sábado, 1 de junho de 2013

20130601 Sabedoria

"Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra."
Jesus numa anotação de João 8:43



Será que não entendemos as palavras de Jesus?


Será que não lhe dedicamos nossa atenção?


Não podemos generalizar. Alguns são verdadeiramente atentos ao apostolado ao qual se dedicam. Ora dando uma aula de qualidade e atendendo atenciosamente aquele aluno de aprendizado mais lento.


Noutro momento é aquela atitude paciente no trânsito mais complexo de uma grande cidade.


Por vezes, dentro do próprio lar, a relação difícil com a companheira ou companheiro de jornada. Podemos ter atitudes egoístas e fechados, quando deveríamos estar abertos ao diálogo e ao apoio mútuo.


"Caridade bem coordenada começa dentro de casa." dizia meu cunhado. E tinha toda razão.


Por vezes somos notáveis na rua e desprezíveis no Lar. O Lar, nosso mais forte local de aconchego, e verdadeiro progresso. Isto quando se trata realmente de um Lar. Se for apenas uma casa onde corpos descansam e nada há de afetividade temos a materialidade e as características atuais de algumas famílias.


Viver é compartilhar afeto e emoções. Num processo com início no seio do Lar, e expansível pela vizinhança, cidade e planeta.


Do pequeno para o grande. Do simples para o complexo. Diria eu, dos ouvidos moucos, aos ouvidos atentos a tudo e a todos, inclusive ao chamamento dos nossos semelhantes.


Assim agindo, estaremos dando atenção à preocupação de Jesus quanto à sua mensagem.


Mais que isso estaremos nos ajustando às Leis Naturais, no caminho da sabedoria.


Paulo Cesar Fernandes

01  06  2013

sexta-feira, 31 de maio de 2013

20130531 Mutabilidade responsável

"...Nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele,"
Paulo a Timóteo 6:7



Somos viajantes do tempo, como leve pena sob a ação do vento.


Viemos não sabemos de onde. Chegamos ao regaço materno.


Acolhidos em seu amor fizemos nossa trajetória, mal ou
bem estruturada, segundo nossas aquisições a se perderem no já vivido tempo.


Aqui estamos nós! Mas...


ZAP! Podemos, de pronto não mais fazer parte dos encarnados.

Novos rumos, novos corpos, novas metas, novas possibilidades.


A existência é assim. Mutante. Ágil. Poderosa e oportunizante.


Várias encarnações, num grande mosaico de experiências.


Nesse processo valoroso, vamos ombreando com os mais diversos espíritos; como nós, viajores de existências. Capazes de coisas belas e excitantes, bem como capazes de atos entristecedores. Degradantes. Assim é a coisa! Dizem meus amigos centro-americanos.


Somos todos assim. Imprevisíveis. Exatamente por isso, com possibilidades múltiplas a cada dia, cada momento.


Num mesmo dia podemos ter, ora atitudes grotescas e num outro momento, a leveza mais pura no olhar e nas palavras.


Somos esse universo desconhecido e inesperado. Espíritos em evolução.


Apenas isso, nada mais: Espíritos em Evolução.


As Leis Naturais nos garantem o tempo interminável.


Nossa tarefa: escolher entre a materialidade vigente em nosso mundo, e a espiritualidade a ser construida pelas nossas escolhas no uso desse tempo imenso ofertado pela vida.


Nossa Liberdade é Total. Mente quem tenta te colocar limitantes.


E mente para te dominar, te fazer temeroso da vida, e servo de uma forma ou de outra.


"A aranha vive no que tece." nos ofertou Gilberto Gil.


O poeta e filósofo nos forneceu a fórmula do viver responsável.


Pense um pouco mais sobre a frase! Ganhará!


Paulo Cesar Fernandes

31  05  2013

quinta-feira, 30 de maio de 2013

20130530 Jesus é verbo


Ele salvou a muitos e a si mesmo não pôde salvar-se.
Observação de Mateus 27:42



Uma ótica estreita, delimitada entre o berço e o túmulo, traz essa afirmação de Mateus. Basta nos afastarmos no tempo e teremos uma outra visão/compreensão de todo o processo.


1) Para nós espiritas, esse não é o momento mais importante da passagem de Jesus pela Terra. Foi muito usado pela Igreja Católica no domínio dos homens de todos os tempos, inclusive hoje, em missas de padres conservadores, o madeiro é sempre lembrado, para o rebanho não se rebelar diante das injustiças do mundo.


Afinal, o martírio maior foi vivido por Jesus para salvar a humanidade. Esse argumento eu ouvi na Igreja do Embaré, enquanto esperava uma amiga. Bom lembrar de quanto reacionária é a Igreja politicamente. Desde os padres com inserção nos Meios de Comunicação de Massas ao Papa.


Nomes como Helder Camara; Tomás Balduíno e Pedro Casaldáliga são desviantes dessa massa perversa. Homens capazes de afrontar a morte pelo "povo de Deus", como eles mesmos denominam. São outra coisa dentro dessa instituição. Não falam no madeiro em suas celebrações, contrariamente realçam o Jesus vivo em cada um de seus seguidores. Lembrar aqui o amparo dado pelos Beneditinos, durante a Ditadura Militar, para conduzir ao exterior os militantes perseguidos. Frei Betto entre eles.


2) Tendo em vista a imortalidade, Jesus de Nazaré apenas se viu compelido a sair do corpo. Um corpo mutilado pela ignorância popular. Presente na época de Jesus, e em todas as eras da humanidade. A ignorância é sempre mais numerosa que a sensatez. Bom senso e condescendência é privilégio de poucas pessoas, em
qualquer tempo histórico.


3) Salvação é outra falácia, necessária de ser extirpada do movimento espirita de uma vez por todas. A incultura é promotora dessa visão da necessidade de salvadores. Salvadores da almas. Salvadores de pátrias. Salvadores de equipes de futebol.


Apenas podemos salvar aquilo em processo de perdição, de
decomposição ou de degradação, como é o caso de alguns pontos do planeta Terra, aos quais os ambientalistas deitam seu foco.


Nós, espíritos, não temos nada disso. Sempre vivenciamos experiências, libertamente escolhidas. Se as escolhas trouxerem a dor, reordenaremos nosso modo de agir, aprendendo algo. E na dinâmica dialética da existência vamos progredindo. Sempre lembrando, contar com o aliado tempo jogando ao nosso lado, bem como das oportunidades oferecidas pelas múltiplas encarnações.


Nessa dinâmica existencial. Estamos cada um de nós no momento mais propício, no lugar mais acertado. Com o caminho pleno de possibilidades. Contamos para isso não com o Jesus do madeiro, da cruz. Nada disso. Mas com o Jesus vivo, caminhando por sua Galiléia e lançando sementes de verdades cabíveis em todos os
tempos, e germináveis em todos os corações a elas devotados.



"Jesus não é substantivo, Jesus é verbo." diz Ricardo Arjona. Um cantautor nascido na Guatemala e cuja carreira veio a deslanchar no México.


É isso. Jesus não é o homem apenas. Mas as ações brotantes da sua mensagem, pulsando no coração do Homem de Bem.


Paulo Cesar Fernandes

30  05  2013

terça-feira, 28 de maio de 2013

El Cristo de los villeros

Pode não ser Cristo pois detesto essa denominação católica.
Mas é um Jesus muito próximo do povo dos nossos países.
Diferente da riqueza e do fausto dos igrejas que por aí andam.
Na simplicidade nasce a vida.
Francisco de Assis me ampara nessa afirmação.
Ou não?


Chamamé é um ritmo presente no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul no Brasil, no Paraguay e na Argentina no que eles chamam de províncias litoraleñas. Nas margens dos Rios Paraná e Uruguay.


===



Amandayé
El Cristo de los villeros

Amigos voy descubriendo,
a un Cristo de cuerpo entero,
Un Cristo tan compañero,
que anda llevando en la villa,
la misma vida sencilla,
del Cristo de los villeros.


Nació a orillas de un poblado,
vivió en país extranjero,
Fue un pobre tan verdadero,
que del cielo donde vino,
solo se trajo el camino ;
lo mismo que los villeros


En ese Cristo yo creo,
el mismo Cristo que espero,
Es un Cristo sin dinero,
que trabaja con sus manos,
el Cristo de mis hermanos,
que vuelve entre los villeros.
Este es el Cristo que vive,
cuando a mi hermano lo quiero,
Cristo de rancho y madero,
Cristo de amor y sin techo,
Cristo fraterno y derecho,
con el alma del villero.


Cristo muerte ,Cristo vida,
Cristo señor y pueblero,
palabra y no palabrero ;
sufre muere y resucita,
inquieta llama me invita,
desde el rancho del villero.
Y si usted va descubriendo ,
a un Cristo de cuerpo entero,
tan concreto y compañero,
que se hace vida sencilla,
es el Cristo de la villa,
el Cristo de los villeros.


En ese Cristo yo creo,
el mismo Cristo que espero,
es un Cristo sin dinero,
que trabaja con sus manos,
El Cristo de mis hermanos,
que vuelve entre los villeros.
Este es el Cristo que vive,
cuando a mi hermano lo quiero,
Cristo de rancho y madero,
Cristo de amor y sin techo,
Cristo fraterno y derecho,
con el alma de villero.



Paulo Cesar Fernandes

28  05  2013

20130528 Nosso lugar

"..vou preparar-vos lugar."
Jesus anotação de João 14:2



Uma mensagem vinculada ao Bem Maior foi deixada na Terra fas muitos séculos.


Um homem que dividiu o mundo, antes e depois de sua estada entre nós.


Assim, sua mensagem deve ter sido importante. Deve ser um norte capaz de nos abrir portas de felicidade e paz. Mensagem pura e cristalina.


Se assim é, por que tão poucos ouvidos se colocam aptos a tal mensagem?


Qual o motivo de andarmos ao largo desse manancial de pura água?


Creio eu ser a dificuldade de mudar.


Todos temos, em maior ou menor grau uma tendência a permanecer tal qual estamos. Queremos a paz e a felicidade mas vindas num passe de mágica.


Mágica não existe. São mãos hábeis de prestidigitadores a nos trazer a ilusão, nos espetáculos públicos. E muitos gostamos da ilusão. Nos damos bem com toda sorte de ilusões. Nossa sociedade vende ilusões. E, segundo Bauman: "não as entrega".


Mas nossa realidade como espíritos não admite ilusãoes. E sempre, quando se apresenta a realidade, ao seu lado se apresentam as desilusões e os desencantos. Momentos de dor e reestruturação existencial.


Exatamente nos momentos onde a dor nos toca de forma mais pungente, é quando nos apercebemos de nosso distanciamento de tudo aquilo proposto dois milênios antes. Em geral é o momento na qual fazemos uma reavaliação da nossa vida e, se inteligente formos, acabamos por estabelecer escolhas diversas das anteriores.
O novo se apresenta, e o novo acaba sendo a antiga sabedoria, de Jesus, dos filósofos, de Buda, das expressões imutáveis da sabedoria.


A existência terrena nos serve para isso. Para nos abrir caminhos de aprendizado, dessas coisas todas em geral alijadas do nosso viver.


Em suma serve para preparar-nos para a morte.


Feliz daquele, capaz de cultivar valores imorredouros, desde os tenros tempos de sua vida terrena. Já estará vivendo em nosso plano material o lugar prometido por Jesus para a imaterialidade.


Afinal, assim como o Saber, o Bem não ocupa lugar.



Paulo Cesar Fernandes

28  05  2013

segunda-feira, 27 de maio de 2013

20130527 Bom senso

"Linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós."
Paulo a Tito 2:8



Para quem, como eu, lida com a palavra, esta advertência é certeira. Pois muitas vezes já me vi arrependido de usar palavras rudes, nem sempre condizentes com os sentimentos mais brandos, do interior da alma.


Uma vez dita a frase não há retorno. Podemos até nos desculpar, mas jamais será igual, nunca tão bom como se houvessemos silenciado no momento de ira. Se tivesse eu contado até dez, cem.


Muitas palavras ouvimos e falamos no calor dos debates, e nem sempre são a expressão do coração. Fala nessa hora o orgulho e
principalmente o desamor. Ausência total de caridade. Destempero emocional.


Não somos santos... Estamos em aprendizado... e blá blá blá...Porém.


Há de cuidar das nossas expressões na palavra escrita, na nossa fala, bem como em nossos pensamentos. Pensamentos são energia em movimento.


Quem já recebeu um texto cheio de ódio, ou cheio de afetividade sabe bem disso.


Palavras, em qualquer das formas na qual as expressemos, carregam energias. Repito, mesmo nos pensamentos.


Por que motivo a convivência com determinadas pessoas nos traz taquicardia? Enquanto outras nos são neutras ou afetivamente aconchegantes?


O ódio é uma força, tal e qual o amor. Ambos são capazes de construir e de destruir.


Vivemos mergulhados em energias. Geramos e interagimos energéticamente. Nos sentimos bem, ou nos sentimos mal, segundo as energias dos ambientes pelos quais transitamos.


"Se voces se sentirem mal, com alguma pessoa, ou em algum lugar, afastem-se". Esse foi sempre o sábio conselho de João Guimarães Rosa a seus filhos.


Médico de profissão, diplomata, e curioso buscador de todas as formas de religiosidade, viver em Minas Gerais lhe ajudou nesse aspecto. Onde acabou por construir a sua forma de se postar dentro da vida. Aprendizado transmitido aos filhos, e legado importante a cada um de nós. Buscar o Bem e promover apenas o Bem.


Mas eu vou abdicar de minha capacidade crítica?


Evidentemente não. Temos obrigação de denunciar o erro, onde quer ele se apresente. Mas há formas e maneiras de o fazer. Podemos sempre encontrar uma maneira serena e doce, capaz de esclarecer sem ferir. Se o receptor for algo mais maduro.


Uma crítica, vinda de uma pessoa sensata, eu devo pelo menos buscar apreende-la, para num momento outro julgá-la procedente ou não. Quanto mais a minha razão for o instrumento de análise, mais próximo estarei de uma conclusão justa.


Permitam um relato pessoal.


Um amigo anos atrás teceu um comentário acerca de minha volubilidade. Por certo tem razão. De lá para cá venho mais atento a esse aspecto, e buscando lidar com esse elemento negativo de minha personalidade. Embora tenha consciência da orígem desse defeito: minha busca incessante de novas formas de pensar. Busca do conhecimento sempre renovado. Se tive vários focos nos dez últimos anos, por outro lado adquirí multiplos conhecimentos. Duas novas línguas. Uma compreensão de como pensam os intelectuais da Europa e mais recentemente de Nossa América Espanhola.


O tempo é único. Direcionamos para um lado ou para outro segundo nossos interesses, e podemos ter interesses múltiplos e mutantes.


Direito de cada um. Mas meu amigo tinha razão é uma característica inútil num grupo de estudos.


Afinal não basta escrever, é necessário desenvolver um estilo, e ter uma finalidade útil em nossa escrita.


Vivemos num mundo multinformacional. Mas em nome da liberdade de expressão, lixo por toda parte. Saber selecionar é uma arte.


Escolher uma leitura, um filme é como comandar uma reunião mediúnica.


Acolher a todos os espíritos, mas ter sempre a preocupação de saber se a mensagem trazida visa o Bem Geral. E um dos instrumentos de análise, além do conteúdo é o requisito da linguagem.


O bom senso deve permear a relação entre o plano da materialidade e a espiritualidade. Sempre!


Paulo Cesar Fernandes

27  05  2013

domingo, 26 de maio de 2013

20130526 Sem desistir

"Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado."
Paulo aos Hebreus 11:25


Pecado é complicado, muito complicado. Não dá!


Desconsiderando o pecado, algo próprio no tempo de Paulo de Tarso, mas completamente inofensivo nos tempos de indidualismo e racionalidade atuais, podemos iniciar nossa análise.


Trazer a questão das escolhas, e das incompreensões possíveis das escolhas do homem ao longo de sua trajetória terrena.


Quem pode julgar quem?


Na verdade ninguém.


Somos viajantes libertos de tudo e de todos. Trajetória de escolhas milhares ao longo das encarnações desfrutadas por nós. Oportunidades de crescimento interior. Tanto no campo ético como no intelectual. Somos um devir permanente. Somos uma possibilidade constante.


Seres inacabados.


Como uma escultura. Precisamos do cinzel das dificuldades a vencer, para ir ganhando forma. Dos desafios para ir consolidando nossas estruturas éticas e estéticas.


Somos a beleza em potencial. Obras de arte a desabrochar ao público maior dos nossos semelhantes. A partir dos enfrentamentos e confrontos com nossos companheiros de jornada se dá a nossa formação. Afetos e desafetos poderão ser construidos, nesse entrechoque de sentimentos.


Busquemos sempre a afetividade sincera, a única capaz de nos garantir a serenidade e a paz.


Somos criados para a felicidade e para o amor.


Tudo diferente disso é uma questão de aprendizado de viver.


Dentro de nós repousa um tesouro, basta nos voltarmos para todas as potencialidade ali presentes e a paz dominará nosso coração.


Cada dia um pouco. Sem desistir nunca. Sempre caminhar!


Paulo Cesar Fernandes

26  05  2013