quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A admiração e o amor.

Já de algum tempo venho me perguntando se o amor, a afeição não é determinada, em grande parte, ou na totalidade pela admiração que uma pessoa nutre pela outra.

Me reportando ao Aurélio, que nos clareia dúvidas, busquei a palavra admiração. Dentre outras definições encontrei : extasiar-se diante de, experimentar sentimento de admiração em relação a.

Vimos assim, que a admiração se insere na categoria dos sentimentos. E, a meu juízo, pela observação de diversos casamentos e uniões, quando este sentimento de admiração se rompe, a própria relação corre grande perigo, ou se esvai por completo.

Se o amor tem em si o elemento da posse, que determina a decisão de duas pessoas viverem juntas. É a admiração que mantém a união, pela sua eterna possibilidade de trazer o novo.

Quando o encanto da admiração é quebrado, mesmo que o casal busque novas atividades no dia a dia, como passeios, viagens, tais atividades perdem seu sabor, pois o sentimento, e aí digo mais, os diversos sentimentos que compunham a relação, que sustentavam a união, mantendo o desejo de ter o outro e com ele conviver; todos estes sentimentos acabam se esvaziando. Se não forem todos, pelo menos uma parte significativa deles se esvai.

Daí a necessidade, de cada um dos componentes da condução do lar, buscar cada dia mais se fazer admirável, digno de admiração. E isto não deverá se dar por bravatas, ou com exotismos de qualquer espécie, tal como querer ser ginasta após certa idade, ou tantas outras atitudes ridículas adotadas como forma de se destacar no núcleo familiar.

Não. Quando digo fazer-se admirável, significa viver em consonância com os princípios positivos que sempre teve, agregando a esses princípios a força de projetos de crescimento, seja crescimento moral ou intelectual.

Quando os dois componentes responsáveis pela condução do lar adotam tal postura, cresce cada um deles, cresce e se fortalece a familia enquanto instituição, e por fim cresce a sociedade como um todo.







Cultura Universal

Certa noite, Dalmo Dallari, um jurista de projeção nacional foi convidado a participar das comemorações dos 50 anos do Centro Espírita Allan Kardec. Coube a mim a tarefa de conduzi-lo de São Paulo a Santos.

No transcurso da viagem percebi a amplitude de sua cultura, e previ o acerto da idéia de sua participação naquela atividade.

Os pensamentos de respeito a um espírito que reúna cultura e vivência ganhavam força em mim quando um amigo emite a seguinte opinião acerca da cultura :

“Estou certo que uma cultura humanista mais ampla é um dos aspectos do crescimento espiritual.”

Foi a síntese do que vinha pensando até o momento.

De imediato relacionei com outras tantas pessoas que tinhamos tido a possibilidade de convidar para participar de atividades no Allan Kardec, já nos tempos da Mocidade Espírita Estudantes da Verdade. Pessoas estas que puderam, com seu caldal cultural e seu humanismo, contribuir em muito para os componentes da casa. Entre tantos, eu citaria Waldir Cauvilla um professor de história, o deputado José Genoino falando em sua não crença na imortalidade.

Um aspecto importante a considerar é a afinidade entre pessoas e grupos que buscam nas trilhas do conhecimento suas metas de crescimento. Tais metas transcendem, muitas vezes os limites de estreitas concepções e rotulagens como católicos, espíritas, para se espraiar no prazer da descoberta compartilhada e recíproca.

Todas as afirmações acima se inserem na necessidade de cada um de nós, eu, bem como o leitor deste artigo, buscarmos uma forma de conhecimento mais amplo da cultura universal, conhecimento este que, sem sombra de dúvidas, trará grande impacto na nossa capacidade de compreender o Espiritismo. Seja entendendo seus princípios, seja contextualizando a obra de Kardec, percebendo a forte relação entre as idéias de Kardec e o ambiente cultural de seu tempo.

Todas as formas de conhecimento são válidas, porém a filosofia se coloca como a área que mais contribue para ampliar nossas possibilidades de compreensão do Espiritismo. A filosofia espírita se insere em um momento histórico definido, fruto do desenvolvimento do pensamento filosófico ocorrido até aquela data.

Cabe a cada um de nós, agora, conhecer mais, buscar aprender mais, tanto da cultura geral da humanidade, bem como do patrimônio cultural espírita, uma vez que tudo isso, contribue largamente em nosso processo evolutivo.

Paulo Cesar Fernandes