sábado, 13 de julho de 2013

20130713 As fitas do ateísmo

ATENÇÃO -

Links para pessoas sem preconceitos e de mente aberta ao novo.

Se você pensa, e é capaz de repensar tudo o que já pensou no passado, estes vídeos são para seu crescimento.

Caso contrário saia da roda, isto nada tem a ver contigo.


01 Arthur Miller

http://www.youtube.com/watch?v=4r2yzqXDBLo


02 Colin McGinn

http://www.youtube.com/watch?v=t89bACB0aSs


03 Daniel Dennett

http://www.youtube.com/watch?v=Cpf1QTS6_g0


04 Denys Turner

http://www.youtube.com/watch?v=dyjOHW_Bh4Q


05 Richard Dawkins

http://www.youtube.com/watch?v=H4lax2ikffc


06 Steven Weinberg

http://www.youtube.com/watch?v=vbvWgz8iSUE



===

Paulo Cesar Fernandes

13 07 2013












sexta-feira, 12 de julho de 2013

20130712 Dúvida e evolução

"Recebestes o Espírito Santo quando crestes?"
Atos 19:2



A Evolução e o Progresso nunca vieram da crença, mas da dúvida tão somente. É a dúvida o motor das civilizações. Ela desenvolve a curiosidade, o senso de busca, de pesquisa.


Não houvesse a dúvida estaríamos nos primórdios civilizatórios ainda.


Um objeto banal. Como um aparelho de barba. Antes dele tinha a navalha. Depois a gilete, com dois lados, e com um aparelho específico. Na sequencia veio o aparelho com uma lâmina, tipo one-way. E daí em diante, outras tantas formas se apresentaram, inclusive o barbeador elétrico.


Mas tudo isso nasceu de onde?


Da pergunta: Será que podemos fazer melhor essa coisa, e faturar uma nota adicional?


Foi a dúvida. O lucro é decorrência natural da capacidade de pensar mais rápido e melhor numa "Sociedade de Consumidores".


O trabalho: seja ele remunerado, seja ele de aperfeiçoamento interior na busca do serviço aos semelhantes; é ele o grande trunfo no nosso processo existencial.


Um ser vazio de ocupações é um nada. Somos os reflexo perfeito de nossas obras.


Podemos falar bem. Fazer palestras inolvidáveis a públicos encantados e imensos. Mas somos o produto de nossos pequenos atos. O sorriso sincero. Aquele "Bom dia." cheio de energia e alegria, capaz de tornar verdadeiramente melhor o dia de nosso vizinho ou colega de trabalho.


As maneiras de interferir positivamente na vida são inúmeras e imensas. Tudo se resume em nossa disposição para tanto.


Não. Não mudaremos de repente. Não seremos "angelicais". Sem baboseiras. Seremos o que somos, mas tendo em vista uma outra mirada da vida, e uma outra postura diante de cada fato. Mais serena, mais amena, mais humana por certo.


Passos daremos de uma forma ou de outra. Mas seria muito legal, deixar para traz uma somatória de atitudes capazes de nos orgulhar, a cada momento de retrospectiva existencial em nosso futuro.


Cada dia um pouco, e um pouco a cada dia.


Paulo Cesar Fernandes

12 07 2013

quarta-feira, 10 de julho de 2013

20130710 Duas cartas a Kardec

Duas cartas a Kardec


Revista Espírita


Janeiro de 1858


O Livro dos Espíritos


Entre as numerosas cartas que nos foram dirigidas, desde a publicação de O Livro dos Espíritos, não citaremos senão duas, porque resumem, de alguma sorte, a impressão que esse livro produziu, e o fim essencialmente moral dos princípios que encerra.

===

Bordeaux, 25 de abril de 1857.


SENHOR,


Colocastes a minha paciência em uma grande prova, pela demora na publicação de O Livro dos Espíritos, anunciada desde há muito tempo; felizmente, não perdi por esperar, porque ele sobrepassa todas as idéias que pude dele formar, de acordo com o prospecto.


Pintar-vos o efeito que produziu em mim seria impossível: sou como um homem que saiu da obscuridade; parece-me que uma porta fechada, até hoje, veio a ser, subitamente, aberta; minhas idéias cresceram em algumas horas! Oh! quanto a Humanidade, e todas as suas miseráveis preocupações, me parecem mesquinhas e pueris, depois desse futuro, do qual não duvido mais, mas que era para mim tão obscurecido pelos preconceitos que eu o imaginava a custo!


Graças ao ensinamento dos Espíritos, ele se apresenta sob uma forma definida, compreensível, maior, bela, e em harmonia com a majestade do Criador. Quem ler, como eu, esse livro, meditando, nele encontrará tesouros inexauríveis de consolações, porque ele abarca todas as fases da existência. Eu fiz, na minha vida, danos que me afetaram vivamente; hoje, não me deixam nenhum remorso e a minha preocupação é a de empregar, utilmente, meu tempo e as minhas faculdades para apressar o meu adiantamento, porque o bem, agora, é um objetivo para mim, e compreendo que uma vida inútil é uma vida egoísta, que não pode nos fazer dar um passo, na vida futura.


Se todos os homens que pensam como vós e eu, e vós os encontrareis muitos, espero-o para a honra da Humanidade, pudessem se entender, se reunir, agir de acordo, que força não teriam para apressar essa regeneração que nos está anunciada!


Quando for a Paris, terei a honra de vos ver, e se não for para abusar do vosso tempo, eu vos pedirei alguns desenvolvimentos sobre certas passagens, e alguns conselhos sobre a aplicação das leis morais, às circunstâncias que nos são pessoais. Recebei, até
lá, eu vos peço, senhor, a expressão de todo o meu reconhecimento, porque haveis me proporcionado um grande bem, mostrando-me o único caminho da felicidade real, neste mundo, e, talvez, vos deverei, a mais, um melhor lugar no outro.


Vosso todo devotado, D.... capitão reformado.

===

Lyon, 4 de julho de 1857.


SENHOR,


Não sei como vos exprimir todo o meu reconhecimento, sobre a publicação de O Livro dos Espíritos, que tenho depois de relê-lo. O quanto nos fizésteis saber, é consolador para a nossa pobre Humanidade. Eu vos confesso, que da minha parte, estou mais forte e mais corajoso para suportar as penas e os aborrecimentos ligados à minha pobre existência.


Partilhei, com vários de meus amigos, as convicções que hauri na leitura da vossa obra: todos estão muito felizes, compreendem, agora, as desigualdades das posições na sociedade, e não murmuram mais contra a Providência; na esperança certa de um futuro muito mais feliz, eles se comportam bem, consola-os e lhes dá coragem.


Gostaria, senhor, de vos ser útil; não sou senão um pobre filho do povo, que se fez uma pequena posição pelo seu trabalho, mas que tem falta de instrução, tendo sido obrigado a trabalhar bem jovem; todavia, sempre amei muito a Deus, e fiz tudo o que pude para ser útil aos meus semelhantes; é por isso que procuro tudo o que pode
ajudar na felicidade de meus irmãos.


Iremos nos reunir, vários adeptos que estavam esparsos; faremos todos os nossos esforços para vos secundar, haveis levantado o estandarte, cabe a nós vos seguir, contamos com vosso apoio e vossos conselhos.


Sou, senhor, se ouso dizer meu confrade, vosso todo devotado, C....


===


São cartas que me tocaram no mais fundo da alma. Pois esse é o sentimento meu para com as obras de Kardec no seu todo.


Descortinam uma nova forma de pensar; e, para pessoas sinceras, de agir. Estamos todos inseridos nesse processo transformador diário.


É com alegria que vou caminhando na leitura da Revista Espírita, tantas vezes tentada essa leitura em grupo e se perdia.


Um pouco a cada dia. Espero poder caminhar em cada volume da obra. Sei que muitas emoções como a de hoje me aguardam.


Até porque, a felicidade se encontra nessas coisas simples da vida. Um texto. Seja ele meu, ou de um grande como é o caso de Kardec.


Com foco na simplicidade a vida se despe das ilusões, e ganhamos muito.


Paulo Cesar Fernandes

10 07 2013

terça-feira, 9 de julho de 2013

20130709 Espiritismo católico

Espiritismo católico


O espiritismo é um conglomerado de pensamentos católicos.


E quando afirmo isto não me prendo apenas aos trabalhos de Emmanuel e André Luis trazidos pelas mãos de Chico Xavier. Kardec em "O Livro dos Médiuns" tem momentos de puro catolicismo.


Quando e como teremos o espiritismo liberto de tudo isso?


No momento em que tivermos coragem de enfrentar as questões de frente.


Por que motivo a primeira questão de "O Livro dos Espíritos" é "Que é Deus"?


Por ser uma questão religiosa, e mais intensamente católica.


Mesmo estando Kardec em tempos da Reforma Protestante, nascida da revolta da dominação da Igreja Católica sobre os homens. Mas o foco da Reforma não é exatamente Deus, mas Jesus. E não é meu foco aqui essa Reforma.


Deus é um ente usado intensamente pela Igreja Católica para manter a dominação sobre seus fiéis. Inclusive na atualidade. E sempre com Jesus na cruz, para justificar as atrocidades da Igreja ao longo de sua história. Querem provocar o seguinte pensamento: "Se Jesus sofreu na cruz para nos salvar, por que não posso sofrer com resignação todas as injustiças da face da terra?" Louve-se a "Teologia da Libertação" revertendo este quadro grotesco, mas com menos força na medida em que forças mais e mais conservadoras dominam a Igreja Católica.


Me nego a comentar as "Multinacionais da Fé".


A partir do momento e que o Catolicismo se estabelece como uma instituição, e os dogmas nele se instalam, Deus passa a ser usado como elemento de constrangimento e terror em diversos lugares e com diferentes contextos históricos. O milênio da Idade Média é sempre citado como exemplo.


Nós. Espíritos milenares. Trazemos encravados em nós esse conceito. Em algum momento de nossa trajetória espiritual tivemos apenas duas possibilidades: aceitar a imposição do Deus católico ou morrer na fogueira. Não sucedeu o mesmo aos Povos Originários das Américas? Não foi isso o ocorrido aos negros trazidos da África, obrigados a reverenciar os ídolos de seus algozes? Em que pese sua resistência e inteligência, associando os ídolos católicos aos ídolos trazidos de África.


Deus é um ente católico. Está dentro do espiritismo pois Kardec e os espíritos elaboradores da filosofia espírita eram católicos e protestantes todos, quer entre os encarnados, quer entre os desencarnados. Nenhum, absolutamente nenhum, era capaz de questionar a existencia e a realidade desse ente.


Apenas com Friedrich Nietsche nos chega a possibilidade de libertação daquilo que milenarmente nos vinha massacrando.


O lúcido Nietsche.


O espiritismo é, e tem que ser libertador, para todos os espíritos ora encarnados em nosso planeta.


Quando derruba os limites do berço e do túmulo é libertador.


Quando afirma categoricamente a imortalidade do espírito é libertador.


Quando nos abre a possibilidade de comunicação entre os dois planos da vida: o material e o espiritual; ele é libertador.


Isto nos basta!


Por que motivo guardar um conceito como Deus que mais prejuízos que benesses trouxe à humanidade, em toda sua história?


Deus não é, efetivamente, um conceito espírita, mas um ente católico.


Por que motivo mantê-lo no escopo do espiritismo?


Nada disso! O espiritismo deve ser ateu para promover a libertação das criaturas.


Espiritismo ateu. Exatamente isso que digo aqui e agora.


Soltar as amarras do porto da teologia, teogonia, teo qualquer coisa e focar no espírito. Espiritologia sim.


Isto não significa negar a obra de Kardec ou de quem quer que seja. Significa apenas dar asas e novas possibilidades aos espíritos que pensam o espiritismo dentro de uma ótica libertadora.


Somos presas milenares das mais diversas e torpes instituições, cujo único objetivo é nos tirar trabalho, sem a contrapartida remuneratória. E nem sempre ao falar em remuneração me refiro a dinheiro. Carinho. Reconhecimento. Afetividade. São alguns elementos capazes de remunerar muito mais.


Em nome da libertação de todos os espíritos vinculados ao movimento espírita, e de todas as tendências preconizo o Espiritísmo Ateu.


Sem o qual nada mais seremos que católicos, usando a mediunidade e usando a caridade evangélica.


Paulo Cesar Fernandes

09 07 2013