segunda-feira, 3 de agosto de 2015

20150803 Somos pensamentos.

Somos pensamentos.









54 - [Dadurch überhaupt] Por este motivo em geral, que a
substância é nela mesma sujeito, como acima foi dito, todo o seu
conteúdo é sua própria reflexão sobre si. 

O subsistir ou a substância de um ser-aí é a igualdade-consigo mesmo, já que sua desigualdade consigo seria sua dissolução. Porém a igualdade-consigo-mesmo é a pura abstração; mas esta é o pensar. Quando digo: qualidade, digo a determinidade simples; por meio da qualidade, um ser-aí é diferente de um outro, ou seja, é um ser-aí; é para si mesmo ou subsiste por meio dessa simplicidade consigo mesmo. 


Mas por isso é essencialmente o pensamento.


Aqui se conceitua que o ser é pensar; aqui incide a intuição que trata de evitar o discurso - habitual e carente-de-conceito - da
identidade entre o pensar e o ser. 


Ora, uma vez que o subsistir do ser-aí é a igualdade-consigo-mesmo ou a pura abstração, ele é a abstração de si por si mesmo, ou é sua desigualdade consigo e sua dissolução - sua própria interioridade e sua retomada em si mesmo - seu vir-a-ser.


Devido a essa natureza do essente, e à medida que o essente tem tal natureza para o saber, este não é uma atividade que manipule o conteúdo como algo estranho, nem é a reflexão sobre si, partindo do conteúdo. A ciência não é um certo idealismo que se introduziu em lugar do dogmatismo da afirmação, como o dogmatismo da asseveração ou dogmatismo da certeza de si mesmo.


Mas, enquanto o saber vê seu conteúdo retornar à sua própria
interioridade, é antes sua atividade que nele está imersa, por ser tal
atividade o Si imanente do conteúdo; ela ao mesmo tempo retorna a si, pois é a pura igualdade-consigo-mesma no ser-outro. Assim, a
atividade do saber é a astúcia que, parecendo subtrair-se à atividade, vê como a determinidade e sua vida concreta constituem um agir que se dissolve e se faz um momento do todo; justamente onde acredita ocupar-se de sua própria conservação e de seu interesse particular.

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Do trecho acima concluo que a essência do Ser é o pensar. PC.

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Quando olhamos o mundo não-Eu, o mundo fora de nós em tamanha desarmonia; com forças e contra forças digladiando como nas romanas eras, nos damos conta do valor do Lar para nosso equilíbrio. Ainda mais. O valor de momentos de abstração de tudo quanto tenha aroma de materialidade; para com serenidade adentrar o universo imaterial do pensamento. Nosso universo interior, na medida em que somos pensamento e tão somente isso.


É um conceito muito forte; controverso, mas importante este: eu não penso; eu sou pensamento.


Mas você minha amiga, e meu amigo não precisam acreditar em mim. Eu já venho defendendo este conceito faz muitos meses, hoje tive a oportunidade de ler em Hegel, um pensador muito mais importante e profundo que eu dizendo a mesma coisa.


É claro que esse autor deve ter advogado essa ideia em outra obra sua, e dessa mesma obra trouxe eu essa forma de me saber pensamento. De nos saber a todos como pensamentos a ocupar corpos materiais. Perecíveis corpos.


Mas o pensamento segue vivendo. E nisto se encontra a beleza de toda a Vida.


Paulo Cesar Fernandes

03/08/2015


P.S.: Não são verdades, apenas reflexões de um homem de idade avançada, capaz de ter alcançado certa maturidade em sua compreensão das Leis Naturais.