domingo, 26 de fevereiro de 2012

Antonio Abdalla - Sua resposta

Da Humana Existência


BRILHANTE! Não há outro termo para definir a excelente dissertação do filósofo Paulo César Fernandes, publicada na edição nº 191 de “Opinião”. Se ele citasse os dois principais existencialistas do século XX, Heidegger e Sartre, não acrescentaria nem uma só proposição ou argumento, apenas ilustraria ainda mais seu ponto de vista.
Paulo César explicitou de forma magistral a ideologia da Confederação Espírita Pan-Americana: o Existencialismo Humanista Espírita. Não é a minha opção, pois me referencio em outra Ontologia do Ser Espiritual, aquela que postula que todos somos gemas preciosas carecendo de lapidação. Lapidação que depende do exercício contínuo e intenso da caridade, fora da qual não há salvação! Discordo do filósofo cepeano apenas em sua conclusão: “E basta!”. Não, não basta... A busca da Verdade deve prosseguir, pois somente quando a encontramos seremos efetivamente livres.
Antonio Abdalla Baracat Filho – Belo Horizonte/MG.
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Quero, de público, agradecer as palavras entusiásticas do companheiro mineiro Antonio Abdalla Baracat Filho. Dizer a ele, e a todos que possam estar lendo este POST, que palavras como estas nos servem de incentivo, a seguir na trilha de busca em coadunar o pensar filosófico espirita com o pensar filosófico que remonta os mais remotos tempos da civilização ocidental a qual me relaciono. O oriente me é desconhecido.

Desde os tempos de Mocidade Espírita, ainda com pretos cabelos, venho batalhando no sentido dos Centros Espíritas, e todas as entidades ditas espiritas, diálogar franca e abertamente com todas as áreas do conhecimento. Sem distinção de espécie alguma. E mesmo com entidades de pensar diverso do nosso.

Esta ponte de acesso à sociedade, é uma via de duas mãos.
Da mesma forma que nós espiritas nos veremos enriquecidos pelo conhecimento que as diversas academias do mundo trazem a público; por outro lado, daremos ao mundo a possibilidade de perceber que o espiritismo, tal qual o pensamos, não é fechado em si mesmo, e eivado de práticas estranhas, não condizentes com aquilo que Allan Kardec bem balizou em "O Livro dos Médiuns" no tocante à mediunidade, por exemplo.

E, em tempos de materialismo exacerbado, lembrar que foi Kardec quem colocou que o maior inimigo do espiritismoo é o materialismo.
Exatamente esse materialismo que tira das pessoas a posssibilidade de refletir sobre si mesmo, sobre seu lugar no mundo, e sobre a utilidade de sua existência.

Nesse aspecto, devo dizer que nós espiritas devemos nos somar aos grandes pensadores da atualidade, cujo foco de preocupação reside nos tempos em que vivemos, e os efeitos desastrosos da Globalização e das políticas Liberais e NeoLiberais que vigem em diversos países do globo.

Nomes como Anthony Giddens; Rochard Rorty; Gianni Vattimo; Zygmunt Bauman; Jean-Francois Lyotard e alguns mais, usados como referenciais de professores eméritos da Universidade de São Paulo. Estes nomes devem estar compondo o universo das nossas preocupações. Andar junto deles. Pensar o que eles pensam, para acatar ou para rejeitar as opiniões por eles adotadas. Mas refletir sobre a obra destes ilustres homens que nos dão a conhecer o nosso mundo, com todas as suas discrepâncias e mazelas.

Como interferir eficazmente num mundo que desconhecemos?

Disse ao Ricardo Nunes, companheiro da Baixada Santista  "Temos que olhar para o futuro."
Pois penso que o passado passou, e nos vale como referência tão somente, mas não como elemento aprisionante.

Nossos verdadeiros companheiros de lutas são estes homens, que de formas distintas combatem a Globalização e os efeitos destruidores por esta gerados: campos de refugiados; guerras fraticidas alimentadas pelas potencias mundiais; etc.

Estar junto destes homens hoje, é estar discutindo o que o senso comum só no próximo século talvez venha a discutir.

Paulo Cesar Fernandes
Filósofo
Santos - SP