sexta-feira, 5 de junho de 2009

A inércia do conhecimento

É por certo algo estranho um titulo como este. Difícil e diferente dizer que o conhecimento tenha lá sua inércia.

Mas por que isto?

No senso comum de nossa língua e sociedade, tomamos a palavra inércia como sinônimo de inatividade; de falha de iniciativa; e vai por aí afora.

Dessa forma é um contra-senso; isto é, seria um contra-senso, falarmos em inércia para algo com a dinâmica que tem o conhecimento.

Mas a variável com erro é exatamente o primeiro termo de nossa equação, ou seja, o que está do lado esquerdo. O problema está na inércia, tal qual a pensamos, e não no mutável conhecimento.

Quando dei título ao texto pensava exatamente no conceito de inércia proposto pelas leis, ou lei da física; na qual um corpo tende a manter o estado em que se encontra. Se estiver parado tende a assim ficar. Se em movimento da mesma forma.

Mas o que diz a física? Vejamos:

A inércia do conhecimento

Inércia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Visão geral: A inércia é uma
propriedade física da matéria (e segundo a Relatividade, também da energia). Considere um corpo não submetido à ação de forças ou submetido a um conjunto de forças de resultante nula; nesta condição esse corpo não sofre variação de velocidade. Isto significa que, se está parado, permanece parado, e se está em movimento, permanece em movimento e a sua velocidade se mantém constante. Tal princípio, formulado pela primeira vez por Galileu e, posteriormente, confirmado por Newton, é conhecido como primeiro princípio da Dinâmica (1ª lei de Newton) ou princípio da Inércia.
Podemos interpretar seu enunciado da seguinte maneira: todos os corpos são "preguiçosos" e não desejam modificar seu estado de movimento: se estão em movimento, querem continuar em movimento; se estão parados, não desejam mover-se. Essa "preguiça" é chamada pelos físicos de Inércia e é característica de todos os corpos dotados de
massa.


Hummm... Gostei da preguiça no texto. Tem tudo a ver.

Mas a coisa se resume, como vimos, ao estado na qual nos encontramos.

Caso inexistissem variáveis externas ao ser, esta seria sua situação, seu estado ad eternum.

Porém. Não sendo o homem uma ilha. Dotado está de sentidos variados, a interagir todo o tempo com o mundo ao seu redor. E os objetos de conhecimento que nos circundam são inumeráveis (tomo aqui o termo objeto em seu sentido filosófico). A começar com a relação com nossos familiares, nos deparamos com objetos capazes de nos fornecer conhecimentos. Seguindo adiante, com outros objetos: objetos animados (com ânima, alma) e objetos inanimados (sem ânima).

Tendo a crer ânima em todos os objetos, tal qual a maioria dos povos primitivos acreditava; e ainda acredita por certo. Mas esta é outra questão, da qual preciso me municiar de informações mais ricas e detalhadas para fincar pé numa posição.

Outro elemento a alavancar o homem no sentido da busca do conhecimento é a necessidade de suprir a manutenção de seus desejos: desejo de sobrevivência em primeira instância, deslocando-se até o desejo de reconhecimento social; o qual para uns se resume em seu arcabouço financeiro (casas, carros, etc.); para outros no poder político; outros ainda se ocupam duma maior compreensão dos fenômenos sociais, políticos e psíquicos que o ser enfrenta em sua jornada existencial.

Mas em qualquer das alternativas o conhecimento é ferramenta primeira.

Se for comerciante bem sucedido, é porque domino os processos da melhor compra; bem como os mecanismos de fidelização dos clientes.

No poder, a esperteza e certo desleixo moral são normas de conhecimento.

Se lido com os dotes intelectivos é necessária uma atualização constante perante o universo de idéias emergentes.

Dessa forma, fica vedada ao homem a possibilidade de estagnação.

Afinal, o Espírito, em seu processo de existir, tem apenas a evolução como projeto.

E esta não se dá, eu disse, esta não se dá, sem que este amplie os limites de seu conhecimento.

Paulo Cesar Fernandes
Jornalista

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