sábado, 22 de junho de 2013

20130622 Sensibilidade

"Renovai-vos pelo espírito no vosso modo de sentir,"
Paulo aos Efésios 4:23



Somos todos dotados de sentimentos.


Mesmo, ainda na forma de ProtoEspíritos, os sentimentos já se apresentam.


Quem nunca viu um cão entristecido, pela ausência de seu dono?


Ou mesmo envergonhado, orelha caída e rabo entre as pernas, por ter sido repreendido pelo dono?


Entre os chipanzés são inúmeros os casos. E variada a gama de sentimentos e atitudes demonstradas.


No Reino Hominal isto se consolida. Nossa sensibilidade é mais ampla.


Mas, mesmo com essa violência apresentada no mundo, voce me diz isso? - alguém poderia me contestar assim.


Eu não nego a presença da violência, nem o quanto ela é perturbadora. Mas afirmo com toda convicção, ser ela minoritária, diante do todo da humanidade. O mal tem mais divulgação pois vende mais, é mercadoria de maior consumo. Numa "Sociedade de Consumidores" é esse o esquema. Numéricamente os maus são minoria arrasadora. A faixa média é maioria, e os verdadeiramente bons crescem dia a dia.


Muitas pessoas ainda se comprazem em saber do mal. Por certo algum mecanismo psíquico as leva a isso. Pode ser um reforço em sua luta no bem. Seria necessário um estudo mais aprofundado para ter conclusões pautadas em dados. Não está no escopo deste texto.


Já existe no mundo um grande número de pessoas cansadas de informações negativas da vida. Pessoas, abandonando programas e emissoras onde o sensacionalismo sórdido é marcante. Na TV, mudam de canal. Jornais e revistas são deixadas na banca.


Pessoas em grande número andam na busca do Bem; do Bom; de uma outra forma de viver, onde o espírito passe a maior parte de seu tempo num clima de harmonia interior, desaguando na harmonia com seus semelhantes.


Nasce uma nova forma de sentir, tal qual solicitou Paulo aos Efésios, e a todos nós.


Criados simples e ignorantes, podemos todos ter atravessado largos períodos de primitividade. Por que não? É da Lei Natural nossa liberdade em atravessar as trilhas do erro, do equívoco, do mal mesmo. Porém, a ampliação de nosso conhecimento da Lei Natural, traz paralelamente a nossa responsabilidade diante de cada ato nosso. Cresce nosso compromisso com a ética de forma geral.


Em nossa primitividade, matavamos sem ser tocada nossa consciência ou sensibilidade. O tigre não fica com crise de consciência ao abater sua presa.


Já fomos animalescos muitos de nós. Assim é a coisa. Podemos cada um de nós, ter passado por etapas hoje encontradas em algumas pessoas habitantes da Terra.


Evidentemente, o avanço das Leis Sociais, acaba tolhendo e reprimindo a primitividade. Tigres e leões ficam em Zoológicos. Da mesma forma seres primitivos não podem estar no convívio social. Necessitam do afastamento reparador de sua sensibilidade.
São danosos e perigosos ao mundo em sua violência.


As Leis ordenam a sociedade, e promovem a evolução do espírito.


Por outro lado, a somatória de espíritos voltados para o Bem, empurra a sociedade numa melhor direção, inclusive influenciando o aprimoramento de suas Leis. Leis fazem progredir os homens, por sua vez os homens fazem progredir as Leis.


O Progresso da Humanidade ocorre num processo chamado de Dialético por Georg W. F. Hegel. Nesse esquema, espíritos e Leis Sociais fazem seu avanço. E, dentro desse avanço, temos o aprimoramento da sensibilidade humana.


Tomemos um exemplo. A Defesa da Honra, aceita na década de trinta do século passado, hoje é uma aberração. Leis e sensibilidade humana rejeitam fortemente atos pautados nesse princípio, antes tido por natural.


Sonhamos um mundo melhor. Queremos um mundo melhor. Trago aqui a proposta de José Herculano Pires em seu livro "O Reino": o mundo melhor brotará da semente de benevolência e aprimoramento de nossa sensibilidade dentro de nossos corações.


Somos. Cada um de nós, o mundo melhor a ser deixado para as vindouras gerações. Nossos pensamentos e atos deixarão marcas, capazes de trazer ao mundo o exemplo necessário ao seu aprimoramento.


Cada dia um pouco. Hoje melhor que ontem, e amanhã melhor que hoje. Essa é a marcha da vida, e do progresso.


Paulo Cesar Fernandes

22  06  2013

terça-feira, 18 de junho de 2013

20130618 Parâmetros

"Eis que o semeador saiu a semear."
Jesus anotação de Mateus 13:3



Que temos nas mãos? A imortalidade.


Isso basta? Evidente que sim, pois abre um universo de possibilidades, para quantos lhe tomem como paradigma da vida.


Não mais a morte como um fantasma, assustador e exterminador de tudo. Não. Apenas um elemento de passagem. Um movimento de um estado a outro de nós mesmos.


Como a água vaporiza em fervura, nos fazemos mais sutis. Passamos a energia, em ocasião da nossa libertação da matéria pesada do corpo.


Não tenho medo. Por outro lado, digo sempre, nenhuma pressa me toma para o encontro com esse evento. É isso, sem pressa mesmo. Cá estou eu muito bem.


Enquanto tenhamos o corpo e o tempo, as possibilidades de semear a certeza na imortalidade do espírito se ampliam. E, sem sermos dessas pessoas chatas, a buscar adeptos, mantenhamos o coração e os olhos sempre atentos, em ofertar a quem quer que seja, uma outra visão da existência. Mais ampla, mais racional, mais condizente com os tempos atuais.


Imortalidade e Reencarnação fazem uma dupla capaz de nos fornecer uma razão para a existência: a Evolução.


A Dialética  da Existência gira ao redor desses pontos focais da maneira de pensar o espiritismo.


Tudo o mais não passa de crendiçe. Uma forma temporal de pensamento, tendendo a desaparecer pela ordem natural das coisas.


Sim. Sou espirita. E me pauto tão somente em 3 pontos: Imortalidade; Reencarnação e Evolução Infinita.


Nada além disso. E voce teria a coragem de me dizer não espírita, por pensar dentro desses limites?


Desses meus 3 parâmetros?


Paulo Cesar Fernandes

18  06  2013

segunda-feira, 17 de junho de 2013

20130617 Aprender a amar

"Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros."
Jesus numa anotação de João. 13:35


Aprendizado difícil. Mormente num mundo de tão dispares espíritos.


Grupos de pessoas alcoolizadas ou drogadas passam pela rua, na madrugada, em gritos verdadeiramente aterradores. Expressam assim sua realidade intima. Seu patamar de espiritualidade, talvez sua situação de brutalidade nas sensações. Algo capaz de ser passageiro ou se prolongar por toda uma vida.


Pessoas se apoderando dos recursos públicos, colocados em suas mãos para bem servir a coletividade.


Homens capazes de fazer de sua palavra, falada ou escrita, um incentivo ao ódio, uma incitação à desordem social.


Atores dos Meios de Comunicação de Massas capazes de distorcer os fatos, visando um melhor posicionamento diante de seus superiores.


Mandatários de todos os níveis hierárquicos, cujo autoritarismo esmaga possibilidades de desenvolvimento de todos aqueles trabalhadores ao seu redor. Sem perceber o equívoco de suas ações. E o desconforto de seus subordinados.


O painel das dificuldades pessoais é amplo, talvez interminável. E não nos cabe aqui citar cada item.


Olhar o mundo! Olhar o semelhante, e amá-lo tal qual é. Até porque limitações todos temos, em maior ou menor escala.


O ódio desagrega e desequilibra ao que guarda dentro de si tal sentimento.


O amor, por seu turno, faz a vida mais leve. É uma diretriz de vida capaz de asserenar o coração.


Tomo como exemplo o carinho existente entre os bons músicos. De maneira geral partilham o palco, como quem partilha o pão, num cerimonial.


Quem mais me tocou nessa aspecto, foi o francês Johnny Hallyday. Em todos os seus shows os convidados recebem todas as suas honrarias.


Essa é uma forma de amar.


Afinal, um dos motivos de nossa encarnação, é nos permitir aprender a amar. 


Paulo Cesar Fernandes

17  06  2013

domingo, 16 de junho de 2013

Eurocentrismo e preconceito em Kardec

Uma das minhas batalhas recentes é a ruptura com o Eurocentrismo. E pensar a vida partindo da ótica dos Povos Originários. Exercício interessante.


Nego e me contraponho ferozmente à visão preconceituosa de Kardec. Pobre daquele que faz a leitura dos textos ao pé da letra. Sem levar em consideração o conjunto da obra.


Nenhum comentário adicional eu farei. O texto, por si só, é uma aberração saltando aos nossos olhos. Leia e analise segundo suas concepções.


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143. Como progridem e como degeneram os povos? Se a alma é criada juntamente com o corpo, as dos homens de hoje são tão novas, tão primitivas, como a dos homens da Idade Média, e, desde então, pergunta-se por que têm elas costumes mais brandos e inteligência mais desenvolvida? Se na morte do corpo a alma deixa
definitivamente a Terra, pergunta-se, ainda, qual seria o fruto do trabalho feito para melhoramento de um povo, se este tivesse de ser recomeçado com as almas novas que diariamente chegam?


Os Espíritos encarnam em um meio simpático e em relação com o grau do seu adiantamento. Um chinês, por exemplo, que progredisse suficientemente e não encontrasse mais na sua raça um meio correspondente ao grau que atingiu, encarnará entre um povo mais adiantado. À medida que uma geração dá um passo para
frente, atrai por simpatia Espíritos mais avançados, os quais são, talvez, os mesmos que já haviam vivido no mesmo país e que, por seu progresso, dele se tinham afastado; é assim que, passo a passo, uma nação avança. Se a maioria dos seus novos habitantes fosse de natureza inferior e os antigos emigrassem diariamente e não mais descessem a um meio inferior, o povo acabaria por degenerar, e, afinal, por extinguir-se.


OBSERVAÇÃO — Essas questões provocam outras que encontram solução no mesmo princípio; por exemplo, donde vem a diversidade de raças, na Terra? — Há raças rebeldes ao progresso? — A raça negra é suscetível de subir ao nível das raças européias? — A escravidão é útil ao progresso das raças inferiores? — Como se
pode operar a transformação da Humanidade? — (O Livro dos Espíritos: “Lei de progresso”, nos 776 e seguintes. — Revue Spirite, 1862, pág. 1: “Doctrine des anges déchus”. — Idem, 1862, pág. 97: “Perfectibilité de la race nègre”.)

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Paulo Cesar Fernandes

16  06  2013

20130616 Cada dia um pouco

"Mas ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova, de dia em dia."
Paulo aos Coríntios lI 4:16



Essa observação me fez rir. Pois tenho no passado, muito mais tempo que terei pela frente. De agora em diante a deterioração física se dará inexoravelmente. E não há por onde fugir. Aceitar de bom grado é a recomendação de minha Razão. Evidentemente o Gerontologista ou Gerontólogo, não sei, será capaz de me ajudar a ter uma vida mais plena fisicamente. E serei cumpridor rigoroso das suas observações. Afinal não sou tão burro assim. Nessa parte a medicina ajuda e resolve.


Dessa maneira resta olhar o outro lado. O interior.


Muito embora venhamos todos, os mais lúcidos, num processo de vigilância, de certa atenção ao nosso relacionamento com os semelhantes, muitas vezes podemos dar uma escorregada. Uma palavra dita de maneira errada, em momento mais errado ainda. Isso fica nos solapando a consciência, por dias e até semanas a fio.


É diferente quando nossa intenção é ferir mesmo. Ferimos e somos conscientes do equívoco de nossa ação. Mas, por vezes o ímpeto da ira; uma fase de irritabilidade acabam nos traindo.


Mas é isso! Não somos santos e nem tontos. Somos espíritos, lançados nas vidas múltiplas como pedras rolantes mesmo. Plenos de arestas a aparar. Como seixos dos rios, nos vamos arredontando, arredondando, e arredondando continuamente. Infinitamente. Sim, pois a evolução é infinita. O universo, ou os universos, estando em dinâmica mudança, nunca abarcaremos todo o conhecimento de todas as coisas. Isto derruba a ideia de espírito puro como alguém no fim da linha.


No conhecimento e na sabedoria não tem fim de linha. Mesmo os espiritos puros, coisa de difícil compreensão para nossa limitação, mesmo eles, estão em alguma dinâmica, Atuando de alguma forma, em concordância e complementaridade com as Leis Naturais. Algo distante. Muito distante de nós.


Nosso negócio é o Aqui e o Agora!


Este tempo revoltoso e belo, pelo qual passamos e no qual interferimos.


Nada de angelitude, mas nada de primitivismo.


Estamos todos nesse espaço intermediário entre um e outro ponto.


E avançamos sempre.


Cada dia um pouco, um pouco cada dia.


Paulo Cesar Fernandes

16  06  2013