sábado, 15 de junho de 2013

20130615 Mortos em vida

“...Orar sempre e nunca desfalecer.
Anotação de Lucas 18:1



Toda religiosidade é perniciosa ao espiritismo.


Só consigo entender a oração, como uma postura de integração às Leis Naturais. Uma compreensão mais clara e detalhada dessa coisa ampla, a nos ordenar a existência.


"Orai e vigiai." disse Jesus. Eu abro mão dessa oração capaz de nos fazer ajoelhar, ter uma postura de submissão a algo. Não. Nego isso de forma veemente. Me vinculo sim, e fortemente à vigilância de meus pensamentos e de cada um dos meus atos.


Da mesma forma me ponho em guarda quanto ao possível desfalecimento. "O espírita não deve perder a esperança." dizia um amigo do passado. E tinha razão.


A posse da imortalidade, abre a cada um de nós imensas possibilidades de superação, de uma dor eventual capaz de nos fustigar a vida. Não estamos livres dela e a ninguém deve envergonhar a sua presença. Parte integrante de nosso aprendizado.

Nos valemos desses momentos para fazer uma pausa. Refletir sobre nossa caminhada. Em muitos de nós é um momento de alteração de rota. Mudança de atitudes. Podendo chegar ao limite de ruptura total com todo nosso aporte teórico do passado, nos trazendo uma outra maneira de vivenciar a existência.


Libertáriamente de preferência!


É de um passado histórico mesmo, toda e qualquer dominação. Toda e qualquer verdade ortodoxa. Algo fora deste tempo.


O Nosso Hoje pressupõe e propaga a liberdade de escolhas. Evidentemente nos arrojando nas escolhas para o consumo, dentro da sociedade capitalista em que nos encontramos. Mas somos inteligentes, dotados de Razão, e capazes de uma outra leitura de nosso tempo. Se consumimos ou não é indiferente. Importante sim é nossa capacidade de perceber a Vida, e nós dentro dela com uma outra mirada. Outra postura.


Nossa ânsia de Liberdade nos libertará. Uma construção linguística diferente e veraz. Nenhum medroso é feliz, o medo é um incapacitante. Nos faz inválidos para uma série de coisas.


Somos espíritos criados simples e ignorantes, e com imenso potencial de libertação latente; além de inúmeras áreas de conhecimento e de sensibilidade ética em estado potencial.


Nessas múltiplas potencialidades reside a beleza da existência.


Como espíritos, somos forças da natureza, fonte de inesgotáveis saberes e possibilidades.


Em cada intervalo de tempo vamos descobrindo e desenvolvendo alguma coisa. Esse intervalo, pode ser o período de toda uma encarnação. Um trecho dessa mesma encarnação. Um dia, ou um instante apenas, quando um insight nos desbrava algo nunca pensado. E cada descoberta é momento de felicidade.


Mas para a isso chegar, é necessário não sejamos mornos, nem mortos em vida.


Paulo Cesar Fernandes

15  06  2013

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