quarta-feira, 27 de março de 2013

20130327 Lar

O Lar. É um recanto de aconchego.


E dentro dele devemos ter um lugar, um espaço, dedicado ao sagrado, às nossas meditações metafísicas ou intelectuais. Esse espaço ficará empregnado de energias, tal como nas igrejas das mais diversas ordens, os nichos dos santos assim o ficam.


Algumas pessoas, ao se aproximarem dos nichos de alguns santos nas igrejas se emocionam. E se emocionam, pois ali está depositada uma somatória de energias, trazidas pelas mais diversas pessoas, dos  mais diferentes lugares.


Aquele local é um acumulador de energias. Deixar bem claro que isto nada tem de religioso, místico, ou algo assim, é pura física.


Sabemos que o pensamento é energia, e produz energia. Energia inclusive capaz de ser transmitida entre pessoas em diferentes localidades. Podendo essas energias estar carregadas de positividade (amor) ou negatividade (ódio).


Quando alguém se posta para uma oração, evidentemente carrega dentro de si um pedido, uma angústia, ou uma gratidão por algo de bom trazido pela vida. Sendo que a força do Bem, do Amor é sempre maior que seu contrário. Assim, o nicho fica positivamente carregado.


O lugar de nosso Lar dedicado a essa atividade também é assim.


Fica energéticamente carregado, e como nos postamos apenas para objetivos voltados para o Bem a energia apenas pode ser positiva.


Dias teremos, onde a concentração será mais difícil. As atribulações da vida nos afetam, e muito, pois somos seres de sensibilidade apurada. O ódio; as contrariedades; pessoas de baixo astral, que sempre estão para baixo, poderão interferir algum dia. Mas é exatamente nesse dia em que devemos ser mais persistentes e avançar. Pois o Bem sempre se sobrepoe ao Mal. E o Amor tem força suficiente para neutralizar o Ódio.


Temos aqui a dualidade presente na humanidade desde tempos imemoriais.


E as escolhas são sempre individuais e solitárias. E sempre prenhas de responsabilidade.


Consigamos sempre fazer escolhas capazes de aumentar nossa Liberdade e trazer a Felicidade, sempre tão procurada.



Paulo Cesar Fernandes


27  03  2013

terça-feira, 26 de março de 2013

A Europa é o centro da civilização

A Europa é o centro da civilização

ALLAN KARDEC

O que é o Espiritismo

SEGUNDO DIÁLOGO

O CÉPTICO

IMPOTÊNCIA DOS DETRATORES

V. — Convenho que, entre os detratores do Espiritismo, há muita gente inconsciente, como esses que acabais de citar; mas, ao lado deles, não se encontrarão também homens de real valor, cujas opiniões têm certo peso?

A. K. — Não o contesto. A isso respondo que o Espiritismo também conta em suas fileiras muitos homens de não menos real valor; digo-vos, mais, que a imensa maioria dos espíritas se compõe de homens inteligentes e de estudos; só a má-fé pode dizer que seus adeptos são recrutados entre as mulheres simples e as massas ignorantes.


Um fato peremptório responde, além disso, a essa objeção; é que, apesar de todo o saber, de todo o poder oficial, ninguém consegue deter o Espiritismo na sua marcha; e, entretanto, não há um só dos seus contrários, seja ele o mais obscuro folhetinista, que se não tenha lisonjeado com a idéia de dar-lhe um golpe mortal;
sem querê-lo, todos, sem exceção, concorreram para a sua vulgarização.


Uma idéia que resiste a tantos assaltos, que avança impávida através da chuva de dardos que lhe atiram, não provará a sua força máscula e a segurança das bases em que se firma? Não será esse fenômeno digno da atenção dos pensadores? Também, já hoje, muitos deles avançam que deve haver nisso alguma coisa de real,
que talvez seja um desses grandes movimentos irresistíveis que, de tempos a tempos, abalam as sociedades para transformá-las.


Isto se tem dado sempre com todas as idéias novas, chamadas a revolucionar o mundo; forçosamente elas encontram obstáculos, porque lutam contra os interesses, os prejuízos, os abusos que elas vêm destruir; porém, como estão nos desígnios de Deus, para que se cumpra a lei do progresso da humanidade, chegada a hora,
nada as poderá deter; é a prova de serem a expressão da verdade.


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Partindo dessa observação de Kardec, pensar o mundo atual.


O movimento espírita institucional não opoe obstáculos abertos ao movimento social presente no mundo atual. Mas dá-lhe as costas. Os "Indignados"; "Ocupa Wall Street"; as passeatas diversas ocorrendo no mundo, e principalmente na Europa contra a Dominação NeoLiberal (francesa e alemã) não obtém palavra dos
gendarmes do espiritismo constituido.


Silentes, focam em temas como reencarnação, evidentemente necessário, mas sobejamente conhecido de todos quantos se digam espíritas. Por certo nada de novo acrescentam ao tema: pesquisas sérias, capazes de serem aceitas pela Academia; a oferta de uma visão libertária, inerente à reencarnação, a tantos quantos se
aproximem de uma casa espírita; etc.


O espiritismo é libertário em sua essência.


O espírito não nasceu para estar preso a nenhuma instituição, a nenhum cadinho de idéias; mas, bem ao contrário nasceu para se fazer autônomo e caminhar com os próprios pés, pensar através da luz da própria razão.


Singrar os ares do conhecimento em todas as suas áreas,
conseguindo com isso uma visão mais ampla da sua própria existência como Ser. Ser inacabado e em constante e incessante construção.


A América Latina vem passando por um processo de retomada dos valores dos Povos Originários e ruptura com a Europa. A Presença de Evo Morales na Presidência da Bolívia; de Cristina Fernandes Kirchner na Argentina e de Pepe Mujica no Uruguay são elementos a reforçar essa tendência de ruptura com o Eurocentrismo.


Para os espíritas, do movimento espirita de todas as vertentes, será difícil romper com o Eurocentrismo, na medida em que Kardec era um frances, europeu e tinha todo o ranço dos europeus de sua época.


Assim como Karl Marx via a Europa como o centro de toda possível civilização e todo o resto como a barbárie. Era tal a
ignorância que chamavam nossos povos de indios, como se tivessem chegado às Índias. Hoje, os ambientes culturais mais atentos, chamam de Povos Originários.


A Europa é o centro da civilização. Paris "a cidade luz é o centro da Europa." ouvia eu na década de 60.


Ledo engano. O Eurocentrismo vem caindo pela própria inconsistência de suas bases.


Como fica o Kardecismo diante da queda do Eurocentrismo?


Esta sim é uma questão pertinente ao momento presente.


Mas o movimento, comandado pelos "iluminados", passa ao largo do seu tempo, e de tudo o que ocorre nesse tempo. Isto é uma forma de alienação que terá provavelmente um custo, não possível de ser mensurado no presente momento, mas virá à tona ainda na década presente. Principalmente nos países de governos
mais progressistas.


Nesses países de governos mais comprometidos com seu povo e com os valores desse mesmo povo, as universidades já se debruçam sobre os elementos culturais dos Povos Ancestrais; os artistas, músicos principalmente, se voltam para o folclore desses povos: Jujuy; a Patagônia; Santiago del Estero na Argentina onde venho
estudando, tem dado contribuições notáveis desde a chegada de Néstor Kirchner ao poder. Ao mesmo tempo em que o precesso democrático e popular se aprofunda, tem início a aproximação aos povos históricamente esquecidos, rejeitados e alvo de preconceito.


O mesmo ocorre na Bolívia até onde sei.


Meus referenciais para isso são: o artista e militante argentino León Gieco e o Prof. Dr. Enrique Dussel, da UNAM (Universidade Nacional Autonoma do México) cujas conferências são encontradas no "YouTube" e as obras, grande parte delas, disponíveis na Internet.


Há todo um processo ocorrendo no mundo, e principalmente na América de fala Hispanica, e o movimento espirita de todas as facções ignora.



Canción por la unidad latinoamericana
Chico Buarque


El nacimiento de un mundo
Se aplazó por un momento
Fue un breve lapso del tiempo
Del universo un segundo



Sin embargo parecia
Que todo se iba a acabar
Con la distancia mortal
Que separó nuestras vidas



Realizavan la labor
De desunir nossas mãos
E fazer com que os irmãos
Se mirassem com temor



Cunado passaron los años
Se acumularam rancores
Se olvidaram os amores
Parecíamos estraños



Que distância tão sofrida
Que mundo tão separado
Jamás se hubiera encontrado
Sin aportar nuevas vidas



E quem garante que a História
É carroça abandonada
Numa beira de estrada
Ou numa estação inglória



A História é um carro alegre
Cheio de um povo contente
Que atropela indiferente
Todo aquele que a negue



É um trem riscando trilhos
Abrindo novos espaços
Acenando muitos braços
Balançando nossos filhos



Lo que brilla con luz propia
Nadie lo puede apagar
Su brillo puede alcanzar
La oscuridad de otras costas



Quem vai impedir que a chama
Saia iluminando o cenário
Saia incendiando o plenário
Saia inventando outra trama



Quem vai evitar que os ventos
Batam portas mal fechadas
Revirem terras mal socadas
E espalhem nossos lamentos



E enfim quem paga o pesar
Do tempo que se gastou
De las vidas que costó
De las que puede costar



Já foi lançada uma estrela
Pra quem souber enxergar
Pra quem quiser alcançar
E andar abraçado nela




Já foi lançada um estrela
Pra quem souber enxergar
Pra quem quiser alcançar
E andar abraçado nela

===


Paulo Cesar Fernandes

26  03  2013