sexta-feira, 5 de junho de 2009

Código genético e mediunidade

Já quando coordenava o curso de mediunidade do Centro Espírita Allan Kardec, em Santos, vinha aventando a possibilidade de ser a mediunidade uma potencialidade como tantas outras, capazes de se desenvolver ao longo da trajetória do espírito; trago aqui, do Livro dos Médiuns alguns momentos na qual o aspecto foi tratado:

Momento 1º -

Segunda parte: Das manifestações Espíritas:
Cap. V: Das manifestações físicas espontâneas

5ª Sendo sempre de ordem inferior esses Espíritos, constituirá presunção desfavorável a uma pessoa a aptidão que revele para lhes servir de auxiliar? Isto não denuncia, da parte dele, uma simpatia para com os seres dessa natureza?
"Não é precisamente assim, porquanto essa aptidão se acha ligada a uma disposição física. Contudo, denuncia freqüentemente uma tendência material, que seria preferível não existisse, visto que, quanto mais elevado moralmente é o homem, tanto mais atrai a si os bons Espíritos que, necessariamente, afastam os maus."

Momento 2º -

Segunda parte: Das manifestações Espíritas:
Cap. VI: Das manifestações visuais

25ª Toda gente tem aptidão para ver os Espíritos?
"Durante o sono, todos têm; em estado de vigília, não. Durante o sono, a alma vê sem intermediário; no estado de vigília, acha-se sempre mais ou menos influenciada pelos órgãos. Daí vem não serem totalmente idênticas as condições nos dois casos."

26ª De que depende, para o homem, a faculdade de ver os Espíritos, em estado de vigília?
"Depende da organização física. Reside na maior ou menor facilidade que tem o fluido do vidente para se combinar com o do Espírito. Assim, não basta que o Espírito queira mostrar-se, é preciso também que encontre a necessária aptidão na pessoa a quem deseje fazer-se visível."

Momento 3º -

Segunda parte: Das manifestações Espíritas:
Cap. XVII: Da formação dos Médiuns

209. No médium aprendiz, a fé não é a condição rigorosa; sem dúvida lhe secunda os esforços, mas não é indispensável; a pureza de intenção, o desejo e a boa vontade bastam. Têm-se visto pessoas inteiramente incrédulas ficarem espantadas de escrever a seu mau grado, enquanto que crentes sinceros não o conseguem, o que prova que esta faculdade se prende a uma disposição orgânica.


Parando para pensar

Concordo com os que advogam essa idéia, ao afirmarem ser o texto evidente naquilo que expõe. Realmente o é.

Porém, como homem que pensa, eu não me prendo à letra; e busco na lógica, o necessário referendo para minhas especulações filosóficas no tocante ao assunto.

Classifico a mediunidade como uma potencialidade, dentro do contexto das potencialidades de comunicação do Espírito.
Um determinado espírito tem facilidade para falar a grandes públicos com desenvoltura.
Outro, tem facilidade com a palavra escrita.
Outro ainda, diante dos meios radiofônicos e televisivos; e muitas vezes em apenas um dos dois meios. São comuns os casos de não adaptação de profissionais quando da troca de veículo; seja porque este não gosta, seja pela não aceitação do público radiofônico ou televisivo.

Há espíritos, segundo penso, capazes de se valerem do pensar, do pensamento e da energia que este emana para entrar em comunicação com outros espíritos. Trocando idéias, imagens, sensações e mesmo palavras; isto ocorrendo com espíritos que da mesma forma desenvolveram tal capacidade. Ocorre ainda independentemente de sua situação de encarnado ou desencarnado.

Esta seria uma explicação para o fato de uma pessoa ter mediunidade, algumas vezes até bastante ostensiva, e outras nada apresentarem nesse aspecto.

Eu não acredito ser o corpo físico responsável por nossa potencialidade mediúnica.

Com a palavra a ciência

Eu me renderei à evidencia se, e somente se, após longas e exaustivas pesquisas descobrirem no código genético algo, algum elemento, alguma combinação, capaz de definir ser um homem dotado de mediunidade. E logicamente, tal característica poder ser transmitida à sua prole. Teríamos assim: o avô médium, o pai médium e o filho da mesma forma.

Aguardo com ansiedade as pesquisas no desvendamento do código genético, embora não acredite ser a Academia da Ciência, da forma como se constitui hoje, eivada de preconceitos; capaz de botar atenção em assuntos como este; de grande interesse para nós espíritas, mas com pouco retorno financeiro para seus investidores.

De qualquer forma vale a pena pensar, espantar a ortodoxia, ampliar nossos horizontes teóricos.
É isto que busco nesta contribuição.


Paulo Cesar Fernandes
Jornalista

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