quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Nas pegadas do Mestre



Escrito pelo espirito de Vinicius, e psicografado por Chico Xavier foi o primeiro livro espírita que li, aos 7 ou 8 anos, pois já lia desde os 5 por método associativo. Era uma capa com a imagem de Jesus com seus longos cabelos, ainda a vejo na tela da memória.


Contam os familiares que aos 5 anos eu tomava um remédio chamado "Calcigenol" para aumentar o calcio. E numa ocasião, não o tendo na farmácia trouxeram outro, e no momento da administração ouviram:

_ Esse não é Calcigenol.

E de forma lenta como é de imaginar li o nome do remédio.
A partir disso, ganhei um caderno, obrigações e atividades de escrita passadas por minhas irmãs.
Quebrei a cara! Nunca fui de ficar calado mesmo. Desde cedo.



Mas agora, neste fim de tarde, enquanto lia alguma coisa para reflexão, esse nome de livro me chegou à mente, e a gratidão por ter cedo recebido o encaminhamento ao espiritismo.

Afortunadamente muitas coisas mudaram no tempo. Mudou o movimento espírita, mudei eu, e seguiremos mudando pois esta é a dinâmica do tempo. Tudo muda.


Mas hoje, no Livro dos Médiuns eu comecei:

CAPÍTULO IV

DOS SISTEMAS

36. Quando começaram a produzir-se os estranhos fenômenos do Espiritismo, ou, dizendo melhor, quando esses fenômenos se renovaram nestes últimos tempos, o primeiro sentimento que despertaram foi o da dúvida, quanto à realidade deles e, mais ainda, quanto à causa que lhes dava origem. Uma vez certificados, por testemunhos irrecusáveis e pelas experiências que todos hão podido fazer, sucedeu que cada um os interpretou a seu modo, de acordo com suas idéias pessoais, suas crenças, ou suas prevenções. Daí, muitos sistemas, a que uma observação mais atenta viria dar o
justo valor.


Julgaram os adversários do Espiritismo encontrar um argumento nessa divergência de opiniões, dizendo que os próprios espíritas não se entendiam entre si A pobreza de semelhante razão  prontamente se patenteia, desde que se reflita que os passos de qualquer ciência nascente são necessariamente incertos, até que o tempo haja permitido se colecionem e coordenem os fatos sobre que possa firmar-se a opinião.


À medida que os fatos se completam e vão sendo mais bem observados, as idéias prematuras se apagam e a unidade se estabelece, pelo menos com relação aos pontos fundamentais, senão a todos os pormenores. Foi o que se deu com o Espiritismo, que não podia fugir à lei comum e tinha mesmo, por sua natureza, que se prestar, mais do que qualquer outro assunto, à diversidade das interpretações. Pode-se, aliás, dizer que, a este respeito, ele andou mais depressa do que outras ciências mais antigas, do que a medicina, por exemplo, que ainda traz divididos os maiores
sábios.


«««


As diferentes formas de encarar não só os fenômenos, como as ilações filosóficas deles advindas, são um produto natural do processo de evolução das idéias no tempo.


Pessoas e instituições mais conservadoras, preferem manter sua forma de pensar e suas práticas como dantes.

Outras buscam a constante renovação.


Ambas estão corretas, na justa medida de atenderem a públicos distintos, e de divergentes padrões culturais.

Cada qual no seu caminho escolhe o melhor roteiro para sua jornada.


Quer se trate de uma pessoa ou de uma instituição.

Respeitemos as escolhas dos demais, e harmonizemos nosso viver com nossos semelhantes.

O primeiro passo para um mundo melhor!


Paulo Cesar Fernandes

19  12  2012

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