segunda-feira, 27 de maio de 2013

20130527 Bom senso

"Linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós."
Paulo a Tito 2:8



Para quem, como eu, lida com a palavra, esta advertência é certeira. Pois muitas vezes já me vi arrependido de usar palavras rudes, nem sempre condizentes com os sentimentos mais brandos, do interior da alma.


Uma vez dita a frase não há retorno. Podemos até nos desculpar, mas jamais será igual, nunca tão bom como se houvessemos silenciado no momento de ira. Se tivesse eu contado até dez, cem.


Muitas palavras ouvimos e falamos no calor dos debates, e nem sempre são a expressão do coração. Fala nessa hora o orgulho e
principalmente o desamor. Ausência total de caridade. Destempero emocional.


Não somos santos... Estamos em aprendizado... e blá blá blá...Porém.


Há de cuidar das nossas expressões na palavra escrita, na nossa fala, bem como em nossos pensamentos. Pensamentos são energia em movimento.


Quem já recebeu um texto cheio de ódio, ou cheio de afetividade sabe bem disso.


Palavras, em qualquer das formas na qual as expressemos, carregam energias. Repito, mesmo nos pensamentos.


Por que motivo a convivência com determinadas pessoas nos traz taquicardia? Enquanto outras nos são neutras ou afetivamente aconchegantes?


O ódio é uma força, tal e qual o amor. Ambos são capazes de construir e de destruir.


Vivemos mergulhados em energias. Geramos e interagimos energéticamente. Nos sentimos bem, ou nos sentimos mal, segundo as energias dos ambientes pelos quais transitamos.


"Se voces se sentirem mal, com alguma pessoa, ou em algum lugar, afastem-se". Esse foi sempre o sábio conselho de João Guimarães Rosa a seus filhos.


Médico de profissão, diplomata, e curioso buscador de todas as formas de religiosidade, viver em Minas Gerais lhe ajudou nesse aspecto. Onde acabou por construir a sua forma de se postar dentro da vida. Aprendizado transmitido aos filhos, e legado importante a cada um de nós. Buscar o Bem e promover apenas o Bem.


Mas eu vou abdicar de minha capacidade crítica?


Evidentemente não. Temos obrigação de denunciar o erro, onde quer ele se apresente. Mas há formas e maneiras de o fazer. Podemos sempre encontrar uma maneira serena e doce, capaz de esclarecer sem ferir. Se o receptor for algo mais maduro.


Uma crítica, vinda de uma pessoa sensata, eu devo pelo menos buscar apreende-la, para num momento outro julgá-la procedente ou não. Quanto mais a minha razão for o instrumento de análise, mais próximo estarei de uma conclusão justa.


Permitam um relato pessoal.


Um amigo anos atrás teceu um comentário acerca de minha volubilidade. Por certo tem razão. De lá para cá venho mais atento a esse aspecto, e buscando lidar com esse elemento negativo de minha personalidade. Embora tenha consciência da orígem desse defeito: minha busca incessante de novas formas de pensar. Busca do conhecimento sempre renovado. Se tive vários focos nos dez últimos anos, por outro lado adquirí multiplos conhecimentos. Duas novas línguas. Uma compreensão de como pensam os intelectuais da Europa e mais recentemente de Nossa América Espanhola.


O tempo é único. Direcionamos para um lado ou para outro segundo nossos interesses, e podemos ter interesses múltiplos e mutantes.


Direito de cada um. Mas meu amigo tinha razão é uma característica inútil num grupo de estudos.


Afinal não basta escrever, é necessário desenvolver um estilo, e ter uma finalidade útil em nossa escrita.


Vivemos num mundo multinformacional. Mas em nome da liberdade de expressão, lixo por toda parte. Saber selecionar é uma arte.


Escolher uma leitura, um filme é como comandar uma reunião mediúnica.


Acolher a todos os espíritos, mas ter sempre a preocupação de saber se a mensagem trazida visa o Bem Geral. E um dos instrumentos de análise, além do conteúdo é o requisito da linguagem.


O bom senso deve permear a relação entre o plano da materialidade e a espiritualidade. Sempre!


Paulo Cesar Fernandes

27  05  2013

Nenhum comentário: