segunda-feira, 30 de julho de 2012

Escolhidos

Na Antiguidade, um meigo, porém justo nazareno disse com propriedade:
"Muitos serão os chamados, e poucos os escolhidos."


E o tempo passou. E as técnicas de comunicação se avolumaram e aprimoraram.
Temos, a tempo e a hora, todo tipo de informação necessária ao nosso aprimoramento.
Podemos inclusive escolher o tipo de aprimoramento ao qual estaremos investindo nosso tempo.
Na ciência; na tecnologia; no comércio; sociologia do conhecimento; etc.
Todas elas, de uma forma ou de outra desaguariam no aperfeiçoamento espiritual a que todos estamos convocados de tempos imemoriais. Só para lembrar tomemos os ensinos de Sócrates e Platão.

Nosso amigo Emmanuel em "Instrumentos do tempo" traz uma série de anotações, peço permissão ao leitor de escrever algumas dessas idéias com minhas palavras, tendo no pensamento do companheiro espiritual um mote inspirador, sugerindo ao leitor que não deixe de consultar o original, por ser melhor e mais completo em comparação às linhas a seguir traçadas.
Dada a facilidade trazida por nosso tempo todos somos instados a participar de um processo, não fora de nós, porém no mais profundo de nossa individualidade através de algumas iniciativas:


. lutar por aprimorar nossos pensamentos e atos, uma vez que o pensamento é força mobilizadora de energias capazes de desencadear nobres atitudes, ou seu inverso;


. perdoar, e perdoar cada vez mais, e sempre; a tal ponto de não lembrarmos da falta por outrem cometida: esse é o verdadeiro perdão, aquele que apaga tudo de nossa memória como se nada houvesse ocorrido;


. perceber que, todos nós habitantes deste planeta, temos um ou outro defeito; ou, muitos deles ao mesmo tempo; isto nos estimula a uma compreensão fraternal das diversas formas de pensar e agir com as quais temos oportunidade de nos confrontar. Aspecto enriquecedor, pois é a diferença que enriquece, é a divergência e o
confronto o que provoca e estimula a mudança e progresso de opiniões e crenças;


. tendo em vista a imperfectibilidade presente é vital que tenhamos a capacidade de ajudarmos uns aos outros em seus processos existenciais. "Não nascemos prontos" como nos ensina Mário Sério Cortella, dileto discípulo de Professor Paulo Freire. Todos vivemos num constante processo de burilamento e aperfeiçoamento. E este é um processo sem fim. Lembrando sempre que todos ensinamos, bem como todos aprendemos nos processos da vida. Tenhamos humildade de aprender. Quem teve oportunidade de contato com as camadas economicamente menos favorecidas, se foi um espirito atento, muito aprendeu por certo;


. ter fé na vida, e a certeza que nunca estamos desamparados, nunca. Mesmo nos momento em que nos sintamos mais solitários, estejamos convictos da presença de amigos não visíveis a nós sempre zelando por nossa alegria e bem estar. Isso é parte da vida, da Lei de Afinidade que une as almas vinculadas a este planeta.
Sempre é gratificante pensar nesta perspectiva;


. se a dor se apresenta ao nosso redor, possamos ser a palavra serena e calma e revigorar a alma que sofre. Muitas vezes em silêncio. Apenas os olhos clamando por auxilio. Devemos estar atentos aos olhos de nossos semelhantes, e olhá-los com a sinceridade de uma criança. E perguntar da dor ali presente;


. deixar o coração se enternecer pela dor e se colocar a serviço de seu semelhante, pois a oportunidade que temos não se repete facilmente. É como o verso ao poeta, fugaz, volátil, de fácil perda. Assim é, quando a possibilidade de fazer o bem se apresenta;


. afastar-se da vaidade, caso ainda ronde a própria existência, uma vez ser a simplicidade uma das fontes cristalinas e puras aos que tem sede de paz e felicidade;


. deixar que a Razão e a busca do Bem comandem a própria existência, pois "todo o resto vos será dado por acréscimo" buscando do próprio Jesus as palavras para finalizar nossa conversa.


Paulo Cesar Fernandes


30/07/2012

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