Carl Gustav Jung
Psicologia do Inconsciente
Estou mais do que convencido de que o caminho da vida só continua onde está o fluxo natural.
Mas nenhuma energia é produzida onde não houver tensão entre contrários; por isso, é preciso encontrar o oposto da atitude consciente.
É interessante verificar como essa compensação dos opostos também teve sua função na história da teoria da neurose: a teoria de Freud representa Eros; a de Adler, o poder.
Pela lógica, o contrário do amor é o ódio; o contrário de Eros, Phobos (o medo). Mas, psicologicamente, é a vontade de poder.
Onde impera o amor, não existe vontade de poder; e onde o poder tem precedência, aí falta o amor.
Um é a sombra do outro.
Quem se encontra do ponto de vista de Eros procura o contrário, que o compensa, na vontade de poder.
Mas quem põe a tônica no poder, compensa-o com Eros.
Visto do ponto de vista unilateral da atitude consciente, a sombra é uma parte inferior da personalidade.
Por isso, é reprimida; e devido a uma intensa resistência.
Mas o que é reprimido tem que se tornar consciente para que se produza a tensão entre os contrários, sem o que a continuação do movimento é impossível.
A consciência está em cima, digamos assim, e a sombra embaixo, e como o que está em cima sempre tende para baixo, e o quente para o frio, assim todo consciente procura, talvez sem perceber, o seu oposto inconsciente, sem o qual está condenado à estagnação, à obstrução ou à petrificação.
É no oposto que se acende a chama da vida.
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Intencionalmente, separei cada frase, para uma análise separada de cada uma, para uma leitura mais calma e mais atenta. Após a leitura pare para uma reflexão.
Só refletindo caminhamos.
Paulo Cesar Fernandes
09/11/2015