sábado, 29 de junho de 2013

20130629 A diferença

"O amor do Cristo nos constrange"
Paulo aos Coríntios   2 5:14



Em primeiro lugar sem essa de Cristo. Acabar de vez por todas com isso no espiritismo de todas as vertentes.


Caso tenha existido, é Jesus de Nazaré.


Caso não tenha existido. É fruto de uma construção cultural em torno de seu nome, em nada desprezível. Cabe-nos sempre uma atenção desapaixonada por completo, buscando aparar toda a religiosidade a isso agregada, pela ignorância, e pelo desejo de dominação dos homens.


Isto posto vamos ao amor. Nenhum amor pode ser constrangedor. Muito ao contrário, o amor sincero carrega em si forte dose de libertação e produtividade.


Seja esse amor capaz de produzir uma família; seja ele capaz de produzir toda uma série de outras coisas: uma relação humana mais harmônica; produção de obras de arte; um serviço qualquer nos moldes dos "Médicos sem Fronteiras" ou dos "Médicos da Alegria"; e tantas outras possibilidades.


Mas, na nossa atividade de cada dia encontramos, se atentos, oportunidades diversas de expresarmos nosso amor por nossos semelhantes. Se atentos.


Utopia! - Gritará alguém a plenos pulmões.


Talvez o seja mesmo, confesso.


Mas, por outro lado, estou convicto: o mundo não progrediu pelas mãos dos conservadores e dos reacionários. Foram os sonhadores, os revolucionários, os utópicos as alavancas do mundo. Em verdade muitos perderam a vida corpórea por suas ideias e atividades.


Algum legado sempre fica dos grandes homens. Suas marcas se
perpetuam nos caminhos. Mesmo aqueles com tardio reconhecimento. O mundo está sempre em descompasso com os idealistas. Descompasso brutal.


Penso agora no Professor Paulo Freire. Mundialmente reconhecido pela sua capacidade intelectual e humana. Com um método brilhante para alfabetização, sendo de todo desconsiderado em seu pais, por mais tenha contribuido para dizimar o analfabetismo fora do Brasil, o Brasil segue sendo um país de analfabetos reais e funcionais. O Professor foi um revolucionário e pedagogo ao longo de toda sua existência na Terra.


Quem gosta de tudo pronto e mastigado não se daria bem com seu método. Um método que instiga o pensamento, e o pensar crítico do mundo e da sociedade.


Quem não procura nada, mantendo letárgica a mente, que contribuição dará ao mundo?


Nenhuma! Viverá mediocremente como parte considerável da população do mundo atual.  Mas e os outros?


Sim! Temos os outros. Aqueles capazes de se preocupar com sua existência, implementando-a com o desenvolvimento de potencialidades em si e nos seus semelhantes.


Esses outros não são o diabo preconizado por Jean Paul Sartre.


Esses outros fazem a diferença.


São a diferença! Trazendo o futuro para mais cedo!


Paulo Cesar Fernandes

29  06  2013

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