sábado, 18 de outubro de 2014

20141018 Aprendendo com a matéria

Aprendendo com a matéria


Venho lendo o livro de Hernani Guimarães Andrade chamado "Morte renascimento evolução" onde ele defende a tese do Organizador Biológico.


Pensa ele no espírito como o organizador biológico do corpo, se valendo para isso do perispírito.


Quando trata da questão da origem da vida não lida, a meu ver, de modo consistente com as fases iniciais, quando o protoespírito tem seus primeiros contatos com a matéria.


Como um ser sem consciência de si poderia comandar algo? Improvável, senão impossível.


Mas afinal em que momento o protoespírito inicia a ter consciência de si mesmo?


A partir do momento em que passa a fugir dos seus predadores. O momento da autodefesa é um momento crucial para esse protoespírito. Inicia ele uma trajetória sensorial e de maior percepção do mundo ao seu redor. Interagindo com esse mundo. Espécies "inocentes" desconhecedoras dos seus predadores estão no estágio présensorial.


Desde o momento da criação, como um Ser simples e ignorante até essa etapa do surgimento da sensorialidade, da consciência de si o protoespírito aprende tudo com a matéria. As Leis da Matéria são soberanas nessas iniciais etapas.


É impossível ao materialista pensar em um elemento metafísico em virus, bactéria e nos protozoa. E tem toda razão, nada há que lhes forneça evidências diferentes das estruturas fisico-químicas para tais seres.


Enquanto espírita sei da presença de de uma Ser junto a todas as coisas. Protoespíritos em fases iniciais de formação e aprendizado. No metal aprende a dilatação e a contração através da temperatura.


Nestas fases iniciais, segundo penso, a matéria é a grande professora do protoespírito a ela vinculado. E mesmo não temos
certeza da forma que tal vínculo se dá. Se temporário, se definitivo. Tudo o que pensarmos não passará de conjecturas tão somente.


A etapa protoespiritual sempre foi deixada de lado nos estudos espíritas. O foco sempre foi a fenomenologia, na perspectiva de provar a realidade da imortalidade e a possibilidade de sua comunicação após o desencarne. Mas esta etapa sempre esteve em minhas cogitações desde a juventude e hoje, pelo número de fatos angariados ao longo da vida me vejo diante da possibilidade de formular hipóteses, não passam de hipóteses sobre essa fase
remota de nossa existência.


Como ficam as plantas nesse processo?


Dois pesquisadores norte americanos escreveram um livro entitulado "A vida secreta das plantas", onde narram diversos fatos de sensibilidade nas plantas. Mas ponho suspeita nessa pesquisa pois plantas não tem consciência de si. As Leis Materiais seguem agindo para que os vegetais busquem nutrientes no solo, se voltem para o lugar onde a luz incide com maior abundância, etc.


Já no Reino Animal temos em diversas espécies o pavor se apresentando tão somente pelo vento trazer o cheiro do leão ou do tigre. Esse instinto de conservação, apesar de ser um instinto, denota a presença da consciência de ser um excistente nesse animal, e buscar se defender, defender essa sua existência. Esse "EU" protoespiritual em processo de se tornar alguma coisa, até atingir o patamar do pensamento contínuo. Momento de outro salto de categoria.


Já deixou de ser um protoespírito para tornar-se um espírito.


São reflexões pequenas, incapazes de serem tomadas como verdade, mas como hipóteses de trabalho.


Nas fases iniciais a matéria ensina o protoespírito; esse protoespírito, num determinado momento toma consciência de si; vai caminhando de espécie em espécie, agregando percepções e sentimentos. Parte do simples para o complexo como tudo nas Leis Naturais. E chega a um ponto onde além de ter a consciência de si, recorda das coisas todas e é capaz de fazer ilações maiores. O pensamento já é algo mais amplo. suas observações da natureza ganham outros aspectos. Se faz presente o Espírito.



Paulo Cesar Fernandes

18/10/2014