quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

20171228 Competência


Competência.
 
 

O Espiritismo precisa superar a religiosidade de Allan Kardec; dos espíritos presentes na Revista Espírita; superar o pensamento de André Luis; Emmanuel e quetais.



Mesmo os textos escritos por Herculano Pires, que tanto prezo, estão carregados de um Eurocentrismo não condizente com o nosso tempo. Carregados ainda de uma concepção similar à do pecado de outras concepções.



Se o Espiritismo não for capaz de libertar todos os seus adeptos, todos aqueles que dele se aproximem, não terá cumprido sua missão na História da Humanidade.



E qual a tarefa do Espiritismo? - me perguntaria algum leitor.


Libertar os espíritos, Encarnados e Desencarnados, de todos os penduricalhos acrescidos pelas religiões ao viver do Ser, em passagem pelo nosso planeta. LIBERTAR!



Dois milênios de dominação geraram espíritos medrosos. Incapazes de se ver livres das imposições milenares.



A ruptura doi, eu admito.
Eu senti na pele essa dor.
Mas há um momento.
Momento mágico.
Quando o chão não mais está sob nossos pés. E...
A qualquer momento somos capazes de alçar voo.



Não sou capaz de descrever os sentimentos; as emoções; as transformações internas; a renovação do olhar sobre todas as coisas trazidas por essa capacidade de voar.



Neste voo acolho todas as formas de expressão de espiritualidade: desde as formas apresentadas pelos povos da India e China desde a Antiguidade; todos os Povos Originários de Nossa América de similar Antiguidade; e as Manifestações  Culturais de Matriz Afro; o Catolicismo e os Reformadores como Calvino e Lutero.



O Espiritismo precisa ser Libertário.
Pois apenas a Matriz Libertária é capaz de adentrar o Universo do Amor. Um Amor capaz de acolher de verdade.

Sinceramente, sem uma gota de falsidade.



O Amor deve ser cristalino, como a água da mais pura nascente dos Andes.

"O Amor liberta." disse alguém.

Prefiro dizer e pensar: a Liberdade promove o Amor no Coração do Homem.



Se Liberto Estou, sou capaz de admitir e defender a Liberdade de meu irmão de todos os quadrantes da Terra.
Somos capazes de viver em hamonia, pois vivemos na mais pura Horizontalidade. Igualdade Plena.



Penso ser tarefa de Toda Forma de Pensar: Libertar o Homem.
Pois o Liberta para o Amor Maior
(Amor de toda a Humanidade).



Avançemos sem medo! Rumo à LIBERDADE.

Um Outro Futuro nos aguarda.



Paulo Cesar Fernandes.
28/12/2017.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

20171220 Para pensarmos um pouco.

Para pensarmos um pouco.


Revolucionariamente imerso num corpo. 
Pensamento sou.


Mas minha revolução é sem armas; com os neurônios; o conhecimento; a sensibilidade humana em alta.


Uma revolução capaz de arrastar para um outro patamar humano e cultural, todos aqueles prisioneiros do Universo das Ilusões.


Há possibilidades para cada um de nós.


Ninguém cobra nada de ninguém, ninguém julga ninguém, pois o homem sério pega as rédeas do próprio destino e faz a sua Jornada segundo o Seu Critério. Não permite a intromissão de ninguém. E não cuida da vida de nenhuma outra pessoa.


Vive a sua e isto lhe basta!


Não prestará contas a ninguém nunca. 
É no HOJE que o Tribunal da Consciência funciona ou não.


O leão e o tigre não ficam com drama de consciência ao abater e se alimentar de suas presas. Mas ao homem é dada uma sensibilidade maior. Uma capacidade de discernimento muito mais profunda.


Nós sabemos o que fazemos.
Os que agem primitivamente estão no estágio das feras.


Cada um de nós está no seu degrau da escada.
Evidentemente, na vida em sociedade não podemos contar com tigres soltos pelas cidades afora. Um homem grotesco deve estar preso, está incapacitado para a vida social. Deles cuidam os homens da lei.



Nosso compromisso é com nosso espelho.
Olhar cada dia, se sabendo melhor. Ou, pelo menos, ter a certeza de ter feito o máximo possível, para agir conforme sua consciência.


Esse é o grande jogo da Felicidade.
Quando o espelho e a consciência estão em profunda concordância.




Paulo Cesar Fernandes.

20/12/2017.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

20171206 Novas formas do viver

Novas formas do viver



Hoje a velocidade é a presença constante na vida de cada um de nós.


Não mais conseguimos viver no ritmo dos monastérios. Meu caro Gregor Mendell não poderia desenvolver suas Leis com a serenidade com a qual contou.


Já não há diferenciação numa década. No correr do tempo os intervalos vão se tornando cada vez menores, e nós, espíritos do presente, precisamos dar conta dessas mudanças radicais em tão pouco tempo.


No tempo da Internet Discada eu achava fabuloso estar conversando com uma mulher da Cidade do Cairo, segundo ela "a cidade que nunca dorme".


Hoje nos estaríamos vendo através dos celulares.


Para um tempo de tão ágil mudança não mais podemos contar com concepções existenciais de séculos passados. O espírito precisa de uma nova compreensão de si e da descoberta de seu papel neste novo momento histórico.


Nada mais é igual à Década de 50. 

Aquela família centrada no Pai, com a mãe atuando apenas como um apêndice, ruiu. Não mais tem lugar. 


Inclusive, novas configurações familiares nascem aos nossos olhos. E pouco a pouco vamos integrando todas as novidades ao nosso caldo cultural.


Mas temos necessidade de algo?

Algum ponto de apoio para nossa jornada?

Talvez.
Alguns sim e outros não.


A amplitude de nosso tempo, em suas abertas possibilidades; nos projetam em uma nova realidade, uma realidade onde nossas escolhas serão o roteiro maior. Livres escolhas!


Passamos milênios comandados por forças exteriores a nós.

BASTA!

É chegado o momento de tomarmos as rédeas do nosso destino e permitir-mo-nos a Liberdade.


Romper com as amarras. 

Zarpar do porto da Zona de Conforto, nos lançando com coragem ao Mar das Incertezas de nosso tempo.

Nosso navio tem apenas dois instrumentos de bordo a nos auxiliar nessa navegação: a Ética e a Justiça.

Ambos são fonte de desdobramentos capazes de forjar um Novo Mundo, sonhado na verdade por muito poucos neste nosso tempo de materialidade. 


Um desses desdobramentos é o nascimento da espiritualidade. Desvinculada de todas as concepções religiosas, a espiritualidade nos dará forças, ampliará a capacidade de compreensão em todos os momentos de nossa passagem pela Terra; e sempre será a diretriz mais profunda da nossa caminhada.


Na esteira da espiritualidade, não mais teremos medo do viver. Estaremos fortalecidos por diversas outras forças, diversos outros pensamentos como os nossos, formando um conjunto transformador e revolucionário.


O passado nos serve apenas como lembrança.

O presente é esse caldeirão de mudanças constantes e de mil incertezas. O futuro nós o presentaremos; o traremos para o presente e dessa forma o dominaremos.


Seguramente. Quando o espírito toma consciência de si, e toma consciência de sua relação com os demais, cresce o seu senso de 
responsabilidade, cresce a sua solidariedade com seus semelhantes.


A vida não será mais '"uma ilusão inútil" como Sartre propôs.


Mas será uma soma de pensamentos e atos incapazes de prejudicar a quem quer que seja, pois o leme da Justiça não o permitirá. 


E a espiritualidade nos ajudará a olhar horizontalmente nossos 
companheiros de jornada. Nenhum será melhor que nós, e nenhum será pior que nós.  Aprenderemos verdadeiramente o senso da Horizontalidade. 


Uma outra forma de dizer a Igualdade preconizada pelos homens atores e pensadores da Revolução Francesa.


É um outro tempo, o nosso.
E um novo tempo pede espíritos renovados.
Quem não se esforçar no sentido da mudança será destruído pelo próprio processo de evolução nascente.


Não há como fugir.
O Carro da História passará sobre os corpos dos retardatários.


Paulo Cesar Fernandes.

06/12/2017.

domingo, 26 de novembro de 2017

20171126 Fut

Fut


E preciso saber, é preciso deixar claro, que avançar é ir num outro sentido. Não está tudo claro e definido.
As incertezas estão no ar.


Roubaram o leme do barco, estamos soltos a meio de um imenso oceano. As nuvens são negras e as tempestades se avizinham. Não temos âncoras suficientes para firmar o barco.


Não chegue ao terror.
Mas negras são as nuvens.
As coordenadas do mundo se perderam.
Estão em algum lugar do passado remoto.
Talvez nalguma nau invasora.


Não tenha medo.
Mas afastaram a terra de todos nós.
Os continentes sim, se afastam.
Wegener já bem o disse.
Mas o afastamento mais profundo se deu na alma do dito moderno homem.



Modernidade.
Faz-me rir.
Até onde nos levastes?


A este ermo sem possibilidades?
A este pais sem metas?
A este Planeta Terra sem mais lógica possível?




Ante o evidente temporal onde me afirmo?
Em nada fora de mim.
Mein weg! 
On my way back to me!
I trust you no more!
MANAGER!


Novo avanço virá, mas renovado por antigos valores.
Capitalismo, Socialismo, baboseiras.
Sociedade da tecnologia e do Consumo? BAHHHH ! ! ! 
Sem voltar às Corporações de Ofício avançaremos.


Eu sou o meu leme.
Se fores o teu.
Se ajudarmos muitos demais a serem cada um.
Somados seremos...
Uma Nova Sociedade Civil.
E no correr da História.
Faremos um Novo Estado.
E nesse Estado aportaremos todos.
A salvo.



Cada um seguro de si.
E todos confiantes nos demais.
Sem mais frivolidades, um cordão nos unirá:
Eticidade.



E nada mais será necessário.
Teremos vencido.
Seremos os heróis de nós mesmos.
Teremos forjado o Futuro.


Paulo Cesar Fernandes.

26/11/2017.

NOTA:

Uma nova Biblia se fará necessária, e esta será pautada em 
Kant e Hegel.



quinta-feira, 23 de novembro de 2017

20171116 Tempo e Espaço

Tempo e Espaço



Eles. 
Os homens da Ciência e da Filosofia falam da dimensão 
Do Tempo e Do Espaço.

Meu corpo vive nessa mesma dimensão.
Estou velho.
Meu corpo dá mostras da passagem do tempo.

Mas Eu. 
Pensamento, ocupante desse corpo, 
não me vejo preso a esse esquema dual.

Sou mais.
Muito além desses limitantes vivo eu.

Momentos há onde Espaço e Tempo morrem para mim.
Vivo num Futuro hoje.
Um futuro previsto e antecipado.

O passado morto está.
E o tal Futuro eu o trago para hoje.
Eu o vivo já. 
Faço o Aqui e o Agora.

Existencialmente eu vivo.
Eu atuo.

Como artista sou personagem...
... da minha própria Vida.

Paulo Cesar Fernandes.

16/11/2017.

20171123 Religiões

Religiões




Professor Herculano Pires fala da "Agonia das Religiões" e estabelece a religião espirita como A RELIGIÃO.

ERRADO! Ortodoxia demais.

Nosso tempo e nosso mundo tende para a 
ESPIRITUALIDADE LAICA, cujos pilares são a Ética e a Filosofia.

Cresce de forma assustadora o interesse das pessoas pela filosofia, principalmente os jovens. Livros são lançados aos milhares, as estantes nas grandes livrarias sobre o tema vem ganhando mais espaço.

O Psiquiatra Santista Jorge Forbes e seu amigo Luc Ferry (França) em suas palestras vem apontando novos caminhos para a relação do homem com a sua espiritualidade e na relação deste com seus semelhantes.

Nasce uma Espiritualidade.
Não a da Era do Espírito proposta pelo Professor Herculano Pires.
Mas uma outra forma de espiritualidade, da mesma forma capaz a nos conduzir a relações mais éticas e mais harmoniosas entre os Seres Humanos todos.

Admito me sentir bem com a nascente Espiritualidade. Principalmente se esta se mostrar eficaz no combate à Materialidade vigente na atualidade.

Nos resta refletir e aguardar. 
O tempo lançará luz sobre todas as questões.

Saúde e Paz a todas e todos.

Paulo Cesar Fernandes.

23/11/2017.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

20171114 Herculano Pires Agonia Introdução



INTRODUÇÃO 

TEMPOS DE AGONIA 



O desenvolvimento da humanidade tem sido marcado por fases de agonia e de morte, seguidas de fases mais duradouras de ressurreição e reconstrução. As forças que determinam essa espantosa sucessão encontram-se na própria criatura humana. Seria inútil buscarmos urna explicação celeste, fundada nos pressupostos da Ira de Deus ou da Justiça Divina, como seria inútil procurarmos enquadrá-la nas brilhantes teorias relativas à influência dos ritmos telúricos. A própria doutrina aristotélica da geração e corrupção não poderia dar-nos os elementos concretos do fenômeno. Segundo Toynbee, as civilizações se desenvolvem nas linhas conceptuais de uma religião fundamenta/centram em agonia quando se esvai o poder vital dessas religiões. A relação sociedade-religião parece perfeitamente válida, mas não nos oferece o segredo dessa estranha mecânica da agonia. 


Os processos sócio-culturais de cada civilização têm a sua fonte no homem, pois a sociedade se apresenta objetivamente como um conglomerado humano. Parece evidente que o ritmo agônico deve estar ligado às entranhas e ao psiquismo do homem. Como estamos vivendo, agora, precisamente numa das curvas agudas desse ritmo - talvez a mais aguda par que já passou a humanidade - o momento é propicio para examinarmos o fenômeno ao vivo, tocando com os dedos as seus elementos determinantes. A agonia atual das religiões é geralmente considerada como resultante da situação crítica da sociedade em seu acelerada desenvolvimento tecnológico. 0 mundo do supérfluo, em contradição com o mundo da escassez, na estrutura social em que vivemos, levaria a civilização atual a um beco sem saída. As religiões agonizam porque o hedonismo social e o correspondente pedantismo cultural esvaziaram igualmente as arcas de tesouros metálicos dos ricos, os baús de crenças e crendices dos pobres, as esperanças de sucesso das camadas medianas da sociedade, as fontes de riqueza do planeta e até mesmo o balaio de sonhos da Lua e as esperanças de um céu convertido em frios desertos siderais em que rolam mundos áridos e despovoados. 


Inverte-se a tese de Toynbee. As religiões seriam produzidas e mantidas pelas civilizações, como o mel pelas comunidades das abelhas. Deus, filho do homem, está morto, segundo constatam os teólogos mais avançados. E enquanto os religiosos voltam a matar-se reciprocamente em nome do deus morto, as grandes potências da civilização sem perspectivas preparam os funerais atômicos da Terra. A opressão estatal esmaga o homem nas áreas capitalistas e socialistas. O Leviatã de Hobbes ameaça o mar, a terra e o céu. Como decifrarmos o enigma destes tempos apocalípticos, quando o próprio ato de pensar parece estar sujeito a controles telepáticos? Os defensores da liberdade transformam-se em terroristas e seqüestradores ou em líricos distribuidores de flores murchas, embalsamadas nas palavras mortas de paz e amor. A inocência das crianças desaparece na voragem da criminalidade infantil. E os velhos alquebrados, de olhos vazios, não encontram mais nos templos os signos da fé que os embalou na infância, na adolescência, na mocidade e na maturidade. Os padres sem batinas e as freiras sem hábitos, os monges sem escapulários e as santos cassados em sua santidade já não podem consolar os crentes. 


O que acontece para que tudo se subverta dessa maneira total e violenta? Foi a morte de Deus que esvaziou o mundo ou foi o vazio do mundo que matou Deus? 


As estruturas sociais são coercitivas. Do clã à tribo e à horda, e desta à civilização, a lei do aglomerado humano é uma só, mas se desenvolve num ritmo de pressão crescente. A coerção aumenta na razão direta da estruturação. Da cabana do pajé à sacristia a religião segue esse mesmo ritmo. A massificação do homem na saciedade moderna fez o caminho de retorno sobre as conquistas do individualismo ateniense. Esparta suprimiu Atenas. 0 sonho frustrado da República de Platão já prenunciava o Leviatã de Hobbes. O desenvolvimento tecnológico aumentou a pressão social sabre o homem, como o desenvolvimento da institucionalização religiosa gerou o totalitarismo eclesiástico das grandes civilizações orientais, leviatãs teocráticas, e forjou a engrenagem férrea do milênio medieval. Os sonhos da Renascença, um instante para respirar, apagaram-se impo-tentes nas garras de aço da tecnologia contemporânea. A torques social da moral e da religião esmagou as gerações em nome da utopia conjugada de liberdade e civilização. 


O desespero existencial de Kierkegaard e a náusea de Sartre foram os frutos amargos da escamoteação da natureza humana pela hipocrisia farisaica dos formalismos sociais e religiosos. O homem formalizado perdeu a naturalidade e só teve uma saída para a sua angústia existencial: matar Deus e rebelar-se contra a sociedade. O fato não é novo. Repetiu-se na História, com os episódios de repressão violenta dos rebelados nas civilizações teocráticas e massivas do Egito faraônico, da Mesopotâmia, de Israel com suas leis de pureza, da Idade Média e da Era Vitoriana na Inglaterra. Os libertinos medievais, a prostituição romana, o nudismo de comunidades religiosas que buscavam o estado de graça do paraíso perdido, o deslumbramento da Europa do Século XVI ante a suposta liberdade absoluta dos selvagens da América são antecedentes da era pornográfica que assinala a libertinagem do nosso tempo. 


Bastam esses fatos para podermos tocar com os dedos a fímbria da verdade. Em Os Demônios de Loudun, Aldous Huxley oferece-nos um quadro portentoso das medidas eclesiásticas e das providências estatais, na Europa dos séculos XVI e XVII, com repercussões no Século XVIII, para aliviar a pressão moral e religiosa no caldeirão social. Informa Huxley: "Os prelados franceses e alemães estavam acostumados a receber o cullagium de todos os padres e informavam àqueles que não tinham concubinas que poderiam tê-las, se quisessem, mas que deveriam pagar para isso uma licença, e mais, que essa licença deveria ser paga mesmo pelos que não as tivessem." O celibato forçado explodia de tal maneira que era conveniente regulamentá-lo, a fim de salvar-se pelo menos a aparência de santidade dos clérigos. Numa das notas de seu dicionário, Bayle conta como o Senado de Veneza tolerava os escândalos do clero para desprestigiá-lo na opinião pública, em favor das conveniências do Estado. 


A deformação da criatura humana pelas exigências antinaturais das religiões dá-nos a chave do processo cíclico da morte das civilizações. Isso não quer dizer que tenhamos de aceitar as teorias atuais de uma psicologia libertina, mas que devemos compreender o erro e o perigo das repressões extremas em nome da moral e das religiões. Podemos compreender claramente que esse extremismo equivale á medicação de disfarce, que esconde o mal permitindo o seu desenvolvimento secreto no organismo social. A Inglaterra da moral vitoriana está hoje a braços com a explosão de situações incontroláveis. O seu Parlamento majestoso é levado á adoção de leis e medidas deletérias, como as referentes aos problemas da homossexualidade juvenil. 


O ministério dos ciclos agônicos é facilmente decifrado quando levantamos a máscara de hipocrisia das sociedades antinaturais. O mesmo se dá no tocante ás religiões repressivas, que acabam vencidas pela rebelião dos instintos naturais, agonizando no descrédito ou sendo substituídas por outras. Acusa-se o
Cristianismo de ser o responsável pela universalização da hipocrisia, mas os próprios evangelhos atestam a atitude racional do Cristo em face dos que pretendiam lapidar a mulher adúltera. No caso de Zaqueu, o Cristo aceita a sua hospitalidade quando ele promete devolver aos pobres o fruto impuro dos seus roubos. Madalena arrependida tornou-se a. seguidora dedicada e a escolhida para ser a primeira a vê-lo depois da ressurreição. Não há dúvida que os excessos repressivos do Cristianismo não foram determinados pelo Cristo mas pelos seus apóstolos judeus, contaminados pela hipocrisia farisaica e de outras seitas judaicas. O Apóstolo Paulo, o que melhor compreendeu a posição do Cristo em tantos aspectos, não conseguiu escapar aos prejuízos do judaísmo, de sua formação judaica, quando se referia aos processos de repressão, tornando-os ainda mais agudos na religião nascente. 


Explica-se a atitude paulina ante as abusos e excessos das religiões pagãs, mitológicas, em que as práticas fálicas, os rituais dionisíacos, toda a herança da velha Suméria, da Mesopotâmia, da libertinagem da Grécia e de Roma contaminavam as ingênuas comunidades cristãs, ameaçando com os seus excessos os princípios espirituais da religião nascente. Paulo, extremamente zeloso, apegava-se aos resíduos da sua formação farisaica, agindo com violência para impedir que os cristãos retornassem às práticas da irresponsabilidade moral. Mas há enorme distância entre as mediadas enérgicas de Paulo, que não usava a máscara da hipocrisia, e as medidas repressivas que mais tarde judaizaram as religiões cristãs. Ele, que combateu sem cessar os apóstolos judaizantes, incidiu no mesmo erro que tanto condenara, mas justificado pelas circunstâncias de uma época de ignorância e de costumes geralmente condenáveis. 


O ponto crucial do problema religioso chama-se hipocrisia. E a hipocrisia resulta das atitudes egoístas, da falta de compreensão do verdadeiro sentido da Religião, que é caminho e não ponto de chegada da espiritualização do homem. Os religiosos que pretendem atingir a santidade do dia para a noite, que se revestem de pureza exterior, encobrindo a podridão interior, são as hipócritas condenados veementemente no Evangelho. A solução desse grave problema, que responde pela morte cíclica das civilizações, está na compreensão da verdadeira natureza do homem, do processo natural do seu desenvolvimento espiritual. Os artifícios purificadores só servem para mascarar as indivíduos pretensiosos. As práticas ascéticas não podem ser forçadas. As paixões e as instintos do homem são manifestações de forças vitais que, sob o controle da razão e do sentimento, podem e devem guiar o espírito nos rumos da transcendência. 


Repetimos agora os ciclos agônicos do Oriente, da Grécia e Roma, de Israel, da Europa Medieval. a explosão pornográfica sobrepõe-se aos instintos vitais e aos controles sociais. E a agonia das religiões anuncia a morte da civilização tecnológica. Não obstante, há uma esperança para a brilhante civilização condenada. As forças do espírito reagem contra a derrocada moral. Como na queda de Bizâncio, enquanto os clérigos cantam e pregam em meio à derrocada há vigias de uma nova era espreitando o futuro nas almenaras. E o que procuro demonstrar neste livro, num rápido confronto das estruturas envelhecidas com as novas estruturas que nascem da própria terra, sob os nossos pés. Poluída, envenenada, devastada, ameaçada, a Terra dos Homens, nossa mãe, convida-nos a subir com Saint-Exupéry para novas dimensões de uma realidade em que estamos perdidos. 


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Professor Herculano Pires foi, na minha opinião, junto a Deolindo Amorim um dos maiores espíritas do Brasil. Ambos pregavam a necessidade de uma Cultura mais ampla, para uma compreensão mais profunda dos trabalhos de Allan Kardec.

Polemista e sensato nunca foi aventureiro em suas investidas na defesa do espiritismo.

Professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, a nossa Universidade de São Paulo; dentro ou fora da instituição nunca negou suas convicções.

Meu respeito a Herculano Pires.

Esta introdução mostra, apesar de escrita antes da década de setenta o quanto de desorientação afetava os espíritos diversos. 

Nos sirva de inicio de reflexão, pois nossos tempos são mais profundamente confusos e a transição se faz de maneira cada dia mais célere.



Paulo Cesar Fernandes.


14/11/2017.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

20171106 Uma mirada ao mundo

Uma mirada ao mundo


No nãoEU humano, temos verdadeiros vulcões em eterna erupção interna e perante o mundo ao seu redor.


No limite assassinam um ou mais de seus semelhantes, como o ocorrido ontem no Texas.


São os eternos inválidos, apoiados em bengalas diversas: bengalas virtuais; bengalas do Poder; bengalas ideologias; bengalas deuses; bengalas religiões em nome das quais cometem atos contra a Vida. Cometem atos contra as Leis Naturais. Atos contra um direito fora de sua alçada.


Pautados no ódio a si mesmos, se arrojam aos semelhantes, como se tal ato atroz os libertasse da angústia interior na qual escolheram viver.


Infelizes!


Muito além de reprovações e prisões, se faz necessário libertá-los de tudo quanto lhes foi imposto como "verdade". Fazendo-os novos "Torquemadas" de nossos tempos; ou ainda novos "caçadores de 
infiéis" das mais diversas vertentes.


Não! Precisamos pacificar o mundo, libertando o Homem de Tudo e de Todos. Permitir que alce voo.


Dando-lhe, mais que tudo, a Capacidade de Ser. De se fazer autônomo, pensar por si e para si. Sem elementos intervenientes em seus processos de escolha de seus rumos.


Não! Não falo do destino como MAKTUB dos árabes. Nada disso. Mas de um Homem capaz de se fazer forte em si e para si mesmo.


Um Homem só, no seu pensar e no seu agir. Mas uma solidão produtiva. Capaz de permitir o amor por seus semelhantes e por toda a natureza.


Um Homem dessa forma; harmonizado com as Leis Naturais regentes dos nossos destinos, é capaz de ser um trabalhador da Justiça e da Paz. 


Um Homem a serviço do Progresso da/na Terra.


Minha tarefa? Esta.


Ajudar aos humanos a se inteirarem de seu valor, e se fortalecerem a ponto de se tornarem LIVRES.


A tal ponto LIVRES, ampliarão suas capacidades, inclusive a capacidade de amar. Sendo assim servos do amor sobre a face da terra.


Não tomei para mim fácil tarefa, bem o sei. Mas alguém a há de tomar a peito e levar adiante.


Atrás de mim virão melhores e mais capacitados para tal empreitada. Mais nobres; mais dignos; mais evoluídos.


Apenas inicio. São os passos primeiros de uma longa e árdua caminhada.


Quem tiver medo se afaste da estrada, dando passagem aos capazes. 


"Muito ajuda quem não atrapalha." dizia sempre meu velho pai.


Com suas palavras encerro minha "prédica" de hoje.


Paulo Cesar Fernandes.


06/11/2017.


NOTA:

Após saber do ocorrido no Estado do Texas, nos EEUU; pensei ser hora de todos os homens se fazerem livres de "toda dor" e toda opressão pesante sobre seus ombros.

Fruto da ação das diversas forças forjadoras da ilusão, ou de tantas ilusões dadas em nossa sociedade.

George Orwell tinha razão; são várias as espécies de capsulas aplicadas ao homem para mante-lo na sua escravatura.

Talvez a pior de todas as escravaturas: a escravatura das ilusões; quando nós nos acreditamos libertos. 

Cada um de nós, muito provavelmente. Sendo eu, quem sabe o primeiro.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

20171101 Sociedade ideal

Sociedade ideal


Uma Sociedade Sã não tem qualquer tipo de agressividade.


Seu cidadão caminha no mundo sem medo; sem sobressaltos; e com a sensação da plena vida a cada momento desfrutada.


Sua relação consigo, com a natureza, e com seus semelhantes é sempre de harmonia. Nada antagoniza tal harmonia.


Este cidadão é capaz. Pleno.


Capaz de Ser. Capaz de empreender desafios de progresso e evolução visando a Vida Maior.


Sabedor de sua Transexistencialidade, se sente espírito em processo de constante burilamento. 


Tem claro, dentro de si, ser uma Obra de Arte.


Incompleta ainda, mas Obra de Arte com certeza.


Esta Sociedade existe. É Real e Verdadeira. 


Nada de fantasia, ou falsa promessa de um místico de esquina de bairro ou da TV.


Esta Sociedade da qual eu falo terá seu tempo. 


Mas, antes de tudo, deverá se estruturar dentro dos corações de cada habitante do nosso Planeta Terra.


Terráqueos somos todos!


Somos Somatória de um todo Maior e Mais Amplo.


Acordemos!


Essa Nova Sociedade reside dentro de nós.


Paulo Cesar Fernandes.


01/11/2017.


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P.S.:

Escrito ontem, enquanto esperava a chamada do médico.
Nasceu o texto como descem as águas em cascata.
Célere, livre, solto. Aberto!

Possa ser de alguma utilidade para alguma pessoa.
É o único pedido meu.

Em Memória de José Herculano Pires. 
Professor em Lato Senso.

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terça-feira, 26 de setembro de 2017

20170926 Reflexão



Eu?
Materialista? Talvez.
Sei dizer apenas: tenho além do merecido e muito além do necessário.




Eu sou é muito grato.
Nada me encanta nas vitrines do mundo,



Minha pulsão é o conhecimento, encontrado nos textos e aulas dos grandes homens do passado e do presente.
Como me encantaria ser algo assim.



Me vejo como um espiritualista. Quem sabe nem o sou.


Minha única LUTA é a LIBERDADE.


A minha evidentemente; mas esta não me basta.
Quero a Liberdade de todos.
Todos se situando na maioridade de Kant.
A maioridade onde não há sujeição de espécie alguma.

Nenhum sujeito se sujeitando a outro sujeito.
Nenhuma etnia ou nação se sujeitando a estrangeiros.
E menos ainda, algum sujeito submisso ao Estado.
Qualquer Estado.



A Horizontalidade, pregada por mim, serve para indivíduos e para os Estados.



Os Senhores da Guerra se acham grandes.
São grandes, mas incapazes de ver os Andes de cima, como muitos espiritualistas o fazem. A materialidade os ata ao chão sem alternativa possível. Chumbados ao solo.



Incapazes de voar, Não há maior incapacidade.


É nas asas dos sonhos onde se situa a nossa possibilidade de Evolução e Crescimento interior.
É no abandono dos grãos, espalhados no chão pelos que buscam ser nossos donos, donos de nossas almas, é na ruptura com todas essas coisas apequenantes quando nos sentimos mais leves e ousamos os primeiros voos.


Indecisos como a jovem pomba cujo ninho estava na jardineira da janela do meu quarto.


Indecisos, mas não incertos. Neste momento uma certeza já invade a nossa mente: somos capazes de Grandes Feitos.

Não como deuses gregos; mas como homens, saídos de si para um sentido mais amplo de existência, onde nossos semelhantes tenham espaço e lugar. Homens pautados na Solidariedade.


Homens e Povos merecem ser LIVRES.


Merecem ambições mais sutis e quintessenciadas.




Pensamento, Ser ou espirito, não importa como chamemos, foi criado para a Sabedoria. E é no transcurso das lutas várias, incompreensões, abandonos e ódios o encontro desse homem com o processo de crescimento.


Apesar de tudo, nunca percamos a certeza na importância do Amor como elemento propulsor da Vida..


Sem ele nada somos, como disse alguém muitos séculos passados.


Paz nos corações!



Paulo Cesar Fernandes.
26/09/2017.

terça-feira, 25 de abril de 2017

20170425 Perfeição

Perfeição


Pensava com meus botões.
Por que motivo teria dito Gilberto Gil com toda razão:

"...a perfeição é uma meta
    defendida pelo goleiro
    que joga na Seleção...."

Gil tira uma onda na possibilidade da Perfeição.

A perfeição é impossível, mesmo no final dos tempos.
Comigo. Pense.

São vários os universos, como dizem os cientistas.
Universos em movimento constante de expansão, contração e assim por diante.

Tudo é Movimento.
Assim sendo, o universo do conheciento é infinito.

E eu, e tu, e todos os seres corpóreos somos finitos.
Na incorporeidade somos infinitos, mas somos limitados.
Incapazes de tudo abarcar, mesmo com todo o tempo pela frente.
Pois quando chegamos a um determinado ponto, uma Nova Estrela nasce nalgum lugar, e nossa sabedoria é carecente do conhecimento dessa nascente entidade.


Não. Não somos perfectíveis.
Mas seres a caminho da sabedoria.


E a sabedoria nos leva ao conhecimento de múltiplas disciplinas, digamos assim; ao mesmo tempo em que nos eleva a um patamar moral de alto padrão, onde a mínima imperfeição já se fez
ausente.

Demos conta de todos os nossos defeitos; chegamos a graus de conhecimentos vastos.
Mas sempre haverá um novo desafio.
Sempre algo clamando por nós.


Se isso não for lindo.
Nada mais é lindo.
E é impossível a Arte e qualquer debate sobre Estética.
Acaba tudo!


Paulo Cesar Fernandes.

25/04/2017.

sábado, 18 de março de 2017

20170318 Hegel Razão na História Final

Hegel
Razão na História
Final




[O esclarecimento da existência através do pensamento é, ao mesmo tempo, necessariamente o surgimento de um novo princípio. O pensamento como universal é esclarecedor, mas esta solução na verdade contém o princípio anterior dentro de si, embora já não mais em sua forma original, mas transfigurada através da universalidade.] 


Assim, a vida surge da morte, mas é apenas uma vida individual. Se consideramos a espécie como sendo a matéria nessa transformação, a morte do indivíduo é um retorno da espécie à sua individualidade. A perpetuação da espécie não passa então da monótona repetição do mesmo tipo de existência. A percepção, que é a compreensão do ser através do pensamento, é a fonte e o local de nascimento de uma nova forma espiritual, mais elevada, cujo princípio é parte preservador e parte transfigurador de sua matéria. 

Aqui temos o princípio de Evolução.


O Pensamento é o universal, a espécie que é imortal e que preserva sua identidade. A forma particular do Espírito não apenas morre naturalmente no tempo, mas é anulada pela atividade automática
que se espelha da consciência. Como esta anulação é atividade do Pensamento, ela é preservação e transfiguração. Enquanto isso, por um lado, o Espírito elimina a realidade, a permanência daquilo 
que é, por outro lado, ganha desse modo a essência, o Pensamento, o universal daquilo que apenas foi (sua condição efêmera).


Seu princípio já não é mais o conteúdo e objetivo imediato que havia sido anteriormente, mas a essência daquilo.


O resultado deste processo é que o Espírito, ao objetivar-se e com isso tornando-se também objeto de seu pensamento, por um lado destrói esta sua forma determinada de ser e, por outro, apreende a 
sua universalidade. Ele nos proporciona uma nova forma para seu princípio. Com isso, o caráter substancial do espírito nacional foi alterado, seu princípio passa a ser novo e mais elevado.

Acima ele se refere ao Espírito 
de um Povo em sua evolução. 
Pois, para Hegel, assim como o espírito evoluí, 
os povos sofrem o mesmo processo 
evolutivo na sua história.

É importantíssimo para a plena compreensão da história apreender e possuir o pensamento envolvido nessa transição. 


Um indivíduo como unidade atravessa diversos estágios e continua sendo o mesmo indivíduo. O mesmo acontece com o povo, até que o seu Espírito atinja um estágio universal. Nisto consiste a necessidade interior e conceitual de sua mudança. Temos aqui a essência, a própria alma da compreensão filosófica da história.


O Espírito é essencialmente o resultado de sua própria atividade. Sua atividade é a transcendência da existência imediata, negando-a voltando para dentro de si mesmo. Podemos compará-lo à semente 
de uma planta, que é o começo e o resultado de toda a vida da planta. A impotência da vida se manifesta precisamente nesta desintegração de começo e fim. O mesmo ocorre nas vidas dos indivíduos e nas dos povos. A vida de um povo produz um fruto da maturidade. Sua atividade visa realizar o seu princípio. Mas este fruto não cai de volta no ventre que o produziu e amadureceu — pelo contrário, torna-se um veneno para esse povo. O povo não consegue abandoná-lo, pois tem uma sede insaciável dele. Tomar o veneno é a destruição do que bebe, embora seja ao mesmo tempo o surgimento de um novo princípio.


Já discutimos o objetivo final deste processo. Os princípios dos espíritos nacionais progredindo por uma necessária sucessão de fases são apenas momentos do Espírito universal, que através deles 
se eleva e se completa em uma totalidade abrangente.


Assim, enquanto estamos preocupados exclusivamente com a idéia do Espírito e levando em consideração apenas o conjunto da história do mundo como não sendo senão a sua manifestação, estamos tratando apenas do presente — por mais longo que seja o passado que estudarmos. [Não há tempo em que o Espírito não tenha estado ou não estará; ele não foi, nem ainda está por ser. Ele é eterno agora.] A Ideia está sempre presente, o Espírito é imortal. [O que é verdadeiro é eterno em si e por si, não ontem e nem amanhã, mas agora, no sentido de uma presença absoluta. Na Ideia, o que 
pode parecer estar perdido está preservado eternamente.] Isso implica que a fase atual do Espírito contém todas as fases anteriores em si. Estas na verdade se desdobraram sucessiva e separadamente, mas o Espírito ainda é o que em si sempre foi. As distinções entre essas fases não são mais que o desenvolvimento de sua natureza essencial. A vida do Espírito sempre eternamente presente é um ciclo de fases que ainda existe lado a lado mas que, em outro aspecto, parece ser passado. Os momentos que o Espírito parece haver deixado para trás, ainda possui na profundeza de seu presente.

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Quando ler universais pense em Leis Naturais. No Livro dos Espíritos vem como Lei Divina ou Natural. Como sou descrente sempre me refiro apenas como Leis Naturais.

Quem quer que tenha lido as obras de Allan Kardec com muita atenção é impossível não veja neste texto elementos das obras do Mestre Lionês.

Há trechos da leitura de Hegel que me causam riso, tal a similitude com o que habitualmente estudei desde pequeno.

Resta lembrar uma vez mais que, Georg Hegel morreu de cólera em 1831, ano em que Allan Kardec (Prof. Denizard Rivail) contava apenas com 27 anos.

Paulo Cesar Fernandes.

18/03/2017.

quarta-feira, 1 de março de 2017

20170301 Desafio.

20170301 Desafio.


Caminha!
Vamos mulher! CAMINHA!
Vamos homem! CAMINHA!
Ao teu redor milhares de possibilidades se abrem a cada instante.
Escolhe uma direção.
O caminho se abrirá ao iniciares a caminhada.
Mas Caminha!
*
Custa dar o primeiro passo?
É normal.
Sempre tendemos a ficar como estamos.
É a Lei da Inércia!
Do menor esforço ou da preguiça máxima.
Sai dessa!
*
Caminha! Não deixes de caminhar.
O mundo pede gente capaz de caminhar e o empurrar num outro sentido: reversão do que está dado.
O Planeta Terra precisa de gente ativa, gente de brio, gente capaz de olhar o futuro com coragem.
Gente progressista e capaz de buscar o novo.
Esse novo, rolando em milhares de mentes mais ou menos brilhantes.
Podes ser uma dessas mentes.
*
Vamos! Não te pares!
Caminha!
Caminha sempre!
Caminha mais e melhor!
E um dia, não muito longe, teus passos terão deixado pegadas sobre muitos outros caminhos.
O tempo é teu!
Caminha!
*
Paulo Cesar Fernandes.
01/03/2017.
=====
Nota:
*
Nascido a partir de uma apresentação em Verona, no ano de 2012, do multi artista italiano Adriano Celentano.
Minha gratidão a Adriano! Instigante pensador.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

20170224 Amigos

Amigos!

Tudo é recomeço.
Mas pode ser mais brando. Mais sereno.

Podemos andar mais devagar.
Caminhar descalços vendo o chão sob os pés.
Olhar a folha tenra, nascendo no pé de maracujá.
Atentar ao Bem-te-vi, no peitoril da janela.

Podemos andar mais devagar.
Ver os olhos dos amigos quando mareados de lágrimas.
Sentir em silêncio ao seu lado e ser apenas: presença.

Podemos andar mais devagar.
E sorrir ao idoso.
Se em voz alta, este diz inconveniências.

Podemos andar mais devagar.
Sonhando os velhos sonhos, mas sem a antiga angústia.
Devagar vem um novo dia e o galo um dia ainda vai cantar.
Afinal não há interruptor para o clarão do amanhã.

Podemos andar mais devagar.
Olhar tudo o que já disseram e pensaram os grandes homens.
E fazer disso bússola de uma firme orientação.

Podemos andar mais devagar.
Muitos milionários passaram por este planeta.
Mas apenas os pensadores e poetas marcaram seu nome pelos caminhos

Podemos andar mais devagar.
O afã de viver assassina os sonhos.
E sonhos sempre foram alavancas do progresso real.

Podemos andar mais devagar.
A pressa agride a vida.
E a vida mais importante são as pessoas ao nosso redor.

Devemos andar mais devagar.
Pois calmos são os passos que nos levam adiante.
Na rota segura rumo ao portal da sabedoria.

Paz  a  todos!!!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

20170222 ARQUEOLOGIA DA POÉTICA.

ARQUEOLOGIA DA POÉTICA.


Escavo a montanha de letras.
E não encontro a poesia.
Que é a Poesia afinal?
De onde vem?
Cai do céu e escorre por entre meus dedos?
É um raio de inspiração?
Ou nasce da Leitura, assim como nasce a escrita?
Assim como nasce a ficção literária?


A Poesia doi na alma.
Em sua ausência.
E ela ainda ordena: Escava mais!
E vais me encontrar.



Pulo Cesar Fernandes - 22/02/2017.


Nota: De/Para Ferreira Gullar.