quarta-feira, 14 de agosto de 2013

20130812 Eu, como franciscano

Eu, como franciscano

É significativo o fato de Francisco de Assis, segundo consta, teria sido três vezes chamado por Jesus a reconstruir sua igreja.



Não compreendeu de inicio, até um dia cuja mente mais lúcida lhe deu a perceber a significação da reconstrução interior da Igreja, pedida por Jesus.

 
Muitos franciscanos do mundo atual ainda pensam a reconstrução partindo da materialidade. À medida, porém da absorção da mensagem franciscana na sua essencialidade isto cai por terra. Lhe restando a reconstrução mais árdua: a individualidade.

 
Na exterioridade tudo é muito simples; mas fazer coo Francisco e tomar para si a mensagem do Nazareno, e vivê-la, é algo muito mais complexo, quase impraticável.

 
Impossível, se o tentarmos sem deixar a materialidade dos nossos atuais tempos. Mas, ao tomarmos para nós novos parâmetros para nossa vida fica algo mais possível. Afinal, temos diante de nós toda a eternidade, sendo o tempo o nosso grande aliado.

 
Dessa maneira a tarefa se torna plausível, executável.

 
Velhos hábitos caem.

 
Ilusões se desfazem no ar.

 
Nova vida tem início. Não necessariamente eclesiástica, mas militante. Individual e interiormente militante.

 
Mais difícil que a Teoria da Relatividade de Eistein? Talvez seja.

 
A Einstein não foi imposta a solidão. E o primeiro obstáculo daquele convertido a uma vida simples, verdadeiramente franciscana é a solidão. O abandono dos mais próximos.

 
Um vazio imenso ao seu redor.

 
Os próprios familiares de Francisco de Assis não lhe deram apoio. Apenas Clara, na sua singeleza e bondade compreendeu o coração de Francisco, devotando incondicional apoio. Mas tão logo se viu só, foram surgindo os adeptos da mesma caminhada, e foram crescendo dentro das linhas do Cristianismo Primitivo. Poucos porém firmes em seus propósitos.

 
Afinal convenhamos. O despojamento total não é muito atrativo em nenhum momento da História dos Povos. Muito menos nos dias de hoje pautados pelo materialismo, pelo poder, pelo sucesso nos Meios de Comunicação e pela sensualidade, como as coisas mais importantes da vida. Basta ver os olhos das pessoas diante das vitrines onde se apresentam as Novas Tecnologias.

 
Muitos podem pensar ser o desinteresse por todas essas coisas, nada mais nada menos que uma patologia. Em mim, tem muito a ver com minha trajetória ideológica.

 
Mas a paz, advinda dessa despojada postura, me esclarece ser apenas um outro caminho; nem melhor e nem pior que o anterior; tão somente diferente.

 
Diferente e respeitável pela naturalidade de sua chegada em minha existência. Fatos se foram somando e me demovendo de posturas fixas e até ortodoxas no campo das ideias de espiritualidade. Via tão somente um caminho. E, na verdade são tantos e tantos os caminhos do homem a si mesmo.

 
Hoje dois únicos aspectos mobilizam minha análise. Seja com respeito aos meus atos, como aos atos dos meus semelhantes:



1.      A sinceridade neles contida;

2.      Seu potencial de contribuição ao Bem Geral; Bem Maior; isto é: o Bem de Toda a Humanidade.

 
Mesmo um pequeno ato tem um potencial amplo, e não conseguimos saber sua extensão, e isto não nos devem preocupar. Se nossa sensibilidade nos aponta a oportunidade de fazer o Bem sigamos para a ação. Sempre equilibrando Razão e Sentimento.

 
Se o mundo hoje já conta com grande contingente de espíritos voltados para o Mal. Nem que seja por brincadeira, birra, ou para ser do contra, vamos nos voltar para a Militância no Bem.

 
Isto. Desconsiderando por completo as opiniões alheias acerca de nossa opção de vida.

 
Quem se pauta pela Lógica Capitalista jamais entenderá a Razão e a Lógica Socialista Radical.

 
Assim. Servir é a palavra. Mas não um servir religioso, piegas, e humilhante ao que recebe os benefícios. Nada disso. Um serviço de linearidade. Onde o que serve e o servido se olham nos olhos num completo sentido de igualdade. Em nenhum momento a humilhação se faz presente. Um encontro entre iguais.

 
Servir é para espíritos fortalecidos em si mesmo. Capazes de enfrentar suas limitações, toda a sociedade, e por fim a morte se for preciso.

 

Paulo Cesar Fernandes

12 08 2013