sábado, 15 de junho de 2013

20130615 Antiespiritismo

Allan Kardec - O que é o Espiritismo

Capítulo Segundo - Noções Elementares de Espiritismo

134 - Por que uns nascem na indigência e outros na opulência? Por que há pessoas que nascem cegas, surdas, mudas ou atacadas de enfermidades incuráveis, enquanto que outras têm todas as vantagens físicas? É isso efeito do acaso ou da Providência?


Se é efeito do acaso, não o é da Providência; se é efeito da Providência, pergunta-se onde está sua bondade e sua justiça? Ora, é por não compreenderem a causa desses males, que muitas pessoas são levadas a acusá-la. Compreende-se que aquele que se torna miserável ou enfermo por suas imprudências ou seus excessos, seja
punido pelo que pecou; mas se a alma é criada ao mesmo tempo que o corpo, que fez ela para merecer semelhantes aflições, desde o seu nascimento, ou para delas estar isenta? Se se admite a justiça de Deus, deve-se admitir que esse efeito tem uma causa; se essa causa não está nesta vida, deve ser de antes dela, porque em todas as coisas, a causa deve preceder o efeito; por isso, é preciso, pois, que a alma tenha vivido e que tenha merecido uma expiação. Os estudos espíritas nos mostram, com efeito, que mais de um homem que nasceu na miséria, foi rico e considerado em uma existência anterior, mas, fez mau uso da fortuna que Deus lhe deu para gerir; que mais de um indivíduo, que nasceu na vileza, foi orgulhoso e poderoso; nô-lo mostram, às vezes submetido às ordens daquele mesmo ao qual comandou com dureza, sob os maus tratos e a humilhação que fez os outros suportarem.

Uma vida penosa não é sempre uma expiação; freqüentemente, é uma prova escolhida pelo Espírito, que vê um meio de se adiantar mais rapidamente, se a suporta com
coragem. A riqueza é também uma prova, porém, mais perigosa que a da miséria, pelas tentações que dá e os abusos que provoca; o exemplo daqueles que a viveram também prova que é uma daquelas em que, freqüentemente, saem menos vitoriosos.

A diferença de posições sociais seria a maior das injustiças, quando não resulta da conduta atual, se ela não devesse ter uma compensação. É a convicção que se adquire desta verdade pelo Espiritismo, que dá a força para suportar as vicissitudes da vida e aceitar a sorte sem invejar a dos outros.

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É um contrasenso um trecho destes, tão antiespirita estar presente exatamente nesse livro e nesse capítulo.


Pecado. Causa e efeito. Vida como expiação. Resignação ante as injustiças sociais. Bah!!!


Não é nada disso! Este trecho é a negação de toda a obra de Kardec e de toda possibilidade de um pensamento social mais avançado.


Não é por pouco que o movimento espirita é essa coisa politicamente reacionária e atrasada desde sempre. Trechos como este dão munição a essa gente inculta. Fazem do movimento espirita essa coisa igrejeira e sem sentido.


Instituições destituidas de projeto, de ideologia, de dinâmica da existência. Palestras incapazes de levar um materialista a tomar a sério o espiritismo.


Mais aborrecido é ver essa gente reacionária tomar um livro de Kardec, este ou qualquer outro, e me dizer "veja o texto, o espiritismo pensa assim." O espiritismo não pensa nada. Nós é que pensamos acertadamente ou erroneamente segundo nossa visão de mundo.


Me vejo obrigado a calar a boca diante do livro. Embora o pensamento salte de revolta ante esse marasmo intelectual, essa mesmiçe se projetando no tempo.


Não adianta querer chamar adeptos com um discurso velho e carcomido. Débil de conteúdo, pois sai da boca de quem não estuda com regularidade.


Prepara a palestrinha. Poe no PowerPoint e acha que cumpre seu papel. Se engana e engana ao público presente à palestra.


Crescem nas cidades, as instituições de promessas de prosperidade. Crescem em número de adeptos e nos dízimos arrecadados.


O movimento espirita sério pode ter defeitos, mas não mente, não engana ninguém com promessas de dinheiro fácil. É fruto do Desenvolvimento Cultural da Sociedade Brasileira.


Um pequeno e valoroso grupo chegou a uma visão mais aberta e dinâmica da vida. Quer dentro da matéria como fora dela.


Compreendeu o espiritismo como um elemento importante para o espirito encarnado. A meu ver, ainda não refletiu sobre esse espírito no seio da família; e está muito distante de pensá-lo integrado aos
diversos movimentos sociais a ocorrer no mundo.


Somos o que pensamos e agimos segundo nossos pensamentos.


Eu nego e desprezo o texto acima.


Sigo tendo na imortalidade do espírito meu eixo primeiro, na reencarnação a força da oportunidade sempre renovada.


E quanto ao movimento espirita eu vejo um descompasso entre as atividades rotineiras e a dinâmica do mundo em ebulição.


Como estou de fora e de longe, posso estar totalmente equivocado.


Mas cada vez que vou ao Centro, o vazio é mais intenso naquelas cadeiras tão falantes ao meu coração.


Paulo Cesar Fernandes

15  06  2013

20130615 Mortos em vida

“...Orar sempre e nunca desfalecer.
Anotação de Lucas 18:1



Toda religiosidade é perniciosa ao espiritismo.


Só consigo entender a oração, como uma postura de integração às Leis Naturais. Uma compreensão mais clara e detalhada dessa coisa ampla, a nos ordenar a existência.


"Orai e vigiai." disse Jesus. Eu abro mão dessa oração capaz de nos fazer ajoelhar, ter uma postura de submissão a algo. Não. Nego isso de forma veemente. Me vinculo sim, e fortemente à vigilância de meus pensamentos e de cada um dos meus atos.


Da mesma forma me ponho em guarda quanto ao possível desfalecimento. "O espírita não deve perder a esperança." dizia um amigo do passado. E tinha razão.


A posse da imortalidade, abre a cada um de nós imensas possibilidades de superação, de uma dor eventual capaz de nos fustigar a vida. Não estamos livres dela e a ninguém deve envergonhar a sua presença. Parte integrante de nosso aprendizado.

Nos valemos desses momentos para fazer uma pausa. Refletir sobre nossa caminhada. Em muitos de nós é um momento de alteração de rota. Mudança de atitudes. Podendo chegar ao limite de ruptura total com todo nosso aporte teórico do passado, nos trazendo uma outra maneira de vivenciar a existência.


Libertáriamente de preferência!


É de um passado histórico mesmo, toda e qualquer dominação. Toda e qualquer verdade ortodoxa. Algo fora deste tempo.


O Nosso Hoje pressupõe e propaga a liberdade de escolhas. Evidentemente nos arrojando nas escolhas para o consumo, dentro da sociedade capitalista em que nos encontramos. Mas somos inteligentes, dotados de Razão, e capazes de uma outra leitura de nosso tempo. Se consumimos ou não é indiferente. Importante sim é nossa capacidade de perceber a Vida, e nós dentro dela com uma outra mirada. Outra postura.


Nossa ânsia de Liberdade nos libertará. Uma construção linguística diferente e veraz. Nenhum medroso é feliz, o medo é um incapacitante. Nos faz inválidos para uma série de coisas.


Somos espíritos criados simples e ignorantes, e com imenso potencial de libertação latente; além de inúmeras áreas de conhecimento e de sensibilidade ética em estado potencial.


Nessas múltiplas potencialidades reside a beleza da existência.


Como espíritos, somos forças da natureza, fonte de inesgotáveis saberes e possibilidades.


Em cada intervalo de tempo vamos descobrindo e desenvolvendo alguma coisa. Esse intervalo, pode ser o período de toda uma encarnação. Um trecho dessa mesma encarnação. Um dia, ou um instante apenas, quando um insight nos desbrava algo nunca pensado. E cada descoberta é momento de felicidade.


Mas para a isso chegar, é necessário não sejamos mornos, nem mortos em vida.


Paulo Cesar Fernandes

15  06  2013

sexta-feira, 14 de junho de 2013

20130614 Estrada

"Dai antes esmola do que tiverdes."
Jesus numa anotação de Lucas 11:41


Eu vou nessa, mas não vou numa de esmola.


As palavras tem significação, tem força, e são capazes de estabelecer uma não linearidade entre as duas pessoas em contato.


Eu e meus companheiros de jornada somos iguais. Não sou superior e nem inferior. Tivemos a mesma origem, sendo criados simples e ignorantes. Cada qual trilhando o seu caminho de maneira diferente, chegamos a posições distintas nesse momento de encontro.


Se peço ajuda, posso olhar no olho do meu semelhante, pois está ele agindo segundo as leis da natureza no serviço de amparo ao outro.


Caso venha a ajudar, longe deve estar de mim a pretensão de superioridade. Nunca sabemos quem está diante de nós. Quais sentimentos habitam sua mente. Nada sabemos de suas mais íntimas aspirações. Iguais somos ambos.


A bem da verdade, enquanto espíritos, somos todos iguais sobre a face da Terra.


Em posições sociais muitas vezes diferenciadas. Algo sem a menor importância diante da realidade existencial.


Muito mais importante que o recurso amoedado no bate bola interpessoal são os valores do coração. Um sorriso sincero. A alegria sã. Uma recordação me chega:


_"Venha de lá um abraço, antes de tudo, meu companheiro." - ouvi do Professor Paulo Freire, num encontro no Aeroporto de Cumbica.
Encontrar um ídolo de tantos anos me tirara a fala. Homem sagaz, Paulo se antecipou, tirando meu constrangimento em abordá-lo.
Essa é a atitude do homem de bem. Naturalmente bom. Sem afetação, sem nada.


O encontro entre os habitantes de nosso planeta, não deve ser conflituoso como se nos apresentam os Meios de Comunicação de Massa. Outras formas de conviver são possíveis e necessárias. Podemos ser bons sem afetação, sem nomes em monumentos e praças, sem projeção qualquer. Esse jogo é entre nós e a nossa consciência. Nosso verdadeiro projeto existencial.


Qual é a nossa?


Que temos nós a oferecer para a Humanidade?


Fazemos o possível?


Nos disponibilizamos ao serviço em benefício de nossos semelhantes?


Não responda para mim. É algo teu. Questões de cada uma das individualidades presentes na Terra.


Ninguém é juiz de ninguém. Pelo menos não deveria ser. Nosso compromisso se resume nas opções de nossa trajetória.


Acertar ou errar? É conosco mesmo. Nada a ver com ninguém.


Estudar algo mais ou dar um tempo? Decida você.


Tempo, Razão e Liberdade Total são patrimônios do espirito imortal. Encarnado ou desencarnado tanto faz.


Uma estrada imensa pela frente. Destino? Sabedoria e Felicidade.


Em diversos pontos dessa estrada encontraremos recantos de parada. Uns barulhentos, com prazeres, sensações e conflitos; andando mais uns quilômetros podemos encontrar um espaço aconchegante, bem ao sabor de outras tantas necessidades.


Escolher! Sempre escolher! 


Nossa Razão definirá a velocidade segura de transitar por essa estrada.


Nossa Liberdade definirá as paradas mais de acordo com o nosso momento psíquico.


Para nossa alegria, por sermos libres, ninguém ousará meter o bedelho no roteiro por nós estabelecido.


Afinal, já ganhamos o mundo!


Paulo Cesar Fernandes

14  06  2013

Aniversário de Ernesto Che Guevara.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

20130613 Do mesmo barro

"Tu tens as palavras da vida eterna."
Simão Pedro anotação de João 6:68



Esquece a vida eterna de vez. Tolice religiosa. Nada a ver conosco.


Pensa na vida a ser vivida no aqui e no agora existencial.


Bilhões de palavras o mundo nos fornece. Signos. Ícones. Imagens. Sons. Idéias. Ilusões. Certezas e engodos.


Vivemos a parafernália dos sensos, das confrontantes opiniões. A mentira reina soberana sobre a face da terra.


Nós transitamos nesse emaranhado sem fim de múltiplas concepções, múltiplos interesses, perversidade e amor se confrontando nos mais distintos lugares.


A atualidade é a Terra tal qual ela é. Pode parecer título de peça do Nelson Rodrigues, mas é isso mesmo.


Brutalidade. Sensualidade. Leveza. Harmonia. Sutís emoções. E um grotesco assassinato a nos comover.


A vida é aqui na Terra mesmo.


Na rua do "Centro não sei que de Santos", as pessoas ainda poe as cadeiras na calçada em noites de verão, e conversam serenamente. Na mesma rua ocorreu uma grande apreensão de drogas numa das casas. O contraste. O confronto. O suave e o grotesco. O sensível e o desequilíbrio.


Vivemos o tempo dos contrastes. Das palavras verdadeiras elucidando falsos conceitos. Uma palavra é apenas uma palavra. A sua estruturação com as demais forma um conceito, um idéia; muitas vezes uma imagem literária forte e valiosa.


E nós nesse diverso cenário?


Que persona tomamos como nossa?


Tomamos alguma "persona" ou nos despojamos por completo?


Escolhendo libertáriamente as palavras que nos comporão. Formando nosso discurso na escrita, no desenho, no oralidade,  e em todas as formas de nossa expressividade.


Na Internet. Na escola. No trabalho. No ônibus. Na rua. No trânsito.


Lutamos pela palavra na década de 60. Fomos para a rua.


"Parecíamos do mesmo barro." como nos diz León Gieco em sua canção. Alguns seguimos sendo do mesmo barro.


Hoje nós temos a palavra.


Isto é um recurso. Como lidaremos nós como ele? Se a Vida pulsa dinâmica e bela ao nosso redor?


Paulo Cesar Fernandes

13  06  2013

quarta-feira, 12 de junho de 2013

20130612 Decisões

"E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo."
Jesus numa anotação de Lucas 14:27



Que cruz qual nada. Tal afirmação, parte do princípio de que a vida de todo mundo é um fardo difícil da carregar. Denso. Para baixo.


Bahh! Não é nada disso!


Temos sim dificuldades temporais. Mas temos momentos de muita beleza, a nos trazer as mais leves sensações, os mais limpos pensamentos, os sentimentos mais tocantes.


Nunca cruz. Nunca fardo. Nunca desvalorizar a nossa vida, a nossa atual encarnação. E ponto final.


Estar encarnado é estar em novas possibilidades. Tendo emergentes desafios, capazes de nos levar a pontos altos de alegria interior. Vencer é sempre bom, mas vencer algo de longa data nos aborrecendo é indescritível.


Libertar-se de alguma cadeia, de algumas algemas, faz o espírito explodir de alegria e autoestima.


Para isso ganhamos o corpo. Experimentar. Vencer ou perder. Recomeçar. Essa é a dinâmica existencial, se espraiando por existências/encarnações diversas.


Não é uma lei para o agora. Mas algo imperecível a nos projetar no tempo. No tempo e no espaço. Espíritos viajores que somos.


E nossa viagem tem sim um roteiro estabelecido. A vida e os exemplos de quantos antes de nós passaram pelo planeta. Tantos filósofos nos dando diretrizes para nos conduzir retamente na vida. Kardec com sua contribuição ampliadora de nossa visão, eliminando os limitantes berço/túmulo. E mesmo cerca de nós, quantos familiares não nos servem de modelo maior? Quantos ateus e materialistas convictos, com ética modelar, conhecemos nesta vida? Eu? Muitos, muitos mesmo.


Nosso olhar atento definirá a quem seguir. Usaremos o critério dos atos como parâmetro de análise. Palavras levam os ventos, mas os atos ficam cravados na memória de todo um povo. E todos os povos da Terra tem nomes dignos de atenção. Vidas exemplares, pensamentos cristalinos, nos concitando ao Bem Maior. Sendo o Bem Maior o bem de toda a humanidade. Com cada injustiça maculando esse Bem Maior.


Não. Não seremos discípulos de Jesus tão somente. Mas, para nosso progresso, nos faremos discípulos de todo homem capaz de nos deixar uma marca  no coração. Uma lembrança doce. Um pensamento sempre positivo e esperançoso. Um exemplo inesquecível.


Muitos são os pequenos faróis ao nosso redor, lançando luz na trilhas do nosso incerto futuro.


Nos valer dessa luz, ou descarta-la, será sempre uma decisão pessoal e intransferível. Libertos que somos enquanto espíritos imortais.


Paulo Cesar Fernandes

12  06  2013

terça-feira, 11 de junho de 2013

20130611 Verdadeira Vida

"Porque tenho para mim que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens."
Paulo aos Corintios I 4:9



Pera lá minha gente. Não me tenho por apóstolo, e muito longe disso estou. Me basta o título de alguém em busca de sua evolução intelectual e ética. E mais, romper com todos os defeitos. Não é pouco, admito.


Mas nada de me achar inferior. Nem maior e nem menor que ninguém. E sem intenção de comparar com quem quer que seja.


Afinal, tenho a ver com meu processo tão somente. E cada um cuide do seu, e a vida seguirá bem melhor, e o progresso de bom tamanho.


Ninguém sendo juiz de ninguém, tudo corre mais suave vida afora.


A velharada do movimento espirita tinha mania de cobrar do mais jovens. O tempo passou, e acabaram percebendo: o melhor a fazer era olhar a própria conduta antes de se por à janela com o dedo em riste.


Cada qual cuide de si, em sua relação com as Leis Naturais. Em seu processo de acercamento dessas mesmas Leis. De sua compreensão.


Quem tem tempo para se ocupar da vida dos outros, pouco se ocupa da sua própria. Mas volta e meia nos vemos na berlinda, ou colocando um companheiro de ideal na berlinda.


Mas isso é humano! - pode alguém dizer ou pensar.


Pode ser humano em nosso estágio, mas é uma baita asneira.


Nosso tempo, nossas energias merecem um novo direcionamento.


Afinal que vale ter o espiritismo por roteiro se deixamos o mapa sempre no portaluvas, ou o GPS desligado?


Não é racional caramba!


O tempo. A Razão. Nossa sensibilidade. Foram conquistas importantes na nossa viagem através das encarnações.


Viver como se nada disso nos compusesse? Qual é?


Somos sim espiritos incompletos, mas em constante processo de melhora. Quer pelo sofrimento, quer pela pura lucidez e decisão existencial.


É sempre tempo. Já! Se iniciou um outro momento se voce assim o decidir. Tudo é uma questão de escolhas em nossa existência espiritual. Desde o segundo com a palavra irada na ponta da língua, até a escolha do uso do tempo em prol do semelhante. Sempre escolhas!


Na "Sociedade dos Consumidores" somos treinados a fazer determinadas escolhas. Mas em nossa trajetória tem nada disso não, somos livres de verdade. Nem TV, nem rádio, nem jornal podem "fazer a nossa cabeça". E se fizer, somos responsáveis pela nossa incapacidade de buscar outras alternativas.


Apenas "é pensado" o preguiçoso em se desenvolver de maneira autônoma. Não tem prá ninguém nas nossas escolhas. A menos que sejamos "Maria vai com as outras", espíritos imaturos.


Luto para a libertação das pessoas em todos os sentidos possíveis.


Libertos inclusive dessa idéia infeliz de ser apóstolo.


Nada disso! Somos apenas solidários e amamos nossos semelhantes. Se a estes destinamos algum tempo, por certo os maiores beneficiados somos nós. É com o outro o grande aprendizado, já nos dizia o Professor Paulo Freire.


Na Terra estamos todos em processo, e apenas crescemos na complementaridade e na alteridade harmônica. Dando um passo a cada dia.


Isso é o que podemos chamar de Verdadeira Vida! Verdadeira pois progressiva!


Paulo Cesar Fernandes

11  06  2013

segunda-feira, 10 de junho de 2013

20130610 Artífices

“Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.”
Jesus em anotação de João 3:3



Duas vertentes de pensamento podem nos acometer ao ler o texto acima:


1) tratar o texto da realidade da reencarnação. Fato, para nós espíritas, perfeitamente natural. Desde os momentos iniciais do nosso contato com os ensinos de Kardec, a Reencarnação é proposta como elemento capaz de elucidar várias questões, antes sem solução;


2) o nascimento presente em cada momento de nossa vida. Sempre somos capazes de renascer.


Este segundo item é meu foco hoje.


Por vezes, temos pensamentos descontrolados chegando até nós. E nos envolvendo. Podemos seguir no torvelinho desencontrado, ou parar. Fazer uma pausa. Asserenar os ânimos, e permitir à essa serenidade encontrar nosso coração e nossa mente. Um alívio. Renascemos por assim dizer.


O trabalho em demasia. Estamos a ponto de estourar. Vamos almoçar e o almoço se nos embrulha no estômago. Os problemas profissionais pululando em nossa mente.


É preciso dizer um basta!


Isso não é viver!


Essa é a hora de encontrar um lugar tranquilo: quer na organização onde trabalhamos, quer fora dela, para termos um tempo nosso. Apenas nosso.


Somos espíritos, e precisamos buscar e construir a paz. Nesses momentos complexos da nossa existência, devemos dar a partida no motor da serenidade. Sempre tendo a certeza de contar com amigos espirituais atentos aos nossos momentos. Nunca estamos sós. Boas ou más companhias sempre circundam nossa atividade diária. Ao chegar num lugar de tranquilidade, e voltarmos os pensamentos aos nossos amigos, de pronto já os sentiremos ao  nosso redor. Ou, minimamente, perceberemos os rumos dos pensamentos e as inquietações se afastarem de nós, assim como o vento limpa o céu, nos dias de carregadas nuvens. Renascemos aí!


Estamos dentro de algum ambiente de sufocante competitividade. Intranquilidade e angústia fazem parte do nosso entorno?


Pulemos fora disso. Isso não é bom para o nosso futuro.


Quem pode amar num clima desses? Não, nada disso. A vida é feita para o amor. saltemos fora disso tudo e permitamos o renascer.


Quando o filete de luz solar atravessa a janela de meu quarto, posso me preparar para um dia tormentoso, ou para um pacífico momento de afetividade e compreensão ao semelhante. Pois na essência cada manhã é um renascimento. E o desenrolar de cada dia é atribuição nossa. Tarefa constante.


Não nos preocupemos com o reino de deus não. Nada existe fora de nós, somos o núcleo do nosso viver, sem abraçar o egoísmo por isso. E isso é importante.


A cada momento sejamos atentos ao reino do bem viver; e mais ainda, do viver para o Bem Maior. O bem de toda a humanidade. Fazendo-nos úteis a quantos de nós necessitem estaremos sim renascendo. Saindo da inércia aniquilante, renascendo para o trabalho edificante.


E ninguém fará aquilo que nos compete. Ninguém!


Somos sempre os artífices dos nossos inúmeros renascimentos. Sempre!


Paulo Cesar Fernandes

10  06  2013