sexta-feira, 26 de julho de 2013

20130726 Nosso mundo

Se não é esse o mundo em que nos vemos atados.


Basta ver os Meios de Comunicação de Massas e teremos como verdadeira essa expressão.


Mas será realmente assim?


É o mal realmente soberano na face da Terra?


Sabemos o número exato das criaturas cuja vida é totalmente dedicada ao bem estar de seus semelhantes?


Se estamos em dúvida é melhor não estabelecermos julgamentos.
Mas vejamos de que mundo nos fala Kardec:



Júpiter e alguns outros mundos

Revista Espírita, março de 1858


Suponhamos, pois, um globo habitado, exclusivamente, por Espíritos da nona classe, por Espíritos impuros, e a ele nos transportemos pelo pensamento. Nele veremos todas as paixões desencadeadas e sem freio; o estado moral no último grau de embrutecimento; a vida animal em toda a sua brutalidade; nada de laços sociais, porque cada um não vive e não age senão para si e para satisfazer os seus apetites grosseiros; o egoísmo nele reina com soberania absoluta, e arrasta consigo o ódio, a inveja, o
ciúme, a cupidez, a morte.


Passemos, agora, para uma outra esfera, onde se encontrem Espíritos de todas as classes da terceira ordem: Espíritos impuros, Espíritos levianos, Espíritos pseudo-sábios, Espíritos neutros. Sabemos que, em todas as classes dessa ordem, o mal domina; mas, sem terem o pensamento do bem, o do mal decresce à medida que se afastam da última classe, O egoísmo é sempre o móvel principal das ações, mas os costumes são mais brandos, a inteligência mais desenvolvida; o mal, aí, estará um pouco disfarçado, enfeitado e dissimulado. Essas próprias qualidades, engendram um outro defeito, que é o orgulho; porque as classes mais elevadas são bastante esclarecidas para terem consciência da sua superioridade, mas não o bastante para compreenderem o que lhes falta; daí a sua tendência à escravização das classes inferiores, e de raças mais fracas, que tenham sob o seu jugo. Não tendo o sentimento do bem, não têm senão o instinto do eu e acionam a sua inteligência para satisfazerem as suas paixões. Numa tal sociedade, se o elemento impuro domina, esmagará o outro; no caso contrário, os menos maus procurarão destruir os seus adversários; em todos os casos, haverá luta, luta sangrenta, luta de extermínio, porque são dois elementos que têm interesses opostos. Para proteger os bens e as pessoas, serão necessárias leis; mas essas leis serão ditadas pelo interesse pessoal e não pela justiça; o forte as fará, em detrimento do fraco.

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Se tomarmos por base o que nos é passado pelos MCM achamos que Kardec, nesse trecho, se refere à Terra. Mas se raciocinarmos algo mais, teremos clara percepção do bem se apresentando em diversos momentos, sob as mais variadas formas. Apenas um exemplo, os "Médicos sem Fronteiras".


Que abertura mental e afetiva esses espíritos apresentam. São faróis para a humanidade. Nas mais complexas condições lá estão eles a servir.


O Bem sempre se apresenta. Basta ter olhos de ver.


Paulo Cesar Fernandes

26 07 2013

quarta-feira, 24 de julho de 2013

20130724 Publicações espíritas - Dificuldades segundo Kardec

Aos leitores da Revista Espírita
 
Revista Espírita, fevereiro de 1858
 
Vários dos nossos leitores quiseram responder ao apelo, que fizemos em nosso 1o. número, com respeito às notícias a nos fornecerem. Um grande número de fatos nos foram assinalados, entre os quais os há muito importantes, do que somos infinitamente reconhecidos; não o somos menos quanto às reflexões que os acompanham, algumas vezes, mesmo quando revelam um conhecimento incompleto da matéria: darão lugar a esclarecimentos sobre os pontos que não terão sido bem compreendidos. Se não fazemos uma menção imediata dos documentos que nos foram fornecidos, não passam desapercebidos por isso; deles sempre tomamos boa nota, para serem aproveitados cedo ou tarde.


A falta de espaço não é a única causa que possa retardar a publicação, mas, também, a oportunidade das circunstâncias e a necessidade de ligá-los aos artigos dos quais podem ser úteis complementos. A multiplicidade das nossas ocupações, unida à extensão da nossa correspondência, freqüentemente, nos coloca na impossibilidade material de responder como o desejaríamos, e como o deveríamos, às pessoas que nos honram em escrever-nos. Nós lhes pedimos, insistentemente, não tomarem em mau sentido um silêncio independente da nossa vontade.


Esperamos que a sua boa vontade com isso não se esfrie, e que queiram muito não interromper suas interessantes comunicações; para esse efeito, pedimos de novo sua atenção sobre a nota que demos no fim da introdução do nosso primeiro número, a respeito das notícias que solicitamos da sua bondade, rogando, de outra parte, não deixarem de nos dizer quando poderemos, sem inconvenientes, mencionar os lugares e as pessoas.


As observações acima se aplicam, igualmente, às perguntas que nos são dirigidas sobre diversos pontos da Doutrina. Quando elas necessitam de um desenvolvimento de certa extensão, nos é tanto menos possível dá-las por escrito, quanto, bem freqüentemente, a mesma coisa devesse ser repetida a um grande número de pessoas. Estando a nossa revista destinada a nos servir de meio de correspondência, essas respostas, nela encontrarão naturalmente seu lugar, à medida que os assuntos tratados nos fornecerem ocasião, e isso com tanto mais vantagem quanto as explicações poderão ser mais completas e aproveitarão a todos.

ALLAN KARDEC.
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Ressaltar inicialmente a linguagem. Nobre, porém simples.

Temos aqui que a escassez de espaço numa publicação é de longa data um impeditivo ou um limitante. Donde não me parecer justo nos aborrecermos caso um artigo nosso não seja veiculado por motivo de espaço. É justo que assim se proceda.


Por vezes, um texto mal escrito pode chegar às mãos do responsável do periódico. Como dói! Vem de pessoas bem intencionadas, amigas, mas cuja escrita é confusa na expressão das ideias.

Imagino eu, o próprio Kardec pode ter passado por dificuldades quanto a isso. Mas bem o resolveu na publicação da Revista Espírita.




Paulo Cesar Fernandes


24 07 2013 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

20130722 Espírito é pensamento

Revista Espírita - Fevereiro de 1858


Uma comunicação de uma menina de 13 anos vai muito além das possibilidades de sua idade no tempo de sua desencarnação.
Me despertou especial interesse o quanto ela se diz pensamento. Dando pouca importância à forma na qual poderia se apresentar.
Enquanto estamos imersos na matéria, não somos capazes de compreender outra coisa além da matéria.
Dela destacados, novas perspectivas se nos abrem. Sendo de pouca importância a apresentação física.
Vejamos a comunicação da "menina":



Palestras de além-túmulo - senhorita Clary D

SENHORITA CLARY D... - EVOCAÇÃO

Nota. A senhorita Clary D..., interessante criança, que morreu em 1850, com a idade de treze anos e, desde então, ficou como o gênio da sua família, onde é freqüentemente evocada, e à qual dá um grande número de comunicações do mais alto interesse. A palestra que relataremos a seguir, ocorreu entre ela e nós no dia 12 de janeiro de 1857, por intermédio de seu irmão médium.


1. P. Tendes uma lembrança precisa da vossa existência corporal?

_R. O Espírito vê o presente, o passado e um pouco do futuro, segundo a sua perfeição e a sua aproximação de Deus.


2. P. Essa condição, a da perfeição, é relativa só ao futuro ou se relaciona, igualmente, com o presente e o passado?

_R. O Espírito vê o futuro, mais claramente, à medida que se aproxima de Deus. Depois da morte, a alma vê e abarca com um golpe de vista, todas as suas migrações passadas, mas não pode ver o que Deus lhe prepara; é preciso, para isso, que ela esteja inteiramente em Deus, depois de muitas existências.


3. P. Sabeis em qual época sereis reencarnada?

_R. Em 10 ou 100 anos.


4. P. Será nesta Terra ou em um outro mundo?

_R. Num outro mundo.


5. P. O mundo em que estareis, com relação à Terra, tem condições melhores, iguais ou inferiores?

_R. Muito melhores do que na Terra. Nele se é feliz.


6. P. Uma vez que estais aqui entre nós, estais num lugar determinado, em que sítio?

_R. Estou com aparência etérea; poderia dizer que o meu Espírito, propriamente dito, se estende para muito mais longe; vejo muitas coisas, e me transporto para bem longe daqui com a rapidez do pensamento; minha aparência está à direita do meu irmão e guia o seu braço.


7. P. O corpo etéreo, do qual estais revestida, vos permite sentir as sensações físicas, como, por exemplo, a do calor ou do frio?

_R. Quando me lembro muito do meu corpo, sinto uma espécie de impressão, como quando se tira um casaco e se o crê ainda vesti-lo algum tempo depois.


8. P. Acabais de dizer que podeis vos transportar com a rapidez do pensamento; o pensamento não é a própria alma que se separa do seu envoltório?

_R. Sim.


9. P. Quando o vosso pensamento se transporta para alguma parte, como se dá a separação da vossa alma?

_R. A aparência se desvanece; o pensamento caminha sozinho.


10. P. É, pois, uma faculdade que se separa; o ser permanece onde está?

_R. A forma não é o ser.


11. P. Mas como esse pensamento age? Não age, sempre, por intermédio da matéria?

_R. Não.


12. P. Quando a vossa faculdade de pensar se separa, não agis mais por intermédio da matéria?

_R. A sombra se esvanece; ela se reproduz onde o pensamento a guia.


13. P. Uma vez que não tínheis senão 13 anos quando vosso corpo morreu, como ocorre que possais nos dar, sobre questões tão abstratas, respostas que estão fora do entendimento de uma criança da vossa idade?

_R. Minha alma é tão antiga!


14. P. Podeis nos citar, entre as vossas existências anteriores, uma das que mais elevaram os vossos conhecimentos?

_R. Estive no corpo de um homem que tornei virtuoso; depois da sua morte, fui levada ao corpo de uma jovem cuja face era a marca da alma; Deus me recompensa.


15. P. Poderia nos ser dado vos ver assim tal como sois atualmente?

_R. A vós poderia.


16. P. Como poderíamos? Isso depende de nós, de vós ou de pessoas mais íntimas?

_R. De vós.


17. P. Quais condições deveriam se cumprir para isso?

_R. Recolher-vos por algum tempo, com fé e fervor, serem menos numerosos, vos isolar um pouco, e fazerdes vir um médium no
gênero de Home.
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Espero que seja útil para todos nós.

Paulo Cesar Fernandes

22 07 2013