sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

20140201 Morte

Morte


Te mostraram a imagem de uma velha?

Enganos. Ela é uma moça, magra, negociante muito capaz. Drogas. Não pó de arroz pois seu comércio não é de cosmética. È otra
área.

Tem bons brutamontes ao seu redor.

Quer me rondar, vive nas redondezas de todos os bairros do Brasil, e eu finjo sempre não a ver. Mas um dia lhe perguntei:

_ Que fazes tão cedo aqui, me olhando e rondando há dias? Lembra-te só passastes na casa de minha avó ao seus 98 anos. Dá-me um tempo, não és bela e não te quero. Nesta Quadra de Tenis da vida estamos em lados opostos. E eu luto contra teu trabalho, mas
não apenas quanto a mim, porém me ocupo dos meninos da África e de todo o mundo.

Após rir muito ganhou fôlego e me disse:

_ És mesmo um inútil, um imbecil pois nada percebes. Tenho como meus aliados os Donos do Mundo; os Governantes de imensos
paises; toda a gente do poder terreno está a meu serviço. Sola eu não poderia dar conta de tanto trabalho por mim executado.


_ E eu venho lutando...

_ Tu és um nada, un nada como todos os idealistas. Como todos os sonhadores. Não percebes que ano a ano tenho mais elementos
químicos a meu serviço. E quanto mais a tua burra polícia proíbe mais os curiosos se entregam a estas substâncias. Claro, bem
sabes quais são. Eu os ganho mais e mais a cada dia. Eu te queria em uso mas ...

_ Já te disse não ter a menor pressa, e ano a ano me cuido mais e mais en contra tuas artimanhas. Não achas já ser tempo de
abandonar por longos hiatos minha casa?

_ Tua paz me aborrece mas vai que...

_ Nada pega, pois mais tenho a fazer e muito tenho a usufruir neste corpo de tanto prazer retirado.

_ BAHHH... Nada mais és que um fugitivo das minhas garras... mas não te rias antecipadamente. Lembra sempre que o tempo passa por todas as portas, e um dia baterei na tua novamente. Nesse dia não haverá diálogo. Será teu ponto final.

_ E vai-te agora, de mim e das crianças todas cujos governos estão sob a égide da canalhice. Leva os governantes por favor e deixa
por mais tempo os meus queridos infantes.

_ Talvez possa levar governantes mesmo. Desde que cumpra minha tarefa e minha quota estou dentro do esperado de mim.

_ Nunca buscastes projeção pessoal? Os governantes colocarão sobre ti os holofotes dos Meios de Comunicação de Massa
(MCM). Pensa nisso um pouco mais.

_ Governantes? Eu te julgava mais burro. Tens cara de um imbecil mesmo... Mas eu mesmo nunca pensara nisto... e pensando
bem... Me destes uma boa ideia.

_ Vai-te afinal! Não te quero por perto.


E aquela figura asquerosa se foi desfazendo no ar.


Paulo Cesar Fernandes

01  02  2014

20140131 Frederico Guilherme Henrique Alexandre de Humboldt

Friedrich Wilhelm Heinrich Alexander von Humboldt, o barão de Humboldt
(Berlim, 14 de setembro de 1769 — Berlim, 6 de maio de 1859), mais conhecido como Alexander von Humboldt, foi um geógrafo,
naturalista e explorador alemão. Foi o irmão mais jovem do ministro e lingüista prussiano Wilhelm von Humboldt.



Biografia

Alexander von Humboldt foi um cientista de uma polivalência que poucas vezes se observou e, haja vista como a ciência se
desenvolveu e especializou, certamente não mais será vista. Ele desenvolveu (e se especializou em) diversas áreas: foi etnógrafo,
antropólogo, físico, geógrafo, geólogo, mineralogista, botânico, vulcanólogo e humanista, tendo lançado as bases de ciências como
a Geografia, Geologia, Climatologia e Oceanografia. Apesar de ter pesquisado diversas coisas em seus mínimos detalhes, sempre o
fez com uma visão geral e imparcial.

Com quatorze anos de idade, fixou-se em Berlim para continuar seus estudos e, mais tarde, frequentou as universidades de Frankfurt
(Oder) e Göttingen, onde cursou Filosofia, História e Ciências Naturais.

Em 1789, com apenas vinte anos de idade, fez sua primeira viagem de caráter científico, passando pelos Países Baixos, Alemanha e
Inglaterra, e principalmente ao longo das margens do rio Reno, seguindo Georg Forster, um naturalista que acompanhou o Capitão
Cook em sua viagem ao redor do mundo. O resultado de toda essa exploração científica foi uma obra intitulada Observações Sobre
os Basaltos do Reno.

Sua viagem exploratória pela América Central e América do Sul (1799-1804) e pela Ásia Central (1829) tornaram-no mundialmente
conhecido ainda antes da sua morte. Sua principal obra é o Kosmos, uma condensação do conhecimento científico de sua época.

Sua obra Ansichten der Natur também foi bastante popular.

Sua correspondência científica com colegas cientistas compõe-se de 35 mil cartas, das quais aproximadamente 12 500 estão
arquivadas.

Além das ciências naturais, foi também um influente mecenas da Literatura. Humboldt apoiou os poetas e escritores Heinrich Heine,
Ludwig Tieck e Klaus Groth. Entre seus amigos e conhecidos estavam Matthias Claudius, Carl Friedrich Gauss, Jacob e Wilhelm
Grimm, August Wilhelm Schlegel, assim como Johann Wolfgang von Goethe e Friedrich Schiller.


Introdução

Breve descrição das viagens de Humboldt

Entre 1799 e 1804, von Humboldt viajou pela América do Sul, explorando-a e descrevendo-a pela primeira vez de um ponto de vista científico. Nos cinco volumes da sua obra Kosmos, ele tentou elaborar uma descrição física do mundo. Humboldt apoiou (e
colaborou com) outros cientistas, entre os quais Justus von Liebig e Louis Agassiz.


Espécies e lugares denominados em homenagem a Humboldt

Como resultado de suas explorações, von Humboldt descreveu diversos aspectos geográficos e espécies que eram até então
desconhecidos dos europeus. Espécies denominadas em sua homenagem incluem:

##Spheniscus humboldti - Pinguim Humboldt
##Lilium humboldtii - Lírio de Humboldt
##Phragmipedium humboldtii - uma orquídea
##Quercus humboldtii - Carvalho sul-americano
##Conepatus humboldtii - Espécie de cangambá (inglês:Hog-nosed Skunk)
##Annona humboldtii - Espécie de arbusto
##Annona humboldtiana - Espécie de arbusto
##Utricularia humboldtii - Planta carnívora (inglês: bladderwort)
##Geranium humboldtii- um gerânio
##Salix humboldtiana- salgueiro (árvore)
##Nymphoides humboldtiana.- Planta aquática (herbácea aquática flutuante)


Aspectos e acidentes geográficos denominados em sua homenagem incluem a corrente de Humboldt, o rio Humboldt, a cadeia de
montanhas East and West Humboldt Range, os condados estado-unidenses de Humboldt County, na Califórnia, e Humboldt County,
no Iowa e o parque Humboldt no lado oeste de Chicago. Além disso, o mar lunar Mare Humboldtianum foi assim denominado em
sua homenagem, bem como o asteroide 54 Alexandra.

A Fundação Alexander von Humboldt

Após sua morte, seus amigos e colegas criaram a Fundação Alexander von Humboldt (Stiftung em alemão) para manter o generoso apoio de Humboldt a jovens cientistas. Apesar de a dotação inicial ter se perdido durante a hiperinflação alemã dos anos vinte, e novamente após a Segunda Guerra Mundial, a fundação tem recebido apoio do governo alemão e tem um papel importante na atração de pesquisadores estrangeiros à Alemanha, possibilitando também a pesquisadores alemães trabalharem no estrangeiro por um determinado período.

Vida e viagens de Humboldt

Juventude e educação

Com nove anos de idade, após a morte de seu pai, Alexander e seu irmão Wilhelm, dois anos mais velho, são criados pela mãe,
Maria Elizabeth von Colomb, no castelo de Tegel, nos arredores de Berlim.

O segundo tutor dos Humboldt, Gottlob Christian Kunth, tem um papel importante na vida de Alexander. Ele transmite aos irmãos
Humboldt sólidas bases de História, Matemática e línguas.

Alexander demonstra grande interesse pela História natural.

Enquanto Wilhelm demonstra uma robusta constituição, grande facilidade de aprendizagem e se orienta à alta função pública,
Alexander aprende com dificuldade, orientando-se para uma formação em Economia, que ele estuda durante seis meses na
universidade de Frankfurt (Oder). Um ano mais tarde, em 25 de abril de 1789, ele se matricula na Universidade de Göttingen.

Em Göttingen tem aulas de física e química com G. C. Lichtenberg, C. G. Heyne e J. C. Blumenbach. Durante suas férias de 1789
ele deu uma demonstração de suas proezas posteriores em uma excursão científica que subiu o Reno, que originou o estudo
Mineralogische Beobachtungen über einige Basalte am Rhein (Brunswick, 1790) (Observações mineralógicas sobre alguns Basaltos do Reno).

Alexander von Humboldt estudou ainda o Comércio e línguas estrangeiras em Hamburgo, Geologia em Freiberga com A. G. Werner, Anatomia em Jena com J. C. Loder, Astronomia e o uso de instrumentos científicos com F. X. von Zach e J. G. Köhler. Suas
pesquisas sobre a vegetação das minas de de Freiberg levaram à publicação, em 1793, do seu Florae Fribergensis Specimen; e os
resultados de uma prolongada série de experiências sobre o fenômeno da irritabilidade muscular, então recém descoberta por
Galvani, foram condensados no seu Versuche über die gereizte Muskel und Nervenfaser (Berlin, 1797), enriquecido de uma tradução francesa com notas de Blumenbach.


Viagens e trabalhos na Europa

Em 1794, ele foi admitido na intimidade da famosa sociedade de Weimar, e desde junho de 1795 contribuiu ao novo periódico de
Schiller, Die Horen, uma alegoria filosófica intitulada Die Lebenskraft, oder der rhodische Genius. No verão de 1790 fez uma visita rápida à Inglaterra em companhia de Forster. Em 1792 e 1797 esteve em Viena; em 1795 realizou uma viagem de caráter geológico e botânico na Suíça e na Itália. Durante este tempo, obteve um posto público como assessor de Minas em Berlim, em 29 de fevereiro de 1792.

Diante da ignorância dos mineradores, que não sabem distinguir um mineral de uma rocha sem valor, Humboldt abre uma escola de
formação de mineradores, que ele financia com seu próprio dinheiro. Ele recusará o dinheiro que o Ministro von Heinitz lhe enviará para rembolsar suas despesas. Humboldt realiza também pesquisas para melhorar a segurança das minas.

Apesar de o serviço público ser por ele considerado como um aprendizado ao serviço da ciência, ele cumpriu suas tarefas com tanta habilidade e zelo que não somente foi promovido a postos superiores no seu departamento, como também recebeu diversas missões diplomáticas importantes.

Em 1795, von Heinitz propõe a Humboldt o cobiçado posto de Diretor de Minas da Silésia, no sudeste da Prússia. Humboldt recusa e abandona o serviço público.

A morte de sua mãe, em 19 de novembro de 1796, deixa-o livre para seguir seu destino, no que aguarda uma oportunidade de pôr
em prática seus planos de viagem.


A expedição pela América Latina

O almirante Louis Antoine de Bougainville, célebre navegador e explorador, propõe a Humboldt participar de uma expedição pela
América do Sul, México, Califórnia, através do Pacífico, e depois ao pólo Sul. Bougainville será substituído por Baudin. Uma guerra
com a Áustria leva o Diretório a anular a expedição.

O botanista Aimé Bonpland deveria, como Humboldt, participar da expedição de Baudin. Eles se tornam amigos e decidem se juntar
à expedição científica que segue as tropas de Napoleão no Egito. O barco que deveriam tomar jamais aportou em Marselha, aonde
eles tinham ido esperá-lo. Decidem, então, ir para a Espanha e embarcar em um navio para Esmirna. Durante as seis semanas de
viagem, Humboldt realiza meticulosas medidas geográficas.

Humboldt é apresentado ao rei e à rainha da Espanha, obtendo um passaporte com o selo real, que garante aos viajantes a assistência
das autoridades que eles encontrarem. Bonpland torna-se oficialmente secretário de Humboldt. Os dois são os primeiros a efetuar uma exploração científica digna deste nome. A ambição de Humboldt durante essa viagem às Américas é descobrir a interação das forças da Natureza e as influências que o ambiente geográfico exerce sobre a vida vegetal e animal. Com essas poderosas
recomendações, eles embarcam no Pizarro na Corunha em 5 de junho de 1799.

Durante a navegação, Humboldt efetua medidas astronômicas, meteorológicas, de magnetismo, de temperatura e de composição
química do mar.

Fazem uma escala de seis dias em Tenerife para a ascensão do pico do Teide e aterram em Cumaná (Venezuela) em 16 de julho. Lá,
na noite de 11-12 de novembro, Humboldt observa uma extraordinária chuva de meteoros (as Leônidas), que constitui o ponto inicial da nossa percepção da periodicidade do fenômeno; depois disso, ele segue com Bonpland para Caracas. Na América, sente uma revolta pela maneira com que se vendem e se avaliam os escravos, mesmo se é nas possessões espanholas onde eles são mais bem tratados.

Em fevereiro de 1800 ele deixa a costa com o intuito de explorar o curso do rio Orinoco. Essa viagem, que durou quatro meses e
cobriu mais de 2750 km de uma terra inabitada, selvagem e inóspita, teve como resultado a descoberta da existência de uma
comunicação entre os sistemas hidrográficos do Orinoco e do rio Amazonas, (o canal Casiquiare, que liga o Orinoco ao Amazonas),
e a determinação exata do ponto de bifurcação. Humboldt e Bonpland não são os primeiros europeus a tomar essa rota, mas o rigor dos seus dados e das descrições que realizaram fez com que não existissem mais dúvidas sobre a existência de uma passagem
navegável entre os dois rios.

Recolhem diversos espécimens de animais e plantas desconhecidos, e Humboldt anota meticulosamente a temperatura do rio, do
solo e do ar, assim como a pressão atmosférica, a inclinação magnética, a longitude e a latitude. Em Calabozo, algumas enguias
elétricas foram capturadas por Alexander von Humboldt (com Aimé Bonpland) por volta de 19 de março de 1800. Os pesquisadores receberam choques elétricos violentos durante suas experiências.

Em 24 de novembro os dois amigos partem para Cuba, e depois de uma estada de alguns meses retornam para Cartagena.

Humboldt descobre que Baudin deixou a França e deve chegar em Lima, no Peru. Para evitar a ausência dos alíseos, Humboldt e
Bonpland decidem continuar por via terrestre ao longo dos Andes, passando doze meses em altitude através dos vulcões. Eles têm
os pés em sangue, mas recusam fazer como a aristocracia local: serem transportados em cadeiras fixas nas costas de índios.

Subindo o curso do Magdalena e atravessando os picos gelados dos Andes, chegam em Quito em 6 de janeiro de 1802. Durante
essa estada, escalaram o Pichincha e o Chimborazo e terminaram em uma expedição às fontes do Amazonas, a caminho de Lima,
onde chegam em 22 de outubro de 1802.

Humboldt ganha um renome mundial ao escalar o Chimborazo, pico considerado na época como o mais alto do mundo.

Em Callao, Humboldt observa o trânsito de Mercúrio em 9 de novembro e estuda as propriedades fertilizantes do guano, cuja
introdução na Europa muito se deveu às suas obras. Uma viagem tumultuada, sob uma tempestade, levou-os para o México, onde
residiram durante um ano.

Humboldt e seus companheiros passaram o ano de 1803 a percorrer o México. Humboldt escreverá seu Ensaio político sobre o
reino da Nova Espanha, o primeiro ensaio geográfico regional, no qual ele relata sumariamente suas viagens. No México, estuda o
calendário asteca.

Ele embarca em seguida para a Havana, a fim de recuperar suas coleções lá depositadas havia mais de três anos.

Passagem pelos Estados Unidos

Estimando seu dever saudar o presidente Thomas Jefferson, Humboldt prolonga sua viagem e vai, em companhia de Bonpland e do jovem equatoriano Carlos de Montúfar – que viria a se tornar um dos libertadores do Equador –, para a Filadélfia, até pouco capital do país, onde é acolhido pela Sociedade Americana de Filosofia, criada sobre o modelo da Royal Society de Londres.

Humboldt passa a maior parte do seu tempo com os membros da sociedade. Bonpland e Montúfar, não falando o inglês, têm um
papel de figurantes. Humboldt encontra Jefferson, com quem discute sobre história natural, costumes diferentes de acordo com o
país e as maneiras de melhorar o nível de vida. Os dois homens se entendem tão bem que Jefferson convida Humboldt a passar sua
estada na Filadélfia na casa dele.

Eles zarparam para a Europa na embocadura do Delaware, chegando em Bordeaux em 3 de agosto de 1804.


Resultados da expedição latino-americana

A expedição de Humboldt e Bonpland, com uma duração de cinco anos, custou a Humboldt o terço de suas economias. Foi uma
das mais notáveis expedições científicas de todos os tempos, com uma massa de dados de um valor científico inestimável, ainda
mais valiosa que os espécimens que eles puderam recolher.

Humboldt e Bonpland percorreram, durante sua expedição através das Américas, um total de 9650 km, tanto a pé, como a cavalo ou
em canoas. A expedição atravessou as terras dos atuais Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Cuba e México (foi impedido de
permanecer no Brasil, pois os portugueses consideraram-no um possível espião alemão, após encontrarem-no em terras brasileiras
perto da fronteira venezuelana). A característica que torna essa expedição absolutamente excepcional é que ela foi levada a cabo sem nenhum interesse comercial; sua única motivação foi o desejo de conhecimento e a curiosidade.

Durante sua expedição pelas Américas de 1799 a 1804, ele precisou latitudes e longitudes, melhorou mapas, identificou 60000
plantas, das quais 6300 até então desconhecidas, desenvolveu a geografia das plantas e descreveu a corrente que levou mais tarde
seu nome (corrente de Humboldt).

Graças à sua excepcional expedição, Humboldt pode ser considerado como tendo lançado as bases das ciências físicas da
geografia e da meteorologia. Pelo seu estudo (em 1817) das isotermas, ele sugeriu a ideia e entreviu os métodos de comparação das condições climáticas de vários países. Ele primeiramente investigou a taxa de decaimento da temperatura média com o aumento da altitude acima do nível do mar, e forneceu, pelas suas questões e pesquisas sobre a origem das tempestades tropicais, a primeira pista para a detecção da lei, mais complicada, governando as perturbações atmosféricas em altas latitudes. Seu ensaio sobre a
geografia das plantas foi baseado na (então) recente ideia de estudar como as condições físicas variadas alteram a distribuição da
vida2 . Sua descoberta da diminuição da intensidade do campo magnético terrestre dos pólos ao equador foi comunicada ao
Instituto de Paris em uma dissertação por ele lida em 7 de dezembro de 1804, e sua importância foi atestada pelo rápido surgimento de reivindicações rivais. Seus serviços à Geologia basearam-se principalmente no seu atento estudo dos vulcões do Novo Mundo.

Ele mostrou que eles se classificavam naturalmente em grupos lineares, presumidamente correspondendo a vastas fissuras
subterrâneas; e, pela sua demonstração da origem ígnea de rochas cuja origem era anteriormente considerada aquosa, ele contribuiu
imensamente para a eliminação dessas hipóteses errôneas.

A condensação e a publicação da massa enciclopédica de materiais - científicos, políticos e arqueológicos - coletados por ele
durante sua ausência da Europa eram a sua preocupação mais urgente. Antes de se atacar a essa tarefa gigantesca, no entanto, fez
uma rápida visita à Itália com Gay-Lussac com o intuito de investigar a lei da declinação magnética, e uma estadia de dois anos e meio na sua cidade natal.

Aclamação de Humboldt



Com exceção de Napoleão Bonaparte, Humboldt era então o homem mais famoso da Europa. Aplausos acolhiam-no em todos os
lugares aonde ia. Academias, nacionais e estrangeiras, estavam ansiosas para tê-lo entre seus membros.

Em janeiro de 1808, Humboldt é enviado a Paris pelo rei da Prússia, acompanhado pelo príncipe Wilhelm, para tentar negociar uma diminuição o valor das indenizações de guerra. Desde que a França invadiu a Prússia, Humboldt não recebe mais as rendas de seus domínios. Ele vive em Paris em um quarto mobiliado, que divide com Gay-Lussac, não dormindo mais do que três ou quatro horas por dia. Em Paris, ele tem a firme intenção de assegurar a cooperação científica necessária para publicar seu grande trabalho.

Essa tarefa colossal, que ele inicialmente estimou em dois anos, acabou durando 22 anos, e ainda assim ficou incompleta.

Ele é espionado pela polícia francesa, pois é alemão e sua correspondência privada reflete as opiniões políticas dos salões
parisienses. Humboldt escreve entre mil a duas mil cartas por ano. Acaba passando dezoito anos em Paris, durante os quais publica
seu Voyage interminable sur l'Amérique du Sud (Viagem interminável pela América do Sul).

Em 1826 recebe uma carta do rei da Prússia ordenando-o de deixar Paris. Ele pode somente passar 4 meses de férias por ano na
cidade-luz. Em Berlim, Humboldt é aparentemente detestado por suas ideias liberais.

Em 1828 obtém bastante sucesso ao dar cursos na universidade e, mais tarde, conferências diante de um público mais vasto3 . Em
Berlim, a comunidade científica não costumava realizar reuniões científicas, como era o caso de Paris, para a confrontação e discussão de ideias. Humboldt organiza uma reunião da Associação Científica em Berlim à qual participam 600 dos mais renomados
cientistas.


Explorações na Rússia

Em 1827, o ministro russo das finanças pede a Humboldt sua opinião sobre a emissão de moedas de platina. Como o preço da
platina era instável, Humboldt se mostra desfavorável à ideia e sugere ir estudar as minas dos Urais. Em março de 1829, ano dos
seus 60 anos, Humboldt viaja para a Rússia, com as despesas pagas pelo imperador, com Gustave Rose, professor de química e de
mineralogia, C.G Ehrenberg, naturalista e zoólogo, e um empregado doméstico. Na Rússia, ele é acolhido como uma importante personalidade oficial. Ele tem suas refeições com a família do czar. Ao deixar Moscou, juntam-se à expedição responsáveis da indústria mineira e burocratas das autoridades locais.

Humboldt passa um mês estudando as minas dos Urais. Graças à presença de filões de platina e de areias auríferas, ele prediz a
existência de diamantes nos Urais. Humboldt e Rose investigam cada jazida de ouro que encontram no microscópio. Foi o conde
Polier, proprietário de tais jazidas, e a quem Humboldt explicou sua teoria, que encontrou o primeiro diamante dos Urais.

A expedição atravessa a Sibéria até o Altai [desambiguação necessária]. Como de hábito, Humboldt realiza medições barométricas.
Humboldt e seus companheiros retornam após seis meses de expedição e após terem percorrido aproximadamente 17000 km.
Humboldt estudou e simulou a colocação de uma rede de estações magnéticas e meteorológicas fazendo observações regulares e
funcionando com aparelhos idênticos. Ele deixa aos cuidados de Rose e Ehrenberg a publicação dos resultados da expedição. Será
somente anos mais tarde que será publicado seu Ásia Central (em três volumes).


Humboldt como diplomata

Entre 1830 e 1848, Humboldt foi frequentemente empregado em missões diplomáticas à corte de Luís Filipe I, com quem mantinha
relações pessoais cordiais. A morte de seu irmão, Wilhelm von Humboldt, que morreu nos seus braços em 8 de abril de 1836,
entristeceu os últimos anos de sua vida. Ao perder o irmão, Alexander lamentou ter "perdido uma metade de si mesmo." A ascensão ao trono do príncipe Frederico Guilherme IV, após a morte de seu pai em junho de 1840, aumentou o seu favoritismo na corte. O novo rei solicitava-o frequentemente como conselheiro da corte. Humboldt utiliza sua função de conselheiro privado do rei para militar pela emancipação dos judeus e pela abolição do servilismo na Prússia, enquanto que o rei o utiliza como enciclopédia ambulante. A popularidade de Humboldt permanece grande, apesar das inimizades que ele adquire junto aos reacionários próximos do rei. Em 1857, a loucura que afeta o rei permite a Humboldt ter mais tempo para seus trabalhos.

Em 1852, Humboldt recebe a medalha Copley da Royal Society de Londres.


O "Kosmos"

Não é frequente que um homem adie aos seus 76 anos, e então execute com sucesso, a coroação da obra da sua vida. No entanto,
foi este o caso de Humboldt. Os primeiros dois volumes do Kosmos foram publicados, e basicamente elaborados, entre os anos
1845 e 1847.

A ideia de um trabalho que deveria comunicar não somente uma descrição gráfica, mas principalmente uma concepção engenhosa do mundo físico que pudesse ser generalizada por detalhes e ressaltar detalhes através da generalização preenchia seu espírito havia mais de meio século. Tomou uma forma definida pela primeira vez em uma série de conferências por ele proferidas na universidade de Berlim, no inverno de 1827-1828. Essas conferências constituíram, como nota seu último biógrafo, "o esboço para o grande afresco do Kosmos".

O objetivo desta obra notável pode ser brevemente descrito como sendo a representação da unidade no meio da complexidade da
Natureza. Nessa obra, os grandes e vagos ideais do século XVIII são recuperados e combinados com as necessidades científicas
do século XIX. Apesar de inevitáveis imperfeições, a tentativa foi eminentemente bem-sucedida.

Um estilo um pouco pesado e um tratamento às vezes pitoresco demais tornam a obra mais imponente que atraente ao leitor casual.
Mas seu valor supremo consiste no fato de representar fielmente o reflexo da mente de um grande homem. Não existe maior elogio
que possa ser feito a Alexander von Humboldt do que dizer que, ao tentar, e não em vão, representar o universo, ele conseguiu de
maneira ainda mais perfeita representar a sua própria inteligência compreensiva.

A última década de sua longa vida - seus anos "improváveis", como ele custamava chamá-los - foi dedicada à continuação da sua
obra, cujos terceiro e quarto volumes foram publicados em 1850-1858, e um fragmento de um quinto postumamente em 1862.

Nestes volumes, ele procurou detalhar de acordo com os ramos das ciências o que expusera de maneira geral no primeiro volume.

Não obstante seu alto valor individual, é preciso admitir que, de um ponto de vista artístico, essas adições foram deformações. A
ideia característica da obra, na medida em que uma ideia tão gigantesca pudesse ser transposta em forma literária, havia sido
completamente desenvolvida nas suas partes iniciais, e a tentativa de transformá-la em uma enciclopédia científica foi na verdade uma negação da sua motivação inicial.

O trabalho e a precisão de Humboldt nunca foram mais visíveis do que durante a concepção deste último troféu à sua genialidade.

Tampouco apoiou-se somente em seus próprios trabalhos; deveu grande parte do que conseguiu à sua rara capacidade de assimilar
ideias e aproveitar a cooperação de terceiros. Humboldt estava tão pronto a receber reconhecimento quanto a dá-lo. As notas do
Kosmos são repletas de citações loquazes em que ele, de certa maneira, reconhece suas "dívidas" intelectuais.


Doença e morte

Em 24 de fevereiro de 1857 Humboldt teve uma crise de apoplexia leve, que não deixou traços perceptíveis. Foi somente durante o
inverno de 1858-1859 que suas forças começaram a diminuir, e, em 6 de maio, ele morreu tranqüilamente, seis meses antes de
completar seus noventa anos.

As honras que lhe foram reservadas durante sua vida seguiram-no após sua morte. Seus restos mortais, antes de serem enterrados no
mausoléu familiar de Tegel, foram transportados em funerais nacionais pelas ruas de Berlim, e recebidos pelo príncipe regente, a
cabeça descoberta, na porta da catedral. O primeiro centenário de seu nascimento foi celebrado em 14 de setembro de 1869, com
igual entusiasmo no Novo e Velho Mundo, e os numerosos monumentos erigidos e as novas regiões descobertas denominadas em sua honra testemunham a difusão universal de sua fama e popularidade.


Contribuições de Humboldt à ciência

Os textos sul-americanos de Humboldt compreendem trinta volumes publicados em trinta anos. Compõem-se de livros científicos, atlas, tratados de geografia e economia sobre Cuba e o México, uma narrativa de suas viagens e um Examen critique de l'histoire de la géographie du Nouveau Continent (Exame crítico da história e da geografia do novo continente). Humboldt escreveu seus textos científicos em colaboração com outros cientistas.

Dedicou o volume consagrado à geologia a seu amigo Goethe.
Em seu Kosmos, cujo objetivo era de comunicar a excitação intelectual e a necessidade prática da pesquisa científica, ele descreve em cinco volumes todos os conhecimentos da época sobre os fenômenos terrestres e celestes.

Atribui-se a Humboldt a invenção de novas expressões como isodinâmicas, isotermas, isóclinas, jurássico e tempestade magnética.

Ele lançou as bases da geografia física e da geofísica, notadamente da sismologia. Ele demonstra que não pode haver conhecimento
sem experimentação verificável.


Publicações

Obras

Le voyage aux régions equinoxiales du Nouveau Continent, fait en 1799-1804, par Alexandre de Humboldt et Aimé Bonpland (Paris,
1807, etc.), era composto de 30 fólios e quatro volumes, e englobava um número considerável de obras subordinadas, mas
importantes, entre as quais podem-se enumerar:
##Vue des Cordillères et monuments des peuples indigènes de l'Amérique (2 vols. fólio, 1810);
##Na Internet: Biblioteca nacional francesa
##Examen critique de l'histoire de la géographie du Nouveau Continent (1814-1834);
##Atlas géographique et physique du royaume de la Nouvelle Espagne (1811);
##Essai politique sur le royaume de la Nouvelle Espagne (1811);
##Essai sur la géographie des plantes (1805, hoje muito raro);
##Relation historique (1814-1825), uma narração não terminada de suas viagens, incluindo o Essai politique sur l'île de Cuba.



Outras de suas publicações são

##Nova genera et species plantarum (7 vols. fólio, 181 5?1825), contendo descrições de mais de 4500 espécies de plantas coletadas
por Humboldt e Aimé Bonpland, compilado principalmente por Karl Sigismund Kunth;
##J. Oltmanns ajudou na preparação do Recueil d'observations astronomiques (1808);
##Cuvier, Latreille, Valenciennes e Gay-Lussac cooperaram no Recueil d'observations de zoologie et d'anatomie comparée (1805-

1833).
##Ansichten der Natur (Stuttgart e Tübingen, 1808) de Humboldt teve três edições ao longo da sua vida, e foi traduzido em

praticamente todas as línguas européias. ##Na Internet: Projekt Gutenberg-DE

Os resultados de sua viagem asiática foram publicados em Fragments de géologie et de climatologie asiatiques (2 vols. 8vo, 1831), e
em Asie centrale (3 vols. 8vo, 1843), uma expansão da obra anterior. As notas e documentos lidos por ele diante de sociedades
científicas, ou contribuições a periódicos científicos, são numerosos demais para especificação.


Sem esquecer, é claro
##Kosmos - Entwurf einer physischen Weltbeschreibung. 1845-1862
##Na Internet: Kurt Stübers Online Bibliothek (em alemão), Posner Memorial Collection, Biblioteca nacional francesa




Correspondências de Humboldt

Desde sua morte, uma parte considerável de suas correspondências tem se tornado pública. A primeira delas, em ordem cronológica
e de importância, são suas Briefe an Varnhagen von Enze (Leipzig, 1860). Elas foram seguidas rapidamente de Briefwechsel mit
einem jungen Freunde (Friedrich Althaus, Berlin, 1861); Briefwechsel mit Heinrich Berghaus (~vols., Jena, 1863); Correspondance scientifique e littéraire (2 vols., Paris, 1865?1869); Lettres à Marc-Aug. Pictet, publicadas em Le Globe, tomo vii. (Genebra, 1868); Briefe an Bunsen (Leipzig, 1869); Briefe zwischen Humboldt und Gauss (1877); Briefe an seinen Bruder Wilhelm (Stuttgart, 1880); Jugendbriefe an W. G. Wegener (Leipzig, 1896); além de outras coleções de menor importância. Uma edição das principais obras de Humboldt foi publicada em Paris por Também. Morgand (1864?1866). Veja também: Karl von Baer, Bulletin de l'acad. des sciences de St-Pétersbourg, xvii. 529 (1859); R. Murchison, Proceedings, Geog. Society of London, vi. (1859); L. Agassiz, American Jour. of Science, xxviii. 96 (1859); Proc. Roy. Society, X. xxxix.; A. Quetelet, Annuaire de l'acad. des sciences (Bruxelas, 1860), p. 97; J. Mädler, Geschichte der Himmelskunde, ii. 113; J.C.Houzeau, Bibl. astronomique, ii. 168. (A. M. C.)

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Esta biografia, apesar de longa se faz aqui presente por sua necessidade. Digo necessidade pois é através dela que tomamos conhecimento dos elementos éticos que acompanharam esse grande espírito durante a sua passagem pelo nosso planeta.

Exemplar em diversos aspectos.

Durante a leitura de sua comunicação de Humboldt a Kardec algo me dizia com insistência: eu deveria ver mais a fundo a vida do espírito em questão. Assim o fiz, e se acaso foi uma sugestão de algum amigo a ele agradeço neste espaço. Aprendi algo mais para tornar minha vida mais útil, não apenas para mim como para meus semelhantes. Reafirmei ainda que a preguiça apenas pode nos tornar mais medíocres que já o somos, falo apenas por mim quando digo isto. Cada qual sabe de si.

Depois de saber quem foi esse cidadão do mundo. Não posso ver de outra maneira. Vejamos sua conversa com Allan Kardec.

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Conversas familiares de além túmulo

Revista Espírita, junho de 1859

Senhor de Humboldt

Falecido em 6 de maio de 1859; chamado na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas em 13 e 20 do mesmo mês.

(A São Luís). Podemos chamar o Espírito do senhor Alexandre de Humboldt que acaba de morrer?
- R. Se quiserdes, amigos.


1. Evocação.
- R. Heis-me; isso me espanta!


2. Por que isso vos espanta?
- R. Estou longe do que era, há apenas alguns dias.


3. Se nós vos pudéssemos ver, como vos veríamos?
- R. Como homem.


4. Nosso chamado vos contraria?
- R. Não, não.

5. Tivestes consciência de vosso novo estado logo depois de vossa morte?
- R. Eu a esperava há muito tempo.


Nota. Nos homens que, como o senhor de Humboldt, morrem de morte natural e pela extinção gradual das forças vitais, o Espírito se reconhece bem mais prontamente do que naqueles em que a vida é bruscamente interrompida por acidente ou morte violenta, tendo em vista que já há um começo de desligamento antes da cessação da vida orgânica. No senhor de Humboldt a superioridade do Espírito e a elevação dos pensamentos facilitaram esse desligamento, sempre mais lento e mais penoso naqueles cuja vida é toda material.

6. Lamentais a vida terrestre?
- R, Não, de modo algum; sinto-me feliz; não tenho mais prisão; meu Espírito está livre... Que felicidade mesmo! E que doce

momento aquele que me trouxe esta nova graça de Deus!

7. Que pensais da estátua que se vos levantará em França, embora sejais estrangeiro?
- R. Meus agradecimentos pessoais pela honra que se me faz; o que estimo, sobretudo, nisso é o sentimento de união que esse fato

revela, o desejo de ver se acabarem todos os ódios.

8. Vossas crenças mudaram?
- R. Sim, muito; mas ainda não revi tudo; esperai ainda para me falar mais profundamente.

Nota. Essa resposta, e essa palavra revi são características do estado em que se encontra; apesar do pronto desligamento do seu Espírito, há ainda alguma confusão em suas idéias; não tendo deixado seu corpo senão há oito dias, não teve ainda o tempo para comparar sua idéias terrestres com aquelas que ele pode ter agora.


9. Estais satisfeito com o emprego de vossa existência terrestre?
- R. Sim; cumpri (quase) o objetivo que me havia proposto. Servi à Humanidade, por isso hoje sou feliz.


10. Quando vos propusestes esse objetivo?
- R. Vindo na Terra.


Nota. Uma vez que se propusera um objetivo vindo na Terra, é, pois, porque havia nele um progresso anterior, e que a sua alma não nasceu ao mesmo tempo que o seu corpo. Esta resposta espontânea não pode ter sido provocada pela natureza da pergunta ou o pensamento do interrogador.


11. Escolhestes essa existência terrestre?
- R. Havia numerosos candidatos para essa obra; eu pedi ao Ser por excelência para me conceder, e a obtive.


12. Lembrai-vos da existência que precedeu aquela que vindes de deixar?
- R. Sim; ela ocorreu longe de vós e em um outro mundo bem diferente do vosso.


13. Esse mundo é igual, inferior ou superior à Terra?
- R. Superior; perdoai-me.


14. Sabemos que o nosso mundo está longe da perfeição e, em conseqüência, não ficamos humilhados por existirem acima de nós;
mas, então, como viestes a um mundo inferior ao que estáveis?
- R. Dais aos ricos? Eu quis dar: desci à cabana do pobre.


15. Podeis nos dar uma descrição dos seres animados do mundo em que estais?
- R. Eu tinha esse desejo em vos falando mesmo agora; mas compreendi a tempo que teria dificuldade para vos explicar isso

perfeitamente. - Ali os seres são bons, muito bons; compreendei já esse ponto, que é a base de todo o resto do sistema moral nesses
mundos: nada ali entrava o vôo dos bons pensamentos; nada lembra os maus; tudo é felicidade porque cada um está contente consigo mesmo e com todos aqueles que o cercam. -Como matéria, como sentido, toda descrição é inútil. - Que simplificação no organismo de uma sociedade! Hoje que estou em condições de comparar as duas, estou espantado com a distância. Não penseis que vos digo isso para vos desencorajar; não, muito ao contrário. É necessário que o vosso Espírito esteja bem convencido da existência desses mundos; então tereis um ardente desejo de atingi-los, e o vosso trabalho vos abrirá a sua rota.

16. Esse mundo faz parte do nosso sistema planetário?
- R. Sim, está muito perto de vós. Entretanto, não se pode vê-lo, porque ele não tem o próprio foco de luz, e não recebe e não
reflete a luz dos sóis que o cercam.


17. Dissestes agora mesmo que a vossa precedente existência ocorreu longe de nós, e agora dizeis que esse mundo está muito perto; como conciliar essas duas coisas?
- R. Está longe de vós se consultardes as vossas distâncias, vossas medidas terrestres; mas estará próximo se tomardes o compasso

de Deus, e se tentardes abarcar, com um golpe de vista, toda a criação.


Nota. É evidente que pode ser considerado como longe se tomarmos como termo de comparação as dimensões do nosso globo; mas está perto com relação aos mundos que estão a distâncias incalculáveis.



18. Poderíeis precisar-nos a região do céu onde ele se encontra?
- R. É inútil; os astrônomos não a conhecerão jamais.


19. A densidade desse mundo é a mesma do nosso globo?
- R. É necessária de mil para dez.


20. Seria um mundo da natureza dos cometas?
- R. Não, de modo algum.


21. Se ele não tem foco de luz, e se não recebe e nem reflete a luz solar, reina ali, portanto, uma obscuridade perpétua?
- R. Os seres que ali vivem não têm nenhuma necessidade de luz: a obscuridade não existe para eles; não a compreendem. Pensais,

porque sois cegos, que ninguém pode ter o sentido da visão.

22. O planeta Júpiter, no dizer de certos Espíritos, é bem superior à Terra; isso é exato?
- R. Sim; tudo o que vos disseram é verdadeiro.


23. Vistes de novo Arago desde a vossa reentrada no mundo dos Espíritos?
- R. Foi ele quem me estendeu a mão quando deixei o vosso.


24. Conhecíeis o Espiritismo quando vivente?
- R. O Espiritismo não; o magnetismo, sim.


25. Qual é a vossa opinião sobre o futuro do Espiritismo entre as corporações de sábios?
- R. Grande; mas seu caminho será penoso.


26. Pensais que um dia ele será aceito pelas corporações de sábios?
- R. Certamente; mas, credes que isso seja indispensável? Ocupai-vos antes em colocar os primeiros preceitos no coração dos

infelizes, que embaraçam vosso mundo: é o bálsamo que acalma os desesperos e dá a esperança.

Nota. François Arago, tendo sido chamado na sessão de 27 de maio, por intermédio de um outro médium, assim respondeu a
perguntas análogas:
Qual era, quando vivente, vossa opinião sobre o Espiritismo?
-R. Eu o conhecia muito pouco, e não lhe ligava, em conseqüência, senão uma pouca importância; deixo-vos pensando se
mudei de opinião.

Pensais que ele será um dia aceito e reconhecido pelas corporações sábias? Entendo a ciência
oficial, porque pelos sábios há muitos que, individualmente, o reconhecem.
- R. Não somente penso, mas estou disso seguro; sofrerá a sorte de todas as descobertas úteis à Humanidade; ridicularizado de

início pelos sábios orgulhosos e os tolos ignorantes, acabará por ser reconhecido por todos.


27. Qual é a vossa opinião sobre o sol que nos ilumina?
- R. Ainda nada aprendi aqui como ciência; entretanto, creio sempre que o sol é um vasto centro elétrico.


28. Essa opinião reflete a que tínheis como homem, ou a vossa como Espírito?
- R. Minha opinião de quando vivia, corroborada pelo que sei agora.


29. Uma vez que vindes de um mundo superior à Terra, como ocorre que não tivestes conhecimentos precisos sobre essas coisas
antes da vossa última existência, e da qual vos lembrais hoje?
- R. Eu os tinha certamente, mas o que me perguntais não tem nenhuma relação com tudo o que pude aprender em preexistências de
tal modo diferentes daquela que deixei; a astronomia, por exemplo, foi para mim uma ciência toda nova.

30. Vimos muitos Espíritos nos dizerem que habitavam outros planetas, mas nenhum nos disse habitar o sol; por que isso?
- R. É um centro elétrico, e não um mundo; é um instrumento e não uma morada.

30a. Portanto, não há habitantes?
- R. Habitantes fixos, não; visitantes, sim.



31. Pensais que, dentro de algum tempo, quando fizerdes novas observações, podereis nos informar melhor sobre a natureza do sol?
- R. Sim, talvez e de bom grado; entretanto, não conteis muito comigo, não estarei muito tempo errante.

32. Onde credes ir quando não estiverdes mais errante?
- R. Deus me permite repousar alguns momentos; vou gozar dessa liberdade para encontrar amigos queridos que me esperavam. Em

seguida, não sei ainda.

33. Pedimo-vos a permissão para vos dirigir ainda algumas perguntas as quais os vossos conhecimentos em história natural vos
colocam, sem dúvida, em condições de responder. A sensitiva e a dionéia têm movimentos que acusam uma grande sensibilidade e,
em certos caso, uma espécie de vontade, como a última, por exemplo, cujos lóbulos agarram a mosca que vem pousar sobre ela
para tomar seu suco, e à qual ela parece estender uma armadilha para, em seguida, matá-la. Perguntamos se essas plantas são
dotadas da faculdade de pensar, se têm uma vontade, e se formam uma classe intermediária entre a natureza vegetal e a natureza animal; em uma palavra, são uma transição de uma para a outra?
- R. Tudo é transição na Natureza, pelo fato mesmo de que nada se assemelha, e que, portanto, tudo se liga. Essas plantas não
pensam e, conseqüentemente, não têm vontade. A ostra que se abre e todos os zoófitos não têm o pensamento; não há senão um instinto natural.

34. As plantas experimentam sensações dolorosas quando são mutiladas?
- R. Não.


Nota. Um membro da Sociedade expressou a opinião de que o movimento das plantas sensitivas são análogos àqueles que se produzem nas funções digestivas e circulatórias do organismo animal, e que ocorrem sem a participação da vontade. Não se vê, com efeito, o piloro contrair-se, ao contato de certos corpos, para recusar a passagem? Deve ocorrer o mesmo com a sensitiva e a dionéia, nas quais os movimentos não implicam, de nenhum modo, a necessidade de uma percepção e ainda menos de uma vontade.


35. Há homens fósseis?
- R. O tempo os consumiu.


36. Admitis que tenha havido homens na Terra, antes do cataclisma geológico?
- R. Melhor farás explicando-te mais claramente sobre esse ponto antes de colocar a pergunta. O homem estava na Terra bem antes

do cataclisma.

37. Adão não foi, pois, o primeiro homem?
- R. Adão foi um mito, onde colocas Adão?


38. Mito ou não, falo da época que a história lhe assinala.
- R. É pouco calculável para vós; é mesmo impossível calcular o número de anos que os primeiros homens permaneceram em
estado selvagem e bestial, que não cessou senão muito tempo depois de sua primeira aparição no globo.


39. A geologia fará encontrar, um dia, traços materiais da existência do homem na Terra antes do período adâmico?
- R. A geologia, não; o bom senso, sim.


40. O progresso do reino orgânico na Terra está marcado pela aparição sucessiva dos acotiledônios, dos monocotiledôneos e os
dicotiledôneos; o homem existia antes dos dicotiledôneos?
- R. Não; sua fase segue aquela.


41. Agradecemo-vos por consentir em vir ao nosso chamado, e pelas informações que nos fornecestes.
- R. Foi um prazer. Adeus; até logo.



Nota. Essa comunicação se distingue por um caráter geral de bondade, de benevolência, e uma grande modéstia, sinal incontestável de superioridade no Espírito; ali, com efeito, nenhum traço da jactância, da fanfarrice, da inveja de dominar e de se impor, que se notam naqueles que pertencem à classe dos falsos sábios. Espíritos sempre mais ou menos imbuídos de sistemas e de preconceitos que procuram fazer prevalecer; tudo, no Espírito de Humboldt, mesmo os mais belos pensamentos, respira a simplicidade e denota a ausência de pretensão.

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Temos aqui a biografia do multicientista em vida. Todas as suas buscas no rumo do conhecimento.

Homens como este fazem dos nossos conhecimentos farinha rala e de poucas posibilidades de trazer um pão nutriente. Por outro
lado, nos servem de grande incentivo não apenas ao estudo, muito mais que isso ao progresso em todas as áreas da ciência e da
ética. Com isso talvez possamos dar uma contribuição mais substancial ao progresso da Terra.


Paulo Cesar Fernandes

31 01 2014

domingo, 26 de janeiro de 2014

20140126 ProtoEspírito em Geley

ProtoEspírito em Geley


Gustave Geley

Do Inconsciente ao Consciente


Título Original em Francês
Gustave Geley - De I’Inconscient au Conscient


Librairie Félix Alcan
108, Boulevard Saint-Germain
Paris (1919)


Tradutor - Abílio Ferreira Filho


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No estudo filosófico dos fenômenos da vida, vai-se do cume à base, do homem à animalidade superior, da animalidade superior à
animalidade inferior, somos conduzidos a admitir que a consciência é o que há de mais importante na vida; porque é o que há de
mais importante no homem.

Somos por isso levados a achar que a consciência, com tudo o que a ela se liga, se estende, encolhendo-se pouco a pouco, até aos
animais menos evoluídos, nos quais ela já existiria em estado de esboço.

Se, ao contrário, vamos da base ao cume, a conclusão que devemos tirar dos fenômenos da vida é totalmente oposta. É o que 1 Le
Dantec (Determinismo biológico), entre outros, esforçouse em salientar.

No animal inferior, as reações químicas do meio são suficientes para determinar os fenômenos vitais. O método “ascendente”
permite afirmar que em todos os fenômenos da vida, mesmo nos animais superiores, é inútil procurar outra coisa senão o resultado
de reações químicas. A forma específica de um animal em si mesmo, nós o veremos, é, segundo Le Dantec, simples função dessas reações.

Nos plastídeos, existe um estreito determinismo químico e não há motivo para lhes atribuir vontade e liberdade. Conclusão: o
determinismo bioquímico é o mesmo em toda a série animal e a vontade ou a liberdade, mesmo no homem, não são senão ilusões.
A noção de uma consciência animal é supérflua nos plastídeos. Se por isso, ela existe nos animais superiores, não é senão a título de
epifenômeno concordante com as reações químicas que constituiriam o fenômeno essencial.

Enfim, o animal muito inferior, tal como a esponja ou o coral, não sendo, de toda evidência, senão um simples complexo de vidas
elementares, deve-se inferir que mesmo o animal muito complexo e muito evoluído, muito centralizado em aparência, não é,
entretanto, ele mesmo senão um complexo análogo, existente e se mantendo a si mesmo por afinidade ou coesão moleculares, sem o
concurso de um dinamismo superior e independente.

Tal é o raciocínio e tais são as conclusões do método “ascendente”.

Essas conclusões são verdadeiras ou falsas?

O raciocínio é vigoroso e impecável. Se as conclusões são falsas, é somente porque o método é mau.

Veremos, em realidade, na seqüência desta obra, que, apesar do rigor do raciocínio, os resultados do método são inaceitáveis e
frequentemente absurdos.

É o que é fácil estabelecer desde agora, sem sair do domínio da biologia. Eis aqui um exemplo de indução absurda e inevitável do
método ascendente: o da sensibilidade.

Conhecemos por experiência que possuímos sensibilidade. Nós induzimos que a sensibilidade pertence à humanidade. Partindo
desse cume para descer a escala animal, julgamos que o animal superior possui igualmente a sensibilidade, porque suas
manifestações de dor ou de prazer se aproximam de nossas próprias manifestações.

Se continuamos a descer na escala animal, as manifestações são menos nítidas e, para os animais inferiores, sua interpretação se
torna duvidosa.

“Os sinais da dor, diz Richet ( em Psicologia geral), não são suficientes para afirmar a dor. A uma rã decapitada, retira-se a pata: ela se debaterá, com todos os sinais exteriores da dor, perfeitamente como se ela sofresse. Corta-se em duas uma minhoca, os dois
pedaços vão se debater convulsivamente. Dir-se-á que eles dois sofrem, ou bem, o que me parece muito mais racional, não se
pensará que o traumatismo determinou uma violenta ação reflexa?”


Por isso, se atribuímos sensibilidade aos seres menos elevados da escala animal, é por uma indução descendente. Raciocínio
obscuro vai do cume à base. Sigamos o caminho inverso: se examinarmos primeiro, fazendo abstração de nossa experiência
pessoal, os animais muito inferiores, seremos levados logicamente a rejeitar a sensibilidade, já que todas as reações podem se
explicar por reflexos.

A sensibilidade ao prazer ou à dor é, neles, uma hipótese inútil, e, conforme o princípio metodológico da economia de hipóteses, ela
deve ser descartada.

Mas então, por que admitir essa sensibilidade nos animais mais elevados?

Tudo pode também se explicar por reflexos. Como diz Richet, o grito de um cão que leva uma pancada pode ter, a rigor, só um
movimento reflexo! E esse raciocínio não é absurdo, já que era precisamente o dos cartesianos.

Entretanto, conduzido até a negação da sensibilidade humana, ele
se torna insustentável. Incita então a pôr, como Descartes, o
homem fora da animalidade; o que é evidentemente grosseiro e perigoso erro.

Por isso, o método que consiste em partir da base para explicar um dos fenômenos vitais essenciais é colocado em flagrante delito
de erro. Ele é suspeito para todos os outros. Sem dúvida, objetar-se-á, o método contrário pode também induzir a erro:

“Testemunha, diz Le Dantec, a famosa observação de Carter, na qual uma ameba espreitava na saída do corpo maternal uma jovem
“acinète” (acinète - uma planta), a ponto de eclodir. A “acinète” é um protozoário munido, no estado adulto, de tentáculos venenosos
particularmente perigosos para a ameba; mas, esses tentáculos só existem na “acinète” jovem e a ameba observada por Carter sabia
(!!) que a jovem “acinète” que ia sair do corpo de sua mãe seria comestível durante os primeiros tempos de sua existência.”


O erro é cômico; mas, quem não vê de imediato que ela é absolutamente insignificante do ponto de vista filosófico e que ela
desaparecia diante dos conhecimentos novos relativos ao instinto.

Esse erro, só levando um ponto de detalhe, não atinge em nada a
indução descendente que combina uma consciência relativa a toda a animalidade.

Mesmo se fosse arbitrariamente que a indução se estendesse à animalidade inferior, isso seria sem importância: não há inconveniente sério a atribuir a essa animalidade, fosse arbitrariamente, uma consciência e uma sensibilidade rudimentares.

Ao contrário, os erros do método ascendente são formidáveis, já que eles iriam até rejeitar aos animais superiores essa consciência e
essa sensibilidade!

Vê-se quanto tinha razão Augusto Comte quando dizia: “Desde que se trata de caracteres da animalidade, devemos partir do homem,
e ver como eles se degradam pouco a pouco, em vez de partir da esponja e procurar como eles se desenvolvem. A vida animal do
homem nos ajuda a compreender a da esponja, mas a recíproca não é verdadeira.”.


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Antes de mais nada lembrar ser o texto de Geley de 1919. E isso importa.

Geley advoga a tese que para análise da sensibilidade e inteligência das espécies animais devemos partir dos animais superiores e
fazer o processo descendente. Eu não vejo solução de continuidade entre o homem e os mais simples organismos conhecidos. E mais...


Penso na possibilidade de se fazer uma análise que abarque as duas possibilidades: da base ao topo e do topo à base.

Afinal na trajetória dos ProtoEspiritos não há solução de continuidade. E mesmo partindo da base, conseguimos identificar já, nos organismos mais simples da escala, alguns elementos encontrados nos exemplares tidos por superiores, e mesmo o homem.

Até no Reino Vegetal foram feitas experiências capazes de demonstrar uma relação energética entre os donos das plantas e essas plantas. Longas ausências dos donos tinham negativos impactos sobre essas plantas, mesmo mantidas as condições exatamente iguais no tocante ao fornecimento de água e luminosidade. Isso desmonta a tese de apenas o heliotropismo e a busca dos nutrientes do solo formarem a estrutura de uma boa plantação, por exemplo. Outros elementos, elementos não materiais compoe o todo do ambiente dos vegetais.


No Reino Animal, entre os ProtoEspiritos, é muito evidente a presença de sensibilidade e mesmo de certa inteligência para todo
biólogo e para pessoas cuja vida tem forte vinculo com animais das mais diversas espécies. Partindo da observação das atividades
do homem o protoespírito aprende.

Mesmo em laboratórios de etologia, defrontados com "problemas" para ter acesso ao alimento os chipanzés deram mostras de
grande criatividade na resolução das dificuldades. Lembro que um deles, com o alimento num lugar alto, bem fora de seu alcance,
parou. Ficou sentado por alguns instantes e, em seguida se valeu de alguns caixotes presentes na jaula, empilhou-os e se deliciou
com as bananas a ele destinadas.

Chama minha atenção o fato desse elemento ter parado para pensar uma solução. E aqui temos um raciocínio na verdade. Um
momento de inteligência.

Muitos casos, narrados por etólogos de respeito, e mesmo alguns vídeos compoe um acervo capaz de nos obrigar a ter os olhos
abertos para essa fase para mim tão cara, a ProtoEspiritualidade.

Nas mais diversas espécies. Nas mais diversas "máquinas de sobrevivência", como se refere Richard Dawkins em seu livro "O gene egoísta"; conseguimos encontrar elementos de inteligência capazes de nos fazer ver essa fase apenas como a fase inicial da vida do espírito e nada mais.

Uma série de outras questões podem ser colocadas sobre o tema.

Mas não aqui, e não agora.


Paulo Cesar Fernandes

26 01 2014