sexta-feira, 5 de junho de 2009

E se... macacos me mordam.

Quarta-feira. Último dia de um chuvoso, muito chuvoso período de férias.

No almoço, durante a tradicional feijoada, decido ir ao Centro Espírita, pois passara as férias sem a possibilidade de lá estar.
Reforma em casa desfaz muito dos nossos projetos.

Pois bem. Papel, caneta, e vontade de algo aprender na bagagem.

Chegando ao CEAK revejo os costumeiros amigos das quartas-feiras.

A alegria do reencontro.

E me deparo com o tema: Perispírito.

Iniciada a palestra um macaquinho perguntador se instala em meus ombros.

Ora dizia “E se..." , ora dizia “And if...” tal qual ouvimos nos filminhos norte-americanos.

Ora dardejava na orelha esquerda, ora tinha a direita como alvo.

Intrigado, me limitei a registrar suas interpelações.

Na berlinda, o companheiro que falava seguia seu roteiro, sempre pautado em Kardec, com toda segurança e bom ânimo.

Transcrevo aqui alguma das questões que vieram à baila:


E se não houver perispírito?
Perderia o homem a possibilidade de viver e atuar no mundo?



Recuperado do espanto inicial, passei a admitir a possibilidade. Ao menos por hipótese, seria vantajoso e enriquecedor admiti-la.
Afinal, ao longo da história muitos avanços ocorreram em diversas áreas, muito provavelmente porque algum macaco perguntador tirou a paz de alguém
O meu seguiu adiante sarcástico:


Vou perguntar de outro jeito: sem o perispírito o espírito não teria como se manifestar fisicamente?


Respirei fundo, mas não perdi a compostura e segui no jogo.
Até porque a questão tinha fundamento.


Historicamente pensamos na alma (espírito encarnado) apenas no esquema:

Espirito »»» Perispirito »»» Corpo

Sendo o perispírito matéria, quem me diz ser impossível esta matéria estar em forma de energia?

Sendo o pensamento um elemento aglutinador de energia, ao pensar, o espírito em si e per si não seria capaz de atuar sobre o corpo de forma natural?


Tal qual bordão de antigo programa da TV brasileira, me parece que: “O macaco tá certo”.
Mas não para por aí:

Se a energia aglutinada pelo espírito é conversível em matéria, e tal matéria é passível de visualização.

Prá que o perispírito?


Pois é! Segui eu refletindo:

E podemos ainda pensar nos fenômenos físicos de materialização, onde o médium que viabiliza tal manifestação nem sequer se sabe médium.
Cede ele o perispírito, ou alguma forma de energia animalizada, capaz de ser trabalhada pelo espírito comunicante?

Macacos me mordam pois não tenho respostas!

São apenas reflexões, reflexões não superficiais, de uma quarta-feira qualquer no Centro Espírita Allan Kardec, na minha cidade de Santos.

Paulo Cesar Fernandes. Jornalista.

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