A admiração e o amor.
Já de algum tempo venho me perguntando se o amor, a
afeição não é determinada, em grande parte, ou na totalidade pela admiração que
uma pessoa nutre pela outra.
Me reportando ao Aurélio, que nos clareia dúvidas,
busquei a palavra admiração. Dentre outras definições encontrei : extasiar-se
diante de, experimentar sentimento de admiração em relação a.
Vimos assim, que a admiração se insere na categoria
dos sentimentos. E, a meu juízo, pela observação de diversos casamentos e
uniões, quando este sentimento de admiração se rompe, a própria relação corre
grande perigo, ou se esvai por completo.
Se o amor tem em si o elemento da posse, que
determina a decisão de duas pessoas viverem juntas. É a admiração que mantém a
união, pela sua eterna possibilidade de
trazer o novo.
Quando o encanto da admiração é quebrado, mesmo que
o casal busque novas atividades no dia a dia, como passeios, viagens, tais
atividades perdem seu sabor, pois o sentimento, e aí digo mais, os diversos
sentimentos que compunham a relação, que sustentavam a união, mantendo o desejo
de ter o outro e com ele conviver; todos estes sentimentos acabam se
esvaziando. Se não forem todos, pelo menos uma parte significativa deles se
esvai.
Daí a necessidade, de cada um dos componentes da
condução do lar, buscar cada dia mais se fazer admirável, digno de admiração. E
isto não deverá se dar por bravatas, ou com exotismos de qualquer espécie, tal
como querer ser ginasta após certa idade, ou tantas outras atitudes ridículas
adotadas como forma de se destacar no núcleo familiar.
Não. Quando digo fazer-se admirável, significa viver
em consonância com os princípios positivos que sempre teve, agregando a esses
princípios a força de projetos de crescimento, seja crescimento moral ou intelectual.
Quando os dois componentes responsáveis pela
condução do lar adotam tal postura, cresce cada um deles, cresce e se fortalece
a familia enquanto instituição, e por fim cresce a sociedade como um todo.
Paulo
Cesar Fernandes
16/09/1996
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