Georg
Wilhelm Friedrich Hegel
Fenomenologia
do Espírito
Volume I
SUMÁRIO
Nota do
Tradutor, 7
Apresentação
- A significação da Fenomenologia do Espírito - por Henrique Vaz, 9
Prefácio, 21
Introdução,
63
I. A Certeza
sensível - ou o Isto e o Visar, 74
II. A
Percepção - ou a coisa e a ilusão, 83
III. Força e
Entendimento; Fenômeno e mundo supra-sensível, 95
IV. A
verdade da certeza de si mesmo, 119
A -
Independência e dependência da consciência de si: Dominação e Escravidão, 126
B -
Liberdade da consciência-de-si: Estoicismo - Cepticismo - Consciência infeliz,
134
V. Certeza e
Verdade da Razão, 152
A - Razão
observadora, 158
a -
Observação da natureza, 160
b - A
observação da consciência-de-si em sua pureza e em referência à efetividade
exterior: leis lógicas e leis psicológicas, 191
c -
Observação da consciência-de-si em sua efetividade imediata: fisiognomia e
frenologia, 197
B - A
efetivação da consciência-de-si racional através de si mesma [a razão ativa],
221
a - O prazer
e a necessidade, 227
b - A lei do
coração e o delírio da presunção, 231
c - A
virtude e o curso do mundo, 237
C - A
individualidade que é para si real em si e para si mesma, 244
a - O reino
animal do espírito e a impostura, ou a Coisa mesma, 246
b - A razão
legisladora, 260
c - A razão
examinando as leis, 264
Glossário,
270
Livros
utilizados, 271
===
Georg
Wilhelm Friedrich Hegel
Fenomenologia
do Espírito
Volume II
VI. O
Espírito, 7
A - O
Espírito Verdadeiro. A Eticidade, 10
a - O mundo
ético. A lei humana e a lei divina, o homem e a mulher, 11
b - A ação
ética. O saber humano e o divino, a culpa e o destino, 21
c - O Estado
de Direito, 31
B - O
Espírito Alienado de Si Mesmo. A Cultura, 35
a - A
cultura e o seu reino da efetividade, 38
b - A fé e a
pura inteligência, 60
2 - O
Iluminismo, 67
a - A luta
do Iluminismo contra a superstição, 68
b - A
verdade do Iluminismo, 87
3 - A
liberdade absoluta e o terror, 93
C - O
Espírito Certo de Si Mesmo. A Moralidade, 100
a - A
cosmovisão moral, 102
b - A
distorção, 110
c - A boa
consciência - A bela alma, o mal e o seu perdão, 119
VII. A
Religião, 143
A - A
Religião Natural, 150
a - A
luminosidade, 151
b - A planta
e o animal, 153
c - O
artesão, 154
B - A
Religião da Arte, 157
a - A
obra-de-arte abstrata, 159
b - A
obra-de-arte viva, 167
c - A
obra-de-arte espiritual, 171
C - A
Religião Revelada, 183
VIII. O
Saber Absoluto, 207
Nota final,
221
===
— VI—
O Espírito
438 [Die
Vernunft ist] A razão é espírito quando a certeza de ser toda a realidade se
eleva à verdade, e [quando] é consciente de si mesma como de seu mundo e do
mundo como de si mesma. O vir-a-ser do espírito, mostrou-o o movimento
imediatamente anterior, no qual o objeto da consciência, - a categoria pura, -
se elevou ao conceito da razão.
O momento acima é quando na razão o
espírito se percebe.
Os momentos seguintes serão de percepção
do mundo; do Si nesse mundo; da relação
Eu / Mundo. Até chegar ao ponto da necessidade da ética ou eticidade nessa
relação Eu / Mundo.
Esta obra revela o que Kardec traria a
luz, em mais simples palavras, em 1857. O conceito de espírito, como Ser,
individualidade, transitava na filosofia bem antes de Hegel inclusive. Mas,
segundo penso, foi Hegel que melhor o estruturou delimitando e definindo sua forma
de relação com o mundo tal qual está dado. O “Dasein” de Heidegger.
Pedagogo que era Kardec trouxe tudo isso
a sua expressão mais simples.
Na razão
observadora, a pura unidade do Eu e do ser, do ser-para-si e do ser-em-si, é
determinada como Em-si ou como ser, e a consciência da razão se encontra. Mas a
verdade do observar é antes o suprassumir desse instinto que encontra
imediatamente, desse ser-aí carente-de-consciência. [Na razão ativa], a
categoria intuída, a coisa encontrada, entram na consciência como o ser-para-si
do Eu, que agora se sabe como Si na essência objetiva.
Contudo, a
determinação da categoria como ser-para-si, - o oposto ao ser-em-si, - é também
unilateral, e é um momento que suprassume a si mesmo. Por isso [na
individualidade para si real] a categoria é determinada, para a consciência,
tal como é na sua verdade universal: como essência em si e para si essente.
Essa determinação,
ainda abstrata, que constitui a Coisa mesma, é só a essência espiritual; e sua
consciência é um saber formal a seu respeito, vagueando em torno do conteúdo
diversificado dessa essência. De fato, essa consciência difere ainda da
substância como algo singular; ora estatui leis arbitrárias, ora acredita ter
em seu saber as leis tais quais são em si e para si; e se tem como potência que
as julga. Ou então, considerada do lado da substância, é a essência espiritual
em-si e para-si-essente que ainda não é a consciência de si mesma. Entretanto,
a essência em-si-e-para-si-essente, que ao mesmo tempo é para si efetiva como
consciência, e que se representa a si mesma para si, é o espírito.
439 [Sein
geistiges Wesen] Sua essência espiritual já foi designada como substância
ética; o espírito, porém, é a efetividade ética. O espírito é o Si da
consciência efetiva, à qual o espírito se contrapõe, - ou melhor, que se
contrapõe a si mesma, - como mundo efetivo objetivo. Mas esse mundo perdeu
também para o Si toda a significação de algo estranho, assim como o Si perdeu
toda a significação de um ser-para-si separado do mundo, - fosse dependente ou
independente dele. O espírito é a substância e a essência universal, igual a si
mesma e permanente: o inabalável e irredutível fundamento e ponto de partida do
agir de todos, seu fim e sua meta, como [também] o Em-si pensado de toda a
consciência-de-si.
Essa
substância é igualmente a obra universal que, mediante o agir de todos e de
cada um, se engendra como sua unidade e igualdade, pois ela é o ser-para-si, o
Si, o agir. Como substância, o espírito é igualdade-consigo-mesmo, justa e
imutável; mas como ser-para-si, é a essência que se dissolveu, a essência
bondosa que se sacrifica. Nela cada um executa sua própria obra, despedaça o
ser universal e dele toma para si sua parte. Tal dissolução e singularização da
essência é precisamente o momento do agir e do Si de todos. E o movimento e a
alma da substância, e a essência universal efetuada. Ora, justamente por isso -
porque é o ser dissolvido no Si - não é a essência morta, mas a essência
efetiva e viva.
440 [Der
Geist ist hiemit] Por conseguinte, o espírito é a essência absoluta real que a
si mesma se sustém. São abstrações suas, todas as figuras da consciência até
aqui [consideradas]; elas consistem em que o espírito se analisa, distingue
seus momentos, e se demora nos momentos singulares. Esse [ato de] isolar tais
momentos tem o espírito por pressuposto e por subsistência; ou seja, só existe
no espírito, que é a existência. Assim isolados, têm a aparência de serem, como
tais: mas são apenas momentos ou grandezas evanescentes, - como mostrou sua
processão e retorno a seu fundamento e essência; essência que é justamente esse
movimento de dissolução desses momentos.
O espírito é
a consciência tal como acabamos de considerar.
Essa razão,
que o espírito tem, é enfim intuída por ele como razão que é; ou como a razão
que no espírito é efetiva, e que é seu mundo, assim o espírito é em sua
verdade; ele é o espírito, é a essência ética efetiva.
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Notemos que Hegel morreu em 1831, quando Kardec contava com 29 anos de idade apenas.
Paulo Cesar
Fernandes
30 07
2014
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