quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Reflexão 07 11 2012 - Movimento Espirita versus Espiritualidade

"O que pretendemos, então?
 Certamente não é engrossar propostas ideológicas, demagógicas e irrealísticas. Mas, queremos a valorização do homem, da mulher, 
da pessoa humana, em todos os sentidos: físicos, educacionais, espirituais, humanos, sociais, tantos quantos sejam os nomes, os 
ramos, as direções que queira ou possam dar às necessidades integradoras, totalizadoras do ser humano.

 Não será isso possível sem o saneamento econômico. Sem a disseminação dos recursos sanitários, educação livre e aberta, do salário justo, da distribuição da riqueza; sem a preservação do meio ambiente, da saúde do corpo e do espírito. Sem o amor, sem a paixão.

 Pretender separar, dicotomizar a questão, é cair na cilada da “salvação”, meta egoísta que olha narcisisticamente para si mesmo e pouco se importa com os outros.

 A vocação do Espiritismo é social. Não a de se tomar a religião dominante, de todos, com poder temporal e espiritual. Mas a de se 
misturar nos conflitos da vida, apontando uma saída."

Fonte: Abertura - Jornal de Cultura Espírita, ano I, nº 3 – Licespe, Santos-SP.
Os intertítulos, no lugar de algarismos romanos, foram acrescentados pelo Pense.

Jaci Regis (1932-2010), psicólogo, jornalista, economista e escritor espírita, foi fundador e presidente do Instituto Cultural Kardecista de Santos (ICKS), idealizador do Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita (SBPE), fundador e editor do jornal de cultura espírita “Abertura” e autor dos livros “Amor, Casamento & Família”, “Comportamento Espírita”, “Uma Nova Visão do Homem e do
Mundo”, “A Delicada Questão do Sexo e do Amor”, “Novo Pensar - Deus, Homem e Mundo”, dentre outros.

«««««

Concordo em tudo e por tudo com o Jací Regis, apenas acho que o Espiritismo que ele ve não é o mesmo que eu vivenciei.


Ponto discordante: O espiritismo não é social como preconiza Jaci. E o Movimento Espirita é a prova pungente disso. Excludente e preconceituoso.


Mas nada realmente resolve questões sociais. Absolutamente nada.
Os próprios sociólogos se embrulham em suas propostas.

Ninguém passa a ser bom por ter entrado num Centro Espirita de qualquer tendência. Há de cuidar, e muito, dos fariseus espíritas: "sepulcros caiados por fora...".


Quem é bom já era bom. O ruim já era ruim. Pois a familia o fez assim.


O Espiritismo, e o movimento espirita não mudam ninguém, são incompetentes para isso.

Heresia? Nada disso: realidade. Basta ter coragem para olhar de frente "nossos" defeitos. Vou me incluir, embora esteja fora disso.


E não liberta ninguém. Só se ve livre quem abandona o movimento espirita, e procura seu caminho de forma autônoma. E muitos são o que estão nesse caminho. Lembre a Mocidade Espírita de sua época se vocee tiver mais idade. Onde estão seus companheiros?


É muito duro dizer isto, mas muito real, pois fruto de vivência de 10 anos de dor, de sofrimento dentro do movimento espirita.
Até que.... às favas toda essa gente que manda aqui. Me voy...



Estou de fora mas peleando. Lutando! Expondo posições. E tendo posições contundentes mas reais. Num combate aberto, limpo, digno, ético. Ponho a cara a bater. Com relação ao Movimento Espiritoa tudo que tinha que perder já perdi.


Sem deixar minha certeza na imortalidade do espirito, segui meu rumo desconectado dessa gente. Apesar de seguir amando as
pessoas, as estruturas não mais me interessam.


São constringentes e mediocrizantes, há que ter pensamento único.

Como os governos de partido único. Foi o que vivenciei.

Cheguei à conclusão de ser "persona non grata" por pensar diferente. E percebi que todas as portas de difusão do meu pensar eram sempre fechadas. Isso é ditadura de partido único.

Não me mandaram para a Sibéria, mas me empurraram para a rua. E a Carvalho de Mendonça é um belo recanto de minha cidade, não posso negar. Não me fizeram um mal, mas um bem ao fim e ao cabo só lhes posso ter afeto e gratidão. Verdadeiramente.


A partir disso venho propondo a questão da Espiritualidade como possibilidade apenas. Proposta existencial.
Sabedor que sou da verdadeira disputa entre Materialidade e Espiritualidade o que fiz?


Estabeleci um conceito de materialidade. Talvez ainda incompleto, temporário como tudo em construção.


Materialidade é tudo aquilo que nos ata à matéria, e nos faz prisioneiros de valores não humanísticos. Reféns e escravos do corpo e das ilusões; um estar no mundo sem sentido mais amplo para esse nosso tempo por aqui chamado vida.

Usualmente uso Vida diferenciando de vida.


A vida é inconsciente e apática, destituida de Razão, é um deixar-se ir. O humano destituido de valor e tudo aquilo prenhe de
fugacidade festejado e instituido como a realidade mais importante da existência.


Espiritualidade por seu lado festeja a Vida.

Esta Vida que; por sua dinâmica; sua racionalidade profunda; sua capacidade de mobilizar as energias do Homem no sentido das
ciências e das artes, de tudo capaz de abstrair o Homem da materialidade mesquinha, humanizando-o.


Isto tudo, sem negar o real sentido do corpo, e de seu uso para o prazer, prazer sim: hedonisticamente falando.


É esse uso consciente do corpo o propulsor da criatividade. Fica posta aqui uma questão:


O prazer liberta o Homem, ou a Liberdade Plena traz prazeres mais profundos ao Homem?


Esse conjunto de coisas nos promove/instiga a criatividade.
E quem cria é feliz. Indubitavelmente.

Aqui e agora, me vem a felicidade pela criação deste texto.


Criar estimula a Vida, essa Vida tão importante a todos nós, pois é ela, motriz de nossa capacidade de amar nossos semelhantes.


Capaz de nos trazer a sã alegria ao coração. Alegria esparzida ao nosso redor de forma natural. Sem a menor afetação.


Pois ela nos habita. Não somos nós os possuidores da alegria. A Alegria é quem se adueña (se torna dona) de nõs.


E somos na vida apenas a sua representação. Mas isto sem perder em nada nossa individualidade.


É a Espiritualidade a raiz da Felicidade. Se processando em etapas:

1) Liberdade Plena;   (Conquista dificil e necessária.

2) Nascimento da Criatividade (artes; ciências; filosofia; música;
etc. (Quem cria é mais feliz.

3) Felicidade.     (Sentimento de plenitude, inteireza e integração mais ampla com a Natureza e a Humanidade.


Pode não estar tudo aqui, e não está; mas este é um pequeno roteiro, capaz de receber atenção daqueles de mente aberta, dispostos a dar uma nova rota à sua vida. Rota esta cuja meta final é a FELICIDADE. E escrevo intencionalmente em CAIXA ALTA.


Pois não conheço ninguém neste mundão velho, capaz de negar esta busca.


Este texto possa ser de alguma forma útil a alguém. Possa tocar ao mesmo tempo a Emoção e a Razão. Não seja diretriz, mas apenas motivo de reflexão.


Carinho a todos!


Paulo Cesar Fernandes

07  11  2012

Nenhum comentário: