domingo, 4 de novembro de 2012

Reflexão 04 11 2012 - Covardia ou ação?


"Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados."
                                                     Paulo aos Corintios 4:8


Ora, ora, ora. Se no tempo de Paulo ele falava em atribulações e perplexidade, como veria o mundo hoje diante de tantas e tão céleres alterações de nossa vida diária.


Cada dia uma novidade tecnológica. Cada dia um diferente
contexto social e econômico a nos desafiar nessa corda bamba do tempo.


Mas o tempo nos é dado, todo ele para seu bom uso. Lembro aqui o conceito dos espíritos trazidos a Kardec sobre o trabalho, como toda atividade útil desempenhada pelo espírito.

Habitualmente vemos como trabalho apenas aquele
remuneratório de nossa atividade.


Mas que dizer do voluntariado? Não é trabalho?

Das mãos que moldam o barro pelo simples prazer do deleite da
arte. Não é trabalho?

Das palavras, saidas do coração, no reconforto de alguém passando por momento de desajuste, diante da experiência terrestre? Não é trabalho?


Todos são! Todos são! Mas o embate mais árduo é o travado no campo de batalha da competitividade. Na necessidade de superação constante de si mesmo, e de seus colegas de trabalho, muitas vezes tidos a conta de rivais. Inimigos até. O campo profissional é cadinho de lutas, e de desequilíbrio se não cuidarmos.


Temos nisto a prova de fogo de nossa real personalidade. Podemos mentir para o mundo mas o espelho é nosso grande juiz. É importante, ao mesmo tempo bonito pensar  nisto: no espelho reside a nossa consciência.


No ambiente de trabalho, para seguir trabalhando bem, temos a busca constante da mais recente publicação em nossa área de atuação. E hoje a dinâmica se acelera em todos os campos. Ainda por cima, há de cuidar quais publicações consultar, pois assim como o papel aceita tudo, a Internet é o fulcro da leviandade. Nesse aspecto, a prudência é nossa melhor companheira. Buscar orientação se for o caso, e apenas nos valer de conceitos emitidos
por grupos de seriedade inconteste.


Trabalhar, estudar e progredir. E num mundo baseado na competitividade, passar por esse processo de forma mais
correta, sem aquela "puxadinha de tapete"; sem aquelas palavras maledicentes para destruir a reputação daquele ao qual em nossos desvarios temos por nosso concorrente mais forte. Isso é coisa para poucos.


Pode ser coisa para poucos, mas devemos estar entre esses. Afinal temos dilatada a visão da vida. Derrubamos o berço como inicio, e o túmulo como final. Se isso não nos mudar em nada. Se não nos trouxer nenhuma diferença. Somos tal qual os fariseus da época de Jesus: "sepulcros caiados por fora, e cheios de podridão por dentro".


Esta visão dilatada joga fora a angústia, nos alivia desse mal. Sabemos da Lei Natural, e a ela vamos buscando nos ajustar mais e mais. E mais nos ajustemos, mais fácil fica nossa existência.
Mais leve nossa caminhada.


As atribulações seguem da mesma maneira. Pois mesmo nós a negando, a competição está no seio de nossa sociedade e de todas as instituições. Quem não quer competir é alijado das instituições. É alijado do emprego. Pois o jogo é o do egoísmo mais feroz, do personalismo mais baixo.

Mas conheço pessoas que não se vendem e não se rendem a isso.


São raros mas valiosos. Sabem quem são, sabem de sua busca e do seu objetivo ao encarnar. Usam a vida e vivem sob a égide da alegria e do bom ânimo.

Admiro muito essas pessoas, pois mesmo diante de tribulações físicas e morais, conseguem se ver inteiras e de bem com a vida.

São poucos os que conheço assim, mas são esses os meus faróis, estando eles encarnados ou desencarnados. Pois, dos desencarnados, recebemos os exemplos da vida que tiveram, através de suas biografias, e podemos receber alguma intuição capaz de nos beneficiar, caso alguma "marolinha" ameaçe nosso barco.

Confiantes e esperançosos, não há angústia que nos derrube!

Eu repito para que meu amigo leitor grave bem o conceito: não há angústia que nos derrube!

Estaremos no domínio da situação, melhor dizendo, de todas as situações.

Sem religião. Sem Deus. Sem instituições traiçoeiras. Sem competição.


Dotados:

. da simplicidade, sem ingenuidade;

. do mais sincero afeto por nossos semelhantes, a iniciar por nossa
família consanguinea;

. de nossa verdadeira compreensão da sociedade na qual estamos atuando/mergulhados;

. da capacidade de se fazer sobrepor a todos os limitantes e constringentes.


Seguir adiante, carregando a certeza de estar fazendo o melhor ao nosso alcançe para transformar este mundo de egoísmo feito; num espaço mais humano e mais habitável, para nossa geração e para todas as gerações vindouras, desde o país mais rico ao mais miserável sejam dadas as mesmas condições de vida e dignidade humana.


Cada um de nós tem sua parte a fazer, sua função a desempenhar.

Pequenos ou grandes todos estamos chamados à ação da melhoria do planeta. E o tempo é já!

Fugir da luta é covardia vil!


Paulo Cesar Fernandes

04  11  2012

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