quarta-feira, 26 de junho de 2013

20130626 Perene

"Se alguém diz: - eu amo a Deus, e aborrece a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama o seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?"
Jesus - Anotação de João (1 4:20



É plena de lógica esta afirmação para os crentes em Deus. Não é o meu caso. Já tenho escrito sobre isso e conclamo o leitor a buscar páginas anteriores.


De que serve então trazer a debate esta afirmação de Jesus? - perguntaria um de voces.


Pensar um pouco sobre o valor dos nossos semelhantes. Daqueles que, perto ou longe geográficamente, partilham nossa marcha.


O que são nossos semelhantes, senão o espelho onde nos refletimos mais cristalinamente?


É o olhar dos nossos semelhantes, toda uma fonte de conhecimentos, a nos desafiar a percepção e a sensibilidade.
Nossos atos ali se espelham, num semblante de desaprovação, de tristeza ou de dor; mas podem se desdobrar em sorrisos de alegria, gratidão e afeto.


O homem se define por seus atos.


Quantos e quantos oradores de palavra fácil e arrebatadora não conhecemos ao longo da existência. E uma aproximação maior os
arremeteu ao chão em nosso conceito? Se deu a conhecer um espírito, com tantas ou maiores deficuldades das carregadas por cada um de nós em nossa atual encarnação. O preceito é não idolatrar ninguém.


Gosto muito do Bob Dylan na década de 60. Quando o queriam como lider da juventude. Numa entrevista declarou enfático: "Não me sigam, eu também estou perdido."  Muita coragem para um jovem da época. Momento em que novos líderes fervilhavam na França, nos EEUU e no mundo. Sabiamente arrebatou longe tal condição.


Por vezes do púlpito, do palco, dotado do poder da palavra, oradores e oradoras se postam como paradigmas da virtude. Pobre de nós se nelas nos fiarmos. Não. É bem verdade. Nem todo mundo é um fariseu. Nem pensemos nisso. Mas muitos fariseus andam pela Terra, inclusive dentro do movimento espírita. Sepulcrus caiados por fora, e cheios de podridão por dentro.


Condenáveis? Não. Nem um pouco. Todos estamos em processo de aprimoramento. Qual de nós é capaz de atirar a primeira pedra e se sentir um ser justo?


Não creio em ninguém que tenha respondido afirmativamente.


Somos todos seres inacabados. Obras de arte sim. Mas necessitando do buril do tempo para, de forma paulatina, fazer surgir nossa beleza e nosso valor. Evidentemente nosso valor em sabedoria e conhecimento. Conhecimento das questões atinentes à matéria. E sabedoria para bem discernir, diante das problemáticas éticas a ser
enfrentadas por nós mesmos, ou por nossos semelhantes.


É comum a vaidade nos empapar os olhos de ilusões. Inclusive a ilusão de sabedoria.


Quando formos verdadeiramente sábios. Isto lá na frente. Toda puerilidade das contendas terão caído por terra. Competição não vigorará. Do coração dos humanos se projetarão energias incapazes de serem compreendidas na nossa atual situação de materialidade.


Um novo posicionamento. A necessidade de servir, mas sem holofotes e citações em midia de qualquer gênero. Morta estará a vaidade. Tudo ocorrerá no plano da simplicidade.


O futuro, segundo os espíritos mais avançados, será mais sereno, mas de trabalho. Mais harmônico. Mais amoroso. Pois...


"Só o amor sincero é perene, no tempo e no (s) universo (s)."


Paulo Cesar Fernandes

26  06  2013

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