segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

20151228 Futuro

Futuro


Vivemos uma fase de transição. E toda transição traz incertezas e certezas ortodoxas.


Na prateleira das concepções religiosas são milhares as possibilidades. Mas o tempo passa, e muitas delas morrerão pela 
insustentabilidade; outras por ferir demais a razão com seus dogmas; outras pelas lutas internas; algumas outras por estreitos vínculos com a política temporal e passageira.


O homem médio vai/vem ganhando consciência de si. Fortalecendo a sua individualidade.





Ao olhar a prateleira de ofertas. Temporais e mercantis, acaba se afastando, escolhendo a sua forma de se relacionar com a vida. Já não necessita de mestres; gurus; e não mais se sente ovelha de nenhum rebanho. 


Acha todo o ofertado velho demais. Não condizente com o tempo, com o seu tempo principalmente. Olha tudo com muito respeito e 
muito carinho, mas nada disso quer para si. As divisões representam o passado.


Sente dentro de si algo diferente nascer, um atar-se a toda a humanidade.  E para isso necessita apenas das fibras do seu 
coração, da sua sensibilidade. Já vê os outros homens e as outras espécies de maneira diversa. Percebe haver um vínculo 
entre todas as coisas, e esse vínculo tem o progresso como desaguadouro. Progresso material e progresso da espiritualidade dentro de si; e mais, passa a acreditar no progresso da espiritualidade nos seus semelhantes da mesma forma. 


Percebe todos em processo de algo novo.


Esse homem comum não terá mais medo. Pois o homem não mais será o lobo do homem, como propôs o pensador Thomas Hobbes. A certeza do outro como seu semelhante, em igual nível de horizontalidade permitirá confiar no outro.


Evidentemente isso será uma construção. Lenta, inventiva e progressiva, pois tudo ofertado no presente tempo tem lacunas, não capazes de satisfazer a necessidade intelectual, social e estética do homem de logo mais. Este estará farto da tecnologia e terá buscas interiores mais profundas. 


Haverá muitos homens assim? - você me pergunta.


Apenas os que restarem. A competitividade da nossa sociedade, dizimará pela doença, grande contingente da população. Outro tanto ficará pelo caminho devido a hábitos desregrados. Além dos que deixarão a Terra como já ocorre hoje, pela escassez de recursos.


A Terra não é fonte inesgotável de recursos. Sendo finitos os recursos grandes contingentes já vem sendo dizimados pelo 
processo de Seleção Natural, possível de ser chamado de Darwinismo Social.


Enquanto o homem não se sentir um animal da Terra, convivendo com outros animais da Terra, cuja necessidade de sobreviver é igual à sua, nada de esperança podemos ter.


O homem comum, renovado, terá para com tudo uma outra postura. Será essencialmente solidário. Inclusive haverá um crescimento na solidariedade entre espécíes. Temos hoje já algumas espécies propensas a isso. Afinal o planeta Terra precisa progredir. E se o homem não atrapalhar as coisas se darão pela "força natural das coisas" como gosta de dizer Allan Kardec.




De minha parte aposto num futuro sem religiões, mas pleno de espiritualidade e consciência. Onde "Liberdade, Fraternidade e Solidariedade" não sejam apenas palavras de um momento histórico. Muito mais, serão elementos integrados no dia a dia desse a quem ousei chamar de Homem Médio. Um comum dos mortais como eu e como você, minha amiga e meu amigo.


Melhor dizendo: minha irmã e meu irmão.


Assim vejo o mundo futuro nesta segunda-feira. Faço empenho para seguir nessa direção. 


E espero não estar num atalho, capaz de me levar ao NADA.


Adiante vamos todos, cada qual no seu ritmo. Efetivando suas escolhas.


Paulo Cesar Fernandes.


28/12/2015