può, siamo liberi come l'aria,
si può, siamo noi che facciam la storia, si può,
libertà, libertà, libertà, libertà obbligatoria.
parlato: Ma come? Con tutte le libertà che avete, volete anche la libertà di cambiare?
Utopia, utopia, utopia-pia-pia.
Libertà, libertà, libertà, libertà,
libertà, libertà, libertà, libertà,
libertà, libertà, libertà, libertà...
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Ontem, ouvindo esta canção me vieram duas coisas em mente quando Gaber fala de "Si può, occuparsi di spiritismo,":
1. Giorgio Gaber hoje, liberto do corpo e tendo recebido ajuda de amigos espirituais, não mais acha que ocupar-se de espiritismo seja uma inutilidade como as demais coisas em questão.
2. A sua critica ao espiritismo é justa, na medida em que se refere ao CatoEspiritismo presente no mundo. O próprio Kardec se valeu de "São Luis" e sempre chamado de São Luis ao longo da Revista Espírita. Em suas mensagens ele se assina tão somente Luis, mas Kardec apenas se refere como São Luis. Que na verdade é o grande ajudante de Kardec no que diz respeito à elucidação das mensagens recebidas na/pela Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.
Temos, ainda hoje, infelizmente, no Brasil e no mundo o CatoEspiritismo.
Posso falar apenas do que conheci: um Centro Espírita em Cuiabá onde o fato de ir de chinelo, mesmo usando calças causou estranhamento por parte das pessoas. Era uma igreja perfeita, fui uma vez apenas.
Em Osasco no Obreiros do Senhor onde fiz o COEM e desenvolvi a mediunidade.
Em Santos quatro ou cinco centros que conheço. Absolutamente todos são CatoEspíritas nas mensagens transmitidas.
Já leu Emmanuel? Em muitas obras de mensagem eu vejo um padre no púlpito a nos acusar a todos como pecadores.
Absurdo. Absurdo total.
É necessário que o espiritismo seja libertador dos espíritos. Sem o qual o progresso não se dará, e seguirá sendo um apaziguador de almas em desespero, o que não é pouco, embora não o suficiente.
O materialismo da "Era do Indivíduo", só poderá ter um forte combatente num espiritismo dinâmico e veraz. Superador das veleidades pessoas e portador de uma mensagem capaz de encarar tanto a ciência como o egoísmo de nossa era sem subterfúgios e sem temor.
Intimorato é a palavra. Sem medo das propostas revolucionárias solicitadas pelo nosso tempo. Fora disso é mais uma inútil religião.
Longe de minha concepção a busca de adeptos. Essa é uma batalha entre as religiões. O nosso foco é o espírito e o seu progresso, sua evolução. Estes espíritos chegarão pela força renovadora e propositiva das ideias que sejamos competentes em oferecer. Com zero de religiosidade.
A nossa tarefa no presente momento é a renovação conceitual interna. Cortar na carne o persistente catolicismo das práticas habituais das casas espíritas.
É horrível ouvir as mesmas coisas por 30 anos a fio. Mesmiçe. Mesmiçe e mais mesmiçe. Muitos espíritos não se prestam a isso. Ao nosso redor saltam coisas muito mais ricas culturalmente. Entre mais do mesmo e o novo um espírito curioso não vacila.
Não foram os mornos que mudaram o mundo. Os mornos que Jací tanto criticava jamais se engajarão nessa tarefa do presente momento (renovação conceitual). Se posicionarão contrariamente e cuidando de manter sua influência na casa espírita da qual são donos. Mudar significa perder algo. Sair da zona de conforto.
Para a renovação conceitual não basta espiritas cultos como muitos o são. Necessitamos de espíritos ousados, capazes de penetras pelas veredas do novo sem medo de ferir suscetibilidades, ou de receber críticas. Espíritos enchendo de formigas as zonas de conforto diversas, encontradas em todos os recantos do Movimento Espirita de todas as vertentes. Todas as vertentes estão velhas e inadaptadas aos tempos atuais.
Quando todos estiverem incomodados, estaremos na primeira etapa; para mais adiante enfrentar o mundo atual, com algo de novo e concreto a oferecer.
Até lá, a razão está toda na crítica de Giorgio Gaber.
Paulo Cesar Fernandes
28 02 2014
