sexta-feira, 27 de setembro de 2013

20130927 Nick

Nick


O ano de 2000 se iniciava.


Saía de uma feira-livre numa das avenidas de Santos, minha cidade, e passando em frente a uma borracharia de esquina me deparo com um protoespírito na forma de cão. Pequena bola de pelos a se movimentar e latir. Era uma ninhada de 5 filhotes. Cliente da borracharia, perguntei ao dono sobre a data de nascimento.


Segundo ele tinham chegado ao mundo numa leva de 6 filhotes, na exata virada de 1999 para 2000. Um deles já tinha recebido acolhimento numa família.


Brinquei com os 5 SRD's (Sem Raça Definida ou vira-latas) e me pareceu bom trazer para minha casa aquela pequena criatura. Uma bola de pelos menor que minha mão, pequeno a ponto de não conseguir subir um degrau de escada.


As vacinas de praxe, uma vez que nada lhe tinha sido feito. E diversão total. O xixi ainda como se fosse femea. A primeira levantada de perna para urinar, e a alegria desse fato. Algo a se repetir sem conta nestes 13 anos. A primeira vez que subiu as escadas do quintal e a farra e a alegria desse feito.


Uma descoberta: diferentemente das femeas que tinha tido, era completamente independente de seu dono, no caso, eu. Não se interessou por jogar bola. Nunca pediu para ir passear na rua como faziam as femeas. Se eu digo "Vamos na rua?" salta de alegria e com ansiedade aguarda a guia. Mas nunca pediu.


São 13 anos de convivência. Com dias de alegria e eventuais aborrecimentos com xixi fora do lugar, mas animal é sempre um aprendizado. Sempre uma alegria. O banho mal quisto, porém aceito. As demonstrações de vontade própria. O fácil rosnar ao ser contrariado. Tudo constitui motivo de risadas. Como pode ter tanta maldade numa criatura, demonstrada desde os primeiros meses.


Com a idade o sono domina grande parte de seu tempo. E para minha tristeza surgem as doenças: pequeno tumor a incomodar meu pequeno amigo. E segundo a doutora de fácil remoção.


Tal qual ocorre na doença de nossos familiares e amigos humanos, passamos em revista os momentos de nossa convivência. E um certo vazio de ausência já prenuncia, já nos prepara para a inevitável separação, a ocorrer mais cedo ou mais tarde, mas inevitável.


Toda perda deixa um vazio incapaz de ser preenchido. Quando Nick se for, o seu vazio ficará comigo, assim como estão o vazio da Laika; Naná e Niña.

Laika na almofada e com sono.
 
Abaixo eu com Laika no colo e Naná ao lado. Minha mãe pensativa.
 
 
 


Nick em close numa foto de 2002.
 

Os momentos vividos com cada um desses protoespíritos são marcas fortes nesta minha passagem pela terra. E momentos felizes, sem a menor sombra de dúvida.


Paulo Cesar Fernandes

27 09 2013


Nota: Protoespírito é a fase anterior à fase do espírito. Assim como temos a ProtoHistória, fase anterior ao surgimento da escrita; a fase protohominal anterior ao homem como o conhecemos; temos a fase protoespiritual, anterior ao pensamento contínuo, embora nas suas diversas formas de manifestações apresentem emoções claramente identificáveis. Uma demonstração da preparação da fase vindoura, onde as emoções serão força propulsora no sentido do progresso.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

20130924 Pensamento e força

Pensamento e força


Nossos atos, nossa linguagem e nossos pensamentos são os marcos fundamentais do desnudamento de nossa alma. Para que eu possa ser bom, e visto como bom, é necessário depurar os meus pensamentos; aprimorar e elevar a minha forma de expressão verbal; isto terá, sem dúvidas um desdobramento positivo em cada ato meu.


Somos o fruto de tudo aquilo que pensamos.


As mais recentes descobertas da neurologia nos afirmam a força do pensamento, inclusive na movimentação de membros mecânicos.


Desde jovem eu lia ser nossa mente um dínamo psiquismo a criar campos de força em torno de cada um de nós. Assim, pensar é criar.


Paulo Cesar Fernandes

24 09 2013