sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Reflexão 23 11 2012 - Amar aos semelhantes

Para que estamos na terra?

Segundo Aristóteles: "para aprender a viver".


Mas qual o real sentido desse aprendizado?


Para viver basta respirar, se alimentar, cuidar do corpo em suas funções meramente orgânicas. Assim vivem as plantas e os animais.


Penso ser mais profunda a observação do filósofo da antiguidade.


Viver é relacionar-se, é partilhar momentos não exatamente com aqueles companheiros de jornada que pensam e agem tal qual nós, muito ao contrário; o bom viver se dá no entrechoque de idéias e atitudes. Sabermos atuar em conflitivas situações, com respeito mútuo.


Difícil é, mas não impossível.


O campo de batalha da vida é exatamente este. Facear com compreensão e amor os desiguais. Pois todos somos desiguais na verdade. Não há duas pessoas iguais sobre a face da terra. Podemos ter alguns, cuja presença e acolhimento nos encha de alegria o coração, como foi o caso dos braços abertos de Paulo Freire no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.


Me aproximei dele, perguntei algo meio gaguejante, pois estar diante de uma pessoa a qual cultuamos o trabalho ao longo de toda vida até aquela data, não é algo fácil. E tão rápido me percebeu, se lhe abriu um sorriso e os braços:


_ Mas antes de mais nada, venha de lá um abraço, meu companheiro.


Era tempo de ideologia, e ambos carregávamos no peito a mesma estrelinha de plástico, por um tempo tão significativa.


Aquele abraço não era dado à estrela, mas era a expressão pura do acolhimento do outro. Uma dentre tantas lições deixadas pelo Professor Paulo Freire em sua trajetória de intelectual e de homem público. Simplicidade e amor ao próximo.


Aprendera a viver Paulo, no sentido aristotélico do termo.


Despojou-se de toda sua real grandeza e se fez igual num fraterno abraço.


Pequenos somos, e por vezes nos cremos alguém. Nos cremos diferenciados dos demais, por uma posição de destaque, por uma adicional leitura, ou por motivos mil, engendrados por nosso orgulho e nossa vaidade, para nos distanciar de nossos semelhantes.


Nossos semelhantes eu disse. E, se semelhantes são, não há motivos para criar diferenciação.


Carregamos todos, os pesos mortos dos nossos possíveis defeitos a serem eliminados. Nisso somos verdadeiramente semelhantes, e além do mais, pisamos todos o mesmo chão.


A esse aprendizado de colocar-nos ao res do chão com nossos semelhantes, as palavras do filósofo grego se referiam.


Isso significa aprender a viver. Se ainda não chegamos ao estágio de amar nossos semelhantes, de peito aberto; pelo menos tenhamos a grandeza de com eles conviver em plena harmonia, fazendo-lhes todo o Bem ao nosso alcance.


Longe estamos do Amor Sincero e da Pureza do Coração.


Mas, cada passo dado no sentido de acolhimento dos nossos irmãos de jornada, será um passo decisivo na direção dessas duas qualidades basilares da Felicidade.


Que possamos todos ser grandes o suficiente.



Paulo Cesar Fernandes

23  11  2012

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Reflexão 20 11 2012 - Intransigência

Intransigência

Quantas vezes esta característa d'alma me fez agir de forma rude, grosseira, e até injusta com possoas com as quais convivia, e havia convivido.


Quando nos chega o valor da Vida, nos damos conta dos enganos, dos equivicos, das vezes sem conta guiados pela ira a desferir trompetaços a todos ao nosso redor.


Pobre Ser. Crente na própria infalibilidade. Distorcida visão.


Não há arrependimento, mas tristeza, pois a constatação da inferioridade é clara.

Gostei das palavras do Paulo de Tarso e das considerações de Emmanuel. Jogo fora os adjetivos desnecessários, o palavreado igrejeiro, e me vejo diante da essência do seu pensamento.

Vinha de Luz - Dívida de Amor   (Trechos

"Portanto, dai a cada um o que deveis; a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra."
Paulo aos Romanos 13:7


Todos nós guardamos a dívida geral de amor uns para com os outros, mas esse amor e esse débito se subdividem, através de inúmeras manifestações.

A cada ser, a cada coisa, paisagem, circunstância e situação, devemos algo de amor em expressão diferente.

Resgata os títulos de amor que te prendem a todos os seres e coisas do caminho.

Quanto maior a compreensão de um homem, mais alto é o débito dele para com a Humanidade; quanto mais sábio, mais rico para satisfazer aos impositivos de cooperação no progresso universal.

Não te iludas. Deves sempre alguma coisa ao companheiro de luta, tanto quanto à estrada que pisas despreocupadamente. E quando resgatares as tuas obrigações, caminharás na Terra recebendo o amor e a recompensa de todos.



Em "Essa Pequena" diz Chico Buarque: "Meu tempo é curto, o tempo dela sobra..."


O tempo das pessoas sobra. Mas o tempo de minha reconciliação com minha consciência é agora. Não me importa mesmo os outros e suas atitudes, meu dever é amá-los tais quais são. Defeitos? Tenho muitos, numa constante luta pela sua extirpação.


E apenas quem luta com sinceridade sabe das dificuldades em vencer o próprio orgulho egoísmo, vaidade, e por aí vai.


Mesmo tomando São Francisco de Assis; Jesus; Gandhi como exemplos, a batalha é renhida.


Sou vitorioso pois venci muitas e muitas coisas. Vivo um momento de paz e felicidade muito grandes. Mas sob uma constante vigilância diante de pensamentos e atos. E Vivo, vivo bem.


A Felicidade é o pagamento que a Vida nos dá, pelo nosso empenho em estar dentro dela de forma sã. Com alegria e benevolência.


Vivo um outro momento? Diferente e melhor, bem melhor que todos os que já vivera?


Em cada fim de tarde essa certeza se reafirma de forma mais profunda.


Estou no Bem e na ampliação desse Bem. A Solidão é natural decorrência de minhas escolhas para minha existência.


Em que pese minha luta por Justiça neste mundo ser um ponto a me provar a cada dia.


Mas é por amor aos meus semelhantes que luto pela Causa Palestina; pelos povos indígenas no Brasil; pelas nações africanas em litigio; etc.


E contra os Donos da Terra. Se Jesus expulsou os mercadores do templo. Estivesse hoje na Terra faria o mesmo que faço.


A ação libertadpra é uma ação conforme aos rigores da Lei Natural, ordenadora dos nossos destinos. Por esta Lei me pauto, e por esta Lei eu luto contra toda sorte de injustiças.


A JUSTIÇA cobrirá a terra, quer queiram ou não os poderosos. Não há saida. O mal vence temporariamente; mas o Bem é perene.


Que a justa Paz brote no solo de todas as nações da Terra, e que os povos derrubem os governos vazios de Solidariedade. Não há contradição aqui. Pois Jesus é Verbo/Ação e não substantivo, um objeto de adoração como tantos outros na Sociedade de Consumidores.


É chegada a hora de todos os pobres herdarem a Terra concretamente. Países pobres e seres empobrecidos de cada país. Apenas nesta hora, olharemos uns aos outros, podendo nos sentir e nos saber Seres Humanos.  


Paulo Cesar Fernandes

20  11  2012