sexta-feira, 4 de abril de 2014

20140401 Nosso tempo

Nosso tempo


Quando os conceitos nos adotam, nosso pensar segue apenas seu roteiro.


Assim é no que diz respeito ao franciscanismo, humanismo, e todos os ismos capazes de nos adotarem.


Costumeiramente pensava ser eu o adotante, e das concepções todas. Ilusão. Me vejo hoje muito mais adotado, acolhido pelas ideias. Não tenho mais a sensação de estar no controle da qualquer coisa. Tudo está aí, e eu desfruto de todas as coisas.


Me permito a liberdade de deixar alguns valores se integrarem em minha vida.


Assim mesmo. Os conceitos vem ao pé de mim, e vão ficando, ficando; e quando me dou conta, já estamos numa única formação mental. Integrados.


Uma única preocupação se apresenta nos momentos iniciais do contato: há de ser algo voltado ao Bem e à Justiça. Esta condição ausente, a rejeição é imediata.


Estas são premissas primeiras da atual busca enquanto Ser. Um Ser consciente de sua responsabilidade, relativa ao progresso individual, bem como das pessoas com as quais possa ter contato. Do progresso social, em última instância.


Uma responsabilidade não impositiva de ideias, mas propositiva tão somente; pois o importante é a capacidade individual na busca de soluções, e sempre de forma livre e autônoma.


Cada qual é dono e senhor de seu destino.


A História da Humanidade já registra séculos e séculos de almas comandadas, rebanhos cegos de saber e de percepção de sua grandiosidade. Oprimidos, oprimidos, sempre oprimidos.


Almas sempre tidas por rebanho de algum pastor; de alguma igreja; tenda de umbanda ou centro espírita. E todas as formas de religiosidade são reféns do personalismo. Do tutorialismo. Do autoritarismo.


A religião do futuro será a semente do Bem no coração do homem; disto brotando sua harmoniosa relação com as demais criaturas de todas as espécies e reinos.


Nossa incompletude será dessa forma superada. Estaremos aptos e abertos a aprender e apreender de todas as culturas, de todos os povos.


A presunção sempre fez muito mal a alguns povos; estes se tinham por civilizados e se julgavam no direito/obrigação de "civilizar" os povos "bárbaros".


Para isto se valiam de seus sacerdotes, e de seus canhões principalmente. Faço ressalva ao General Candido Rondon do Brasil, um verdadeiro missionário cujo lema era "morrer se for preciso, matar nunca". Mas a Hispano-América não teve a mesma sorte: 56 milhões de criaturas foram dizimadas pelos "civilizados" invasores.


Se superamos esta fase brutal, ainda temos outras tantas a superar.


Coisas de nosso tempo. "Verdades" e "Novos sacerdotes" sedentos em nos conduzir a seus rebanhos, sempre com dízimos de uma ordem ou de outra.


Mas, já nas revoltas estudantis de Maio de 68 na França e do mundo mesmo, algo de novo nasceu: o conceito de individualidade. Superando ele o de subjetividade trazido por Descartes e o Iluminismo.


Morre a subjetividade da Modernidade, para dar lugar à Individualidade da Pós-Modernidade.


Em recente entrevista. Perguntado quanto às suas previsões relativas ao futuro, Zygmunt Bauman afirma já conclusivamente: "Vivemos um momento de transição."


Qualquer previsão é temerária, ou falseia a realidade num momento de transição. É como estar em meio a uma borrasca em alto mar, e dizer que a náu sairá ilesa de tudo. Em momentos de transição as coisas não estão claras. Saímos de um ponto conhecido e estável, mas ainda não chegamos ao porto de destino. E não sabemos bem qual destino nos está reservado. Nosso tempo é de imprecisão.


Mesmo Bauman, um dos sociólogos mais celebrados do momento se preservou quanto ao futuro.


Nestes tempos, a grande batalha é do indivíduo consigo mesmo.


"Vitorioso é o que vence a si mesmo" dizia Gandhi com toda propriedade. Mas para tal vitória é imprescindível a busca do conhecimento dos nossos defeitos e de nossas qualidades. Ponto inicial de toda uma trajetória de aprimoramento da individualidade.


Mas somos livres e capazes de empreender tal projeto quando bem entendermos. No momento de nossa maior autoconfiança, quando nos sentirmos aptos a tanto.


Cada qual sabe de si. E ninguém tem o direito da crítica. Cuida de ti e deixa em paz teu semelhante.


Afinal, pensando bem: tudo é o resultado de um processo histórico, no qual estamos insertos como individualidades. Capazes de optar por nossa mudança a curto, médio ou longo prazo.


Mais cedo ou mais tarde nossa completude se dará. Isto é da Lei Natural.


É natural que avancemos, e sempre, e mais; pautados na ampla Liberdade.


Portal Fernandes   (Paulo Cesar Fernandes

01  04  2014

quinta-feira, 3 de abril de 2014

20140403 Não somos mais os mesmos

Fonte: pre.univesp.br

Não somos mais os mesmos

Os efeitos do tempo no corpo humano

Christiane Bueno
2/4/14

O tempo consome todas as coisas e tudo envelhece com o tempo, já dizia Aristóteles. Inclusive o organismo humano. O tempo modifica a pele, os cabelos, a fisionomia e até mesmo nossos sentidos. Tato, olfato, visão, audição e paladar também são afetados com o passar dos anos. Mas como isso acontece?


O envelhecimento é um processo complexo e a ciência ainda está longe de compreender todos os aspectos moleculares e celulares envolvidos. Estudos genéticos explicam o envelhecimento através da divisão celular (mitose) e da maneira como é feita a transmissão do código genético de uma célula a outra.


Nesse processo de divisão, há o encurtamento dos telômeros, que são as porções terminais dos cromossomos e que funcionam como uma espécie de capa para o material genético neles contido.


Acredita-se que a falta dessa proteção promoveria uma menor capacidade de renovação de células lesadas ou mortas. “Ao que parece, o envelhecimento celular envolve prejuízos nos mecanismos pelos quais células novas são geradas a partir das células precursoras”, aponta Leonam Martins, médico do Hospital Universitário Clementino Braga Filho (HUCFF) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em geriatria e gerontologia.


Outro importante mecanismo estudado para entender como envelhecemos é o das lesões moleculares por espécies reativas de oxigênio, os radicais livres. O nosso organismo produz radicais livres na respiração e na queima das células, em resposta ao contato com toxinas, como as que estão presentes em ambientes poluídos, com muita fumaça e até mesmo pela exposição à luz solar sem proteção.


Esses radicais livres, no entanto, também são tóxicos, podendo destruir ou alterar o DNA e afetar várias outras funções celulares. Apesar de o organismo ter um sistema de defesa contra os radicais livres, ele perde eficácia com o tempo e os danos celulares se tornam maiores.


Além disso, o trabalho celular produz dejetos que, ao longo do tempo, tornam-se mais numerosos do que as células podem eliminar. Entre estes dejetos está a lipofuscina, ou pigmento do envelhecimento, que liga gordura a proteínas nas células, se acumula com o tempo e pode interferir no funcionamento celular.


A lipofuscina, juntamente com os outros dejetos celulares, afeta o funcionamento da célula, levando-a lentamente à morte. Essas teorias, no entanto, ilustram apenas uma pequena parte dos efeitos do tempo no organismo, como e porque eles ocorrem. “As teorias biológicas explicam algumas características do envelhecimento, mas os múltiplos mecanismos envolvidos no processo ainda não são completamente conhecidos. Entender as causas desse processo ainda é um desafio para a ciência”, diz Ilka Nicéia D'Aquino Oliveira Teixeira, pesquisadora da área de Gerontologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).


Rugas e cabelos brancos


Alguns efeitos do tempo sobre o organismo são bem visíveis. Entre eles estão os cabelos brancos e as rugas. Produzida pelos melanócitos, é a melanina que confere cor aos cabelos (e à pele). Com o tempo, essas células sofrem uma redução progressiva de sua função, perdendo a capacidade de produzir melanina e de manter os cabelos coloridos. A capacidade de produção de melanina é determinada geneticamente, por isso algumas pessoas ficam grisalhas antes das outras, mas a redução desta capacidade se inicia geralmente entre os 35 e 45 anos.


Já as rugas são causadas devido a alterações próprias do envelhecimento e, também, pela exposição à luz ultravioleta, o chamado fotoenvelhecimento. “Dentre as alterações fisiológicas, há a redução da espessura da pele e do conteúdo de elastina e colágeno; o achatamento da zona de transição entre a epiderme e a derme; e diminuição dos lipídeos, o que faz com a pele tenha mais dificuldade em reter umidade, favorecendo o ressecamento. Como resultado do fotoenvelhecimento, há alterações patológicas na própria célula e no interstício celular. A exposição aos raios ultravioleta acentua as alterações proteicas, produzindo anormalidades na rede de fibras elásticas e reduzindo o teor de colágeno”, explica Martins. 


Mudanças sutis


Existem mudanças, porém, que não são visíveis. Os órgãos internos também apresentam alterações em sua fisiologia e em sua constituição tecidual, que envolvem aumento da quantidade de gordura, diminuição de unidades funcionais, perda de elasticidade e lentificação de seus processos fisiológicos.


O coração recebe maior carga de trabalho, devido ao enrijecimento das paredes dos vasos sanguíneos.


Também sofre perda ou hipertrofia de suas células musculares, tornando-se menos elástico. Os pulmões têm diminuição na capacidade de oxigenar o sangue, por conta de uma redução na área da superfície de troca de gases entre o sangue e o ar nos alvéolos, e menor eficiência deste processo.


Devido ao comprometimento progressivo de suas unidades funcionais, os rins têm sua massa reduzida, o que acarreta diminuição progressiva do ritmo de depuração de substâncias.


O tempo também afeta os cinco sentidos. Perdemos habilidade de focar objetos próximos; de detectar alterações no tom dos sons, assim como de ouvir sons de alta frequência. A percepção ligada ao paladar, olfato e tato é reduzida progressivamente, conforme envelhecemos.


Estilo de vida


Apesar de o tempo afetar todos os organismos naturalmente, o estilo de vida contribui muito para acelerar ou retardar seus efeitos. O efeito acumulativo do álcool, gordura saturada, cafeína, açúcar, estresse, noites maldormidas e excesso de trabalho podem agravar o envelhecimento natural.


Assim, para minimizar os efeitos do tempo sobre o organismo, é preciso investir o quanto antes em um estilo de vida mais saudável. E, para isso, não existe segredo: “é preciso ter alimentação saudável, praticar atividade física regularmente, fazer acompanhamento médico periódico para diagnóstico precoce e tratamento dos agravos à saúde, ter descanso e lazer apropriados, cultivar bons pensamentos e manter a mente estimulada, ativa e produtiva”, aconselha Martins.

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cultivar bons pensamentos e manter a mente estimulada, ativa e produtiva”, aconselha Martins



Nestes conselhos do professor nada vem de fora de nós.

Somos ou não somos os donos de nosso existir? Inclusive derrubando as barreiras do berço e do túmulo.

Bons pensamentos;

Mente estimulada;

O que estimula nossa mente?

Depende de nossas disposições interiores mais íntimas.

Depende do Bem ou do Mal agasalhados nos nossos corações.

Mente ativa e produtiva.

Aqui entra o que venho chamando de Espiritualidade, busca de atividades capazes de nos favorecer a abstração: a matemática; a sociologia como análise social, seja esta feita por nós mesmos ou por autores capazes de nos ajudar os raciocínios, não nos dizer o que pensar, mas nos fornecer elementos para livremente estabelecermos nossos conceitos sociais; semiótica, ou a linguagem dos signos, das imagens, segundo penso a linguagem dos processos mediúnicos (mas este é outro ponto); e todas as outras atividades mentais capazes de nos deslocar do materialismo vigente na sociedade em que vivemos, deslocar-nos de toda competição pelo mal que nos faz à alma.


Fomos criados e vivemos para o nosso progresso material e conceitual, mental. Tudo capaz de nos ajudar nessa trajetória é relativo à Espiritualidade tal qual penso.


Nada contra as religiões. Não creio em nenhuma e em nada. A Espiritualidade proposta por mim é muito distante de todas elas. Se apoia tão somente na liberdade do Ser, e na capacidade deste Ser definir seus caminhos e destinos.

E nesse sentido todas as concepções querem que pensemos por "suas verdades". Mas como fazer isso se não existem verdades?

A ruptura com verdades é um dos prérequisitos da Liberdade. Sem a qual ninguém pode se sentir feliz.

Saúde e Paz!

Paulo Cesar Fernandes

03 04 2014


 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

20140402 O Bem se propaga

O Bem se propaga


Fazia a barba e uma música norteamericana me veio à mente:


"I'm in heaven   (Estou no céu
 So on/in heaven"  (Tão no céu



E um pensamento brotou. O céu é mesmo um instante. Nada a ver com locais geográficos: lá embaixo no inferno, ou lá em cima no céu.


Tudo é uma questão do estado de espírito. Momento. Mais ou menos longo, mas momento.


Pode ser pessoal, individual, ou compartilhado com mais pessoas, onde um elo de harmonia cobre corações e mentes, num todo coeso e benfazejo para todos.


É muito comum entre duas pessoas sinceras que se amam. Há entre elas, um halo de confiança e admiração mútua que traz o céu até elas.


Trabalhando na Zona Sul de São Paulo, muitas vezes o horário de almoço se iniciava mais tarde em razão do trabalho.


Numa casa do bairro, onde não havia qualquer placa indicativa, um grupo de senhoras se ocupava de roupas usadas. Pareciam periquitos em seu chilrrear. A alegria daquelas almas se propagava no ar.


Uma dessas ocasiões chamei a atenção de minha amiga de trabalho.


Ela percebeu o mesmo e sorriu de minha observação.


O Bem é assim. Ele se propaga no ar e afeta a todos a ele atentos.


Quem sabe um dia, com nosso empenho, possamos ser cada um de nós, um foco emanador desse Bem, capaz de se propagar e contagiar o mundo ao seu redor.


Como as senhorinhas, daquela casa muito simples, incrustrada num bairro qualquer, na Zona Sul da Cidade de São Paulo.


Paulo Cesar Fernandes

02 04 2014