quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

20150128 Nós, a humanidade e o momento histórico

Nós, a humanidade e o momento histórico


A Terra se desloca silenciosa no espaço sideral.


Carrega em seu caminhar bilhões de seres, cada qual com suas convicções; formas de pensar; suas crenças e ilusões.


Terão uma visão materialista da existência?


Estarão totalmente ludibriados quanto a uma possível subjetividade, metafísica ou espiritualidade?


Refletirão? Ou permitirão à vida os levar de roldão, qual as pedras rolando nos caminhos?


Assisto a um show de Rock and Roll, e as questões me batem na face, ao ver a multidão. Massa popular idolatrando Johnny
Hallyday.


1998  -  Johnny Hallyday  -  Alume le Feu  -  Stade de France

Lembrando a esperança de outro francês; Allan Kardec, quanto à expansão do espiritismo, chego a duvidar de tal proposta.


Certamente não ocorrerá como ele propõe na Revista Espírita de 1861, no mês de dezembro. Mas algo pode acontecer. Uma nova
forma de semeadura de ideias se abriu com a chegada dos aparatos tecnológicos. Assim, a propagação não se dará pela criação de diversos pequenos grupos em cada cidade, vinculados a um grupo maior e assim adiante.


Abaixo as velhas formas de organização. A nossa vida se aglutina em redes, e ligações virtuais. Perenes ou temporárias mas presentes.


As nossas ideias, individuais e coletivas formam um caldeirão cultural capaz de levar adiante uma onda, capaz de derrubar o
materialismo predominante na "Sociedade de Consumidores" tão claramente definida por Zygmunt Bauman em seus trabalhos
diversos.


Não mais somos fracos ao portarmos uma ideia. E somos todos portadores de mais de uma: imortalidade; evolução; socialismo;
justiça; ética; etc. Pensamos e conseguimos contribuir. Elaborar algo novo e talvez libertador dos espíritos.


Cada um de nós é um degrau na escalada de seus semelhantes. Mas só o seremos se nossos atos forem a formalização concreta de
cada uma de nossas palavras.


Caso assim não ocorra não prejudicaremos ninguém. Estaremos apenas deixando de lado a oportunidade de nos somar a Allan
Kardec, na propagação das ideias mais revolucionárias e libertadoras já vistas na face da terra.


Somos cocriadores. Não de Deus, pois isso é pura crença; mas cocriadores do Professor Allan Kardec. Trabalhador incansável de
uma causa: o avanço da humanidade para patamares mais amplos da ética e do relacionamento entre os povos.


Contribuir nessa obra, pequena seja nossa contribuição, há de nos fazer sentir participes de todo um movimento de progresso da humanidade. Um processo de deslocamento de um materialismo alienante na direção de uma espiritualidade ciente de sua presença, e de seu valor para o momento histórico pelo qual atravessamos.
Momento de indecisões, pois toda transição traz em seu bojo a ausência de um norte, quando os velhos valores ruíram.


Nesse contexto de incertezas entra a contribuição cristalina de Kardec, se despojada do católico nela presente.


Essa a tarefa a nós determinada para o presente.


Paulo Cesar Fernandes

28/01/2015