sábado, 9 de fevereiro de 2013

Reflexão 09 02 2013 Aceitação

Estava em prece, bem agora.


E durante esse processo, um número imenso de pessoas passaram por minha lembrança. De início os familiares, passando por amigos dos mais diversos locais. Inclusive da primeira empresa da área de informática em que trabalhei, onde aprendi muita coisa com um gerente paciente e bom, não apenas comigo, mas com todos.


Ao pensar em todas essas pessoas de quem gosto, e cuja ausência já se perde no tempo, uma frase do Pai Nosso me veio à mente, e definiu de forma clara a postura correta diante dessas perdas naturais da vida:


"Seja feita a tua vontade
Assim na Terra..."



Pois a saudade bate. E bate forte. Principalmente lembrando de tantos benfeitores, no curto espaço desta encarnação. Saudade e gratidão a todos.


Hoje, eu não vejo a frase ensinada por Jesus, se assim o foi, como um elemento de submissão. A nada e a ninguém. Mas, muito pelo contrário, uma postura de compreensão da Vida, e das Leis Naturais regentes de cada momento dessa mesma Vida.
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Compreender os fenômenos existenciasis, é estar cada vez mais em conformidade com essas Leis. E o fato de não nos aborrecermos ou revoltarmos ante cada novo fato, cada novo desafio, ou cada nova perda é um elemento engrandecedor da nossa forma de viver.


Onde nos leva a revolta?


Em todas as circunstâncias da vida, a revolta apenas promove a perda de nossa energia. Uma energia capaz de ser positivamente utilizada.


Revolta, o ódio, inveja, orgulho, vaidade são fenômenos interiores capazes de nos roubar muita, mas muita energia mesmo. E na economia existencial vale a pena pensar um pouco mais nisso. Dotar nosso viver de uma outra forma de encarar cada um dos problemas.


Nem tudo é tão feio quanto nos parece no primeiro momento. Se algo novo se apresenta, e o medo faz mensão de chegar.


Aguardemos.


O tempo, se mantivermos a serenidade, tem a capacidade de abrir novas perspectivas de um momento para outro.


O impossível, num estalo acaba possível, viável e de fácil ordenamento.


Por que não pensei logo nisso?

Quem nunca usou essa expressão?


Seja por uma solução por nós mesmo encontrada, ou trazida por uma pessoa amiga.


Dado o conhecimento do espírito, e de sua imortalidade; nem a morte é capaz de destruir o equilíbrio de nosso viver.


Sabemos. Nossos corpos são finitos. Mas nós já viemos de outras, e seguiremos para outras oportunidades de aperfeiçoamento através da encarnação.


Assim. Peito aberto para a Vida. Confiança. Positividade.


A nossa trajetória é ascencional. E todos somos inacabados. Todo novo desafio, tão somente nos acrescentará. Essa é a Lei.


Paulo Cesar Fernandes

09  02  2013  

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Reflexão 07 02 2013 Da origem do perigo

Mario Sérgio Cortella é um filósofo e teólogo por quem tenho grande respeito. Não apenas por seus inegáveis valores éticos e intelectuais; bem como pelo fato de ter trabalhado com o Professor Paulo Freire, e o substituido na Secretaria Municipal de Educação da Cidade de São Paulo, quando da necessidade de afastamento do
Mestre.


Chamo Mestre pois assim se refere a ele Mário Sérgio, e sempre lhe reverencia a bondade e sua capacidade de ensinar sem ferir.


Mário Sérgio, se referindo ao tempo em que estamos e o comparando ao passado diz:


_ Antigamente, quando estavamos na rua tarde da noite, e ouviamos o barulho de alguém se aproximando, temíamos fosse uma "assombração"; e nos sentiamos aliviados ao perceber se tratar de um humano como nós.

Ocorre mais recentemente um fenômeno estranho.

Ao ouvir os passos de alguém entramos em alerta.

Temerosos de sermos assaltados.


Quando a pessoa passa e nada ocorre nos sentimos aliviados. As "assombrações" deixaram de ser uma das nossas preocupações.




Talvez minha memória não tenha registrado o texto em sua integralidade, mas a idéia é essa: os espiritos, nos tempos que correm, causam menos medo que os encarnados.


Isto me veio à mente pois na leitura do Livro dos Médiuns de Allan Kardec, quando trata das Comunicações Visuais, cita um fato interessante. Trago todo o contexto, para que o leitor deste se posicione:


Allan Kardec - Livro dos Médiuns
Capítulo VI - Das Manifestações visuais.


Temos Kardec questionando a Erasto.
E opinando através das Notas.


7ª Que inconveniente haveria em ser permanente e geral entre os homens a possibilidade de verem os Espíritos? Não seria esse um meio de tirar a dúvida aos mais incrédulos?


"Estando o homem constantemente cercado de Espíritos, o vê-los a todos os instantes o perturbaria, embaraçar-lhe-ia os atos e tirar-lhe-ia a iniciativa na maioria dos casos, ao passo que, julgando-se só, ele age mais livremente. Quanto aos incrédulos, de muitos meios dispõem para se convencerem, se desses meios quiserem
aproveitar-se e não estiverem cegos pelo orgulho. Sabes multo bem existirem pessoas que hão visto e que nem por isso crêem, pois dizem que são ilusões. Com esses não te preocupes; deles se encarrega Deus."



NOTA. Tantos inconvenientes haveria em vermos constantemente os Espíritos, como em vermos o ar que nos cerca e as miríades de animais microscópicos que sobre nós e em torno de nós polulam. Donde devemos concluir que o que Deus faz é bem feito e que Ele sabe melhor do que nós o que nos convém.



8ª Uma vez que há inconveniente em vermos os Espíritos, por que, em certos casos, é isso permitido?


"Para dar ao homem uma prova de que nem tudo morre com o corpo, que a alma conserva a sua Individualidade após a morte. A visão passageira basta para essa prova e para atestar a presença de amigos ao vosso lado e não oferece os Inconvenientes da visão constante."



9ª Nos mundos mais adiantados que o nosso, os Espíritos são vistos com mais freqüência do que entre nós?


"Quanto mais o homem se aproxima da natureza espiritual, tanto mais facilmente se põe em comunicação com os Espíritos. A grosseria do vosso envoltório é que dificulta e torna rara a percepção dos seres etéreos."



10ª Será racional assustarmo-nos com a aparição de um Espírito?


"Quem refletir deverá compreender que um Espírito, qualquer que seja, é menos perigoso do que um vivo. Demais, podendo os Espíritos, como podem, ir a toda parte, não se faz preciso que uma pessoa os veja para saber que alguns estão a seu lado. O Espírito que queira causar dano pode fazê-lo, e até com mais segurança,
sem se dar a ver. Ele não é perigoso pelo fato de ser Espírito, mas, sim, pela influência que pode exercer sobre o homem, desviando-o do bem e impelindo-o ao mal."




NOTA. As pessoas que, quando se acham na solidão ou na obscuridade, se enchem de medo raramente se apercebem da causa de seus pavores. Não seriam capazes de dizer de que é que têm medo. Muito mais deveriam temer o encontro com homens do que com Espíritos, porquanto um malfeitor é bem mais perigoso
quando vivo, do que depois de morto. Uma senhora do nosso conhecimento teve uma noite, em seu quarto, uma aparição tão bem caracterizada, que ela julgou estar em sua presença uma pessoa e a sua primeira sensação foi de terror. Certificada de que não havia pessoa alguma, disse:


"Parece que é apenas um Espírito; posso dormir tranqüila."

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Vejo grande similitude/semelhança entre o que nos coloca Mário Sérgio Cortella e o narrado por Allan Kardec.


Paulo Cesar Fernandes

07  02  2013

Reflexão 07 02 2013 Trajetória


_ Nos momentos mais difíceis, filho, agarra-te com Deus. Ele nunca nos desampara.


O tempo passa. Nossas concepções se transformam. Ganham novas envergaduras. Rompem com todas as possíveis crenças.


Mas as palavras sinceras, saídas de um coração materno, calam fundo o coração de um filho. São palavras que entalham nosso espírito, dando-lhe uma forma; e muito além de uma morfologia estabelecem uma diretriz. No meu caso a diretriz do espiritismo como uma das fontes de conhecimento.


Eu o coloco entre tantas outras fontes de conhecimento, formadoras de minha personalidade: a concepção espírita; a concepção socialista; a concepção terceiromundista; hispanoamericana; etc.


E, a cada ano, novas possibilidades se me apresentam, para uma mudança de rumo, de rota; ou, a reafirmação da rota até a data trilhada. Sempre pautada pelos conceitos de certo e errado ministrados no mais remoto de minha memória.


_ Isso não se pode fazer filho, afinal a casa não é nossa, é alugada. Seu Aires vai se aborrecer conosco. - Quando eu desenhava nas paredes da casa.



Hoje. Aos 61 anos. sou a somatória dos conceitos dos primeiros anos, e das transformações efetivadas pelas centenas e centenas de leituras de minha trajetótia.


Mas sou um espirito inacabado. Ainda, e sempre inacabado.



Estou convicto disto. Muito mais há a agregar nesses conceitos todos, formadores do meu estofo intelectual. Talvez coisas inimaginadas por mim neste momento.



A Vida, na sua capacidade de me trazer surprezas, aprontará mais uma das suas; me trazendo um outro cantor, um outro filósofo, um outro sociólogo; melhor ainda, uma outra companheira, capaz de vir com elementos novos à nossa jornada. Pois não será correto e justo, seguir com uma companheira, mantendo a mentalidade de
solitário. Reaprenderei a viver a dois.



Essas coisas acima escritas, são apenas idéias brotantes de um momento de meditação dentre tantos. Instantes de cada tarde, dedicados a algo muito distante da materialidade. Espaço de mergulho no universo da abstração, capaz de se dar através do estudo do espiritismo, de um livro de mensagens, de um texto de sociologia e arte, da letra de uma canção. Mas, por certo, momentos em que eu, consciente disso, me projeto fora da corporeidade característica em todos nós e me vejo projetado na mais pura espiritualidade.



Momentos de comunhão com um Bem muito maior, apenas me deixo envolver em tudo isso, pois tenho a certeza na benevolência de quem me acompanha.



Paulo Cesar Fernandes

07  02  2013

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Transcender

Da necessidade de transcendência.


_ O ser humano transcende?
_ Sim.



_ E por que razão?
_ Por ter certeza de sua finitude. É o único animal cuja finitude lhe agasta a existência desde tempos
imemoriais. Sabe da morte e a teme. Digam o que digam. Seja qual seja sua forma de pensar, o homem teme a morte.


Nem sempre a morte em si, mas ao sofrimento que a antecede. Vemos o sofrimento dos nossos semelhantes, amigos e parentes. Vemos a sua morte e sofremos. Sofremos sua ausência. A dor cortante da ausência dos nossos. Dos nossos avós. Dos nossos tios e nossos pais.


E vemos a coisa se aproximar de nós.


Uma amiga se vai. Um amigo. Tão novo aos nossos olhos.


Essa angústia arroja o homem na busca da transcendência.


E a melhor forma de transcender, na minha opinião, é a busca da espiritualidade, de tudo aquilo contraposto à materialidade: a arte; o pensamento abstrato da matemática e das ciências; a filosofia; e até
mesmo alguma concepção religiosa, seja ela qual seja, é capaz de fazer o homem transcender.


E nesse processo de transcendência o homem ganha outra forma de ver a vida, e de se postar diante das dificuldades.


É o momento de força, de coragem, de instituição de outros parâmetros existenciais.


Parece um nada dizendo assim. Mas é muito. Pois revalora a existência. Dá-lhe um outro sentido.


Todos os pensadores foram homens transcendentes. Sua obra, sua criação, é a marca dessa transcendência e da necessidade de transcendência presente ao longo de sua vida.


Não nos prendamos à materialidade. Afinal a vida é sempre curta.


E acima de tudo, o homem necessita voar!


Paulo Cesar Fernandes


04 02 2013