domingo, 21 de abril de 2013

20130421 Façam suas apostas!

“Por seus frutos os conhecereis”. - Jesus. MATEUS, 7:16

Tenho outra expressão como o mesmo sentido. "Conhecemos o homem por seus atos."


Sim. Pois muitos homens podemos ser grandes oradores, juristas cuja retórica é inatacável, lógica brilhante.

Mas, ao penetrar a intimidade de nossos corações, nos embates da vida de relação, muitos perdemos o pé, e agimos como nenhum conhecimento superior nos tivesse sido ofertado pela Vida.


Nada de Filosofia, a escola da alma.

Nada de Ética ou de senso de Justiça.


Nossos atos, estão no mesmo lodaçal de todos aqueles aos quais 
por anos combatemos.


Vivemos um teatro; não do teatro, veja bem; mas somos farsantes. Atuamos em farsas diárias, muitas vezes protagonizando tragédias.


Doutras tantas uma comédia onde somos os bufões.


Muito embora não nos faltem referenciais, desde a mais remota antiguidade, e ainda tropeçamos eventualmente.


Mas a Vida, generosa tal qual é, não nos requisita nada, não nos apressa, aguarda sensivelmente o nosso tempo.


"Todo mundo tem a sua hora e a sua vez." diz Augusto Matraga personagem do belo conto de João Guimarães Rosa.


Matraga, de vida desregrada, viril e violenta, pelas pancadas recebidas se recolhe e busca viver como Joãozinho Bem-
Bem. Sob o amparo e carinho de um bom casal de amigos, vinha se recuperando. Mas a chegada de um bando de cangaceiros reacende o fogo aperentemente morto. E acaba tendo sua hora e sua vez.


Se a hora e vez de Augusto Matraga se referia ao momento da morte, podemos pensar em nossa hora e nossa vez exatamente no sentido inverso.


Não apenas da vida, mas do tipo de vida, da destinação de nossa existência no sentido mais ampliado sejamos capazes de imaginar.


Nossa destinação. Nosso projeto.


Ciscar na materialidade ou alçar voo como Fernão Capelo Gaivota?


Tá tudo aí. As cartas estão na mesa. E o jogo é todo nosso.


No cassino de nossa vida as cartas não são marcadas por
ninguém, não existem roletas viciadas ou preparadas. É um amplo espaço onde só estamos nós para decidir como jogaremos.


A Vida joga sempre limpo com a gente. E dela receberemos sempre o retorno do jogo feito com ela.


Um cassino sem dono, sem crupier, sem nada.


E não duelamos com a vida, jogamos com ela segundo nosso mais sincero projeto: nos projetamos na materialidade dada em nossa sociedade, e somos um na massa; ou alçamos voo, numa perspectiva atemporal de espiritualidade.


Nosso destino é projeto nosso, tão somente nosso. Dessa forma.


Façam suas apostas, senhoras e senhores!


Paulo Cesar Fernandes

21  04  2013

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