quarta-feira, 9 de setembro de 2015

20150908 Perspectivas




Lendo a Revista Espírita de Allan Kardec, e me defrontando com tantos ataques por este recebidos, em função de uma concepção de pensamento muito superior às demais de seu tempo, me pergunto qual o ponto a ser atacado pelos eventuais inimigos do espiritismo.


É notório o fato de suas propostas vivenciais formarem um todo coeso, constituindo uma força propulsora ao Bem.


Mesmo levando em conta toda a segmentação iniciada no Século XX; podemos afirmar sem medo, a utilidade de cada uma das vertentes; cada um dos estilhaços desse Movimento Espírita com visões capazes de cobrir ampla gama de posturas.


Ao fim e ao cabo, cada segmento cumpre sua função: levar o homem a pensar e agir melhor. Se isto não fizer é por se distanciar demais dos preceitos inicialmente estabelecidos por Allan Kardec.


Mas por que não o fazem? - me perguntaria um cético.


Pelo fato de cada qual ter total liberdade em seu pensar e em seu agir. Inclusive rompendo com a tal responsabilidade, sempre usada como armadura medieval, a tolher a liberdade do espírito. Uma forma de pensar típica do CatoEspiritismo. 


O espiritismo liberta o espírito. Importa que se fixe isto de forma cabal. Nenhum sobrepeso pode ou deve ser colocado contra essa Liberdade, esta é vital para o processo de evolução.


E todos fomos criados para a evolução, tendo como meta a Sabedoria: capaz de conjugar o conhecimento das Leis da Natureza (Ciências Naturais) e o domínio dos preceitos éticos. Esses são os dois pilares da Sabedoria.


Estamos todos em processo. Sustento sermos seres incompletos, rumando para a Sabedoria. Não tendo nesta um ponto final, tendo em vista ser infinita a evolução.


Mas então não existem espíritos puros? Fomos enganados?


Enganados de forma nenhuma. A pureza do espírito não mais significa um patamar de estabilidade e preguiça, como sustentava nossa forma infantil de pensar; pelo contrário, na posse da Sabedoria este Ser se faz mais apto a contribuir nos processos envolvendo as Leis Naturais. E ainda, atuando como incentivador do progresso, nos novos campos de ação colocados ao seu dispor, dada sua capacidade.


Pensemos juntos na dinâmica universal. 


Tudo é movimento e transformação tanto na materialidade bem como fora dela. Nada é estacionário no(s) universo(s). E o espírito se vê compelido a um moto contínuo de percepção de todas essas mudanças e alterações, para ser efetivamente útil nos patamares superiores da evolução. Conhecer desde os mais simples corpúsculos dos planetas até a constituição de constelações e galáxias lhe dá um eterno movimento interior de ampliação dos 
conhecimentos. A realidade material e social dos planetas muda constantemente, e tal mudança impele o espírito a acompanhar tudo isso. Isso reafirma a postura da infinitude da evolução.


O conhecimento é a única atividade do espírito a se perpetuar em sua trajetória. Segundo penso, é a mais poderosa alavanca no processo de eticização do espírito.


Quanto mais ignorante das Leis Naturais, menos ético é o espírito; à medida em que apreende as Leis regentes dos nossos caminhos, a ética acaba se impondo como uma necessidade categórica.


Cada qual gerencia seu processo existencial, sua atual encarnação e o tempo nela presente. Não há cobrança; não há pecado; não há sobrecarga de responsabilidade de forma alguma; nada pode ou deve tolher a Liberdade do Ser. Este é soberano na formulação do caminho a seguir.


O poeta espanhol Antonio Machado diz com muito acerto: "O caminho o fazemos ao caminhar". Nada mais forte e verdadeiro que isto. até por permitir múltiplas interpretações.


Chegamos hoje, na Terra inclusive, a um patamar de Plena Liberdade.


O nãoEU não importa, e nada pode ou deve interferir em nossas escolhas. 


Somos Livres e Ponto Final! 


Paulo Cesar Fernandes

08/09/2015