quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Acerca da Humildade

Semana passada, num dos fins de tarde quando me ponho a meditar sobre o dia que tive, abri ao acaso o livro Diálogo dos Vivos e o texto tratava de passagem na humildade.
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E a palavra e a idéia ficou em minha cabeça.
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Será que ser humilde é uma boa coisa para o espirito que quer evoluir, mas sabe também do valor do esforço que fez para chegar ao ponto onde está?
Sendo humilde diante de um degradado não estaria eu dando sopa pro azar e facilitando a ele seu dominio sobre mim?
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Quem não presta não presta, e devemos sim colocar o cidadão no seu devido lugar. Sem agredir. Sem ofender. Mas mostrando a ele seu lugar através da ascendência espiritual que temos sobre ele. Caso não entenda, palavras firmes lhes darão sua exata dimensão.
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Minha reflexão não está focada no Movimento Espírita. Está focada na vida.
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Alguns locais da esfera pública são horripilantes as pessoas com as quais temos que nos defrontar. Espíritos deformados em seus mais diferentes aspectos, desde a sexualidade até a ética.
Seria uma temeridade nos postar diante de um espirito nessas condições com humildade.
Nem todo enfrentamento precisa se pautar na agressividade, até porque inútil. Mas nos valer de firmeza de posições e atitudes se faz necessário até pelo aspecto pedagógico que nossa firmeza terá diante do desequilíbrio desse espírito.
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Humildade é um desses conceitos pobres herdados de um passado onde o espiritismo era mal compreendido. Mal interpretado. Eivado de conceitos piegas e sem concretude real. Podemos ser humildes mantendo o conhecimento dos aspectos positivos da nossa personalidade, bem como dos aspectos negativos.
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Esta a deve ser a humildade que vingará no futuro.
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O homem olhará o outro homem como seu igual. Nem superior e nem inferior. A menos que um deles tenha deprimentes aspectos da personalidade. Mesmo assim, o que estiver numa posição algo melhor comprenderá o outro e estenderá a mão,  se a ajuda for rejeitada nada mais há a fazer.
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"A aranha vive no que tece" disse Gilberto Gil num momento de inspiração. E nada mais verdadeiro se transpusermos isto para a vida do homem. Vivemos dentro da teia das atitudes que tecemos em nossa existência. Seja ela corpórea ou incorpórea. Se bem tecemos a teia por ela nos movimentamos com maior facilidade. Ao passo que ao relaxar nessa tecitura, nós mesmos seremos as vitimas de tal descuido.
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Humildade. Humildade sim. Mas, antes de mais nada uma auto-estima bem consolidada, para bem saber seu lugar no contexto da sociedade onde vive.
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Paulo Cesar Fernandes
Postado em 10/11/2011