segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Reflexão 10 12 2012 - Proselitismo

Proselitismo

Que é isso?

É a busca de adeptos para uma seita, ideologia ou religião.

Kardec, no trecho a seguir poe os pingos nos is com relação a isso. É tolice, a perda de tempo com pessoas desprovidas do interesse em aprender, e mais conhecer o espiritismo.


Já nos tempos da MEEV, a mocidade espírita da casa onde participava, quando da chegada de um novo elemento, era notório os portadores da busca de algo, e os que semanas depois abandonariam a casa.


Chegavam jovens, pensando encontrar mesas de tênis de mesa, e por aí vai.
Muitos locais ofereciam/oferecem esse tipo de coisa. Quem nada tem a oferecer prima pela frivolidade. Não podemos condenar.

As pessoas e os grupos tem a sua cara. E podem mudar de rumo, tanto as pessoas como os grupos.

Afinal, a Liberdade é uma oferta da vida.
E o Livre Arbítrio uma característica discutida por muitas religiões.

É real! Quem não busca não fica!

O espiritismo é para quem tem buscas existenciais.
Gente vazia também participa, mas nunca chega ao cerne da questão. Nunca percebe ter encontrado algo consistente, para ordenar sua caminhada nas estradas da vida.
E, para muitas pessoas, pode efetivamente não ser o seu caminho.
É tolice pensar no espiritismo como um grande guarda-chuva, a cobrir todas as necessidades da raça humana.
Não cobre mesmo.
Não por falha sua, mas pela variedade de psiquismos dos habitantes da Terra.

E o espiritismo não é uma religião, muito menos dessas prementes em encontrar adeptos para aumentar o Caixa da empresa.
Nada disso, espiritismo é uma forma de pensar a vida e a imortalidade, deveria trazer a todos os homens nele envolvidos uma nova forma de viver. É uma filosofia existencial e profunda, pois alarga os limites da existência: desfaz o berço como um início, e destroça o túmulo, como um final da existência. Areja o viver. Suaviza a vida. Poetiza o dia a dia com o senso do aprendizado constante.

Se não cumpre tal meta, é porque estamos ainda no caminho para a isso chegar.
Logo, não somos exemplo para ninguém.
E nesse aspecto, cuidemos da preocupação com proselitismo.
Podemos estar atirando nos próprios pés. Somos vulneráveis!
E estaremos formando pessoas que, no futuro, serão nossos maiores contraditores.


Mas quem sabe disso é o nosso Kardec. Vamos a ele:


ALLAN KARDEC

ESPIRITISMO EXPERIMENTAL

O Livro dos Médiuns   (ou Guia dos médiuns e dos evocadores

CAPÍTULO III

DO MÉTODO


18. Muito natural e louvável é, em todos os adeptos, o desejo, que nunca será demais animar, de fazer prosélitos. Visando facilitar-lhes essa tarefa, aqui nos propomos examinar o caminho que nos parece mais seguro para se atingir esse objetivo, a fim de lhes pouparmos inúteis esforços.


Dissemos que o Espiritismo é toda uma ciência, toda uma filosofia. Quem, pois, seriamente queira conhecê-lo deve, como primeira condição, dispor-se a um estudo sério e persuadir-se de que ele não pode, como nenhuma outra ciência, ser aprendido a brincar. O Espiritismo, também já o dissemos, entende com todas as questões que interessam a Humanidade; tem imenso campo, e o que principalmente convém é encarálo pelas suas conseqüências.


Formar-lhe sem dúvida a base a crença nos Espíritos, mas essa crença não basta para fazer de alguém um espírita esclarecido, como a crença em Deus não é suficiente para fazer de quem quer que seja um teólogo. Vejamos, então, de que maneira será melhor se ministre o ensino da Doutrina Espírita, para levar com mais segurança à convicção.


Não se espantem os adeptos com esta palavra - ensino. Não constitui ensino unicamente o que é dado do púlpito ou da tribuna. Há também o da simples conversação. Ensina todo aquele que procura persuadir a outro, seja pelo processo das explicações, seja pelo das experiências. O que desejamos é que seu esforço produza frutos e é por isto que julgamos de nosso dever dar alguns conselhos, de que poderão igualmente aproveitar os que queiram instruir-se por si mesmos. Uns e outros, seguindo-os, acharão meio de chegar com mais segurança e presteza ao fim visado.



19. É crença geral que, para convencer, basta apresentar os fatos. Esse, com efeito, parece o caminho mais lógico. Entretanto, mostra a experiência que nem sempre é o melhor, pois que a cada passo se encontram pessoas que os mais patentes fatos absolutamente não convenceram. A que se deve atribuir isso? É o que vamos tentar demonstrar.

No Espiritismo, a questão dos Espíritos é secundária e consecutiva; não constitui o ponto de partida. Este precisamente o erro em que caem muitos adeptos e que, amiúde, os leva a insucesso com certas pessoas. Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens, o verdadeiro ponto de partida é a existência da alma. Ora, como pode o materialista admitir que, fora do mundo material, vivam seres, estando crente de que, em si próprio, tudo é matéria? Como pode crer que, exteriormente à sua pessoa, há Espíritos, quando não acredita ter um dentro de si? Será inútil acumular-lhe diante
dos olhos as provas mais palpáveis. Contestá-las-á todas, porque não admite o princípio.


Todo ensino metódico tem que partir do conhecido para o desconhecido. Ora, para o materialista, o conhecido é a matéria: parti, pois, da matéria e tratai, antes de tudo, fazendo que ele a observe, de convencê-lo de que há nele alguma coisa que escapa às leis da matéria. Numa palavra, primeiro que o torneis ESPÍRITA, cuidai de torná-lo ESPIRITUALISTA. Mas, para tal, muito outra é a ordem de fatos a que se há de recorrer, muito especial o ensino cabível e que, por isso mesmo, precisa ser dado por outros processos. Falar-lhe dos Espíritos, antes que esteja convencido de ter uma alma, é começar por onde se deve acabar, porquanto não lhe será possível aceitar a conclusão, sem que admita as premissas. Antes, pois, de tentarmos convencer um incrédulo, mesmo por meio dos fatos, cumpre nos certifiquemos de sua opinião relativamente à alma, isto é, cumpre verifiquemos se ele crê na existência da alma, na sua sobrevivência ao corpo, na sua individualidade após a morte. Se a resposta for negativa, falar-lhe dos Espíritos seria perder tempo. Eis aí a regra. Não dizemos que não comporte exceções. Neste caso, porém, haverá provavelmente outra causa que o toma menos refratário.

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É isso por hoje!


Paulo Cesar Fernandes

10  12  2012

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