segunda-feira, 20 de maio de 2013

20130520 Somos adultos

"E não quereis vir a mim para terdes vida."
Jesus  anotação de JOÃO  5:40



O que significou Jesus, quando disse não querermos ter com ele?


É bom pensar nisso, pois somos eternos pedintes, principalmente quando alguma coisa se desordena em nossa vida. Rapidinho vamos para a Igreja, para o Centro Espirita, para o Templo de nossa predileção. Pedir e tentar nos "reconciliar" com a espiritualidade/religiosidade, sempre relegada a planos secundários de nossa vida diaria.


Quando está tudo correndo bem, tudo na mais perfeita ordem, na mais santa paz, ninguém está nem aí para as coisas do espirito. Basta um leve vendaval, uma dorzinha de barriga qualquer, acontece aquela correria. Frágeis somos nós.


Vivemos a dualidade da matéria e do espírito. Isto é real. Natural.


Somos espíritos, nos valendo de um corpo material para nos comunicar, atuar na sociedade ao qual estamos vinculados. Melhor sendo se nossa atuação for positiva não apenas para nós, mas para a comunidade toda.


Mas o problema é quando nos vemos presas da matéria. Sabemos da espiritualidade. E agimos como se esta nunca tivesse passado por nossa mente. Como se todas essas coisas aprendidas fossem jóias de grande valor, sempre guardadas em um cofre forte, para uso apenas em ocasiões muito especiais: numa palestra; num
evento de envergadura; diante dos Meios de Comunicação de Massa; etc.


Nesses momentos "especiais" temos em nós a vida proposta por Jesus de Nazaré, o homem. Passados esses momentos, devolvemos tudo ao cofre, e seguimos na materialidade característica em nós, como se nada disso nos dissesse respeito.


É evidente, nem todas as pessoas assim agem. Muitos já incorporaram o chamamento nos seus atos existenciais. Vivem sem esforço, de acordo com as Leis Naturais. Adequados a estas por te-las dentro de si. Na simplicidade de sua existência o Bem é componente constante.


Enquanto nos vemos obrigados a vigiar nossos atos, esses outros já se despreocupam desse mister, ocupando a mente com outras preocupações, mais pertinentes ao seu patamar espiritual.


Mas nosso lugar ainda é aqui. Falemos de nós.


Clamamos por Jesus quando nos reunimos: "Quando dois ou mais estiverem reunidos em meu nome eu aí estarei."


Quem nunca pensou ou disse isso numa atividade?


Buscamos benesses pessoais. Por vezes pedindo coisas de dar vergonha mais adiante. Pedidos prenhes de materialidade.


Algumas pessoas tentam negociar com Jesus ou com os espíritos de sua predileção. Numa verdadeira transação comercial, um "toma lá dá cá" vergonhoso.


Materialidade expressa em verbo ou em imagens mentais. Mas arremessada dessa pessoa, numa cega confiança de a existência ser uma bolsa de ofertas. Um mercado, esse mercado na qual se formaram em nossa sociedade.


Ledo engano. Infantilidade demais pensar Jesus ou a espiritualidade preocupados com os negócios materiais, ou com as paixões humanas. Algumas coisas são hilárias:


"Com a ajuda de Deus eu marquei esse gol, que garantiu a vitória do nosso time." - é assustadora uma afirmação dessas.


E canso de ouvi-las ao final das partidas de futebol. Cabe nisto um pensar mais profundo. Mais que isso...


Acho necessário refletir se realmente estamos a caminho de ter com Jesus, e se a vida, por ele oferecida, tem algo a ver com a existência escolhida por nós nesta passagem pela Terra.


Somos adultos o suficiente para avaliar de forma autônoma e responsável, sobre o nosso destino como espíritos imortais.


Tarefa difícil, mas necessária!


Paulo Cesar Fernandes

20  05  2013

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