sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

20170224 Amigos

Amigos!

Tudo é recomeço.
Mas pode ser mais brando. Mais sereno.

Podemos andar mais devagar.
Caminhar descalços vendo o chão sob os pés.
Olhar a folha tenra, nascendo no pé de maracujá.
Atentar ao Bem-te-vi, no peitoril da janela.

Podemos andar mais devagar.
Ver os olhos dos amigos quando mareados de lágrimas.
Sentir em silêncio ao seu lado e ser apenas: presença.

Podemos andar mais devagar.
E sorrir ao idoso.
Se em voz alta, este diz inconveniências.

Podemos andar mais devagar.
Sonhando os velhos sonhos, mas sem a antiga angústia.
Devagar vem um novo dia e o galo um dia ainda vai cantar.
Afinal não há interruptor para o clarão do amanhã.

Podemos andar mais devagar.
Olhar tudo o que já disseram e pensaram os grandes homens.
E fazer disso bússola de uma firme orientação.

Podemos andar mais devagar.
Muitos milionários passaram por este planeta.
Mas apenas os pensadores e poetas marcaram seu nome pelos caminhos

Podemos andar mais devagar.
O afã de viver assassina os sonhos.
E sonhos sempre foram alavancas do progresso real.

Podemos andar mais devagar.
A pressa agride a vida.
E a vida mais importante são as pessoas ao nosso redor.

Devemos andar mais devagar.
Pois calmos são os passos que nos levam adiante.
Na rota segura rumo ao portal da sabedoria.

Paz  a  todos!!!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

20170222 ARQUEOLOGIA DA POÉTICA.

ARQUEOLOGIA DA POÉTICA.


Escavo a montanha de letras.
E não encontro a poesia.
Que é a Poesia afinal?
De onde vem?
Cai do céu e escorre por entre meus dedos?
É um raio de inspiração?
Ou nasce da Leitura, assim como nasce a escrita?
Assim como nasce a ficção literária?


A Poesia doi na alma.
Em sua ausência.
E ela ainda ordena: Escava mais!
E vais me encontrar.



Pulo Cesar Fernandes - 22/02/2017.


Nota: De/Para Ferreira Gullar.