segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Reflexão 05 11 2012 - Familia: base da autonomia

Que temos na vida de valor?


As pessoas amadas, importantes para nós. Dignas de nossos cuidados.


Em primeiro temos nossos familiares; em seguida nossos amigos e companheiros de lutas, estejam eles próximos ou distantes geográficamente. Estejam eles vivos ou já tenham partido para a imaterialidade.


Os queremos todos bem. Com saúde física e psiquica. E sempre com o coração transbordante de alegria, de amor, de felicidade. Lembrar ser alegria diferente de felicidade. "Ele está meio alegre" se referindo a meio alcoolizado. Temos sim distinção. A alegria verte do ser, contagiando todos ao redor, é uma onda mesmo.


E não ficamos bem quando algum dos valiosos seres de nossa vida apresenta alguma dificuldade. Se verdadeiramente amamos, o melhor a fazer é nos fazermos solidários compartilhando a dor.


Não a ponto de deixar de viver, pois seria entrar em desequilíbrio.


Mas mobilizando o que de melhor tenhamos em sua direção. Nosso tempo, nossa atenção, nossas palavras amigas, nossa mais sincera dedicação.


Solidariedade faz parte da natureza, da Lei Natural que comanda nossos destinos. E digo mais: é algo presente em várias espécies inclusive.


No Reino Hominal isto pode chegar a pontos muito altos, basta nos despojarmos de todas as coisas trazidas pelo egoísmo, pela vaidade e pelo orgulho. Valores supremos da Sociedade Capitalista na qual vivemos.


Somos seres formados e forjados para o amor. Tudo diferente disto fere a Lei Natural, diretora dos nossos destinos.


Qual não é nossa alegria, e nossa gratidão à vida, quando sabemos da recuperação de alguém importante para nós:

. se libertando de uma doença;

. se saindo bem de uma intervenção cirúrgica;

. vencendo um quadro de depressão tão presente nos nossos tempos;

. ou se vendo livre de uma contenda juridica, a lhe tirar o sono por meses.


A dor do nosso semelhante nos abala, nos sensibiliza.

É da Vida. É do nosso senso de Humanidade.

Quem assim não sente perdeu algo pelo caminho.


Dizendo de outra forma, se apoderou de valores não humanizantes, como valores de exclusão: seja por motivo de raça; de condição social; de ideologia diversa; opção sexual ou opção existencial distinta.

Perderam a sensibilidade, e quem perde a sensibilidade perde as rédeas da própria vida, pois fica refém da necessidade de esrcravizar os outros, nas diversas formas de escravização abertas em nossa sociedade atual. São escravos também.


Lembro aqui a "Dialética do Amo e do Escravo", tão bem elaborada por Hegel para explicar, a todos nós, o
surgimento da Cultura na face da terra.


Mas afinal, viver abre milhões de possibilidades, capazes de nos levar à felicidade ambicionada por habitantes de todos os quadrantes deste nosso aconchegante e conturbado planeta.


Basta, para isso, cada um pegar as rédeas do próprio destino, com destemor, e caminhar seu próprio caminho liberto das amarras de quem quer que seja. Muitos nos querem escravizar. Mas nossa sagacidade é uma característica de salvaguarda ante tais pessoas.

_ Que intenções se escondem sob esse elogio?
_ Essa atividade tem realmente valores ético dentro dela?

Devemos sempre nos perguntar. Pois lobos somos todos nós.


Se o "homem é o lobo do homem" como disse Thomas Hobbes.

Devemos nos acautelar, e ser lobo também, mas em busca de nossa defesa e autonomia. Não vender nossa autonomia. Lobos são ladinos, manhosos. Mas lobos são também sagazes, a ponto de perceber a maldade subjacente no coração do outro. A autodefesa mantém e garante a nossa autonomia. Assim:


Ser autônomo!


Ser livre!


Mas ser Solidário ao limite. Lembrando sempre que "a caridade bem ordenada começa dentro de casa" como sempre afirmava Milton meu conhado.


É o seio da familia o nosso primeiro ninho de amor.


Paulo Cesar Fernandes

31  10  2012

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