quarta-feira, 22 de maio de 2013

20130522 Justriça ou vingança

"Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.. ."
Jesus  anotação de Lucas 23 :34



Temos sempre dois momentos ao longo de nossa trajetória: antes do conhecimento e depois do conhecimento. Isso se repetindo multiplas e multiplas vezes, pois são muitas as coisas aprendidas entre o berço e o túmulo. Se pensarmos na existência, englobando diversas encarnações elevamos isso a enésima potência.


Queiramos ou não somos costumeiros aprendizes, é uma determinação das Leis Naturais comandantes de todos nós.


Como somos Seres Incompletos, vamos nos complementando nessa somatória infinita de oportunidades de aprendizado. Aqui aprendemos a perdoar; ao mesmo tempo algo mais de sociologia; mais adiante convivemos com nossos semelhantes de forma mais harmoniosa e amorosa; descobrimos a geologia ou a mecânica dos
corpos celestes. É infinito o universo do aprendizado. Infinito mesmo.


Um dado no entanto acompanha o aprendizado. Um quantum de responsabilidade diante de cada novo saber agregado em nós. O conhecimento traz necessáriamente um maior discernimento para seleção entre o bem e o mal, e mesmo uma outra ética.


Grandes filósofos, grandes cientistas, os músicos (profissionais
da música, com ou sem sucesso) e demais artistas tem uma outra forma de conceber a vida, e uma preocupação maior com o seu semelhante. São categorias de profissionais capazes de se deslocar de sua temporalidade e viver hoje, o futuro. Positivamente visionários, e nada de lunáticos, como muitos conservadores os
classificam.


Assim sendo como lidar com os juízes da Igreja no processo de Giordano Bruno?


Não eram ignorantes.


Como pensar os responsáveis pelas mortes nas Ditaduras Militares Latinoamericanas e seus assessores norte-americanos?


Na Argentina, em 7 anos de Ditadura (1976-1983), foram 30.000 mortos.


Não. Não havia ignorância ou inocência no Governo da Argentina e nem no Governo dos Estados Unidos.


Que pensar do ocorrido no Chile de Salvador Allende?


Em todos os casos os executores eram conscios de seus atos e os faziam com requintes de crueldade.


Diferentemente ocorre com a barbárie hoje ocorrendo no Brasil principalmente, e em outros países latinoamericanos. São espíritos embrutecidos pela ausência de uma estrutura familiar, falta de amor, de condução ao bem. Seres largados ao léu. Sem presença paterna e nem materna. E quando digo presença é estar junto e
participar da vida dos filhos.


O abismo da população é em função de cegos não poderem dirigir outros cegos. Nenhuma culpa lhes pode ser imputada. São frutos de uma sociedade individualista e egoísta. Preconceituosa e vil. De governos mafiosos e corruptos, cuja relação com o povo é sempre utilitarista e sem conexão com suas necessidades.


O governo de um país tem responsabilidade sobre os valores circulantes nessa sociedade. Os valores trazidos após 1964 ao Brasil acabaram por sufocar os valores vindos da Península Ibérica e da Península Itálica. Outra coisa. Descolada das antigas tradições culturais e éticas do imigrantes. E as novas gerações se formaram na ausência de valores. Um vazio perpassando todas as classes sociais.


A vida não é mais um valor no Brasil, e em alguns outros países latinos. Comparativamente assista os noticiários da TV Portuguesa, Espanhola, Italiana ou Francesa. Quando um assassinato ocorre é motivo de espanto e de comentário por mais de um dia. Isso nos faz perceber a presença do valor da vida nesses povos.


Precisamos no continente, de governantes sabedores de suas atribuições. Conscios de suas responsabilidades e deveres. Com sentimento de Povo e de Pátria. Que saiam pobres dos seus cargos.


Não é possível perdoar os que sabem o que fazem, e fazem sempre em benefício próprio e roubando o povo.


Não os quero na cadeia. Me basta ve-los devolvendo cada centavo roubado ao povo de seu pais. Isso já me parece justo. Cada centavo. Cada mínimo centavo.


Se a Justiça tiver sabor de Vingança, que seja! Nada mais haveria a fazer.


Paulo Cesar Fernandes

22  05  2013

Nenhum comentário: