terça-feira, 29 de julho de 2014

20140729 Menos católico que Kardec

Menos católico que Kardec



Hegel em sua formulação conceitual e sua ontologia. Estabelecendo o primado do Ser através do seu pensar. E de sua liberdade nesse pensar, acaba trazendo uma contribuição espírita muito mais eficaz que grande parte das obras do mercado editorial espírita.


Estabelece o empiritsmo ou a experiência como uma ilusão, pois pautada em categorias metafísicas.


Digo isto hoje, pautado no volume 1 da "Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Epítome".


E isto não quer dizer que venha a manter a mesma opinião ao longo do tempo. A leitura dos próximos dois volumes poderá modificar-me; bem como outras leituras poderão fazer com que tenha ampliada minha compreensão tanto do espiritismo como do hegelianismo.


Uma certeza me pauta: Hegel bate de longe todos os romances espíritas. Em profundidade e em beleza de texto. Principalmente por nada conter de Catolicismo dentro de sua obra. Ao passo que não há uma obra espírita editada até a década de 80 que não carregue elementos católicos dentro dela. Nenhuma mesmo.


Há inclusive algumas que chegam ao absurdo de estabelecer regras de conduta. Tal qual fazem padres e pastores do púlpito.


Mais complexo ainda é o romance espírita, prestando um 
desserviço à compreensão do espiritismo. Os leitores são levados a crer naquilo como uma realidade totalizadora. Nada disso. Um romance pode apresentar um caso. Ficcional ou não, mas um caso. E cada espírito tem o seu caso, a sua especificidade única.


Quer conhecer Espiritismo?


Vai ler Allan Kardec. Mas lembre sempre que um dos grandes colaboradores de Kardec foi São Luis. Basta ler a Revista Espírita para perceber de sua influência na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.


Digo isto pois venho fazendo leitura sequencial da Revista Espírita e posso afirmar que até 1860 onde estou São Luis é o grande referencial, instrutor e validador das ideias. Traz a "chancela da Verdade".


Que me contradiga quem já leu todos os volumes da referida obra.


Paulo Cesar Fernandes

19/07/2014

Um comentário:

Paulo Cesar Fernandes - Santos - Brasil disse...

O professor Rivail escreveu diversos livros pedagógicos, dentre os quais destacam-se:


##1824 - Curso prático e teórico de Aritmética, segundo o método de Pestalozzi, para uso dos professores e mães de família, com modificações - 2 tomos


##1828 - Plano Proposto Para a Melhoria da Instrução Pública (coroado pela Academia Real de Arras)


##1831 - Gramática Francesa Clássica


##1831 - Qual o sistema de estudo mais consentâneo com as necessidades da época?.


##1846 - Manual dos exames para os títulos de capacidade: soluções racionais de questões e problemas de Aritmética e de Geometria


##1848 - Catecismo gramatical da Língua Francesa


##1849 - Programa dos Cursos ordinários de Química, Física, Astronomia, Fisiologia


##1849 - Ditados normais dos exames da Municipalidade e da Sorbona


##1849 - Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas


A morte de Hegel por cólera em 1831 colhe Katdec em seus 29 anos.

Tinha apenas publicado 4 das suas obras como pedagogo. E Hegel já tinha escrito a "Fenomenologia do Espírito", onde o termo espirito não tem significação outra daquela muito mais tarde utilizada por Allan Kardec em suas obras.


Segundo penso George Guilherme Frederico Hegel é um dos grandes precursores da ontologia desenvolvida mais tarde pelo espiritismo em termos mais simples, capaz de ser apreendida por grande parte dos interessados em filosofia.