sexta-feira, 20 de julho de 2012

Viver pensando em qualquer coisa

Vivemos! E atribuladamente na maioria dos casos.
Nos deixamos carcomer pelos afazeres diários. Eles nos sufocam. Eles nos agridem com todas as forças...
Mas vivemos de roldão, na "Roda Viva" tão bem posta por Chico Buarque em sua obra.
E não pensamos.
No mal que fazemos. Ou no bem a escapar de nossas mãos.
Ganhar mais dinheiro; uma posição de maior destaque social; um tantoa mais de poder; tudo isso compondo uma série de não-pensamentos, um não pensar. Pela morbidez de tais preocupações.
É um viver atabalhoado, irracional até.
Principalmente se carregamos em nós a concepção imortalista da existência, onde o tempo se desdobra a nosso favor, sempre nos fornecendo oportunidades maiores, oportunidades novas; seja isto no âmbito mais amplo das diversas encarnações; seja isto dentro dos limites de uma encarnação apenas.
O tempo é sempre nosso aliado. Amigo. Nos ajuda a vencer os momentos de ira para convertê-los em afetividade.
O uso do tempo é uma arte. Emmanuel em "Instrumentos do Tempo" traz idéias importantes. Vamos a elas para depois adicionar algumas considerações;


Descrucifica o Cristo que ainda jaz crucificado em nossa semicaridade e obscurecido em nossa semiconfiança.
Dá vigor e existência ao Mestre que recebeste no templo da alma!
Crê e vive!  Crê e aperfeiçoa-te!  Crê e eleva-te, elevando os que te rodeiam!
Conduze a esperança onde a fé esmoreceu, faze brilhar a alegria onde a penúria abriu o manto imenso de sofrimento e escuridão...
Jesus é vida, amor, atividade redentora, bênção de todos os dias.

É muito isso! Ainda achamos que Jesus é cristo, cristo coisa nenhuma, homem como eu e tu, infelizmente mitificado pela ignorância reinante, permitindo assim um dominio mais fácil das religiões sobre os homens, fazendo-os servos fiéis e não pensantes. "Fareis tudo que o Senhor mandar..." tal qual no folguedo infantil.
A história da humanidade é a historia do homem desejante de domínio sobre outros homens.
Hegel está certissimo em seu pensamento. E os dominadores sempre conseguem espiritos preguicosos, louquinhos para encontrar alguém capaz de os comandar, livrando-os assim da responsabilidade de ter em suas mãos as rédeas do próprio destino. Néscios! Vagabundos existenciais é o que são.
Entregam de mão beijada o seu destino a outrem, sem cuidar da condição ético-espiritual desse outrem. Saem repetindo discursos como inconscientes aves parlantes. Repetem o discurso do pastor, do cura, do espirito da casa, vale tudo, desde que não se vejam diante da responsabilidade de si mesmo. Temem andar pelos próprios pés. Falam muito no Cristo e agem pouco em seu favor.


Vamos tirar esse camarada da cruz? Deixar ele caminhar entre os povos da terra. Tomar para nós a sua mensagem em nosso viver. Simples como um copo de água dessedentando aos que tem sede.
E o mundo tem sede sim; tem sede de homens vivendo a mensagem do nazareno no seu agir natural.
Pois claro! Sempre isso foi tido como o inatingível. Destinado a santos apenas, a grandes almas, "eu ainda não posso..."...
Pura baboseira!
É coisa para o nosso dia a dia.
O remédio é fabricado para os que apresentam alguma doença. Não para quem esta livre de todas as potologias.
Temos, muitos de nós, patologias da alma a ser trabalhadas, cuidadas carinhosamente para não agravar o quadro. E o remédio está no mundo desde seus primórdios. Pois em todas as eras da humanidade homens de bom senso e elevada moral deixaram seus recados.
Esta terra e seus viventes nunca estiveram ao desamparo!
Lembro de Silvio Brito se referindo a ele como o Homem de Nazaré. E suas mensagens, ensinamentos vieram para se somar a toda uma tradição de pensadores, condutores desta humanidade terrena. Resta ao surdo homem da PósModernidade agregar todos os ensinamentos ao carrinho de aquisições de sua existência. Um linguajar de supermercado é bem cabível numa "Sociedade de Consumidores".


Se assim o fizer. Se agregar a mensagem de Jesus a suas aquisições diárias, estará seguro de ter vida e vida em abundância; amor; uma atividade redentora, e finalizando terá a bênção de todos os dias.
Pois cada dia já é uma benção da vida a nos chamar para a senda do bem.
Resta apenas agradecer a Emmanuel pelo tanto feito em beneficio da humanidade, sempre a nos relembrar das mensagens do modelo a ser seguido, apontado pelos espiritos a Allan Kardec: Jesus de Nazaré.
Agora é conosco!


Paulo Cesar Fernandes


20/07/2012

terça-feira, 17 de julho de 2012

Minuto

O livro "Instrumentos do tempo" de Emmanuel tem um item chamado O minuto.
Vejamos seu inicio:

Dádiva divina, repete-se infinitamente em nossa estrada.

Usando-a, é possível a realização de surpreendentes milagres em nossa vida.
Pede-nos tão-somente trabalho, boa vontade e diligência no bem, para trazer-nos sublimes edificações...
A sementeira do êxito.
O reajuste da própria alma.
O regresso ao caminho de luz.
O tesouro do entendimento.
A fortuna da sabedoria.
A plantação da amizade.
O progresso nas boas obras.
A conquista da simpatia.
A aquisição do concurso fraterno.
A bênção do dever bem cumprido.
Todo o engrandecimento de nossa vida começa na insignificância aparente de um minuto.

«««««

De forma geral somos escravos do tempo. No âmbito profissional nem se fala. A tecnologia, com seus brinquedinhos móveis, nos fez voluntariamente escravizados. Somos encontrados nos momentos mais diversos, e nas situações mais dispares. E isso não nos aborrece.
Sou contra a tecnologia?
Totalmente a favor.
Sou contra a pessoa abrir mão da propria liberdade, com o intuito único de se fazer notada como alguém importante e necessária, uma vez que o celular toca regularmente e com frequencia.
Mas cada qual tem a liberdade inclusive de se escravizar ao ambiente de trabalho ao qual se vinculam, como vi no Banco Safra em sua área de Tecnologia da Informação.
Ficar horas a mais no ambiente da empresa, visando se fazer notar pelo grupo de coordenação, que nunca checava a produtividade dessas horas adicionais não remuneradas é certo.
Esse é um tipo de uso do tempo. Um fato observado.


Mas o interessante a nós espiritos encarnados na terra, em processo de aquisição de experiências, de ajustamento à Lei Natural, regente de tudo presente no universo, ou nos universos uma vez que alguns cientistas aventam a hipótese de haver vários universos.
Como se dará nosso reajuste se não for através do uso do tempo.
O bom uso do nosso tempo, do tempo a nós concedido para essa finalidade: nosso encontro e ajuste à Lei Maior.

Não há a menor religiosidade nisto.
Fatos não carregam religiosidade em si. Eles são. Tal qual nosso tempo é.

O que eu faço do meu minuto, depende de mim, e de mim tão somente. De minhas inclinações interiores, pendores, tendências.
No mesmo momento em que assisto na TV, um programa capaz de trazer a publico as mazelas da vida de uma familia, posso assistir a outro a nos trazer conhecimentos acerca das diferenciadas caracteristicas da fauna de determinada região do mundo.
Tudo não passando de uma questão de escolha tão somente.

Intencionalmente deixo as atividades benevolentes fora do escopo de minha reflexão. Muitos jáo fazem e seguramente bem melhor que eu o faria.

Andar pela cidade, observando as pessoas, e as diferentes expressões faciais, muitas delas sendo uma foto clara da confusão mental ali presente.
Atentar aos outros, nunca para desmerecer a ninguém, mas para melhor mirar o nosso interior, essa é uma forma eficaz de aprendizado. E, por certo, um bom uso de cada minuto.

Caminhamos todos para o melhor uso do tempo e de nossas potencialidades em cada etapa da jornada terrestre. Essa certeza habita minha Razão.  

Paulo Cesar Fernandes

17/07/2012