sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Sou um camarada intolerante

Tive que deixar de participar de uma reunião pública de terça-feira, no CEAK (Centro Espírita Allan Kardec - Santos onde participo já lá se vão 50 anos).

Uma reunião que eu muito gostava, mas minha opinião era tolhida. Era dito em/ao público que eu falava para aparecer, evidentemente dito de maneira geral, mas não sou burro e sabia que me visava. Sempre dito de outra forma, mas toda semana dito. Que eu falava demais, dito em tom de brincadeira mas reiteradas vezes em algumas reuniões.

Durante alguns meses eu voltava para casa da reunião passando mal. Em casa, uma leitura qualquer punha por terra tal sensação.

Foi dura a decisão de abandonar a reunião. Difícil pois acreditava poder ser algo útil, e essa oportunidade me foi tirada, uma vez que toda semana sabia que teria pela frente um aborrecimento.

Mas o que me trouxe a comentar isso, além da denúncia, é destacar a minha intolerância, um defeito que desaprovo no povo judeu, intolerante e invasor dos territórios dos palestinos, eu mesmo ser portador dessa mesma intolerância como posso criticar o povo judeu.

Claro que as instâncias são bem diferentes, mas em ambos os casos a mesma intolerância presente. Mesma raiz de sentimento infelizmente.

É sempre dificil descobrir aspectos escuros de nossa personalidade, mas humanos somos todos não devemos teme-los ou esconde-los. Somos aprendizes.

Retomando a questão.

Doeu muito, e levei meses até tomar a decisão de abandonar a reunião, que participava já por muitos anos, onde fazia um tripé com dois companheiros que me davam muita alegria, ensinamento e acolhimento.

Mas, quem sabe, todos esses fatos não foram apenas gatilhos, capazes de disparar o processo de estudar um pouco mais da obra de Carl Gustav Jung. No momento, meu estudo está focado no livro "A natureza da psique". Atividade de leitura que desenvolvo exatamente nas terça-feiras das 19:30 até as 21:00h, o tempo anteriormente dedicado à supracitada reunião.

Ao fim e ao cabo, não há tempo inútil quando um bom livro ocupa nossas mãos; e por outro lado não há instituição perfeita, uma vez que composta por nós, espíritos imperfeitos.



Postado em 02/12/2011