segunda-feira, 24 de novembro de 2014

20141125 Inútil, tem algo que é inútil

"Inútil, a gente somos inútil..."


O Espiritismo é inútil como transformador do homem.

Poderia dizer, parafraseando a música "inúteis, conceitos são sempre inúteis".


O homem se transforma, se vale de todas as concepções filosóficas para tal transformação. Não necessariamente do espiritismo.


Vi mais espíritas materialistas, que espíritas voltados ao bem estar da humanidade, altruístas, abertos ao semelhante. E aqui falo de gente pensante, elaboradora de conceitos e teses.


Quem não pensa e repete ideias alheias como papagaio não me interessa. Os tementes ao umbral, tementes a Deus, também não são foco das minhas reflexões. terão "sua hora e sua vez" tal qual Augusto Matraga, da imortal obra de Guimarães Rosa. Os respeito evidentemente, mas não os tenho por foco.


Jung me fala do embate dos contrários a ocorrer nos estágios avançados da vida. Velhos valores tendem a perder importância e emerge a contraposição nessa etapa vivencial.


Discordo dele. Valores como a ética, a imortalidade, a evolução nunca deixarão de me compor a estratégia de vida.  Bem como o socialismo. Estou impregnado dessas coisas. Algumas ancestralmente minhas como o senso de Justiça e o socialismo; outras me chegaram na atual existência. As incorporei ao contato com o espiritismo. Algumas poucas apenas.


Tal como agora me chega o Teatro, que sempre desprezei. Este vem e se incorpora em mim. Passa a compor meu vocabulário, embora seja ignorante na disciplina. Inicio seu estudo.
Para me transformar num conhecedor de Teatro devo estudar.

Assim como para me transformar, me valendo dos preceitos espíritas, devo dedicar um bom tempo em seu estudo e na reflexão dos conceitos. Analisar em que eles podem interferir positivamente nas minhas buscar maiores: as buscas de espiritualidade (disciplinas abstratas do conhecimento, nada a ver com religiões ou espiritismo).


Solto no tempo e no espaço o espiritismo é apenas uma disciplina.


Ela só ganha valor quando nós, os seus estudiosos, a internalizamos e vivenciamos. Mas sem qualquer farisaísmo. Sem a falsidade asquerosa tão fácil de encontrar se passarmos em revista as casas espíritas.


A meta do espiritismo é ser uma disciplina feita por espíritos para espíritos. Independentemente da sua condição corpórea ou incorpórea.


É como a mais bela faca que tenho para o corte dos temperos na preparação dos alimentos. Posso ou não usar. Tudo uma questão de decisão interior. Decisão liberta de tudo e de todos.


O espiritismo é inútil na transformação do homem.

O homem é quem se transforma a partir do amplo instrumental ofertado pela Teoria Espírita.


Paulo Cesar Fernandes

25/11/2014